13 de julho de 2015

Por que chamamos a Virgem Maria de Nossa Senhora?

A Virgem Maria sempre foi chamada de Nossa Senhora

O título de Senhor e Senhora, desde os primeiros séculos do Cristianismo, eram usados para os senhores de escravos, muito comum naquele tempo. Dentro desse contexto, a Virgem Maria disse ao anjo: "Eis aqui a escrava do Senhor" (Lc 1, 38).

Por que chamamos a Virgem Maria de Nossa Senhora?
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Mas "Jesus é o Senhor", como disse São Paulo (Fl 2,11); é o Rei dos Reis; e Sua Mãe é Rainha por consequência. Por isso, a Igreja entendeu que deveria chama-lá de Senhora. Os súditos do Rei eram também servos da Rainha. Ora, se somos súditos de Jesus, o somos também de Maria. A Ladainha Lauretana chama a Virgem Maria de Rainha dos Anjos, Rainha dos Santos, Rainha dos Apóstolos, Rainha dos Mártires, Rainha dos Confessores, Rainha da Virgens, Rainha dos Profetas. Ora, toda Rainha é Senhora em seu reino.

A Virgem Maria é aquela "cheia do Espírito Santo", como a saudou sua prima Santa Isabel, que em alta voz disse: "Bendita és tu entre as mulheres" (Lc 1,42). Ela é "a filha predileta de Deus", diz o Concílio Vaticano II (LG n. 53), "aquela que, na Santa Igreja, ocupa o lugar mais alto depois de Cristo e o mais perto de nós" (Lumen Gentium, n. 54).

São Bernardo, doutor da Igreja, o apaixonado cantor da Virgem Maria, no Sermão 47 diz: "Ave Maria, cheia de graça, porque é agradável a Deus, aos anjos e aos homens. Aos homens, por causa de sua fecundidade; aos anjos, por sua virgindade; a Deus por sua humildade. Ela mesma atesta que Deus olhou para ela porque viu sua humildade".

São Tomas de Aquino afirmou: "A bem-aventurada Virgem Maria, pelo fato de ser Mãe de Deus, tem uma espécie de dignidade infinita por causa do bem infinito que é Deus". Ela é Senhora!

"A graça que adornou a Santíssima Virgem sobrepujou não só a de cada um em particular, mas a de todos os santos reunidos", afirma Santo Afonso de Ligório, doutor da Igreja. Por isso ela cantou no Magnificat: "Desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo…" (Lc 1,42). Ela é Senhora!

Maria é um "espelho especialíssimo de Deus", diz São Tomás de Aquino: "Os outros santos são exemplos de virtudes particulares: um foi humilde, outro casto, outro misericordioso, e assim nos são oferecidos como exemplos de uma virtude. Mas a bem-aventurada Virgem é exemplo de todas as virtudes", diz o santo.

São Bernardo e Santo Antônio, doutores da Igreja, afirmam que, "para ser eleita e destinada à dignidade de Mãe de Deus, devia a Santíssima Virgem possuir uma perfeição tão grande e consumada que nela excedesse todas as outras criaturas". Ela é Nossa Senhora!

"Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado" (Mt 23,12). Repetiu várias vezes o Senhor. Logo que Deus determinou fazer-se Homem para redimir o homem decaído e assim manifestar ao mundo Sua misericórdia infinita, certamente buscava entre todas as mulheres aquela que fosse a mais santa e humilde para ser Sua Mãe. Como diz o Livro dos Cânticos: "Há um sem número de virgens (a meu serviço), mas uma só é a minha pomba, a minha eleita" (Ct 6, 8-9).

Foi por sua imensa humildade que Deus tanto exaltou Maria e a fez Sua Mãe, Rainha e Senhora nossa. E a própria Virgem diz no seu canto: "porque olhou para a humildade de sua serva" (Lc 1,48).

Foi essa "humildade" profunda e real que tanto encantou o coração de Deus, fez com que a elegesse a "bendita entre as mulheres", Sua Mãe, nossa Mãe e Senhora.



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/nossa-senhora/devocao-nossa-senhora/por-que-chamamos-a-virgem-maria-de-nossa-senhora/

9 de julho de 2015

Causas que podem tornar nulo um casamento

Muitas são as causas que podem tornar nulo o matrimônio sacramental

É preciso deixar claro que a Igreja não anula uniões sacramentais validamente contraídas e consumadas; mas pode, após processo do Tribunal Eclesiástico, reconhecer que nunca houve casamento, mesmo nos casos em que todos o tinham como válido.

Causas que podem tornar nulo um casamento
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Leva-se muito em conta as capacidades e limitações psíquicas dos noivos para contrair obrigações matrimoniais para sempre. Não basta analisar o comportamento externo de alguém para o conhecer; às vezes, muitos atos das pessoas são irresponsáveis, assumidos sem consciência plena porque podem faltar o senso de responsabilidade, a maturidade ou a liberdade necessárias para que o ato tenha valor plenamente humano e jurídico.

Pode acontecer que o vínculo matrimonial nunca tenha existido, se houver um erro que torne o consentimento dos noivos inválido.
E quais são os motivos pelos quais um casamento pode ser nulo? Há, segundo o Código de Direito Canônico da Igreja, dezenove motivos:

A. Falhas de consentimento (cânones 1057 e 1095-1102)
1. Falta de capacidade para consentir (cânon 1095)
2. Ignorância (cânon 1096)
3. Erro (cânones 1097-1099)
4. Simulação (cânon 1101)
5. Violência ou medo (cânon 1103)
6. Condição não cumprida (cânon 1102)

B. Impedimentos dirimentes (cânones 1083-1094)
7. Idade (cânon 1083)
8. Impotência (cânon 1084)
9. Vínculo (cânon 1085)
10. Disparidade de culto (cânon 1086,- cf cânones 1124s)
11.. Ordem Sacra (cânon 1087)
12. Profissão Religiosa Perpétua (cânon 1088)
13. Rapto (cânon 1089)
14. Crime (cânon 1090)
15. Consangüinidade (cânon 1091)
16. Afinidade (cânon 1092)
17. Honestidade pública (cânon 1093)
18. Parentesco legal por adoção (cânon 1094)

C. 19. Falta de forma canônica na celebração do matrimônio (cânones 1108-1123)
Vamos colocar a seguir os Cânones do Código de Direito Canônico sobre cada item; um artigo explicativo de cada item pode ser lido em nosso livro "Família, Santuário da Vida" (Ed. Cléofas).

A. Falhas de consentimento (cânones 1057 e 1095-1102)
«Cânon 1057 – § 1º- 0 matrimônio é produzido pelo consentimento legitimamente manifestado entre pessoas juridicamente hábeis, e esse consentimento não pode ser suprido por nenhum poder humano.
§ 2º- 0 consentimento matrimonial é o ato de vontade pelo qual o homem e a mulher, por aliança irrevogável, se entregam e se recebem mutuamente para constituir matrimônio».
0 consentimento matrimonial assim exigido pode ser impedido ou impossibilitado por:

1. Falta de capacidade para consentir (cânon 1095)
«Cânon 1095 – "São incapazes de contrair matrimônio:
1º- os que não têm suficiente uso da razão;
2º- os que têm grave falta de discrição de juízo a respeito dos direitos e obrigações essenciais do matrimônio, que se devem mutuamente dar e receber;
3º- os que não são capazes de assumir as obrigações essenciais do matrimônio por causas de natureza psíquica».

2. Ignorância (cânon 1096)
«Cânon 1096 – § 1. Para que possa haver consentimento matrimonial, é necessário que os contraentes não ignorem, pelo menos, que o matrimônio é um consórcio permanente entre homem e mulher, ordenado à procriação da prole por meio de alguma cooperação sexual.
§ 2º Essa ignorância não se presume depois da puberdade».

3. Erro (cânones 1097 e 1099)
«Canôn 1099 – 0 erro a respeito da unidade, da indissolubilidade ou da dignidade sacramental do matrimônio, contanto que não determine a vontade, não vicia o consentimento matrimonial».
Para evitar o erro de direito e os problemas daí decorrentes, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu a seguinte norma:
«Cuidem os sacerdotes de verificar se os nubentes estão dispostos a assumir a vivência do matrimônio com todas as suas exigências, inclusive a de fidelidade total, nas várias circunstâncias e situações de sua vida conjugal e familiar. Tais disposições dos nubentes devem explicitar-se numa declaração de que aceitam o matrimônio tal como a lgreja o entende, incluindo a indissolubilidade» (Orientaçôes Pastorais sobre o Matrimônio, nº 2.15).

Cânon 1097, § 1º: «O erro de pessoa torna inválido o matrimônio».
«O erro de qualidade da pessoa, embora seja causa do contrato, não torna nulo o matrimônio, salvo se essa qualidade for direta e principalmente visada» (cânon 1097 § 2º).

Cânon 1098: «Quem contrai matrimônio, enganado por dolo perpetrado para obter o consentimento matrimonial, a respeito de alguma qualidade da outra parte, qualidade que, por sua natureza, possa perturbar gravemente o consórcio da vida conjugal, contrai-o indevidamente».

4. Simulação (cânon 1101)
«Presume-se que o consentimento interno está em conformidade com as palavras ou os sinais empregados na celebração do matrimônio» (§ 1º).
«Contudo, se uma das partes ou ambas, por ato positivo de vontade, excluem o próprio matrimônio, algum elemento essencial do matrimônio ou alguma propriedade essencial, contraem invalidamente» (§ 2º).

5. Violência ou medo (cânon 1103)
«É inválido o matrimônio contraído por violência ou por medo grave proveniente de causa externa, ainda que não dirigido para extorquir o consentimento, e quando, para dele se livrar, alguém se veja obrigado a contrair o matrimônio».

6. Condição não cumprida (cânon 1102)
«§ 1. "Não se pode contrair validamente o matrimônio sob condição de futuro.
§ 2. 0 matrimônio contraído sob condição de passado ou de presente é válido ou não, conforme exista ou não aquilo que é objeto da condição".

B. Impedimentos dirimentes (Can. 1083-94)
7. A idade mínima para a validade de um casamento sacramental é 14 anos para as moças e 16 anos para os rapazes. Os Bispos podem dispensar dessa condição, mas rarissimamente o fazem. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil exige dois anos mais para os casamentos no Brasil, ou seja, 16 e 18 anos respectivamente; todavia esta exigência incide sobre a liceidade, não sobre a validade do casamento [4]. Cf. cânon 1083.

8. A impotência (ou incapacidade de praticar a cópula conjugal) anterior ao casamento e perpétua, absoluta ou relativa, é impedimento dirimente. Cf. cânon 1084.

9. O vínculo de um matrimônio validamente contraído, mesmo que não consumado. Cf. cânon 1085.

10. A disparidade do culto: é inválido o casamento entre um católico e uma pessoa não batizada, se a parte católica não pede dispensa do impedimento.

11. A ordenação diaconal, presbiteral ou episcopal. Cf. cânon 1087.

12. A profissão religiosa perpétua. Cf. cânon 1088.

13. Rapto; cf. cânon 1089. Uma mulher levada pela força não se pode casar validamente com quem a está violentando dessa maneira.

14. Crime; cf. cânon 1090. Os que matam seu ou sua consorte, para facilitar um casamento posterior estão impedidos de realizar validamente esse casamento. Da mesma forma, se um homem e uma mulher, de comum acordo, matam o esposo ou a esposa de um deles, não se podem casar validamente entre si.

15. Consangüinidade; cf. cânon 1091. Não há dispensa na linha vertical (pai com filha, avô com neta… ); na linha horizontal, o impedimento (dispensável) vai até o quarto grau, isto é, atinge tio e sobrinha e primos irmãos.

16. Afinidade na linha vertical; cf. cânon 1092. Não há matrimônio válido entre o marido e as consangüíneas da esposa e entre a esposa e os consangüíneos do marido, suposta a viuvez previamente ocorrida. (Nota do Autor: Por exemplo, um viúvo não pode casar-se com a mãe ou filha da ex-esposa). Na linha horizontal não há impedimento: um viúvo pode casar-se com uma irmã (solteira) de sua falecida esposa.

17. Honestidade pública; cf. cânon 1093. Quem vive uma união ilegítima, está impedido de se casar com os filhos ou os pais de seu (sua) companheiro (a).

18. Parentesco legal; cf. cânon 1094. Não é permitido o casamento entre o adotante e o adotado ou entre um destes e os parentes mais próximos do outro. Este impedimento, como outros desta lista, podem ser dispensados por dispensa emanada da autoridade diocesana.

19. Falta de forma Canônica na celebração (Can. 1108-23)

«Forma canônica» é o conjunto de elementos exigidos para a celebração ritual do casamento. Requer-se, com efeito, que a cerimônia se realize perante o pároco do lugar e, pelo menos, duas testemunhas (padrinhos).
«Cânon 1116 – § 1. Se não é possível, sem grave incômodo, ter o assistente competente de acordo com o direito, ou não sendo possivel ir a ele, os que pretendem contrair verdadeiro matrimônio podem contrai-lo válida e licitamente só perante as testemunhas:
1º- em perigo de morte ;
2º- fora do perigo de morte, contanto que prudentemente se preveja que esse estado de coisas vá durar por um mês.
§ 2. Em ambos os casos, se houver outro sacerdote ou diácono que possa estar presente, deve ser chamado, e ele deve estar presente à celebraçâo do matrimônio, juntamente com as testemunhas, salva a validade do matrimônio só perante as testemunhas».

Dissolução do matrimônio não consumado
Cânon 1142: «O matrimônio nâo consumado entre batizados ou entre uma parte batizada e outra não batizada pode ser dissolvido pelo Romano Pontífice por justa causa, a pedido de ambas as partes ou de uma delas, mesmo que a outra se oponha».


Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/nulidade/causas-que-podem-tornar-nulo-um-casamento/

6 de julho de 2015

Oração de cura interior pelas etapas da vida

Oração de cura interior por cada etapa da vida

Oração de cura interior pelas etapas da vida
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Oração de cura interior de 0 a 6 anos

Senhor Jesus, precisamos muito de Ti e de Tuas graças desde a nossa concepção, pois, depois de adultos, percebemos muitos sofrimentos em nós, os quais começaram antes mesmo da nossa fecundação.

Sabemos, Senhor, que somente Tu tens o poder de fazer novas todas as coisas. Tu fostes gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria; a genética é de Tua mãe, e por ser ela cheia de graça, a fecundação foi maravilhosa!

Hoje, pedimos-Te, Senhor, que Teu Sangue lave a genética vinda de nossos pais, lave toda contaminação espiritual, todas as doenças e maldições, todos os problemas de rejeição e sofrimentos, tudo que nossa mãe absorveu com relação a vícios, brigas, abandonos, violências, desrespeitos e demais coisas que possamos ter enfrentado durante os nove meses de gestação. Sabemos que o Espírito Santo pode nos fazer nascer de novo, por isso entregamos nossos sofrimento em Teu poder, no Espírito Santo.

Pedimos ao Paráclito que faça novas todas as coisas, até mesmo nos faça nascer de novo e cure, desde o momento de nosso nascimento, todos os traumas que possamos ter enfrentado naquela hora, seja por cesária, parto normal ou forçado. Cura, Senhor, todas as dificuldades de aleitamento, amamentação, doenças, vacinas, a nossa criação em casa, as feridas por abandono, as agressões, nossos relacionamentos com irmãos, tios, primos e avós. Cura também, Senhor, a ida à escola, o contato com outras crianças e todo sofrimento que experimentamos em nossa primeira infância.

Oração de cura interior dos 7 aos 14 anos

Pai querido, nessa fase da infância, muitos de nós experimentamos abandonos e dúvidas em relação à nossa família, às rejeições nas diferenças de idade, do nosso corpo e sexo (masculino e feminino). Temos dúvidas em relação à diferença no nosso metabolismo, na cor da nossa pele, no nosso físico e cor dos nossos cabelos e olhos. Temos problema com nossa condição financeira, com a casa em que moramos e os bens que possuímos; e muito dessas coisas trazem para nós sentimos de feridas emocionais. Por isso, Senhor, queremos Te pedir a cura, um renascer no Espírito Santo.

É na idade de criança para adolescência que muitos complexos se desencadeiam em nós, muitos problemas de rebeldias, frustrações , incompreensões, medos e inseguranças. É nesta fase que surgem os complexos em relação ao abandono da família, às violências e aos abusos, sejam eles sexuais, de autoridades, de poder ou as dificuldades escolares com professores e colegas. Nos meninos, os traumas com a primeira ejaculação; nas meninas, a primeira menstruação; com ambos, os desejos de namoro, as paixões e todas as frustrações de não ser correspondido, os apelidos, as palavras que machucam e ferem. Queremos agora, Senhor, pedir a cura para esta fase tão delicada da nossa vida! Que Teu Sangue nos lave e que o passado não nos machuque mais. Éramos adolescentes e assim agíamos, mas não queremos mais ficar na condenação nem preso a esse passado.

Oração de cura interior a partir dos 14 anos até o dia de hoje

Senhor Jesus, Tu passaste por este período crítico da vida, que vai da adolescência à idade adulta, passando pela juventude. Por isso, gostaríamos de ter amado mais nossos pais como deveríamos, ter enfrentado doenças graves, não ter aprendido tantas coisas erradas por não dar ouvidos aos nossos pais, mas a outros adolescentes como nós ou maiores e mais experientes. Estes, Senhor, aproveitaram-se de nós usando argumentos falsos, induzindo-nos ao erro, a uma sexualidade errada, à masturbação, pornografia, bebidas ou drogas, mentiras, desonestidades, traições, adultérios e abandono da fé e da Igreja. Essas pessoas nos levaram ao abandono das verdades e da pureza, entregando-nos a uma vida impura.

Com essas atitudes, Senhor, vieram muitas consequências. Mas estamos arrependidos, queremos nos libertar desse entulho da nossa consciência, da nossa alma e tudo que ficou como pecado, miséria e sofrimentos interiores. No entanto, temos consciência, hoje, de que com o Teu poder e com o Espírito Santo podemos renovar todas as coisas, santificar o nosso passado com uma vida nova, pura e digna.

Senhor, queremos entregar nossa história, e muitas foram as histórias e decepções na formação escolar, com professores que não tinham fé e, por essa razão, abalaram nossa relação com a Igreja e com Deus. Entregamos-Te outros amigos nessa mesma dimensão, os erros formativos na vida profissional, no trabalho e assim também os erros nos namoros, noivados e casamentos, a geração de filhos, na formação de um lar religioso.

Desejaríamos não ter vivido dessa forma, seria bem melhor do jeito de Deus; mas erramos e, agora, temos de arcar com as consequências. Por isso, Senhor, pedimos Tua ajuda e libertação daquilo que nos prende e escraviza.

Sabemos que, às vezes, abandonamos a fé , envolvemo-nos com ocultismo, acreditamos na reencarnação, buscamos outros deuses. Quanto à nossa família, aos nossos amigos, trabalho e fé, pedimos que nos liberte e nos lave com Teu Sangue. Hoje, queremos consagrar a Ti nossa vida, família e trabalho, nossos bens, nossa casa e tudo que possuímos para vivermos esta vida nova em Teu amor.

Amém!

Autor: Padre Vagner Baia


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/oracao/oracao-de-cura-interior-pelas-etapas-da-vida/

23 de junho de 2015

Três pontos infalíveis para o fracasso da sua dieta

Hoje, existem milhares de dietas, às quais colocamos fim antes mesmo de começa-las 

Se você quer acabar com seu projeto de emagrecimento de forma rápida e eficaz, leia com atenção estes três itens:

Três pontos infalíveis para o fracasso da sua dieta
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

1º Conte para o maior número de pessoas possível que você está de dieta.

Todos os domingos, praticamente, eu divulgava para o mundo que o meu projeto "Dessa vez é para valer e vou lhe provar que isso é verdade" iria começar na segunda-feira e eu emagreceria para sempre. Como se o fato de outras pessoas saberem disso me atribuísse segurança e certeza de que iria até o fim em meu propósito, já que teria de apresentar algum resultado para elas. Mas estava redondamente enganada. A única coisa que conseguia com isso era ter amigos, família, parentes, conhecidos, vizinhos, papagaios, enfim, na minha cabeça, o tempo todo me cobrando pelo propósito furado e dizendo que eu precisava emagrecer. Coisa terrível.

Mas o problema maior era que, a cada nova tentativa, eu ficava ainda mais desacreditada perante o grupo e perante mim mesma, o que fatalmente atingia minha autoestima, baixando-a. Por inúmeras vezes, julguei não ser capaz de emagrecer e cheguei a pensar que seria gorda pela vida toda, e infeliz. Péssima perspectiva. Como as pessoas não entendiam o que se passava em meu interior, e muitas vezes nem eu sabia decifrar isso, elas tentavam me ajudar como podiam, porém era sempre de forma errada. Isso mais me atrapalhava do que ajudava. Portanto, pense bem no que tem feito para ajudar alguém com problema de obesidade. Ela precisa sentir-se acolhida por você e não testada.

2º Emagreça para provar para alguém que você é capaz desse grande feito.

Emagrecer não é tarefa fácil, mas é totalmente possível quando existe significado consistente e plausível para isso. A primeira exigência é que o sentido do emagrecimento esteja totalmente ligado a você.

Eu já fiz muitas dietas de evento, por exemplo. Já emagreci para ser madrinha de casamento, para o meu aniversário de 15 anos, para a minha formatura de segundo grau… Enfim, eu queria provar para as pessoas que eu era capaz de emagrecer, especialmente em eventos sociais onde seria vista por muitas delas. Porém, em todos esses casos, o prazo de validade do emagrecimento correspondia quase que à data do evento, já que, a partir dali, automaticamente, eu voltava a comer como se fosse uma pessoa magra por natureza e sem problema algum com a balança. Mentia para mim mesma, na maior cara dura do planeta, e acreditava que essa farsa iria funcionar.

Ah, mas não demorava muito para eu perceber que havia inflado novamente. Toda vez que isso acontecia, eu aumentava em, pelo menos cinco quilos, o meu peso anterior, o qual, diga-se de passagem, já estava de "ótimo tamanho". A sensação era de total humilhação. Só quem já passou ou passa por isso sabe e compreende o que eu estou falando. E o motivo era simples: Já havia "provado" para as pessoas que eu era capaz de emagrecer. Portanto, o sentido do emagrecimento realmente havia sido alcançado e eu já estava autorizada a cessar o processo.

A única coisa que você tem de provar para si mesmo é o quanto você é valoroso como ser humano exatamente da maneira como é: com suas qualidades e talentos, suas limitações e desacertos. Você merece emagrecer para ter qualidade de vida, saúde, um futuro saudável, para se sentir bem, belo, confortável em seu próprio corpo e no mundo, para desempenhar melhor sua missão, para ser feliz e realizado, enfim, entre inúmeros outros motivos. Tudo isso vai muito além do fator estético que por si só é vazio e sem graça. Absorver isso te permitirá conquistar um estilo de vida capaz de mudar seus hábitos para sempre, sem sofrimento descabido e com a possibilidade de colher muitos frutos, muito além do que você imagina.

3º Deseje ter o corpo exatamente igual ao de fulano de tal.

Na época, meu sonho era ter o corpo da atriz Cristiana Oliveira, que, por coincidência, havia emagrecido mais de trinta quilos. Eu colocava foto dela na porta da geladeira para que me servisse de inspiração. Só a diferença de altura entre mim e ela era de vinte centímetros para menos!. Além disso, queria ter o rosto da também atriz na época, Luciana Vendramini. Coisa simples e natural se, por acaso, eu fosse uma boneca de montar. Você não tem noção do tanto de energia e tempo que eu gastei nisso, sendo que nada mudou, é claro. Eu emagrecia, mas não ficava com o corpo igual ao dela de jeito nenhum; a não ser o branco dos olhos, que era igualzinho! Nessa lenga-lenga toda, eu acabei não dando atenção ao meu próprio corpo, e o emagrecimento que havia conquistado com tanto trabalho não tinha a importância devida. Dessa forma, eu não me sentia satisfeita; daí para a decepção, era um passo. Eis que o efeito dominó piorava cada vez mais o meu quadro. Engordava, engordava, engordava…

Só emagreci de forma eficaz quando aceitei meu corpo exatamente da forma que ele é: Sou baixa, tenho pernas e braços roliços, quadril largo, barriga protuberante, celulite, estria… Enfim, esse é o meu corpo, é ele que me sustenta no mundo, é o invólucro da minha alma, é ele que me leva para todos os lugares e me permite desfrutar da vida. Meu corpo contém a minha história, literalmente, ele é sagrado e, por isso, profundamente valoroso e precisa ser tratado como tal.

Como você tem tratado o seu corpo? Onde, de que forma e com quem tem buscado respostas para as suas aspirações? Tire um tempinho do seu dia para responder seus próprios questionamentos. A resposta que você precisa está aí dentro de você, bem perto. Tenha um ótimo trabalho de descoberta!

Muito em breve lançarei meu livro 'Olhar Avesso – Quando a vida é vista de dentro pra fora', pela editora Canção Nova. Estou imensamente feliz por isso, pois o reconheço como fruto do dia em que compreendi, realmente, que sou uma pessoa valorosa, assim como você!

Grande abraço.



Márcia Ribas

Márcia Ribas é formada em Comunicação Social (Rádio e TV), pós graduada em Counseling –  "a via intermediária entre o psicoterapeuta e o cabeleireiro". Com o desejo de usar da beleza e autoestima para ajudar as pessoas no processo de uma busca autônoma de solução ou transformação em suas vidas, Márcia criou um blog que relata sua experiência ao emagrecer quarenta quilos através de reeducação alimentar e atividade física. Em seu blog relata como foi altamente impactada ao descobrir o valor de ser gente, única e digna de cuidado, atenção e amor próprio. Página pessoal da autora: marciaribas.com.br


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/tres-pontos-infaliveis-para-o-fracasso-da-sua-dieta/

18 de junho de 2015

Razões para entender a indissolubilidade do matrimônio

Há muitas razões para entender a indissolubilidade do matrimônio

Jesus deixou bem claro que o casamento é uma realidade para toda a vida. Os fariseus perguntaram a Ele sobre o que Moisés tinha determinado, isto é, a possibilidade do divórcio: "É permitido a um homem rejeitar sua mulher por um motivo qualquer?" (Mt 19,3).

Razões para entender a indissolubilidade do matrimônio
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

O Senhor lhes deu uma resposta enfática: "Não lestes que o Criador, no princípio, fez o homem e a mulher e disse: Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e os dois formarão uma só carne? Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu". Jesus deixou claro: "Por causa da dureza de vosso coração que Moisés havia tolerado o repúdio das mulheres; mas no princípio não foi assim". E, por isso, Ele disse: "Eu vos declaro que todo aquele que rejeita sua mulher, exceto no caso de matrimônio falso, e desposa uma outra, comete adultério. E aquele que desposa uma mulher rejeitada, comete também adultério" (Mt 19,3-10).

Jesus enfatizou que "no princípio não era assim", ou seja, no coração de Deus, quando Ele criou o homem e a mulher, estabeleceu o casamento para sempre. "Sereis uma só carne" (Gen 2,23). Carne na Bíblia quer dizer natureza humana.

Há muitas razões para entender a indissolubilidade do matrimônio. São Paulo compara o casamento com a união de Cristo com Sua Esposa, a Igreja. "Maridos, amai as vossas esposas como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela" (Ef 5,25). Ora, então o casamento é sinal da união eterna de Jesus com a Igreja, e de maneira indissolúvel. Ele não se separa da Igreja nem a Igreja d'Ele. O Senhor derramou Seu Sangue por amor à Igreja, e Seus mártires fizeram o mesmo por amor a Ele.

A marca do verdadeiro amor é a indissolubilidade, pois amar é decidir fazer o outro feliz sempre. Isso não tem limite de tempo. Um amor provisório não é amor. Amar é comprometer-se com a felicidade do outro para sempre: na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, amando-o e respeitando-o todos os dias da sua vida.

O casamento é a base da família, e esta é a base da sociedade. Se o casamento se dissolver, a família se dissolverá e a sociedade perecerá. O Papa João Paulo II usou palavras muito fortes para explicar isso. Ele disse que "a família é insubstituível", que ela é "o santuário da vida", um "patrimônio da humanidade". Ela é a "Igreja doméstica". Da importância da família se entende a importância da indissolubilidade matrimonial.

O casamento faz surgir uma prole: filhos, netos, bisnetos… É desta união permanente que surge a beleza de uma família, berço da vida. É triste quando se quebra o vínculo da unidade pela separação do casal. Por isso, é necessário que os casamentos sejam bem preparados, de modo que não haja casamentos que mais tarde um Tribunal da Igreja possa declarar que foi nulo. E, infelizmente, isso tem acontecido muito, porque falta uma boa preparação para os casamentos. Muitos se casam sem maturidade, sem saber profundamente o que significa "amar", dar a vida pelo outro e pela família.

Há casamentos que duram 50, 60, 65 anos… Uma vez li essa história:

"Um famoso professor se encontrou com um grupo de jovens que falava contra o casamento. Argumentavam que o que mantém um casal é o romantismo e que é preferível acabar com a relação quando esse se apaga, em vez de se submeter à triste monotonia do matrimônio.

O mestre disse que respeitava a opinião deles, mas lhes contou a seguinte história: "Meus pais viveram 55 anos casados. Numa manhã, minha mãe descia as escadas para preparar o café e sofreu um enfarto. Meu pai correu até ela, levantou-a como pôde e quase se arrastando a levou até à caminhonete. Dirigiu a toda velocidade até o hospital, mas quando chegou, infelizmente ela já estava morta. Durante o velório, meu pai não falou. Ficava o tempo todo olhando para o nada. Quase não chorou. Eu e meus irmãos tentamos, em vão, quebrar a nostalgia recordando momentos engraçados.

Na hora do sepultamento, papai, já mais calmo, passou a mão sobre o caixão e falou com sentida emoção: "Meus filhos, foram 55 bons anos. Ninguém pode falar do amor verdadeiro se não tem ideia do que é compartilhar a vida com alguém por tanto tempo". Ele fez uma pausa, enxugou as lágrimas e continuou: "Ela e eu estivemos juntos em muitas crises. Mudei de emprego, renovamos toda a mobília quando vendemos a casa e mudamos de cidade. Compartilhamos a alegria de ver nossos filhos concluírem a faculdade, choramos um ao lado do outro quando entes queridos partiam. Oramos juntos na sala de espera de alguns hospitais, nos apoiamos na hora da dor, trocamos abraços em cada Natal e perdoamos nossos erros. Filhos, agora ela se foi, eu estou contente. E vocês sabem por quê? Porque ela se foi antes de mim e não teve de viver a agonia e a dor de me enterrar, de ficar só depois da minha partida. Sou eu que vou passar por essa situação, e agradeço a Deus por isso. Eu a amo tanto que não gostaria que sofresse assim".

Quando meu pai terminou de falar, meus irmãos e eu estávamos com os rostos cobertos de lágrimas. Nós o abraçamos e ele nos consolou dizendo: "Está tudo bem, meus filhos, podemos ir para casa".

Esse foi um bom dia. E, por fim, o professor concluiu: "Naquele dia, entendi o que é o verdadeiro amor. Ele está muito além do romantismo, e não tem muito a ver com o erotismo, mas se vincula ao trabalho e ao cuidado a que se professam duas pessoas realmente comprometidas".

Quando o mestre terminou de falar, os jovens universitários não puderam argumentar, pois esse tipo de amor era algo que não conheciam. O verdadeiro amor se revela nos pequenos gestos, no dia a dia e por todos os dias. O verdadeiro amor não é egoísta, não é presunçoso nem alimenta o desejo de posse sobre a pessoa amada.

"Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado com certeza chegará mais longe." "A paciência pode ser amarga, mas seus frutos são doces."

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Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/divorcio/razoes-para-entender-a-indissolubilidade-do-matrimonio/

15 de junho de 2015

O amor é construído entre dores e alegrias

"O amor só é lindo quando encontramos alguém que nos transforma no melhor que podemos ser"  (Mário Quintana)

O namoro é o momento do encontro de duas histórias; e todo encontro é sempre delicado. Não se começa a namorar sem uma história familiar, humana, afetiva, social, intelectual, espiritual… Quando homem e mulher se encontram, encontra-se também todo um histórico construído ao longo de muitas estações da vida. Por isso, o namoro precisa de tempo para que o conhecimento da história de cada um seja verdadeiro e profundo.

O amor é construído entre dores e alegrias
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Namorar não é queimar etapas de um processo. No tempo de namoro, é preciso ter a coragem de não esconder a história um do outro. Quem esconde sua origem esconde-se de si mesmo. É preciso coragem para deixar-se conhecer e ser conhecido. Onde o medo domina o amor se esconde.

Nessas duas histórias que se encontram, há todo um passado que precisa ser partilhado e compreendido. O casal que não compreende o passado um do outro, vai usá-lo,diante das primeiras dificuldades, como argumento para ataques. Amar é também a arte da compreensão. Não há necessidade de concordar com possíveis erros acontecidos no passado de quem está se conhecendo agora, mas é necessária a misericórdia que abraça as fragilidades do outro e lhe dá a oportunidade de recomeçar.

Muitos começam o namoro apaixonados pela perfeição que enxergam naquele que dizem amar. Com o tempo, a perfeição vai dando lugar à realidade. Amor não é paixão, mas sim um estágio muito superior, que é construído entre dores e alegrias. Não existem pessoas perfeitas, mas seres humanos que desejam juntos construir uma história de felicidade apesar de suas limitações, pecados e fragilidades. Somente o casal que se descobre imperfeito poderá buscar a santificação no amor partilhado.

Não há como exigir que o outro ame 100%. Será no processo de conhecimento que ambos vão descobrir quanto cada um aprendeu a amar. Alguns aprenderam a amar 30%, porque a sua história de vida lhe proporcionou somente essa porcentagem. Outros vão amar 50%, e outros ainda apenas 10%. Como encarar e enfrentar essa realidade? Nem sempre será fácil. Exigirá paciência, compreensão, oração e muito amor para ser partilhado. Há disponibilidade interior para aceitar o que o outro pode lhe oferecer de amor no momento? Há misericórdia suficiente para acolher os 30% de amor que o outro pode oferecer? Há paciência para esperar que o amor cresça naquele coração que ainda está em fase de construção?

Há muitos casais de namorados perdidos em seus próprios relacionamentos, pois, quando estavam apaixonados, enxergavam que o outro o amava 100%, mas com o passar do tempo descobriram que só eram amados 20%. Amor é construção diária, é um superar as dificuldades tendo como objetivo a felicidade que abraça com misericórdia duas histórias que decidiram construir uma nova história em comum.

A paixão começa a mostrar os seus limites quando o amor começa a ser mais forte que a perfeição antes vislumbrada. Somente com o amor será possível construir uma vida a dois.



Padre Flávio Sobreiro

Padre Flávio Sobreiro Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP. Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre – MG. Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Cambuí-MG). Padre da Arquidiocese de Pouso Alegre – MG.

flaviosobreiro@yahoo.com.br


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/namoro/o-amor-e-construido-entre-dores-e-alegrias/

11 de junho de 2015

Como o corpo pode levar o homem à santidade?

Deus criou o corpo para também por ele conduzir o homem à santidade

Todos nós, sem exceção, somos chamados à santidade. Mas, diferentemente dos anjos que são puro espírito, o nosso chamado adquire uma forma muito especial para se manifestar: o nosso corpo. E como filhos de Deus, somos predestinados a participar da íntima relação de amor existente na Santíssima Trindade; faremos parte, no fim dos tempos, do "banquete do Cordeiro" (Ap. 19, 9). Seremos santos, mas essa vocação à santidade já adquire sua concretude aqui, no nosso tempo e espaço.

Como o corpo pode levar o homem à santidade
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Em um momento histórico, situado nos primeiros séculos da era cristã, tivemos o surgimento de alguns movimentos que faziam certa oposição entre corpo e alma, afirmando ser a alma um bem que devemos aperfeiçoar e o corpo um mal a ser rejeitado. Os maniqueístas, por exemplo, defendiam essa concepção do homem.

Entretanto, o homem é um ser integral, feito pelas mãos do próprio Deus e com a Sua apreciação, que olha a criatura e diz que "é muito boa" (Gn 1,31). O homem foi feito de material palpável, da terra, do barro… matéria física e concreta. O Senhor soprou nele a vida e, assim, o primeiro homem foi constituído em alma, espírito e corpo! Esse é o homem integral.

Se temos, assim, um chamado à santidade, só poderemos corresponder-lhe por meio do nosso ser integral. E como sabemos que existimos? Como se manifesta nossa alma e espírito? Através do corpo. Nas atividades cotidianas, na forma como olhamos as pessoas ao nosso redor, como lhes entregamos nosso sorriso, nossa ajuda, na maneira como desenvolvemos nossos afazeres, podemos ser sujeitos e canais de santidade.

Certa vez, um garoto perguntou à sua mãe como eles se reconheceriam no céu. "Como saberei que você é você, mamãe?". Que pergunta brilhante! Não será de outra forma senão pelos olhos do nosso corpo; saberemos quem o outro é pela forma que ele possui, o tocaremos com nossas mãos, abraçaremos com nossos braços.

Porém, em nossos tempos, infelizmente encontramos muitos apelos para profanar a santidade que nossos corpos carregam, desviando-nos da nossa missão fundamental de santidade. O lugar central de Deus é, inúmeras vezes, substituído pelo corpo humano.

Imagens fantasiosas de corpos femininos perfeitos levam muitas mulheres a desenvolverem um parâmetro irreal do que é bom, belo e saudável. O mesmo se dá com os homens, que além de projetarem a imagem de uma mulher que não existe (a mulher com curvas perfeitas divulgada na grande mídia), também fazem de si pequenos deuses em busca da perfeição estética.

No fim das contas, essa sede de perfeição é própria de todo ser humano. Queremos o belo e o perfeito, nossas almas foram feitas para isso! Somos cidadãos do Éden, lugar de perfeita ordem, da beleza infinita de Deus manifestada em toda a criação.

Contudo, nossa cultura inverte completamente o significado mais profundo do corpo. Em vez de levarmos o ser humano a realizar-se plenamente na sua humanidade e, por meio de seu corpo, ser sujeito de santidade, as prioridades são invertidas e não somos mais dom ao outro. Ao contrário, fazemos do corpo um meio para a satisfação, para o prazer pessoal. O outro deixa, assim, de ser sujeito de santidade, passando a ser um objeto.

Entretanto, se temos em nossa humanidade as marcas do pecado original que significou essa ruptura com o perfeito, temos também o "eco da inocência original" (João Paulo II, 1980). Na Teologia do Corpo, o Papa dirá que, através do corpo, a santidade entrou no mundo. Que santa realidade! Que linda ousadia proclamar essa verdade sobre o significado do ser humano!

Podemos, assim, escolher o caminho dessa inocência original que todos temos marcada em nossas almas. A perfeição pode hoje acontecer para mim e para você por meio dos nossos corpos.

As mãos poderão plantar as sementes do Reino que sentimos saudade. Os pés podem ir em direção ao outro e, com um sorriso, convidá-lo para a mesma santidade que desejamos viver. O abraço acolherá a dor, os ouvidos serão território onde outros poderão partilhar suas trilhas, o nariz, as pernas, ombros… tudo é material que constrói a santidade, vocação de todo homem!


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/castidade/como-o-corpo-pode-levar-o-homem-a-santidade/