12 de maio de 2015

O que acontecerá se pararmos de rezar?

Quando deixamos de rezar, acontece uma grande mudança em nosso interior

Na verdade, eu nunca havia parado para pensar sobre isso, talvez por saber o bem que a oração me proporciona e também por ter, desde criança, aquela discreta lembrança que "Deus castiga se não rezamos". A feliz descoberta que tenho feito, a cada dia, é que, se eu parar de rezar, Deus não vai parar de me amar, pois o amor d'Ele é incondicional. Ele não ama porque é amado, antes ama, porque é o próprio amor.

O que acontecerá se pararmos de rezar?
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Você poderia me perguntar: "Então, por que a Palavra de Deus nos ensina: 'Orai sem cessar em todas as circunstâcias?'" (Tes. 5). É que a oração purifica o coração de todos os afetos desordenados ligados às coisas terrenas e passageiras e nos aproxima de Deus, de quem nossa alma tem sede e saudade, mesmo que ainda não tenhamos consciência disso.

Compreendi melhor o valor da oração ouvindo a história que partilho também com você: "Conta-se que, numa floresta, existia uma ermida antiga, abandonada e dedicada a São Roque. Todos os anos, pela passagem de sua festa, vinha o piedoso sacristão da aldeia vizinha, que varria e enfeitava o pequeno santuário com simplicidade e beleza. Na véspera da festa, o velho sino da ermida era tocado fortemente para convidar os moradores das redondezas a participar dos festejos. No alto da torrezinha, o sino havia guardado um ano de silêncio e solidão. Aves e insetos noturnos encontraram ali um abrigo tranquilo, onde se aninharam confortavelmente dominando o espaço. Porém, bastava o primeiro repicar do sino e todos saíam esvoaçados em busca de outras paragens."

E isso nos faz compreender o que acontece em nosso interior. Quando deixamos de rezar, bem depressa, ídolos ocultos começam a se acomodar nos recantos obscuros da nossa alma e tentam aí fazer sua morada. A cobiça, o orgulho a autossuficiência, a avareza, a vaidade e tantas outras mazelas se aninham em nosso ser causando desânimo, tristeza e cada vez mais nos distanciando da felicidade que Deus quer nos proporcionar. Eu mesma sou testemunha disso. Muitas vezes, percebo que estou agitada, impaciente e intolerante até comigo mesma. Então, é como se um sininho discreto começasse a tocar lá no meu interior avisando que está faltando oração. Quando isso acontece, procuro imediatamente retomar com mais afinco minha espiritualidade e, sem demora, também percebo os frutos. É que quando tomamos ânimo e fazemos repicarem os sinos da oração em nossa vida, expulsamos de nosso interior tudo o que é contrário a Deus e nossa alma fica preparada para recebê-Lo. Como Ele é a própria luz, entra em nossa alma e dissipa toda espécie de trevas, devolvendo-nos a paz e a serenidade que tanto queremos.

Então, façamos ressoar o sino da oração em nossa vida, com coragem e disposição hoje mesmo! A reza do terço, a leitura orante da Palavra de Deus, a confissão dos pecados e a participação na Santa Missa podem ser ótimas dicas para recomeçar. E lembre-se: mesmo que você pare de rezar, Deus vai continuar amando-o. Mas se você rezar, poderá experimentar este amor, e isso fará toda diferença!

 


Dijanira Silva

Dijanira Silva, missionária da Comunidade Canção Nova, atualmente reside na missão de São Paulo. Apresentadora da Rádio CN América (SP). E-mail: dijanira@geracaophn.com


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/o-que-acontecera-se-pararmos-de-rezar/ 

8 de maio de 2015

Na maternidade, revela-se o mistério da mulher

A maternidade tem uma plenitude ampla, que se revela no mistério que a mulher possui

O assunto deste artigo corresponde a catequese que o Papa João Paulo II proferiu, em 1980, sobre a Teologia do Corpo. Após 35 anos, suas palavras permanecem como ecos de amor e ternura, revelando-nos o sentido profundo da feminilidade.

Na maternidade revela-se o Mistério da Mulher
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

O que é ser mulher? O que são características e comportamentos próprios da mulher? De maneira bem abrangente, mas certeira, podemos dizer que ela se manifesta por meio de seu ser feminino. Vamos mais fundo?

Tendo a mesma humanidade que o homem, a mulher pode fazer as mesmas coisas que ele enquanto ser humano: pensar, rir, correr, tocar música, dar aulas, fazer cálculos, discutir política, cozinhar bolos etc. Certo? Entretanto, a feminilidade é a forma como a mulher se expressa no mundo, a maneira própria de ela cumprir todas as tarefas, fazendo com que sua marca própria deixe rastros de beleza e cuidados.

Não há comparação, mas complementariedade com o masculino. Quando comparamos, sempre há perdas, pois é necessário que saia um vencedor e, fatalmente, um perdedor. Ao contrário, quando se complementa, a humanidade inteira ganha!

Olhando para o corpo da mulher, vemos um ser que foi sonhado por Deus para receber a vida e cuidar dela. O ventre acolhe e deixa crescer o embrião frágil que já é um ser humano completo, único e irrepetível para o mundo. Após o nascimento, a mulher vai amamentar durante as primeiras fases de desenvolvimento esse bebê tão dependente, tão necessitado dos cuidados da mãe para sobreviver.

Não há ser no mundo que não tenha uma mãe. E isso diz muito sobre a forma como dependemos dessa figura materna para sermos pessoas saudáveis. Entretanto, mesmo que você, hoje, não tenha uma mãe, sua necessidade de maternidade permanece aí, no mais íntimo do seu ser.

Temos, assim, a possibilidade de encontrar traços da mãe que todos precisamos nas mulheres da nossa vida, havendo laço parental ou não. Uma dica para saborear a maternidade que podemos encontrar no mundo: o amor é o componente fundamental da identidade da mulher. Ou seja, a mulher não conseguirá atingir sua plenitude enquanto não souber amar.

O amor feminino se manifesta fundamentalmente no cuidar, que pode ser de filhos gerados no ventre ou no coração, de irmãos de sangue ou de comunidade, de cômodos da casa ou do escritório. Amar é cuidar das feridas do corpo e da alma, de pequenos gestos que vão aliviar uma dor e fazer com que outros se sintam simplesmente cuidados. Eis o amor feminino manifestado em atitudes.

Sabe aquele "toque feminino" que todos gostamos de apreciar? É isso! Aquela sensação inexplicável que temos, muitas vezes, ao adentrar numa casa perfumada ou no terreno quente de um coração de mãe. Temos sede desses cuidados. Cuidados que toda e qualquer mulher pode ofertar aos que se aproximam dela.

São João Paulo II nos lembra que, em Gênesis, ao ver a mulher pela primeira vez, Adão entendeu profundamente o significado do próprio corpo. A mulher tem essa missão ainda hoje: auxiliar a humanidade a compreender os significados mais essenciais da existência humana que, fatalmente, levará a conhecer mais o próprio Deus. Com sua presença, Eva chama o homem para fora e o ajuda a fazer a transição do reconhecer-se na solidão (original) para reconhecer-se na comunhão. Esse novo conhecimento é que gera a vida.

Fica evidente, assim, que toda mulher é chamada a dar à luz os seres humanos, seus irmãos. Se a colaboração do homem está na parceria com Deus para fecundar e gerar toda a humanidade, a cooperação da mulher está no cuidado e manutenção da vida gerada.
Se hoje temos fome e sede de uma humanidade renovada na sua essência, que aparece desordenada pela falta de amor, a mulher é convidada a ser essa ministra do cuidado, da beleza da maternidade que gera vida nova.

O mundo inteiro deve lhe perguntar: Mulher, que olhar você apresenta, hoje, ao seu irmão? Que mãos, que palavras, que abraço guardado você tem aí, pronto para ser ofertado ao cuidado que gerará vida no próximo? Revele seu mistério. Estamos todos à sua espera.

Milena Carbonari Krachevski
Psicóloga, Pós-Graduanda em Educação e Terapia Sexual, Missionária dos Jovens Sarados, membro do Apostolado da Teologia do Corpo Brasil.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/afetividade-feminina/na-maternidade-revela-se-o-misterio-da-mulher/

6 de maio de 2015

Como superar a falta de uma mãe

Como a vida é um ciclo, em algum momento não teremos mais a presença de nossa mãe conosco

Mãe, uma pequena palavra de um significado imenso na vida de cada um de nós. Aquela com quem passamos nove meses de gestação. Ainda mais: antes de gestação do ventre – para as mães biológicas –, a gestação na alma, nos desejos e nas expectativas da vivência materna para as mães adotivas. Nosso papel de filhos começa nesses sonhos de concretização da maternidade.

Como superar a falta de uma mãe
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

No ciclo da vida, temos a graça de conviver com uma mulher que dá a vida por nós a cada dia. Cada gesto de amor, aquele olhar carinhoso, ou mesmo as duras atitudes e palavras que machucam, querem, no fundo, nos orientar, na certeza de que a presença materna é muito importante na vida de cada um de nós.

Nem sempre nossa experiência foi ou será positiva com nossa mãe, mas, acima de tudo, cabe a nós o exercício do perdão e da superação nesses momentos.

Como a vida é um ciclo, em algum momento não teremos mais a presença dela conosco. Os relatos da perda de mães são os mais variados possíveis: "Como sinto sua falta!", "Deixei de fazer algo por ela, sinto-me culpado por seu falecimento", "Não sei viver sem ela". Num ciclo de vida, nós ocidentais sabemos comemorar os nascimentos, mas ainda temos muita dificuldade de lidar com a morte, diferente das culturas orientais. Será que, nesse sentido, precisamos nos rever na forma como nos relacionamos com nossas mães?

Perdas, na maioria das vezes, não se explicam. Quando buscamos excessivamente essa explicação, colocamo-nos num labirinto sem saída. É neste momento que a aceitação da perda, que é algo gradual, deve ser elaborada com a ajuda de uma rede de apoio de amigos ou familiares; se necessário, com a ajuda de profissional em terapia.

A culpa por não ter falado algo a tempo, por ter tido atitudes duras, enfim, a culpa de modo geral, se houver, deve ser amadurecida, repensada para que o processo de perda seja melhor vivenciado.

É claro que essa dor não passa rapidamente, mas da dor passamos a viver a saudade; melhor que isso, passamos a viver as memórias, as heranças positivas deixadas por essa mãe, os bons exemplos e também o perdão por aquilo que não vivemos de forma agradável com ela.

Um outro ponto importante é que cada um sente a dor à sua maneira. Frases como: "Não fique assim", "Sua mãe não gostaria de te ver desse jeito" e outras tantas frases podem até ter uma intenção positiva, mas temos de compreender o tempo de cada um para viver a perda.

Depois do momento inicial de confusão pela perda, as etapas seguintes vão nos dando uma melhor compreensão do que se passou, uma reorganização da vida sem a pessoa querida (especialmente quando somos muito dependentes da mãe para tudo. Aí, cabe uma postura nossa, durante a vida, de criar autonomia e liberdade para que essa perda não seja tão brusca). Nesta fase de reorganização, podem aparecer novamente sentimentos de revolta e incompreensão, até que, num momento posterior, a aceitação para uma nova vida esteja presente efetivamente.

A dor da perda não vai mudar; ela é para sempre, mas o que mudará em nós é a intensidade, bem como o sentido que damos à perda e aos sentimentos que carregamos conosco neste novo momento da vida e de seu ciclo que se renova.


Elaine Ribeiro dos Santos

Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica e Organizacional, colaboradora da Comunidade Canção Nova.
Blog: temasempsicologia.wordpress.com
Twitter: @elaineribeirosp


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/como-superar-a-falta-de-uma-mae/

4 de maio de 2015

Por que levar o estresse para casa?

Levar todo o estresse para casa e viver a partir dele pode ser um risco

Por que estamos estressados? O nosso estresse é produto da vida familiar ou da rotina profissional que vivemos? O que nos causa esse mal? Conflitos familiares? Crises financeiras? Solidão? Ausência de uma vida social? Ou será que estamos precisando dar um novo sentido à nossa vida?

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Quando nos encontramos estressados, não há como não levarmos essa sensação para nossa casa ou para o trabalho. Não fomos criados para ser um em cada lugar. Quando estamos com muitos problemas familiares, é muito difícil não os levar para nossa vida profissional. Quer seja no desempenho, na alegria, na agilidade, enfim, de uma forma ou de outra, seremos atingidos em qualquer que seja o ambiente que estejamos. Uns mais, outros menos.

Mas, o que seria estresse? Como podemos identificá-lo? Como podemos saber o grau que ele se encontra em nosso organismo? "Estresse" é um termo que se vulgarizou nos últimos tempos. Da criança ao idoso, todos se queixam desse mal. Queixa-se de estresse o Pai, que chega após uma jornada de trabalho e do trânsito pesado. Queixa-se a dona de casa, que enfrentou as atividades domésticas, profissionais e os cuidados dos filhos. Queixa-se o filho por causa do excesso de atividades extraescolares. Neste tempo pós-moderno, quase todos se queixam. Mas o estresse a que estamos nos referindo vai além do cansaço e da exaustão que uma boa noite de sono pode resolver, revigorando e recompondo as forças.

O estresse ao qual nos reportamos, neste texto, caracteriza um mecanismo fisiológico do nosso organismo. Trata-se de um comportamento afetado por estímulos aversivos capaz de alcançar todos os humanos. Portanto, não estamos falando simplesmente de algo comportamental, mas de algo que, quando caímos na real, nos encontramos com batimentos cardíacos acelerados; pressão arterial aumentada; músculos enrijecidos e tantos outros sinais que revelam o estresse que estamos vivendo diante de situações próprias do dia a dia ou até mesmo inesperadas. Mas sempre situações que nos deixam ameaçados, muitas vezes, sem o devido controle.

Acúmulos de problemas, crises financeiras, relação instável no casamento, morte de alguém muito querido, aborrecimento no trânsito e brigas são situações que provocam consequências sérias para o nosso organismo. Segundo Alexandre Meleiro, apesar do estresse ser uma defesa natural que nos ajuda a sobreviver, a frequência do estímulo estressante faz com que aumentem os riscos com a nossa saúde e com as nossas relações familiares e profissionais. Portanto, precisamos perceber os sinais do estresse em nossa vida.

Alexandre afirma, se a pessoa notar que já não se levanta com a mesma disposição, a mesma energia para desempenhar suas atividades diárias, que se irrita com os outros facilmente, que seu comportamento está fugindo do padrão habitual, se não consegue dormir, ou mesmo dormindo a noite inteira, não acorda descansada, pois o sono não foi tranquilo e reparador, precisa ficar atenta. Às vezes, o que é estressante para um indivíduo, pode não significar nada para outro. A reação de cada um está vinculada à genética, ao temperamento, à personalidade, à maneira de perceber e assimilar as situações.

Levar ou não o estresse para casa?

Entendendo-o como um mecanismo fisiológico que pode se tornar crônico, o ideal será perceber como estamos convivendo, o que as pessoas estão observando em nosso comportamento.

Precisaremos ter humildade e retomar a vida na convivência familiar. A impaciência e o excesso de exigência acabam por deixar os relacionamentos infelizes. Se insistirmos, em especial no casamento, poderemos estar comprometendo a nossa vida sexual, financeira e afetiva com o nosso cônjuge. Com os filhos e amigos não será diferente.

Contudo, a família precisa compreender esse estado tão delicado, desrespeitado e conhecido por muitos como frescura, "dondoquisse", doença de rico etc. Podem ser os pais ou até os próprios filhos. Faz-se necessário o respeito, a aceitação desse estado para que juntos, um possa ajudar o outro a superar os motivos que tem provocado tal situação. De repente, a realização de uma viagem, a autonomia nos trabalhos domésticos por partes de todos os membros da família, o constante diálogo, o mimo, são atitudes que poderão tornar a pessoa que está sofrendo de stress consolada, acolhida e feliz.

Concluímos, portanto, afirmando que o problema não está em levar o estresse do trabalho para casa. Mas sermos verdadeiros diante nossos familiares ou colegas de trabalho e comprometidos em superar esse estado. E, sem nenhum tipo de vitimização, mas com o apoio de toda esta pessoa deverá encontrar uma abordagem terapêutica adequada para ser acompanhado, fazer ginástica, desenvolver o comportamento de autocontrole, participar do grupo de oração da sua paróquia, rever amigos… Enfim, reconhecer-se como está e dar passos para melhora. O problema será a ausência desta consciência e não a presença do estresse.

Que tal desligar o celular, dar tchau ao WattsApp, curtir a vida e descansar?


Judinara Braz

Administradora de Empresa com Habilitação em Marketing.
Psicóloga especializada em Análise do Comportamento.
Autora do Livro "Sala de Aula, a vida como ela é."
Diretora Pedagógica da Escola João Paulo I – Feira de Santana (BA).


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/vocacao/profissao/por-que-levar-o-estresse-para-casa/

29 de abril de 2015

A exposição dos filhos na internet

Entenda por que a superexposição dos filhos na internet pode revelar uma desordem psíquica nos pais

Definitivamente, a internet e as redes sociais se transformaram numa realidade habitual para nós. Costumeiro também se tornou o fenômeno da superexposição da intimidade no ambiente digital, onde tudo é motivo para uma selfie, um post ou um compartilhamento na rede. Tal comportamento, no entanto, começa a extrapolar os limites do bom senso, sobretudo entre as mamães e os papais conectados que adoram publicar, quase que de hora em hora, uma foto da intimidade dos filhos e da família nas redes sociais.

A exposição dos filhos na internet
Foto: Getty Images

Recentemente, uma pesquisa no Reino Unido revelou que a superexposição dos filhos na internet, atualmente, já começa nas primeiras horas de vida. Neste país, cerca de 57% dos recém-nascidos tiveram fotos publicadas uma hora após o seu nascimento.

Os pequeninos, no entanto, são indefesos diante da lente de seus genitores, da mesma forma que se tornam reféns da necessidade de exposição dos pais, que transformaram os filhos numa espécie de extensão de si mesmos na internet.

Cabe a nós analisarmos dois pontos desse fenômeno da superexposição dos filhos na internet. O primeiro é: o que esse comportamento revela do mundo interior dos pais? E um segundo ponto: quais as consequências e os perigos para a formação da personalidade da criança?

Superexposição e personalidade dos pais

Não é difícil perceber que uma pessoa que tem o costume de se expor excessivamente no mundo digital, quando se torna pai ou mãe, transforma o filho no objeto da exposição. Trata-se de pais narcisistas*, que se preocupam exageradamente com a própria imagem e a estende para a imagem do filho.

O narcisista gosta de ser visto, aprecia o prestígio e a fama, quer 'feedback' sobre tudo o que posta na internet. Quando falamos de pais com essa personalidade, não precisamos ir longe para constatar que qualquer comentário na foto dos filhos do tipo "fofinho", "tá lindo", "ai, que belezinha!", serve, na verdade, como uma massagem no ego narcísico dos pais. O leitor entenda bem que não estamos falando de uma foto ou outra, mas do excesso de exposição dos "babys", o que, no fundo, denuncia uma desordem psíquica dos pais.

Consequências para a personalidade dos filhos

Françoise Dolto, pediatra e psicanalista francesa, disse que "a criança pequena e o adolescente são porta-vozes de seus pais". Assim, uma criança que cresce num ambiente em que tudo merece um clique pode desenvolver uma personalidade narcísica semelhante à dos pais. E isso por dois motivos: 1) porque a superexposição a coloca como o "centro das atenções" a todo momento. 2) porque a linguagem da criança, sobretudo as menores, se baseia muito mais no que os pais fazem do que no que falam.

Respeitar o momento e o espaço sagrado da criança

Existem momentos na vida que são únicos e merecem recordações, mas que também são sagrados e merecem proteção. A hora do sono, da amamentação, do banho, do cocô etc., são momentos íntimos da criança. Isso não significa que não possam ser eternizados numa foto para compor o álbum da família, mas vamos entender que "sagrado" diz respeito àquilo que o mundo não tem acesso. Ao postar uma foto atrás da outra da intimidade dos filhos, os pais passam de protetores a invasores deste mundo sagrado. E quando falamos em proteção, podemos também dizer dos perigos que rondam o mundo virtual, sobretudo quando o assunto é criança.

É importante que os pais mais conectados façam essa reflexão sobre a superexposição dos filhos nas mídias sociais e se perguntem: "O que quero com essa postagem do meu filho?", "Por que vou postar outra foto dele agora?".

É importante que os pais tracem filtros e limites do que e quando postar algo das crianças na internet; afinal, estamos falando do patrimônio mais importante que temos: os nossos filhos.

*O termo "narcisista" foi introduzido no século XIX pela psiquiatria e, posteriormente, por Sigmund Freud na psicanálise, para designar o amor exagerado de uma pessoa por si mesma, em referência ao personagem da mitologia grega Narciso, um jovem de bela aparência que, ao ver sua imagem projetada na água, apaixonou-se por si mesmo.

Autor: Daniel Machado de Assis – Superintendente do departamento de Internet da Canção Nova


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/a-exposicao-dos-filhos-na-internet/

24 de abril de 2015

As sogras são realmente más?

 Sogra má é um mito ou uma realidade?

Ai, ai, essa história de sogra é uma graça! Dizem que sogra é ótima… à distância! É verdade? Vamos então pensar em algumas alternativas sobre o conceito de sogra. Ela é a mãe que disputa com a nora o seu filho? É a amigona ou a mulher que pega no pé? Segundo a enciclopédia virtual livre – Wikipédia –, a sogra é vista como um fardo, como destruidora de namoros, noivados e casamentos. Mas por que todos falam dela?

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Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Quando o assunto é sogra, você encontra de tudo: termos pejorativos, piadas etc. Cada crueldade! Deus é mais! E para completar, para cada sogra que dizem ser má há, ao seu lado, sempre um sogro alegre, carinhoso e que acha a nora linda. Coitada das sogras!

Sogra má é um mito ou uma realidade? A tendência de todos nós não é sermos sogros e sogras um dia? De todos os desabafos que já ouvi, este me chamou muito à atenção: "Acredito que essas 'picuinhas' entre sogras e noras não passam de imaturidade. Se as duas amam tanto o mesmo homem e querem a felicidade dele, isso não é uma competição, mas um trabalho em grupo. Cada qual tem de entender que ocupam papéis diferentes na vida dele. Ou melhor, na vida de cada uma".  Mas será que esse problema é só com as noras? E os genros?

"A pior sogra era uma turca; a melhor estava morta". Cheia de preconceito, essa piada demonstra o que muitas noras pensam sobre suas sogras. Podemos expressar, de forma diferente, o que muitas sogras, ao longo da história, acabaram construindo sobre si mesmas. Mas ter uma sogra é ter um esposo. Portanto, para muitas noras o jeito é suportar a sogra má. Considero ser uma das relações mais difíceis a de sogra-nora, sogra-genro. Tão complicada que li uma frase de para-choque de caminhão: "Há duas coisas que matam de repente: vento pelas costas e sogra pela frente".

Por que, afinal, a sogra é tão desqualificada, seja pelo genro ou pela nora? Segundo a Psicanálise, a mãe é o primeiro objeto de amor de filhos e filhas. Só que essa mãe um dia vira sogra. Consequentemente, ela toma as dores da filha, assim como compete com a nora. Já de acordo com outras abordagens psicológicas, não precisaria ser a mãe este primeiro objeto de amor na vida dos filhos para que esta situação ocorresse. O ambiente se tornaria um possível responsável para que desencontros como esses acontecessem. É no ambiente que encontramos estímulos positivos e negativos, os quais nos afetam e nós também o afetamos.

A presença das pessoas se torna um estímulo e, a depender da função que elas ocupam em nossa vida, podem nos deixar cada vez mais felizes ou não. Quando não, em alguns casos nos adoecem. O que não quer dizer que, no casamento, esse papel de adoecimento seja o da sogra. Sair do jogo será sempre a atitude mais sábia.

Marido não precisa ficar comparando a comida preparada pela esposa com a da sua mãe. Sogra, lembre-se de que a sua nora não roubou filho de ninguém. E filho, mantenha-se sempre neutro e seja justo quando precisar.

Creio já ter chegado o tempo de atribuir um novo sentido a essa história. O mundo mudou, as pessoas mudaram e as sogras também. Se elas não servem para serem sogras, também não servem para criar os netos. Como é isso mesmo? Vamos ser justos com os membros da nossa família. É tempo de viver bem, ainda que seja com a sogra. E a sogra, que viva bem com a nora e com o genro.

Uma relação como essa precisará se tornar adulta para devolver harmonia na convivência familiar. A sogra por sua vez precisará respeitar as escolhas dos filhos, aceitando-as e se comprometendo a ajudá-lo a viver bem com sua esposa e seus filhos. Noras e genros, o compromisso é de igual importância. Precisarão aprender a conviver a partir das suas frustrações e conflitos familiares. Para isso fomos agraciados por Deus com uma porção de inteligência emocional. Em família, o jogo de cintura é muito importante, assim como o perdão e a verdade também. Precisamos nos admirar e falar bem dos nossos, isso sim deverá ser problema de sogra. É preciso manter viva as raízes que geraram bons frutos. Já as que só trouxeram contendas, fofocas e ciúmes, devem ser arrancadas e jogadas fora. Sem decisão não se vive assim. Tem que querer, decidir e praticar as estratégias que as relações familiares se tornarão motivo de alegria e de encontro. E a casa da sogra e das noras será como uma casa de bênção onde o Senhor tem o prazer de entrar e ficar.

Em todo caso, se nada lhe satisfizer no escrito acima, segue uma história para você ler, viver e contar.

"Era uma vez, uma nora, jovem, bonita e muito inteligente. Entediada de tanto ter conflitos com a sogra, a linda jovem desabafou com seu pai sobre a situação que estava enfrentando dentro do ambiente familiar. Seu pai, muito sábio, perguntou: 'O queres que eu faça para ajudá-la? A moça não pensou duas vezes e respondeu: 'Mate-a. Por favor, ajude-me a mata-lá'.

O pai, apaixonado pela filha e cheio de compaixão, respondeu que sim. Mas lhe explicou que tudo deveria ser do jeito dele; assim, ele poderia garantir que, em poucos dias, a sogra estaria morta. Então, o pai começou a explicar o passo a passo da destruição da sogra:

'Filha, todos os dias prepare o café para sua sogra. Com calma. Não desista nunca. Coloque com paciência o pó do café e espere ferver. No outro dia, coloque tudo de novo, mas ofereça o cafezinho já na xícara. Se tiver muito quente, espere esfriar e com paciência sirva a sua sogra.' Por vezes, a filha ficou sem entender nada.

A sogra estava encantada com tanta delicadeza, não sabia mais o que fazer para também agradar a nora. De repente, a filha reagiu, relatou ao pai que estava fazendo todos os dias o café da sogra e que esta estava bem melhor. E o pai insistia em lhe dizer que não parasse de colocar o café. A sogra ia tomar café até morrer. Quando, para surpresa do pai, a filha disse: 'Meu pai, pare de matar a minha sogra. Ela está ótima!'. O pai retrucou: 'Nunca quis matar a sua sogra, muito menos apoiá-la nessa ideia. Aquele pó de café que você colocava, todos os dias, foi se esvaziando de mágoa e tristeza. O veneno da bruxa má (ops… da bruxa má não!) estava vindo de você. Era você quem estava oferecendo a ela o pó da irritação, da intolerância, da mágoa e do ciúme. Sem perceber, você passou a cuidar da sua sogra com paciência e zelo, e hoje já não quer mais matá-la. Então, minha filha, nessa história, mesmo com sogra, o final feliz somos nós que fazemos'."

Que tal convidar a sua sogra para tomar um cafezinho com você?


Judinara Braz

Administradora de Empresa com Habilitação em Marketing.
Psicóloga especializada em Análise do Comportamento.
Autora do Livro "Sala de Aula, a vida como ela é."
Diretora Pedagógica da Escola João Paulo I – Feira de Santana (BA).


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/namoro/as-sogras-sao-realmente-mas/

22 de abril de 2015

Oração pelas famílias

Oração do Papa Francisco pelas famílias

familia

Jesus, Maria e José,

em vós contemplamos
o esplendor do amor verdadeiro,
a vós, com confiança, nos dirigimos.

Sagrada Família de Nazaré,
tornai também nossas famílias
lugares de comunhão e cenáculos de oração,
autênticas escolas do Evangelho
e pequenas Igrejas domésticas.

Sagrada Família de Nazaré,
jamais nas famílias se faça experiência
de violência, fechamento e divisão:
qualquer um ferido ou escandalizado
tenha logo consolação e cura.

Sagrada Família de Nazaré,
o próximo Sínodo dos Bispos
possa trazer novamente a todos a consciência
do caráter sagrado e inviolável da família,
sua beleza no projeto de Deus.

Jesus, Maria e José,
escutai, ouvi nossa súplica, Amém!

Fonte: Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização