12 de novembro de 2015

O que é a maturidade afetiva?

O anseio da alma humana para o seu crescimento se expressa nessa contínua busca interior pela maturidade afetiva

Você já deve ter escutado, muitas vezes, a seguinte pergunta a respeito de uma pessoa que tem atitudes egoístas e impulsivas: "Será que fulano nunca vai crescer?".

São Lucas escreve em seu Evangelho: "E Jesus ia crescendo em sabedoria, tamanho e graça diante de Deus e dos homens" (Lc 2,52). A exemplo de Cristo, precisamos trilhar um caminho de crescimento nas diversas áreas de nossa vida.

O que é a maturidade afetiva

O que é a maturidade afetiva?

Para a maturidade ser autêntica, a pessoa precisa amadurecer por inteiro. Quando falamos em maturidade afetiva, espiritual, humana, relacional, cultural, social entre outras, é por uma questão didática, porque, na verdade, a pessoa amadurece em todas as suas áreas. Alguém é maduro quando essas áreas começam a funcionar e a interagir de forma a nos levar para o bem de Deus e para o bem do outro.

Quais os passos para alcançarmos essa maturidade?

Você quer quantos passos? Vamos dizer seis, está bem? Primeiro passo: oração profunda. Como diz monsenhor Jonas Abib: intimidade profunda com Deus. Segundo passo: intimidade profunda com Deus. Terceiro passo: intimidade profunda com Deus. Quarto passo: intimidade profunda com Deus. Quinto passo [você mesmo diz!]: intimidade profunda com Deus. E o sexto passo nós dizemos juntos: intimidade profunda com Deus, porque é daí que vem a verdadeira estatura de Cristo.

Ser maduro é ser um homem [e uma mulher] na estatura de Cristo, como está escrito em Efésios 4. E isso só pode vir de Deus; ultrapassa a nossa capacidade humana, porque ainda que, humanamente, conseguíssemos ser maduros, se nós não formos também maduros na parte espiritual, nós não seremos autenticamente maduros e não estaremos na estatura de Cristo.


O que impede uma pessoa de caminhar para a maturidade afetiva?

Tantas coisas, não é? Eu acho que a ignorância, no sentido de ignorar a vontade de Deus. Ignorar que a vontade d'Ele é que nós sejamos santos é um empecilho muito grande! Outro empecilho bastante desafiador é a vida passada da pessoa, a falta de reconciliação com o passado. Isso impede, muitas vezes, a maturidade. Outra coisa é a falta de quem acompanhe e ajude a pessoa a ser madura. E eu dou graças a Deus, porque quem está "no carisma" – como nós – tem mais facilidade de ter uma caminhada.

E para quem é batizado e está na Igreja – como nós também como batizados – temos na própria Igreja todos os instrumentos necessários para ser maduros, pois ser maduro é ser santo. Então temos os sacramentos, a Palavra de Deus, o serviço ao irmão e a oração. Tudo isso, realmente, nos ajuda a tirarmos estes empecilhos.

Em que a maturidade dos afetos favorece, concretamente, a santidade de vida de uma pessoa?

Ser santo é amar a Deus acima de todas as coisas. Viver n'Ele. Viver para Ele. Viver d'Ele e ser inteiramente d'Ele. Aí está no que, concretamente, a maturidade influencia a santidade.

 

Maria Emmir Nogueira
Cofundadora da Comunidade Católica Shalom


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/cura-interior-2/o-que-e-maturidade-afetiva/

9 de novembro de 2015

Oração pelo casamento que está passando por problemas

Encontre na oração sentido e força para superar os problemas no casamento

Deus de amor, Pai querido, meu matrimônio está passando por um grande conflito, que parece interminável; e quando penso que essa fase está acabando, começa tudo de novo.

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Foto: Wesley Almeida/ cancaonova.com

Há dias em que as nossas conversas são como alfinetes, como espinhos na carne: tudo parece acusação e ofensa.

Todas as coisas tornam-se desconfianças, tudo que dizemos transforma-se em agressões verbais; tudo é motivo para retomar fatos e erros passados, e só vemos os defeitos um do outro.

Há momentos em que me pergunto se meu casamento vai sobreviver aos desafios que estou vivendo. Se o matrimônio é um pacto divino, por que é tão difícil evitar que a santidade do amor seja contaminada pela suspeita? Se nos comprometemos um com o outro no altar do Senhor, se prometemos amar um ao outro, na alegria, na saúde e na doença, todos os dias de nossas vidas, como, de repente, nosso relacionamento se transformou em brigas e indiferença?


Ajuda-me, Senhor, a  me lembrar de quando nos conhecemos, das maravilhosas qualidades que vimos um no outro, dos dons, carinhos e sonhos de um futuro de amor e amizade, da relação fundamentada no respeito, do passo a passo da construção de uma família maravilhosa, de todos os sonhos que sonhamos juntos, de sermos amparo um para o outro, da época em que não brigávamos nem discutíamos, de quando não nos ofendíamos mutuamente. Sei que é importante lembrar sempre dos momentos alegres e felizes que vivemos a cada dia, por isso vem, Senhor, reacender em meu coração essas memórias, a chama de amor que nos mantém vivos e unidos, dá-nos essa graça.

Ajuda-me, Senhor, a superar as dificuldades da convivência diária e a lembrar que fizemos a opção de partilhar a vida juntos, até que a morte nos separe. Ajuda-me a fazer a minha parte para honrar e manter meus votos.

Sei que muitos problemas poderiam ser resolvidos sem mágoa, sejam financeiros – problemas de gastar demais ou economizar demais, deixar as contas atrasarem, comprar sem necessidade – ou afetivos – a cobrança exagerada de atenção e demonstração de afetos, a implicância com defeitos comuns, a indiferença, a desvalorização do outro, a priorização do trabalho ou de bens materiais. Tudo se torna motivo de raiva quando nos esquecemos de que estamos unidos no amor de Deus. Liberta-me, Senhor, desses males!

Que eu me disponha a deixar passar os pequenos desentendimentos, que nada significam se comparados com as grandes bênçãos partilhadas em nosso relacionamento.

Ensina-me a confiar no meu cônjuge e em Deus nos momentos mais difíceis e amar nos momentos de desacordo; a silenciar diante das ofensas verbais e críticas; a acreditar; a resignar-me diante de um olhar de acusação; a compreender o outro diante das ameaças de abandono, de separação; a lutar pelo casamento quando o outro diz que não há mais amor, porque em Deus o amor jamais acaba.

Dá-me a coragem e serenidade para enfrentar as situações e sabedoria para buscar soluções. Dá-me a graça de saber perdoar, e que todo o ressentimento seja lavado de minha alma pelo Teu sangue redentor.

Hoje, descobri que o casamento perfeito não existe e quero aprender a lidar com as imperfeições a partir de agora. Quero viver cada momento do meu matrimônio de forma plena, sabendo que o relacionamento precisa sempre de um estímulo e de um esforço para vermos mais as qualidades do outro do que seus defeitos. Nós nos casamos para nos apoiarmos um ao outro e para juntos superarmos as dificuldades que sozinhos não éramos capazes de enfrentar.

Obrigado, Senhor, por me lembar de tudo isso, pois quero buscar minha reconciliação, colocar docilidade e respeito no relacionamento, pois o amor só sabe amar. O que estávamos vivendo era apenas uma afetividade, uma relação, um coleguismo, e não o relacionamento matrimonial que nos comprometemos a ter diante de todos, no altar.

Peço, Jesus, que arranque de minha alma as lembranças dolorosas, que coloque Teus anjos em minha casa e expulse daqui todo mal, toda desconfiança, toda agressividade e mal-entendimento, toda e qualquer força maligna. Se alguém desejou algum mal para nós, para destruir nosso casamento, seja por inveja, seja por magia negra, feitiço ou de qualquer outra forma, entrego-o em Tuas mãos, e que essas pessoas sejam por Ti abençoadas, assim como eu quero que seja o meu lar.

Que tenham a graça do Senhor em todos os lares. Amém!

Padre Vagner Baia – Sacerdote missionário da Comunidade Canção Nova


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/oracao/oracao-pelo-casamento-que-esta-passando-por-problemas/

6 de novembro de 2015

Conhecendo os Vicentinos


Nenhuma obra de caridade é estranha à Sociedade de São Vicente de Paulo, sua ação compreende qualquer forma de ajuda, por contato pessoal, no sentido de aliviar o sofrimento e promover a dignidade e a integridade do homem.

            A Sociedade não somente procura mitigar a miséria, mas também descobrir e remediar as situações que a geram, sendo assim, qualquer pessoa carente pode ser um assistido da SSVP, podendo se entender como carência não somente situação financeira, mas também, física ou espiritual.

            São geralmente assistidos da SSVP: famílias carentes economicamente, internos das Obras Unidas da Sociedade de São Vicente de Paulo, idosos, enfermos, etc..

 

 O que é feito?

A maioria dos assistidos da Sociedade de São Vicente de Paulo são famílias carentes economicamente, essas recebem das Conferências mantimentos, remédios, roupas, calçados, materiais escolares e em alguns casos até mesmo materiais de construção, de acordo com as possibilidades de cada conferência, uma vez que os recursos se originam principalmente das coletas realizadas durante as reuniões, bingos promovidos nas comunidades e contribuições de benfeitores.

            As Conferências também visitam semanalmente cada família assistida a fim de evangelizá-los, instruí-los como solucionar os problemas que lhes causam a pobreza e também para acompanhar o desenvolvimento dos mesmos, uma vez que o objetivo da SSVP, além da santificação de seus membros através da prática da caridade, é promover seus assistidos, isto é, o objetivo das Conferências é prestar um socorro temporário, e nesse período, auxiliar as famílias a recuperarem sua dignidade humana, em outras palavras, a SSVP não dá o peixe, ensina a pescar.

            O presidente da Conferência designa toda semana a cada um de seus membros qual (ou quais) família(s) deverão visitar até a próxima reunião. Esses vão até o lar de cada assistido conversam com as famílias, e principalmente, ouvem, fazem um momento de oração com os mesmos, havendo sempre a preocupação de não deixar que as famílias percam sua fé em Deus, apesar das dificuldades passageiras. Durante as visitas também são verificadas as necessidades materiais das famílias a fim de discuti-las e solucioná-las na próxima reunião da Conferência.

 

Como as famílias se tornam assistidas de uma Conferência?

A SSVP leva sua ajuda a quantos dela precisam, independentemente de raça, cor, nacionalidade, credo político ou religioso e posição social, desta maneira, qualquer um pode solicitar uma sindicância para sua casa ou de um terceiro a uma conferência.

            Feito isto, a Conferência visitará a casa da família que será assistida, a fim de identificar suas necessidades e preencher seus dados para que possa ser feito o acompanhamento caso a sindicância seja aprovada, em seguida os membros que realizaram a sindicância levam a ficha com os dados da família para a reunião, onde todos os membros, após ouvi-los e analisarem os dados da ficha, decidirão se a sindicância será aprovada ou não, somente em casos em que a família solicita ajuda material e se identifique que os mesmos realmente não necessitam é que uma sindicância é reprovada.

5 de novembro de 2015

Viúvo: entenda como não viver na solidão

Professor Felipe Aquino testemunha como ser viúvo e não viver a solidão

Fiquei viúvo há três anos. Nunca antes eu tinha pensado como seria a minha vida sem minha esposa, depois de 40 anos casados e quatro de namoro e noivado. No fim da vida, ela me disse que tinha medo de me deixar sozinho.

Quando já dava para pressentir que sua morte estava próxima, depois de um câncer de seis anos, fui pedindo a Deus que me preparasse para viver a viuvez. Cada vez mais, em minhas orações, eu pedia ao Senhor que me desse a graça de aceitar toda a vontade d'Ele e pudesse continuar a viver para Ele. Penso que essa seja a primeira coisa que um viúvo precisa fazer: aceitar a vontade de Deus, pois é Ele quem conduz a nossa vida e sabe o que é melhor para nós a cada dia. Nessa fé, é preciso entregar a Deus e agradecer – claro que com lágrimas! – o cônjuge querido que Ele nos deu como um presente durante tantos anos. O que melhor cura a ferida que fica na alma é entregar a pessoa ao Senhor, agradecendo a Ele todo o tempo bom que essa pessoa esteve ao nosso lado.

Viúvo entenda como não viver na solidão
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Em nossa fé, precisamos oferecer a Deus as Missas e as indulgências pela alma da pessoa amada que agora reza por nós. Eu procuro fazer isso todos os dias. Às segundas-feiras, vou ao túmulo dela levar minha prece e uma flor.

É preciso também viver para a família. No meu caso, são cinco filhos, um genro, quatro noras e onze netos (agora, mais um a caminho). Eles precisam de nós e suprem a falta da pessoa amada. Nunca dei tanto valor a uma família numerosa como agora. Antes de ela morrer, disse aos filhos: "Cuidem do seu pai!". Então, todo cuidado comigo agora é pouco.

Não cair na solidão, depressão e tristeza

Deus nos dá a chamada "graça de estado" para que possamos viver bem cada etapa da vida; de modo especial, eu sinto essa graça de estado da viuvez, que me ajuda a viver como Ele quer. No meu caso, faço isso com uma vida intensa na Igreja, na Canção Nova, escrevendo livros, pregando, dando formação e aulas, viajando pelo Brasil etc. Prefiro não buscar um novo casamento.

Sinto em Deus que é melhor eu viver o celibato e uma vida meio parecida como de um monge da cidade, meio mergulhado no barulho. No meu "eremitério" isolado, partilho minha vida com o Senhor, com os familiares e amigos. Sempre estou mobilizado para ajudar algum deles. Isso dá um grande sentido à minha vida e não me deixa cair na solidão, depressão ou tristeza.

Não buscar satisfação sexual de maneiras pecaminosas

É claro que não é fácil viver sem uma esposa, sem a vida sexual com a qual estávamos acostumados; mas a graça de estado nos ajuda. O viúvo não pode ficar buscando satisfação sexual de maneiras pecaminosas; seja por pornografia ou outros meios. Deus nos chama a viver a castidade em qualquer estado de vida, casado ou solteiro. Isso é mais difícil para o homem do que para a mulher, mas, com a graça de Deus, os sacramentos da Igreja e a oração, é possível. É preciso consagrar-se a Nossa Senhora e a São José, os patronos da castidade, e seguir o conselho de Jesus: "Vigiai e orai!". O viúvo, então, que não deseja se casar, tem de fazer uma oblação a Deus do seu estado de vida.

Sei que nem todos os viúvos podem ou querem viver assim; então, a Igreja autoriza que se casem novamente, desde que o façam na Igreja, recebendo o sacramento do matrimônio. Sabemos que a morte extingue o vínculo matrimonial, então, o viúvo é solteiro novamente. São Paulo disse: "A mulher está ligada ao marido enquanto ele viver. Mas se morrer o marido, ela fica livre e poderá casar-se com quem quiser, contanto que seja no Senhor" (1 Cor 7,39). "Quero, pois, que as viúvas jovens se casem, cumpram os deveres de mãe e cuidem do próprio lar, para não dar a ninguém ensejo de crítica" (I Tm 5,14)". "Mas a que verdadeiramente é viúva e desamparada, põe a sua esperança em Deus e persevera noite e dia em orações e súplicas" (1 Tm 5,5).

São Lucas nos mostra o caso daquela bela viúva de 84 anos, Ana. Ela, com o velho Simeão, adoravam o Menino Jesus. Depois de ter vivido sete anos com seu marido, desde a sua virgindade, ficara viúva; agora, com oitenta e quatro anos, não se apartava do templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações. (cf. Lc 2,37).

Ajudar no Reino de Deus

Li na internet, no site acidigital.com, em 3 de maio de 2012, que na Espanha, um viúva de 70 anos, de Valença, mãe de três filhos e avó de cinco netos, entrou para um convento de irmãs franciscanas Clarissas contemplativas (fundada em 1212 por Santa Clara de Assis), onde fez votos perpétuos. Seu nome religioso é Célia de Jesus; antes de se consagrar, ela vivia para ajudar os pobres. Seus filhos e netos assistiram. Muitas viúvas se tornaram santas e ajudaram muito o Reino de Deus: Santa Isabel de Hungria, Santa Isabel de Portugal, Santa Angela de Foligno, Santa Luzia, Santa Paula, Santa Brígida; Santa Rita de Cássia, Santa Helena etc. Essas mulheres foram muito importantes para a Igreja.

Não enterre sua vida dentro de casa

Portanto, os viúvos não têm que enterrar as suas vidas apenas dentro de casa.
Sei que muitos viúvos e viúvas não desejam um segundo casamento; então, é preciso continuar a viver bem. Para os que são cristãos, fica sempre a oportunidade de ajudar os filhos e a família, especialmente se já não precisam trabalhar profissionalmente. Nossos filhos e netos precisam de nossa ajuda. A vida moderna é dinâmica e exige muito deles; então, se temos tempo, é um bom serviço prestado a eles e a Deus.

A Bíblia fala muito das viúvas e de como Deus as ama. Um exemplo é o caso da viúva de Naim, e Jesus ressuscita seu filho (cf. Lc 7,12). Vemos o caso maravilhoso da viúva Judite, que salvou o povo de Israel de um massacre: "Judite ficara viúva havia três anos e meio" (Jd 8,4). "Despiu o seu vestido de viúva, para consolação dos que sofriam em Israel. Ungiu o rosto com essência perfumada…" (16,7), e que assim salvou o seu povo da morte.

Para a Igreja não existem aposentados

Uma coisa importante a entender é que, na Igreja, não existem aposentados nem desempregados. Sempre há trabalho no Reino de Deus para quem quer "servir ao Senhor com alegria" (Sl 99,2). Os viúvos e viúvas são pessoas maduras, muitos têm uma boa formação intelectual e podem ajudar a Igreja nas pastorais, sobretudo no batismo, na primeira comunhão, crisma e matrimônio. Os viúvos não podem "enterrar os seus talentos"; pois Deus vai nos cobrar isso. A Igreja precisa de nossa experiência, nossos lábios e mãos. Quando nos colocamos à disposição de Deus, para servi-L, logo Ele nos dá um trabalho adequado à nossa condição. E isso nos faz felizes.

Hoje, posso dizer que trabalho ainda mais do que no tempo que eu não era ainda viúvo; pois hoje tenho mais tempo para as coisas de Deus. E isso me dá forças, alegria e vida.
O tempo da viuvez, em que normalmente se têm mais tempo, é uma oportunidade de viver mais a vida espiritual, aproveitando o silêncio e a meditação. Nunca como hoje eu posso me dedicar a isso; pois sem isso não é possível servir a Deus com alegria e eficácia. Jesus disse: "Sem Mim nada podeis fazer" (Jo 15,5). Então, gaste seu tempo estudando a Bíblia, meditando com bons livros, fazendo caridade a quem pode, etc.. Se as pernas do corpo já não são ágeis, lembre-se de que o espírito não tem pernas. Este é o melhor tempo para nossa vida espiritual crescer.

Por que desfalecemos?

São Paulo nos dá um ensinamento preciso na Carta aos coríntios: "É por isso que não desfalecemos. Ainda que exteriormente se desconjunte nosso homem exterior, nosso interior renova-se de dia para dia" (2 Cor 4,16). O mais importante é que nosso espírito cresça para Deus; pois todos nós vamos um dia para Ele. É verdade que, nessa idade, os sofrimentos podem aumentar por causa da idade avançada, mas o apóstolo também nos lembra que "a nossa presente tribulação, momentânea e ligeira, proporciona-nos um peso eterno de glória incomensurável. Porque não miramos as coisas que se veem, mas sim as que não se veem . Pois as coisas que se veem são temporais e as que não se veem são eternas". (2 Cor 4,17).

Afinal, todos nós temos de nos preparar para a morte, que não é uma tragédia, mas um encontro com o Senhor que nos ama. Santa Teresinha dizia: "Eu não morro, entro para a vida". A Carta aos Hebreus nos lembra uma coisa muito importante: "Procurai a paz com todos e a santidade sem a qual ninguém pode ver o Senhor" (Heb 12,14). Isso quer dizer que ninguém entra no Céu sem ser santo; pois Deus é Santo, Santo, Santo. Então, devemos aproveitar essa bela idade dos cabelos brancos para buscar com mais determinação a santidade que nos abre as portas do céu.

Cuidado com a saúde

Eu cuido da minha saúde para viver bem. Faço ginástica, caminhada, ouço boas músicas, alimento-me bem para poder estar saudável e servir melhor a Deus e aos outros, não apenas para viver mais.

Agora, é tempo de rezar mais, eliminar os pecados que ainda não vencemos (soberba, orgulho, exibicionismo, gula, ira, inveja, maledicência, mentiras…) e amar mais as pessoas, porque a "caridade é o vínculo da perfeição". Não há nada mais triste do que um ancião sem juízo ou um jovem sem alegria.

Caminhão de mudança atrás do enterro

Nada podemos levar para a outra vida; então, é tempo também de desapego das coisas materiais, do dinheiro. O Papa Francisco disse um dia que nunca viu um caminhão de mudança atrás de um enterro. Então, esse é um tempo, como disse Jesus, de "dar de graça o que recebemos de graça" (Mt 10,10).

Qualquer que seja o nosso estado de vida, podemos ser felizes se vivermos em Deus e para Deus.


Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/testemunhos/viuvo-entenda-como-nao-viver-na-solidao/

3 de novembro de 2015

Amor e a sexualidade humana

No contexto humano descubra a sintonia entre amor e a sexualidade

Falar de amor e de sexualidade significa abordar uma única realidade em dois ângulos, os quais, pela sua realidade, envolvem uma dimensão essencial da vida humana.

O amor gera na pessoa decisões, atitudes e reações. O amor virtude é uma realidade que envolve a vida toda, pois não se ama, porque se deve amar, mas porque o amor se torna uma realidade que faz com que a pessoa seja mais humana. À medida que vamos crescendo, nos descobrindo e nos aprofundando em nossa vida, percebemos que somos seres que se relacionam, e que a solidez da nossa própria vida depende, em grande parte, das relações que estabelecemos.

Amor e a sexualidade humana
Ao longo da história da humanidade, constatamos que o caminho a ser realizado por cada pessoa está marcado pelas suas constantes mudanças. De fato, faz um tempo que se fala em mudança de época devido à crise de sentido que envolve, em primeiro lugar, a vida da própria pessoa.


Amar, então, é um dos maiores desafios, pois fazer com que o amor seja conhecido e vivenciado pelas pessoas exige maturidade e compromisso. Aqui entra a sexualidade.

Se afirmarmos que a sexualidade afeta diretamente toda a vida humana, em nós haverá uma força imensa que nos conduzirá a viver esse amor. Cada ato humano, destinado a desvendar o verdadeiro "ser" da pessoa, leva consigo essa força e, precisamente por isso, a pessoa decide amar.

Relacionamento sadio

A sexualidade é feita para o amor, razão pela qual ela não pode ser prostituída nem manipulada. Quando o amor se fortalece, é capaz de sustentar relações que dignificam e deixam a vida mais harmoniosa. Quando somos crianças, vivemos um amor puro, dócil e inocente; à medida que vamos nos tornando adultos, essas qualidades do amor em nós não deveriam desaparecer nem serem trocadas, mas cada vez mais fortalecidas. A pureza vivida no amor nos permite vivenciar a dignidade. A docilidade nos abre o caminho para um relacionamento sadio; a inocência evita que tratemos os outros como objetos. Amor e sexualidade são, mais uma vez, uma única realidade, com a qual cada pessoa fortalece sua vida e revela o seu íntimo.

Dignidade da pessoa humana

São João Paulo II afirmou em suas catequeses sobre o corpo: "O amor humano, quando fortalecido no amor divino, perpassa a vida da pessoa a ponto de fazer dela uma verdadeira construtora de relações sólidas e sadias". Nossa sexualidade vivida no amor faz que com que cada um sinta a necessidade de comunicar aos outros a beleza de uma corporeidade aceita, de uma personalidade amadurecida e de uma vida moral bem aventurada. Vamos proclamar, sem medo, a evangelização do amor e da sexualidade de forma tal que sejamos todos artífices da sociedade do amor, para a qual o Papa Paulo VI nos convocou alguns anos atrás, cujo ponto de partida é a dignidade da pessoa humana.


Padre Rafael Solano

Sacerdote da Arquidiocese de Londrina. Reitor do Seminário Maior Paulo VI. Professor da PUC – PR.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/castidade/amor-e-a-sexualidade-humana/

30 de outubro de 2015

Dicas para construir a boa saúde mental das crianças

Há caminhos que podem ajudar a construir a boa saúde mental das crianças

A vida moderna nos abriu um leque de possibilidades. A rapidez oferecida, por exemplo, pelas novas tecnologias e pelos aparelhos que temos em casa leva-nos ao comodismo, fazendo com que busquemos sempre a lei do menor esforço e a satisfação a curto prazo.

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Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Os pais, no desejo de acertar e dar o seu melhor, não se dão conta de que estão por demais preocupados em oferecer segurança financeira aos filhos e maior comodidade a qualquer preço. No entanto, prover somente condições materiais para que a criança se desenvolva e encontre o seu lugar no mundo pode constituir um grande erro e trazer consequências inimagináveis. Antes, é preciso favorecer o ambiente, para que a criança cresça num clima propício à sua saúde mental, evitando neuroses e psicoses na vida adulta.

Trabalhar as emoções, os sentimentos e reparar traumas em indivíduos adultos é penoso, exige acompanhamento profissional e muita disciplina. A espiritualidade pode entrar como uma grande parceira. Existe, entretanto, um caminho mais eficaz. O psicólogo Eric Erikson diz que são poucas as coisas que não podem ser remediadas mais tarde, mas muitas são as que podem ser prevenidas.

Num recente estudo feito por quase mil profissionais da área de saúde mental, a falta de amor e de educação emocional por parte dos pais foi citada como a principal causa de problemas emocionais posteriores. Por outro lado, o abraço carinhoso da avó, a aprovação por um gesto de bondade, o sorriso e o afago antes de dormir, a festinha de aniversário com os colegas, as celebrações em família são como o combustível para a construção de uma vida equilibrada e uma mente sã.

Como adquirir confiança

O afeto expressado em gestos, o toque físico e o cuidado em suas necessidades essenciais são o que há de mais nobre para favorecer a saúde mental das crianças. Ao contrário do que se pensa, a confiança básica se estabelece não tanto em função da quantidade de amor e atenção que ela recebe, mas em função da qualidade desse amor.

Não basta amar, é preciso sentir-se amado

Dom Bosco é o grande mestre nesse quesito. O santo da juventude dizia que não bastava amar os jovens, eles precisavam sentir que eram amados. Seu método de ensino conciliava razão, religião e amorevolezza (na tradução do italiano, algo como carinho, ternura e bondade). Depois de 200 anos, o amor declarado, o acolhimento e o afeto seguem como fontes inesgotáveis de saúde mental e ponto de partida para um bom aprendizado.

Se a lógica com os jovens é assim, com a criança ainda mais. Se ela de fato recebe o amor e o cuidado de que precisa, vai decidir que o mundo é bom e merece receber confiança. Estabelece-se aí uma relação tranquila com o universo exterior e com si mesma. Do contrário, ela vai se recolher, afastando-se dos relacionamentos. Instala-se o processo de (auto) desconfiança.

O descaso dos responsáveis ou ainda um abandono súbito pode desencadear na criança uma tristeza profunda ou até mesmo um sentimento de desamparo que pode persistir para o resto da vida. Médicos, psicólogos, assistentes sociais reconhecem as consequências que decorrem da privação de amor.

Absorção do que acontece no ambiente externo

É importante ressaltar que, ainda que tenha sido profundamente amada, acolhida e respeitada em suas particularidades, a criança, por ser como uma "esponja" do ambiente, por estar ainda na fase de observação para o vir a ser e fazer escolhas, assimila tensões, estresse e outros desconfortos típicos da vida adulta. Se não assimila, pode, ela mesma, desenvolver sentimentos negativos de frustração e repressão, com base nos relacionamentos que vive em casa ou no ambiente escolar.


Dada a importância do equilíbrio dos afetos, das emoções e sentimentos, como favorecer portanto, conscientemente, esse ambiente positivo e altruísta, que respeita a criança e suas fases de desenvolvimento? Como, ao mesmo tempo, prepará-la e amadurecê-la para o mundo competitivo e imprevisível que está por vir?

Sigo na linha do velho ditado popular: "antes prevenir do que remediar". Além do amor e de um clima de aconchego e compreensão, a grande aliada nesse processo é uma rotina dinâmica, que favoreça a expressão livre da criança naquilo que ela é – independente da etapa educativa em que esteja.

Reprimir brincadeiras pode ser nocivo

Segundo Klein, a atividade lúdica é o principal mecanismo de expressão infantil e a fonte de suas sublimações. Reprimir brincadeiras ou mesmo não as fomentar pode ser extremamente nocivo ao desenvolvimento da criança e refletir negativamente no desenvolvimento de sua criatividade. É por meio de jogos, atividades lúdicas, da vazão à fantasia, que ela se integra, encontra-se no mundo, expressa-se e aprende sobre relacionamentos.


A Palavra de Deus nos dá uma lição quando diz: "Existe um tempo para cada coisa debaixo do céu". Se podemos dizer assim, o tempo da criança é o de ser amada e brincar. Temos de impor limites, orientar sobre o que é certo e errado, o que é cristão e não cristão. Mas tudo isso sem amor vira imposição, regras sem alma, e leva à insatisfação e rebeldia.

Brinque com seu filho, gaste tempo com ele, insista em estar junto, seja em casa, no parquinho, na Igreja ou no shopping. Daqui a alguns anos, você vai colher os frutos de tudo isso. Ele precisa mais do que pode oferecer; ele precisa de você.

Autora: Thaysi Santos
Membro da Comunidade Canção Nova
Jornalista, editora-chefe do Canção Nova Notícias
Pós-graduada em Counseling
thaysi@cancaonova.com


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/como-favorecer-a-saude-mental-das-criancas/

28 de outubro de 2015

Cinco motivos para rezar todos os dias

Descubra cinco valiosos motivos para rezar todos os dias

A oração é o alimento da alma. Se não ingerirmos uma determinada quantidade de nutrientes necessários diariamente, nosso organismo começará a reagir de modo negativo; com o passar do tempo, vamos adquirir uma anemia. O mesmo processo ocorre com a vida interior. Se, a cada dia, não cultivarmos uma vida de oração, nossa alma contrairá uma anemia espiritual. Precisamos cuidar do coração para que nossa fé seja sempre renovada no amor e na esperança.

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Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Aumentando a imunidade contra os ataques do inimigo

Vamos juntos descobrir cinco motivos para rezarmos todos os dias e aumentarmos a imunidade contra os ataques do inimigo?

1 – Fortalecimento da fé:

Nossa vida de fé se alimenta daquilo que oferecemos à nossa alma. Quando nos descuidamos da oração, nossa vida de fé diminui gradativamente. Muitos se descuidaram a tal ponto da vida de oração, que hoje se encontram espiritualmente anêmicos, sem forças diante das difíceis situações da vida. Quanto mais rezamos, mais nossa fé cresce e se fortalece.

2 – Resistência contra os ataques do mal:

Todos os dias, somos cercados de muitas forças do mal, as quais tentam nos roubar a paz. Uma vida de oração fecunda e intensa afasta de nós as forças das trevas. A luz que irradia de nossa fé deixa cego o inimigo. Mergulhados em Deus, criamos uma resistência espiritual contra todo vírus do mal.


3 – Santificação pessoal:

Os santos alcançaram a glória divina, porque na vida foram pessoas de oração e caridade. A vida de oração caminha de mãos unidas com a ação, e para ser santo é preciso ser pessoa de oração. Quando nossa vida se torna oração por completo, até mesmo em nosso trabalho estamos rezando, porque nos unimos de tal maneira a Deus que não mais podemos nos separar d'Ele.


4 – Imunidade contra o negativismo:

Pessoas mal-humoradas têm tendência a serem de pouca oração. Quem reza é mais animado, olha a vida com mais amor, acolhe com mais carinho seus irmãos, reconhece nos sofredores o próprio Cristo, são promotores da paz, praticam a caridade sem esperar retorno. Invista na oração e verá os benefícios na sua alma.

5 – Amadurecimento espiritual e humano:

Aquele que cultiva uma vida de oração aos poucos vai adquirindo a sabedoria necessária diante das realidades humanas e espirituais. Uma vida de oração assídua desenvolve na alma o amadurecimento espiritual, que nos faz abandonar nas mãos de Deus todas as nossas fragilidades e confiar a sua misericórdia às difíceis situações da vida, para as quais não encontramos solução.

Os benefícios para quem investe um período do seu dia no cultivo da oração são enormes. Não há contraindicações e todos podem ser beneficiados pelo amor misericordioso de Deus, que restaura o coração e devolve a saúde espiritual à alma abatida.


 

 


Padre Flávio Sobreiro

Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP e Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre (MG), padre Flávio Sobreiro é vigário paroquial da Paróquia Santo Antônio, em Jacutinga (MG), e padre da Arquidiocese de Pouso Alegre (MG).

Para saber mais sobre o sacerdote e acompanhar seus artigos na internet, acesse: www.padreflaviosobreiro.com


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/cinco-motivos-para-rezar-todos-os-dias/