11 de junho de 2015

Como o corpo pode levar o homem à santidade?

Deus criou o corpo para também por ele conduzir o homem à santidade

Todos nós, sem exceção, somos chamados à santidade. Mas, diferentemente dos anjos que são puro espírito, o nosso chamado adquire uma forma muito especial para se manifestar: o nosso corpo. E como filhos de Deus, somos predestinados a participar da íntima relação de amor existente na Santíssima Trindade; faremos parte, no fim dos tempos, do "banquete do Cordeiro" (Ap. 19, 9). Seremos santos, mas essa vocação à santidade já adquire sua concretude aqui, no nosso tempo e espaço.

Como o corpo pode levar o homem à santidade
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Em um momento histórico, situado nos primeiros séculos da era cristã, tivemos o surgimento de alguns movimentos que faziam certa oposição entre corpo e alma, afirmando ser a alma um bem que devemos aperfeiçoar e o corpo um mal a ser rejeitado. Os maniqueístas, por exemplo, defendiam essa concepção do homem.

Entretanto, o homem é um ser integral, feito pelas mãos do próprio Deus e com a Sua apreciação, que olha a criatura e diz que "é muito boa" (Gn 1,31). O homem foi feito de material palpável, da terra, do barro… matéria física e concreta. O Senhor soprou nele a vida e, assim, o primeiro homem foi constituído em alma, espírito e corpo! Esse é o homem integral.

Se temos, assim, um chamado à santidade, só poderemos corresponder-lhe por meio do nosso ser integral. E como sabemos que existimos? Como se manifesta nossa alma e espírito? Através do corpo. Nas atividades cotidianas, na forma como olhamos as pessoas ao nosso redor, como lhes entregamos nosso sorriso, nossa ajuda, na maneira como desenvolvemos nossos afazeres, podemos ser sujeitos e canais de santidade.

Certa vez, um garoto perguntou à sua mãe como eles se reconheceriam no céu. "Como saberei que você é você, mamãe?". Que pergunta brilhante! Não será de outra forma senão pelos olhos do nosso corpo; saberemos quem o outro é pela forma que ele possui, o tocaremos com nossas mãos, abraçaremos com nossos braços.

Porém, em nossos tempos, infelizmente encontramos muitos apelos para profanar a santidade que nossos corpos carregam, desviando-nos da nossa missão fundamental de santidade. O lugar central de Deus é, inúmeras vezes, substituído pelo corpo humano.

Imagens fantasiosas de corpos femininos perfeitos levam muitas mulheres a desenvolverem um parâmetro irreal do que é bom, belo e saudável. O mesmo se dá com os homens, que além de projetarem a imagem de uma mulher que não existe (a mulher com curvas perfeitas divulgada na grande mídia), também fazem de si pequenos deuses em busca da perfeição estética.

No fim das contas, essa sede de perfeição é própria de todo ser humano. Queremos o belo e o perfeito, nossas almas foram feitas para isso! Somos cidadãos do Éden, lugar de perfeita ordem, da beleza infinita de Deus manifestada em toda a criação.

Contudo, nossa cultura inverte completamente o significado mais profundo do corpo. Em vez de levarmos o ser humano a realizar-se plenamente na sua humanidade e, por meio de seu corpo, ser sujeito de santidade, as prioridades são invertidas e não somos mais dom ao outro. Ao contrário, fazemos do corpo um meio para a satisfação, para o prazer pessoal. O outro deixa, assim, de ser sujeito de santidade, passando a ser um objeto.

Entretanto, se temos em nossa humanidade as marcas do pecado original que significou essa ruptura com o perfeito, temos também o "eco da inocência original" (João Paulo II, 1980). Na Teologia do Corpo, o Papa dirá que, através do corpo, a santidade entrou no mundo. Que santa realidade! Que linda ousadia proclamar essa verdade sobre o significado do ser humano!

Podemos, assim, escolher o caminho dessa inocência original que todos temos marcada em nossas almas. A perfeição pode hoje acontecer para mim e para você por meio dos nossos corpos.

As mãos poderão plantar as sementes do Reino que sentimos saudade. Os pés podem ir em direção ao outro e, com um sorriso, convidá-lo para a mesma santidade que desejamos viver. O abraço acolherá a dor, os ouvidos serão território onde outros poderão partilhar suas trilhas, o nariz, as pernas, ombros… tudo é material que constrói a santidade, vocação de todo homem!


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/castidade/como-o-corpo-pode-levar-o-homem-a-santidade/

9 de junho de 2015

O noivado é uma escola para o casamento

Para muitas pessoas, o noivado é um tempo de preparar as festividades do casamento

Os casais se tornam noivos quando têm a data do casamento agendada, mas noivado é muito mais que isso, é um momento que o casal tem de amadurecer a sua consciência para as exigências e a realidade do matrimônio. É um momento de aterrissar nos desafios que um relacionamento a dois vai impor aos noivos.

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Foto: Roger Ferrari

Por isso, é preciso fazer do noivado um momento de grande diálogo, conhecimento mútuo e decisões, inclusive no campo financeiro e material. O magistério da Igreja, no documento "Preparação para o Sacramento do Matrimônio", do Pontifício Conselho para a Família, chama esse momento de "preparação próxima". O tempo do noivado, que vai incluir a preparação da liturgia do matrimônio e outras coisas, é chamado por esse documento de "preparação imediata".

É preciso fazer desse tempo um momento de preparação para a nova realidade do casamento, da família e do relacionamento a dois. Quem casa está assumindo a proposta de vida de Jesus Cristo, inclusive uma instituição cristã. Então, antes de assumir esse compromisso, é preciso entender muito bem o que se está assumindo: o que é um matrimônio, o que é uma família cristã, o que é o relacionamento a dois dentro dessas realidades. Um grande erro e causa de nulidade da validade de muitos matrimônios é justamente a falta de conhecimento da realidade do que se está assumindo. Casar, sem fazer essa preparação, é como assinar um contrato sem ter a menor ideia do que ele diz, sem lê-lo. Na hora que a pessoa menos esperar, estará cheia de dívidas impagáveis.

Para isso são importantes alguns aspectos:

1) Aprofundamento da vida de fé na Igreja. Crescer na oração, na escuta da Palavra de Deus e, sobretudo, a oração a dois.

2) Aprofundamento do significado do matrimônio e da família cristã. Dentro disso, destaco alguns tópicos que precisam ser conhecidos:
* O que é a liberdade de consentimento, sem o qual não pode acontecer o vínculo matrimonial;
* O que é e como acontece a unidade do casal;
* A importância e o significado da indissolubilidade matrimonial;
* A educação para a paternidade e a maternidade responsável;
* Estudo e aprendizado sobre aspectos da sexualidade conjugal respeitando a lei natural;
* Reflexão sobre a educação dos filhos.

3) Crescimento na imitação de Cristo como modelo a ser seguido: consciência de doação e renúncia de si. Deve haver um dinamismo sacramental, de maneira especial o sacramento da reconciliação e Eucaristia.

4) Ter consciência da missão própria da família nos campos educativo, social e eclesial.

5) Ser formado nos valores da dignidade da vida humana e da família. A mentalidade contraceptiva, a relativização do significado do amor humano, ideias feministas e machistas levam muitos noivos a entrarem no casamento com muitos valores deformados. É grave a necessidade de que eles sejam bem formados quanto a essas questões.

6) É importante que os noivos discutam questões práticas e fundamentais como o número de filhos que gostariam de ter (lembrando que um casal não aberto à vida não constitui um matrimônio valido), o trabalho da mulher diante das exigências do lar, as atividades religiosas e a educação dos filhos na fé e outras questões. Porém, também é importante ajustar questões aparentemente bobas, mas que podem ser causas de conflitos como a organização da casa, o relacionamento com a família do outro, comportamentos constrangedores, higiene e educação na vida íntima (coisas do dia a dia).

Tornar-se noivo não é firmar um compromisso quase indissolúvel. Por isso, a Igreja coloca o noivado fora da celebração da Santa Missa. O grande vínculo, indissolúvel, só será feito no matrimônio. Claro, é um passo a mais, uma maturidade maior no relacionamento, e isso implica compromisso. Porém, o grande compromisso do noivado é a preparação para o matrimônio, e este deve durar o tempo que for necessário para que o futuro casal esteja em condições de constituir uma nova igreja doméstica, uma família, uma casa de amor, que maravilhosamente anuncia a comunhão que existe na Trindade Santa.

 


André Botelho

André L. Botelho de Andrade é casado e pai de três filhos. Com formação em Teologia e Filosofia Tomista, Andrade é fundador e moderador geral da comunidade católica Pantokrator, à qual se dedica integralmente.
http://www.pantokrator.org.br


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/namoro/o-noivado-e-uma-escola-para-o-casamento/

5 de junho de 2015

Consagração ao Sagrado Coração de Jesus

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus é uma das expressões mais difundidas na Igreja

Consagração ao Sagrado Coração de Jesus

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Entrego-me e consagro ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo minha pessoa e vida, minhas ações, dores e sofrimentos, para que eu utilize meu corpo somente para honrar, amar e glorificar o Sagrado Coração.

Esse é meu propósito definitivo e único: ser todo de Deus e fazer tudo por amor a Ele; ao mesmo tempo, renunciar, com todo meu coração, qualquer coisa que não lhe compraz; além de tomar-te, Ó Sagrado Coração, para que sejas ele o único objeto de meu amor, o guardião de minha vida, meu seguro de salvação, o remédio para minhas fraquezas e inconstâncias, a solução aos erros de minha vida e meu refúgio seguro à hora da morte.

Seja, ó Coração de Bondade, meu intercessor ante Deus Pai e livra-me de Sua sabia ira. Ó Coração de Amor, ponho toda minha confiança em ti, temo minhas fraquezas e falhas, mas tenho esperança em tua divindade e bondade.

Tira de mim tudo o que está mal e tudo o que não faça Tua santa vontade. Permite a Teu amor puro a que se imprima no mais profundo de meu coração, para que eu não me esqueça nem me separe de ti.

Que eu obtenha de tua amada bondade a graça de Ter meu nome escrito em Teu coração, para depositar em Ti toda minha felicidade e glória, viver e morrer em Tua bondade. Amém.

Santa Margarida Maria Alacoque

3 de junho de 2015

Origem da festa de Corpus Christi

A Igreja celebra a Festa de Corpus Christi  solenemente a instituição do Santíssimo Sacramento da Eucaristia

Podemos encontrar vários testemunhos da crença da real presença de Jesus no Pão e no Vinho consagrados na Santa Missa desde os primórdios da Igreja.

Origem da festa de Corpus Christi
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com 

Mas, certa vez, no século VIII, na freguesia de Lanciano (Itália), um dos monges de São Basílio foi tomado de grande descrença e duvidou da presença de Cristo na Eucaristia. Para seu espanto, e para benefício de toda a humanidade, na mesma hora a Hóstia consagrada transformou-se em Carne e o Vinho consagrado transformou-se em Sangue. Esse milagre tornou-se objeto de muitas pesquisas e estudos nos séculos seguintes, mas o estudo mais sério foi feito em nossa era, entre 1970/71, e revelou ao mundo resultados impressionantes:

A Carne e o Sangue continuam frescos e incorruptos, como se tivessem sido recolhidos no presente dia, apesar dos doze séculos transcorridos. O Sangue encontra-se coagulado externamente em cinco partes; internamente ele continua líquido. Cada porção coagulada de sangue possui tamanhos diferentes, mas todas possuem exatamente o mesmo peso, não importando se pesadas juntas, combinadas ou separadas. São Carne e Sangue humanos, ambos do grupo sanguíneo AB, raro na população do mundo, mas característico de 95% dos judeus. Todas as células e glóbulos continuam vivos. A Carne pertence ao miocárdio, que se encontra no coração (e este órgão sempre foi símbolo de amor!).

Mesmo com esse milagre, entre os séculos IX e XIII surgiram grandes controvérsias sobre a presença real de Cristo na Eucaristia. Alguns afirmavam que a ceia se tratava apenas de um memorial que simbolizava a presença de Cristo. Foi somente em junho de 1246 que a festa de Corpus Christi foi instituída, após vários apelos de Santa Juliana, cujas visões solicitavam a instituição de uma festa em honra ao Santíssimo Sacramento. Em outubro de 1264 o Papa Urbano IV estendeu a solenidade para toda a Igreja. Nessa celebração religiosa, o maior dos sacramentos deixados à Igreja mostra a sua realidade: a Redenção.

A Eucaristia é o memorial sempre novo e sempre vivo dos sofrimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo por nós. Mesmo separando Seu Corpo e Seu Sangue, Jesus se conserva por inteiro em cada uma das espécies. É pela Eucaristia, especialmente pelo Pão, sinal do alimento que fortifica a alma, que tomamos parte na vida divina, nos unindo a Cristo e, por Ele, ao Pai, no amor do Espírito Santo. Essa antecipação da vida divina aqui, na Terra, mostra-nos claramente a vida que receberemos no Céu, quando nos for apresentado, sem véus, o banquete da eternidade.

O centro da Celebração Eucarística será sempre a Eucaristia e, por ela, o melhor e o mais eficaz meio de participação no divino ofício. Aumentando a nossa devoção ao Corpo e Sangue de Jesus, como Ele próprio estabeleceu, alcançaremos mais facilmente os frutos da Redenção!

 


Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/doutrina/origem-da-festa-de-corpus-christi/

1 de junho de 2015

Os filhos estão com excesso ou falta de amor?

Quando o assunto é educação, surgem as dúvidas: estamos permeando os filhos pela falta ou pelo excesso de amor?

Diante de um mundo na qual predomina o desequilíbrio econômico, onde alguns países possuem excesso de riqueza e outros a escassez de recursos, as pessoas acabam se acostumando a conviver com essas diferenças e, muitas vezes, deixam de perceber as consequências.

Os filhos estão com excesso ou da Falta de Amor
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Na formação dos filhos também podemos ver excessos ou escassez nos relacionamentos. Por isso, precisamos nos perguntar como anda o equilíbrio da afetividade nas famílias, sejam elas carentes ou não, e quais consequências tem sido colhidas na vida adulta.

É claro que, como mantenedores das necessidades emocionais e físicas dos filhos, as ações dos pais impactam fortemente na constituição da psique dos filhos. Mas a falta de tempo e o excesso de culpa têm permeado muitas relações e trazido muitos sofrimentos. Por isso, é momento de estar mais presente e não assumir a responsabilidade das decisões que são tomadas pelos filhos, e que não pertencem aos pais.

As mães, no papel maternal, geralmente propiciam vínculos afetivos e amor incondicional a seus filhos, e mesmo não concordando com atitudes deles, não os abandona nem se rendem ao impossível. Entretanto, a escassez de tempo, a necessidade de vencer no mundo profissional e a opção de deixar outra pessoa em seu lugar pode levá-las a um vazio. Ao contrário, uma mãe que não trabalha, não têm projetos, pode passar um tempo em excesso com as crianças, levando-as [as mães] a considerar a maternidade um peso. Depois, por serem responsáveis pela felicidade da mãe, muitos filhos adultos apresentam uma conta afetiva alta, que os impede de seguir a vida. O equilíbrio na dose de afeto maternal vai definir quem os filhos serão emocionalmente.

Outro ponto importante é o relacionamento do casal, pois é a mãe quem abre espaço para a relação entre pai e filho (a); muitas vezes, as esposas competem pelo amor do filho, atrapalhando a criação de vínculos que vão organizar a afetividade dos filhos com os pais. É importante que o casal invista na vida a dois e também no convívio com os filhos, são amores diferentes que, bem equilibrados, se completam. Filhos são importantes, mas não são a única prioridade do casal.

Os pais, no papel masculino, contribuem com o cumprimento da lei, fazem o corte entre mãe e filho, permitindo que este se enxergue como indivíduo. Quando chega o tempo do filho buscar novos horizontes, faz o convite para sair do ninho em busca da liberdade, a qual traz responsabilidades e direitos. Escolhas fazem parte do processo de amadurecimento. Alguns pais excedem nas leis e gastam pouco tempo na convivência que ajudaria nesse aprendizado, ou, por insegurança, dificultam a saída de casa, criando filhos dependentes e frágeis.

É logico que as crianças não restringem suas relações apenas aos pais. À medida que crescem, expandem o convício social, mas, na primeira infância, as referências que marcam a existência das pessoas provêm do ambiente familiar.

A demonstração de afeto varia de pessoa para pessoa, sendo pais ou filhos. Alguns capricham no carinho, outros investem na educação ou têm um senso prático de solucionar problemas, não importa a forma, mas a criança precisa se sentir amada e valorizada para poder amar e valorizar o outro.

O texto nos leva a uma reflexão: o relacionamento com os filhos tem sido permeado pela escassez ou abundância? Ou, então, encontrou o equilíbrio que, possivelmente, formará adultos mais saudáveis e comprometidos com o equilíbrio do mundo.



Ângela Abdo

Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. Atua como curadora da Fundação Nossa Senhora da Penha e conduz workshops de planejamento estratégico e gestão de pessoas para lideranças pastorais.

Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial. Possui mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape. Atua como consultora em pequenas, médias e grandes empresas do setor privado e público como assessora de qualidade e recursos humanos e como assistente social do CST (Centro de Solidariedade ao Trabalhador). É atual presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) do Espírito Santo e diretora, gerente e conselheira do Vitória Apart Hospital.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/os-filhos-estao-com-excesso-ou-da-falta-de-amor/

29 de maio de 2015

O que é o discernimento dos espíritos?

 O discernimento é um dom "protetor da comunidade e de todos os outros dons"

O discernimento é uma habilidade ou a capacidade dada por Deus de se reconhecer a identidade (e, muitas vezes, a personalidade e a condição) dos "espíritos" que estão por trás de diferentes manifestações ou atividades. Este dom, essencial à Igreja, é geralmente concedido aos pastores do rebanho de Deus e aos que estão em posição de guardar e guiar os santos.

O que é o discerniemto dos espíritos

Como podemos ver na definição acima, esse dom de Deus nos ajuda a perceber a origem de uma intuição, de um pensamento, a causa de um comportamento, especialmente quando este se nos apresenta de forma estranha.

Como dom [discernimento dos espíritos], não procede das capacidades simplesmente humanas nem das deduções científicas que possamos ter adquirido. "O discernimento é intuição pela qual sabemos o que é, verdadeiramente, do Espírito Santo".

O discernimento também pode ser visto como uma espécie de visão ou sensibilidade; é uma revelação espiritual da operação de diferentes tipos de espíritos numa pessoa ou numa situação; é o meio pelo qual Deus faz os cristãos tomarem consciência do que está acontecendo.

Após todas estas definições, podemos nos perguntar: Qual o benefício esse dom nos traz ao ser usado de forma adequada? Como utilizá-lo? Como deve ser utilizado pelas pessoas, quando estas vivem situações complexas? Como elas devem proceder a partir da orientação certa e segura que o discernimento lhes deu?

O uso do dom do discernimento

O carisma em estudo nos permite agir de forma correta em um fato ou situação que temos em mãos, no momento. Permite-nos identificar a causa dessa situação especial, podendo, assim, nos levar à raiz, ao princípio que a move, que a origina, encaminhando à situação acertada e feliz.

O uso do dom nos ajuda, portanto, a conhecer o espírito, isto é, o princípio animador (anima = o que anima, move, movimenta, etc.). Com ele, podemos chegar, com facilidade, à origem de uma inspiração e confirmar de onde esta pode vir:

– Se provém de Deus (ou de Deus por meio de Seus anjos, os Seus mensageiros);

– Se tem origem na mente humana (a qual pode estar sã, doentia, desequilibrada ou alterada);

– Se provém dos espíritos maus (do demônio ou de influências espirituais maléficas).

O discernimento ajuda-nos, ainda, a distinguir o certo do errado, o verdadeiro do falso, orientando nossas vidas na fé e doutrina de Jesus Cristo. O Senhor tem para nós esse grande dom, esse precioso dom, que é o discernimento dos espíritos. Embora ele seja um dom, embora nos seja dado gratuitamente, é resultado, também, da nossa caminhada. Precisamos caminhar e amadurecer e o que nos torna maduros é a perseverança, a oração, a Palavra de Deus e a docilidade. E com a maturidade vem também o discernimento dos espíritos.

Que Deus dê a você esse grande dom. Você pode orar agora: Senhor Jesus, peço o discernimento dos espíritos. Preciso muito desse dom para não confundir todas as coisas. Não quero saber de nada de mau, não quero saber confundir. Quero ser guiado, conduzido, orientado pelo Senhor. Dá-me, Senhor, o dom do discernimento dos espíritos. Amém!

Peço para você a graça da caminhada, do crescimento, para que venha a trilhar o seu caminho com perseverança. Peço que, amadurecido, crescido e arraigado em Jesus, que você tenha todo discernimento para poder servir ao Senhor cada vez melhor; como bom e prudente e a quem o Senhor pode confiar o que tem de mais precioso.

Vinde, Espírito Santo, e dai-nos o dom de discernir.


Padre Luizinho

Padre Luizinho, natural de Feira de Santana (BA), é sacerdote na Comunidade Canção Nova. Ordenado em 22 de dezembro de 2000, cujo lema sacerdotal é "Tudo posso naquele que me dá força". Twitter: http://@peluizinho


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/espirito-santo/o-que-e-o-discernimento-dos-espiritos/

27 de maio de 2015

Perdoar sem medo de amar

Perdoar nem sempre é fácil, principalmente quando a causa da ofensa abriu profundas feridas no coração 
Muitos caminham pela vida com feridas abertas há muitas décadas, buscam a cura para a cicatrização; mas quando pensam que ela ocorreu, a ferida se abre novamente e causa dores maiores que no passado.
Perdoar sem medo de amar
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com 
Jesus nos diz que devemos perdoar o nosso irmão setenta vezes sete, ou seja, o perdão não tem limites para ser concedido. No entanto, nossa realidade humana, frágil e pecadora insiste em deixar que a ofensa seja maior que o perdão. Tudo isso se deve à profundidade que a mágoa causou em nossa alma. Bom mesmo seria se conseguíssemos perdoar sempre e de coração.
O perdão é um processo que precisa de nossa ajuda para que possa ser concedido de maneira plena. As causas das mágoas podem ser várias e ocorrer nas mais diversas situações, desde uma palavra mal interpretada até uma carência profunda e sem consciência. Muitos são os motivos para que as feridas abertas demorem muito tempo para serem cicatrizadas.

Quanto mais remoemos em nosso coração a ofensa sofrida, maior será a dificuldade de perdoar. A mágoa que é alimentada pelo nosso coração não é benéfica para o nosso processo de cura interior. Pelo contrário, uma mágoa que é alimentada constantemente pelo sentimento de revolta aumenta as dores emocionais e dificulta a processo de cicatrização de uma ferida aberta.
O desejo de vingança é bastante comum em quem sofreu uma traição. O primeiro sentimento que surge no coração de quem passa por e processo é: "Assim como fez comigo, também farei". Esse sentimento é sempre prejudicial, porque nunca iremos resolver um problema usando das mesmas armas que feriram nossa alma. Guerra de sentimentos produz destruição em massa do amor. A solução para os conflitos não se busca na vingança, mas sim no diálogo sincero, maduro e humano.
Também não adianta falarmos para todo mundo e espalharmos aos quatro ventos a revolta que sentimos, se nunca temos a coragem de procurar quem nos ofendeu. Palavras de revolta, quando partilhadas com todos, podem aumentar os princípios de reconciliação. São muitas as situações em que o ser humano precisa de uma plateia que aplauda suas críticas para reforçar a autoestima de que o agressor não merece perdão.
No tumulto das emoções, toda busca de reconciliação e de paz será infrutífera. É preciso cultivarmos a paciência da espera. Emoções à flor da pele nunca vão nos ajudar na busca da paz. O tempo é um precioso aliado para quem deseja fazer do perdão um ponto de partida para um novo recomeço. Espere até que as ondas da fúria possam ceder lugar à serenidade das águas de um lago.
Nunca deixe de orar pela situação que você enfrenta. A oração é o alimento da alma e a paz que acalma nossos sentimentos. Busque na oração o primeiro passo para a cura de suas mágoas. Coloque tudo o que você sente nas mãos de Deus e deixe que Ele transforme o negativo de suas emoções nas flores do perdão.



Padre Flávio Sobreiro

Padre Flávio Sobreiro Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP. Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre – MG. Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Cambuí-MG). Padre da Arquidiocese de Pouso Alegre – MG.

Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/perdoar-sem-medo-de-amar/