21 de março de 2015

As novelas envenenam a saúde da família

As novelas envenenam os valores que a família possui, atingindo a mente até dos cristãos

Certa vez, um amigo chamado Franz Victor, psicólogo já falecido, disse-me que "as novelas fazem uma pregação sistemática de antivalores". Embora isso já faça bastante tempo, eu nunca esqueci essa frase. Meu amigo me disse uma grande verdade.

O mal que as novelas fazem

Enquanto a evangelização procura incutir nas pessoas uma vida de acordo com os valores do Evangelho, muitas novelas estragam seus telespectadores, incutindo-lhes antivalores cristãos.

As novelas, em sua maioria, exploram as paixões humanas, muito bem espelhadas nos chamados pecados capitais – soberba, ganância, luxúria, gula, ira, inveja e preguiça–, e faz delas objeto dos seus enredos, estimulando o erro e o pecado, mas de maneira requintada.

Na maioria delas, vemos a exacerbação do sexo, explora-se descaradamente este ponto, desvirtuando o seu sentido e o seu uso. Em muitas cenas, podem ser vistos casais não casados vivendo a vida sexual, muitas vezes, de maneira explícita, acintosa e provocante. E isso no horário em que as crianças e os jovens estão na sala. Aquilo que um casal casado tem direito de viver na sua intimidade, é colocado a público de maneira despudorada, ferindo os bons costumes e os mandamentos de Deus.

Mas tudo isso é apresentado de uma maneira "inteligente", com uma requintada técnica de imagens, som, música e um forte aparato de belas mulheres e rapazes que prendem a atenção dos telespectadores e os transforma em verdadeiros viciados. Em muitas famílias, já não se faz nada na hora da novela, nem mesmo se dá atenção aos que chegam, aos filhos ou aos pais.

Assim, os valores cristãos vão sendo derrubados um a um: a humildade, o desprendimento, a pureza, a continência, a mansidão, a bondade, o perdão, entre outros, vão sendo jogados por terra, mas de maneira homeopática; de forma que, aos poucos, lentamente, para não chocar, os valores morais vão sendo suprimidos. Faz-se apologia ao sexo a qualquer instante e sem compromisso familiar ou conjugal; aprova-se e estimula-se a prática homossexual como se fosse algo natural e legítimo, quando o Catecismo da Igreja Católica (CIC) chama a prática homossexual de "depravação grave" (CIC §2357).

O roteiro e o enredo dos dramas das novelas são cuidadosamente escolhidos de modo a enfocar os assuntos mais ligados às pessoas e às famílias, mas, infelizmente, a solução dos problemas é apresentada de maneira nada cristã. O adultério é, muitas vezes, incentivado de maneira sofisticada e disfarçada, buscando-se quase sempre "justificar" um triângulo amoroso ou uma traição.

O telespectador é quase sempre envolvido por uma trama em que um terceiro surge na vida de um homem ou de uma mulher casados, que já estão em conflito com seus cônjuges. A cena é formada de modo que o telespectador seja levado a desejar que o adultério se consuma por causa da "maldade" do cônjuge traído.

Assim, a novela vai envolvendo e "fazendo a cabeça" dos cristãos. A consequência disso é que elas passaram a ser a grande formadora dos valores e da mentalidade da maioria das pessoas, de modo que os comportamentos – antes considerados absurdos, agora já não o são, porque as novelas tornaram o pecado "palatável". O erro vai se transformando em algo comum e perdendo a sua conotação de pecado.

Por outro lado, percebe-se que a novela tira o povo da realidade de sua vida difícil, fazendo-o sonhar diante da telinha. Nela, ele é levado a realizar o sonho que na vida real jamais terá condições de realizar: grandes viagens aéreas para lugares paradisíacos, casas superluxuosas com todo requinte de comidas, bebidas, carros, jóias, vestidos, luxo de toda sorte; fazendas belíssimas onde mulheres e rapazes belíssimos têm disputas entre si.

E esses modelos de vida recheados de falsos valores são incutidos na cabeça das pessoas. A consequência trágica disso é que a imoralidade prevalece na sociedade; a família é destruída pelos divórcios, traições e adultérios; muitos filhos são abandonados pelos pais, carregando uma carência que pode desembocar na tristeza, na depressão, na bebida e até nas coisas piores. A banalização do sexo vai produzindo uma geração de mães e pais solteiros que mal assumem os filhos. É a destruição da família.

O melhor que se pode fazer é proibir os filhos de acompanhar essas novelas. Contudo, os pais precisam ser inteligentes e saber substituí-las por outras atividades atraentes. Não basta suprimir a novela, é preciso colocar algo melhor em seu lugar. Essa é uma missão urgente para os pais.



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/novelas-envenenam-a-saude-da-familia/

19 de março de 2015

Cinco virtudes de São José que todo homem deveria ter

A vida dos santos precisa ser para nós como um livro vivo, no qual lemos as virtudes que têm sua fonte no próprio Cristo

Pelo menos, este é o objetivo da Igreja quando se canoniza alguém: dizer aos cristãos que a santidade é possível e propor um caminho para ajudá-los a chegar a este propósito, fim de todo homem, criado à imagem e semelhança de Deus. Trata-se de vidas que se permitiram ser modeladas pela graça, a tal ponto que chegam a ser um anúncio da santidade de Deus mesmo. Neste mês de março, a Igreja nos propõe celebrarmos a solenidade de São José, pai adotivo de Jesus. Quais poderiam ser então as virtudes vividas por José, as quais todos os homens são chamados a imitar? Esta é uma tarefa um tanto quanto árdua, pois sua figura é marcada pelo escondimento e pela discrição.

5 virtudes de são  josé que todo homem deveria ter

O Catecismo da Igreja Católica diz que "a pessoa virtuosa é aquela que livremente pratica o bem" (CIC 1804). E o bem não poderia ser outra coisa senão a própria vontade de Deus. Ora, vemos no Evangelho segundo Mateus que José foi dócil a essa vontade. E nessa docilidade, vemos uma manifestação da virtude da fé, pois por meio dela, "o homem livremente se entrega todo a Deus" (CIC 1814). "Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa." (Mt 1,24). Na busca de fazer sempre a vontade do Pai, podemos vislumbrar também em José a virtude da prudência, dado que esta « dispõe a razão prática a discernir, em qualquer circunstância, nosso verdadeiro bem e a escolher os meios adequados para realizá-los » (CIC 1806). Pois, afinal de contas, onde poderia estar nosso bem verdadeiro senão na prática da vontade de Deus?

Neste mesmo Evangelho, vemos uma outra virtude em São José: ele era um homem justo. O texto bíblico o diz explicitamente (cf. Mt 1,19). Este termo, dentro do contexto bíblico, vai muito além do significado de justiça que temos em nossas sociedades contemporâneas. Ele exprime a ideia de alguém que é fiel, «que observa a lei». E esta fidelidade à lei, esta observância gera, por consequência, uma retidão no agir, seja para com Deus, seja para com os homens. Vemos, então, a virtude da justiça : « A justiça é a virtude moral que consiste na vontade constante e firme de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido » (CIC 1807). Em sua vida, diante daquilo que Deus lhe pedia, José não poderia lhe dar outra a não ser a realização de sua santa vontade.

Podemos também afirmar que São José tinha a virtude da fortaleza, uma das quatro virtudes cardeais. Pois, a fortaleza consiste em tornar o homem capaz de ter «segurança nas dificuldades, firmeza e constância na procura do Bem» (CIC 1808). E diante do que José viveu com Maria, antes do nascimento de Jesus, a procura de um lugar para que ela desse à luz, e depois fugindo da perseguição de Herodes, sem a virtude da fortaleza, talvez José não tivesse suportado a pressão das dificuldades exteriores. Essa virtude também o ajudou a permanecer na procura deste Bem, ou seja, da vontade de Deus que lhe havia sido claramente manifestada.

Por fim, José foi aquele que viveu a virtude do amor. Sem ela, ele não teria assumido viver a vontade de Deus como ela se lhe apresentou. « A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas, por si mesmo, e a nosso próximo como a nós mesmos, por amor a Deus » (CIC 1822). Ao amarmos o Senhor, amamos igualmente Sua vontade e assumimos firmemente todas as consequências que lhe são vinculadas. Desta maneira, podemos ver na vida de São José, mesmo que contada tão brevemente pelos evangelhos, a presença deste movimento de amor que o levou a amar a Deus até as últimas consequências.


André Botelho

André L. Botelho de Andrade é casado e pai de três filhos. Com formação em Teologia e Filosofia Tomista, Andrade é fundador e moderador geral da comunidade católica Pantokrator, à qual se dedica integralmente.
http://www.pantokrator.org.br


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/devocao/cinco-virtudes-de-sao-jose-que-todo-homem-deveria-ter/

18 de março de 2015

Como se efetivar no emprego temporário

Serviços temporários podem ser a saída para quem não quer ficar parado

A procura por uma colocação no mercado de trabalho é ainda mais crescente no início de ano, época em que as pessoas estão dispostas a executar os planos pessoais e profissionais. As ofertas de trabalho nem sempre correspondem à demanda de procura, portanto, serviços temporários podem ser a saída para quem não quer ficar parado enquanto não aparece o emprego desejado.

como efetivar no trabalho temporário

Segundo dados da Associação Brasileira do Trabalho Temporário, ASSERTEM, o comércio e a indústria são as principais empregadoras de temporários. Seja no fim de ano, seja na temporada de Páscoa ou nas férias, a chance de emprego com prazo determinado representa um dinheiro extra e também contratações futuras.

Para tentar uma oportunidade de se efetivar, especialistas em recrutamento e seleção recomendam pontualidade, dedicação, criatividade, trabalho com afinco e demonstração de interesse. Jamais encarar o trabalho como um "bico", que não merece esforço ou tampouco compromisso. É preciso encontrar um ponto de sensatez nessa fase.

Na busca do ótimo, muitas vezes, esquece-se do essencial. Quem trabalha com vendas e precisa cumprir metas, por exemplo, um risco é se atrapalhar na corrida para o cumprimento das exigências e deixar de se preocupar com o que realmente importa, que é a conquista do cliente, a valorização do produto, entre outros. Ao querer se destacar ou se espelhar no colega veterano, é perigoso entrar numa competitividade desenfreada, perdendo a chance de mostrar o que de melhor poderia transmitir. Querer ser o último a sair, para deixar tudo em ordem, demonstrando ao chefe e aos colegas que está dando o seu máximo, pode também ser desvantajoso. O resultado é o sono e o cansaço que aparecerão no dia seguinte, impedindo um desempenho positivo.

A qualificação profissional, como sempre, ajuda a abrir novos caminhos. Estar matriculado em uma faculdade, num curso profissionalizante ou de línguas representa progresso e vontade de prosperar. Quem não quer um funcionário com esse perfil na sua equipe? Além também de ser sincero e falar da vontade de fazer parte daquele grupo. Com frequência, acreditamos que determinadas conversas são desnecessárias quando as ações sobressaem, porém expressar o desejo de ficar e crescer no emprego pode fazer a diferença.

Identificar os pontos fortes e fracos da nossa personalidade, além de autoconhecer-se, ajuda a transformar pequenas oportunidades em grandes chances. Pense nisso. Sucesso!


Ioná Piva

Atualmente é professora dos cursos de Comunicação Social da Faculdade Canção Nova (Jornalismo e Rádio e Televisão). Mestranda do programa de pós graduação em Comunicação Social da Universidade Metodista, cuja linha de pesquisa é: Inovações Tecnológicas na Comunicação Contemporânea.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/vocacao/profissao/como-se-efetivar-no-emprego-temporario/

16 de março de 2015

Transtorno bipolar: quais são as armas para a luta?

Existem armas para lutar contra os sintomas da bipolaridade, o que torna melhor a vida do portador

No último artigo, falamos sobre os mitos em torno do transtorno bipolar. Hoje, apresentaremos algumas ferramentas úteis no enfrentamento e na convivência com esse transtorno que assola tantas pessoas e famílias nos dias atuais. Como verdadeiras armas, essas dicas poderão ajudar quem enfrenta, dia após dia, a batalha da bipolaridade:

Transtorno Bipolar

1. Medicação – A medicação prescrita pelo médico assistente é importante e deve ser seguida criteriosamente. Ela é importante tanto para a estabilização do humor quanto para proteger o cérebro de degenerações e agravamentos da doença.

2. Psicoterapia – Terapia é fundamental. Uma boa abordagem pode auxiliar na harmonização de pensamentos, organização de relacionamentos e elaboração de novas estratégias para se enfrentar a enfermidade.

3. Psicoeducação – Conhecer a própria doença, entender melhor o seu padrão de humor e temperamento ajudam o paciente a enfrentar momentos de instabilidade de modo mais seguro e, consequentemente, obter maior sucesso no tratamento.

4. Hábitos de vida – A promoção de hábitos saudáveis e regulares de vida comprovadamente favorece a qualidade de saúde de forma geral. De modo particular, o portador de transtorno bipolar pode ser beneficiado com uma boa higiene do sono, uma rotina diária regular e a programação de suas atividades.

Unidos a essas armas há o apoio familiar que é, sem dúvida, essencial. Dentre tantas posturas e atitudes, algo muito importante que o cuidador, parente ou amigo pode fazer é ajudar na identificação de que os sinais de uma possível crise eventualmente se aproxima. Essa habilidade, desenvolvida a partir do conhecimento e da convivência podem muito ajudar, evitando danos e mantendo o quadro controlado por mais tempo.

Por fim, é preciso que o portador de transtorno bipolar tenha fé para que prossiga na luta diária pelo equilíbrio do humor. Não é fácil, mas seguindo aquilo que o Senhor oferece a partir do conhecimento humano e da firme esperança ancorada n'Ele, é possível, depois de muito lutar, finalmente vencer. E, então, poder repetir como São Paulo o canto dos vitoriosos: "Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé" (II Timóteo, 4-7).


Érika Vilela

Mineira de Montes Claros (MG), Érika Vilela é fundadora e moderadora geral da comunidade 'Filhos de Maria'. Cursou Medicina pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas e, atualmente, faz especialização em Psiquiatria pelo Centro Brasileiro de Pós-graduações.

Érika atua como pregadora, articulista, missionária pela Casa Mãe de Misericórdia e médica na Estratégia Saúde da Família e na Clínica Home-Med. Evangelizadora com fé e ciência, duas asas que nos elevam para o céu, ela tem a bela missão de encontrar, na união mística com a dor salvífica de Cristo, a força para seguir em frente, sabendo que Deus opera sempre as Suas maravilhas!


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/transtorno-bipolar-quais-sao-as-armas-para-a-luta/

13 de março de 2015

Vaidade masculina é normal?

Há alguns anos, a vaidade masculina não era comum; hoje, porém, tem tomado grandes proporções

Outro dia, fui comprar uma calça e a vendedora me perguntou: "Você prefere slim, fit ou skinny?". Eu respondi: "Jeans você não tem?".

Antigamente, a preocupação de um homem com sua estética resumia-se a cortar o cabelo e fazer a barba; hoje, vai muito além disso. Temos visto cada vez mais homens adeptos a cosméticos, produtos e serviços específicos para o público masculino.

Vaidade masculina é normal

Sim! Podemos dizer que o homem de hoje aprendeu a ser vaidoso, e aquilo que há alguns anos só imaginávamos uma mulher fazendo, tornou-se, atualmente, procedimento comum da vaidade masculina.

Existe um lado positivo nisso, sem dúvida! Cuidar de si mesmo significa saúde, boa autoestima e melhor sociabilidade, afinal, interagir com uma pessoa que traz conteúdo fica melhor ainda se essa pessoa estiver bem apresentável. Portanto, houve uma evolução do próprio homem ao interpretar a si mesmo.

Mas eu me pergunto: não está havendo um excesso de vaidade? Até que ponto o homem não está descaracterizando a identidade masculina e deixando de assumir seu papel na sociedade?

Vamos analisar essa questão considerando, primeiramente, que a beleza está entre as características principais do ser feminino, mas para o homem é um atributo, de certo modo, secundário.

Quando a Sagrada Escritura fala dessa qualidade nos homens, coloca-a posterior a outros traços com que Deus se agrada na pessoa. Antes de elencar a beleza de José do Egito (cf. Gn 39, 6b), a Bíblia relata grande parte de sua história, dando a entender que ele tinha a bênção do Senhor por sua humildade, fidelidade e em fazer bem todas as suas obrigações (cf. Gn 39, 3).

Davi ficou conhecido como homem segundo o coração do Altíssimo, não porque "era louro, de belos olhos e mui formosa aparência" (I Sm 16, 12), mas por seu coração (cf. I Sm 16, 7), já que, seu irmão Eliab de "belo aspecto e alta estatura" (I Sm 16, 6) foi apresentado antes ao profeta enviado para ungir o escolhido de Deus, mas não o foi.

Já, a mulher tem a primazia da revelação da beleza de Deus.

Ester foi escolhida rainha, mesmo não pedindo adornos mais do que os que lhe foram dados (cf. Es 2, 15), pois era uma "moça de belo porte e agradável de aspecto" (Es 2, 7).

Judite, só não foi morta pelo rei que guerreara contra seu povo, porque, imediatamente ao vê-l,a "Holofernes ficou cativo de seus olhos". Também o livro do Eclesiastes trata da mulher virtuosa no capítulo 31 e fecha este trecho, como que dando conclusão ao falar da beleza e seus frutos.

Para a mulher, ser bela tem o poder de autenticar, certificar seu valor próprio para ela mesma. É um aspecto imprescindível de sua existência. Contudo, para nós homens, se alguém nos disser que engordamos, que aparentamos uma idade maior que a real ou que somos feios, a grande maioria de nós irá "levar na esportiva" sem se preocupar tanto.

O homem, por sua vez, deve revelar a força de Deus na capacidade de enfrentamento. No Antigo Testamento, Deus era chamado de Senhor dos Exércitos, ou seja, um guerreiro. O homem tem a vocação de ser um guerreiro. Quantas vezes, desde infância e adolescência, buscamos a aprovação dos colegas e de nós próprios pelos desafios que nos impunham? Veja que nisso existia um sinal daquilo que temos em nosso cerne, como vocação primeira. Somos lutadores, guerreiros.

A masculinidade é um dom que nasce no homem, mas é trazido à tona por ritos de passagem e ensinada por uma figura masculina (pai) através do enfrentamento. Contudo, uma série de fatores não promovem hoje essa validação no homem. Infelizmente, muitos só têm a referência da mãe ou uma figura paterna fraca; então, os valores femininos prevalecem.

Penso que, quando um homem não mede esforços em buscar aprovação e elogios pela sua aparência, inconscientemente, ele quer mesmo é autenticar sua força, sua capacidade de conquista e de destaque entre os demais, e, no fundo, isso corresponde ao reconhecimento humano que é dado ao guerreiro que está em sua essência.

Falando sobre desconstrução da sexualidade, a psicóloga Arlene Denise Bacarji diz: "Os papéis, muitas vezes realçados pelos brinquedos infantis, pelas cores etc. (sinais externos, portanto, podemos inserir também as roupas, cuidados, serviços e produtos) são de extrema importância para o psiquismo saudável, para que a pessoa possa construir sua identidade, inclusive a sexual.

Pergunto, então, a você e a mim também: das coisas que uso e faço, quantas são comuns ao sexo feminino? Ou quantas são adaptadas "dando um ar feminino" à silhueta e à imagem do homem?

Quanto tempo fico diante do espelho? Não perco a oportunidade de ver meu reflexo quando estou na rua e fora de casa? Saio mesmo sem me preocupar com a aparência adequada para estar com os outros?

A começar por esses questionamentos, podemos ter um sinal de como estamos procedendo. Devemos ter cuidado com o que o modismo quer impor, para não estarmos na direção do mundo e na contramão da masculinidade. Antes de aderir a algo, que possamos pensar no que é genuinamente nosso.


Sandro Arquejada

Sandro Aparecido Arquejada é missionário da Comunidade Canção Nova. Formado em administração de empresas pela Faculdade Salesiana de Lins (SP). Atualmente trabalha no setor de Novas Tecnologias da TV Canção Nova. É autor do livro "Maria, humana como nós" e "As cinco fases do namoro". Também é colunista do Portal Canção Nova, além de escrever para algumas mídias seculares.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/afetividade-masculina/vaidade-masculina-e-normal/

11 de março de 2015

Dicas para não mimar os filhos

Ensinar o significado do 'não' ajuda os filhos para a vida

Nos dias de hoje, onde as facilidades são muitas, surge uma dúvida na educação dos filhos: será que os pais equilibram bem responsabilidades e bônus ou criam pequenos despostas que estão presos ao próprio umbigo , com probabilidades de se tornar uma adulto imaturo, mimado e egoísta. Por outro lado, existem pais que exigem demais e transformam crianças em adultos prematuros, que passam o resto da vida em busca da infância perdida.

Dicas para não mimar os filhos 1

A regra básica de convivência é não ceder a todas as vontades e impor limites, como exemplo, quando vamos a um shopping e as crianças querem comprar. Cuidado para não comprar tudo o que ela quer ou sempre que sair terá a obrigação de comprar algo. Entretanto, isso não impede que, em alguns momentos específicos, possa comprar algo, quando o orçamento e o comportamento da criança permitem.

Uma técnica importante é as crianças terem mesada e serem conscientizada de que, se gastarem tudo, na próxima saída não terão dinheiro para comprar; essa é uma forma de treinar para o consumo adulto consciente.

Os filhos são especialistas em chantagem e aprendem a reconhecer os pontos fracos dos pais, portanto, mantenha- se firme naquilo que não pode ser negociado.

Ensinar o significado do 'não' ajuda os filhos para a vida. Os pais precisam ser persistentes, pois a estratégia dos filhos é cansarem os pais, para que eles cedam. Então, mantenha o seu 'não'. Não se sinta culpado por não poder dar algo material. Tudo isso passa, o que não pode faltar é o amor, o carinho e o apoio familiar.

No modelo antigo, os pais diziam não e saiam de perto, hoje os pais ficam explicando muito. Não se desculpe por cumprir regras. É preciso dialogar para que possam entender os motivos, mas precisam entender que precisam aceitar a autoridade dos pais. Como exemplo, uma mãe explica que a criança não pode tomar sorvete antes do almoço, porque tira o apetite. Isso nem sempre é entendido, mas precisa ser aceito.

Um ponto importante é preparar o filho para o mundo. Se os pais entregarem tudo na mão, terão dificuldades de adquirir autonomia em coisas maiores, pois já não as têm em outras menores. O mercado atual precisa de sobreviventes, portanto, além da autonomia é necessário introjetar valores para que possam ser autônomos sem perder a noção de respeito pelo outro.

Uma pergunta que não cala no coração das mães é qual a quantidade de responsabilidade podem dar aos filhos. Um atleta não começa levantando grandes pesos, mas à medida que vai treinando com pequenos pesos, vai criando musculatura para mais peso. Com os filhos não é diferente, comece dando pequenas tarefas, como recolher e guardar o brinquedo utilizado; à medida que eles vão crescendo, aumente as responsabilidades.

É importante ensiná-los a reconhecer os pontos positivos das obrigações que são cumpridas com eficiência, pois isso reforça o comportamento positivo. Os pais precisam de um alerta: nem tudo precisa de elogio, porque, quando o filho crescer, terá que fazer atividades que nem sempre serão reconhecidas pelos outros, mas é importante que continuem a fazer.

A convivência diária pode ser uma fonte infinita de aprendizados, por isso precisam utilizar as situações cotidianas, sejam elas boas ou ruins, para ensinar como viver em comunidade, desenvolver a maturidade e afetividade dos filhos.




Ângela Abdo

Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. Atua como curadora da Fundação Nossa Senhora da Penha e conduz workshops de planejamento estratégico e gestão de pessoas para lideranças pastorais.

Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial. Possui mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape. Atua como consultora em pequenas, médias e grandes empresas do setor privado e público como assessora de qualidade e recursos humanos e como assistente social do CST (Centro de Solidariedade ao Trabalhador). É atual presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) do Espírito Santo e diretora, gerente e conselheira do Vitória Apart Hospital.

9 de março de 2015

Tenho um filho homossexual. O que faço?

Existem passos a serem dados quando se toma consciência da homossexualidade de um filho
O que fazer quando se descobre que um filho é homossexual é algo relativo a cada situação, que é sempre única. Por isso não é fácil falar disso como se fosse uma receita de bolo. Não é receita de culinária. O que vamos apresentar nesse artigo é apenas uma reflexão que poderá iluminar um pouco quem está com esta realidade em casa. Também é muito difícil dizer sobre esse assunto sem o embasamento teórico acoplado, para podermos compreender o que é a homossexualidade, como se desenvolve numa pessoa, em que época, e quais as causas. Por isso sugiro a leitura de artigos que foram publicados pela própria canção Nova com o titulo “A Homossexualdiade e a família” e “O processo de Socialização Primária”, de minha autoria. Mesmo com estas observações, vamos então tentar algo prático.
tenho um filho homossexual, o que faço
Vamos por passos:
Primeiro passo: precisamos partir para o diálogo claro, objetivo, acolhedor e compreensivo sobre esse aspecto do (a) jovem ou adolescente. Sem diálogo franco tudo fica mais difícil. Se o filho (a) tem dificuldades em falar abertamente sobre isso, nós pais e mães, precisamos aos poucos ir tentando derrubar as barreiras que estão impedindo a franqueza, a abertura e a liberdade da filha (o) para que haja esse diálogo.
Segundo passo: No diálogo, que não será só uma vez ou outra, mas muitas vezes, vamos então, tentar detectar se esta (e) jovem é realmente homossexual, ou seja, a sua homossexualidade é estruturada por processos de identificação com pessoas do sexo oposto, sendo assim, se apaixonando e se envolvendo verdadeiramente com pessoas do mesmo sexo, ou é apenas uma pseudo-homossexualidade (falsa homossexualidade), muito comum nos dias de hoje. Nesse caso trata-se de uma homossexualidade não verdadeira, mas devido às influências culturais da escola, dos colegas, das modas, das mídias, e assim ser uma forma do (a) adolescente ou jovem mostrar “revolta” típica destas idades contra os pais. Se antes essas manifestações contra autoridade no adolescente era o uso de maconha, ou ser comunista, hoje pode ser a homossexualidade uma delas.
Também é bom saber que, exceto em caso de hermafroditismos que deverão ter acompanhamento de um especialista sério, a homossexualidade nada tem a ver com hormônios ou gens. Existem rapazes com excesso de hormônios femininos que não são homossexuais como já havia constatado Freud em sua época. O mesmo pode se falar das meninas. O excesso de hormônios masculinos não vai torná-la homossexual. O que confunde muito é que muitos homossexuais, tanto meninos ou meninas, começam a tomar hormônios. Por isso a tendência é inverter o processo de causa e efeito.
Terceiro passo: após checar se é uma homossexualidade real ou uma pseudo-homossexualidade, poderemos então, falar de atitudes concretas. Agora vem a questão-chave: o (a) jovem ou adolescente homossexual deseja mudar essa condição? Certamente NÃO. Isso deve ser esclarecido no diálogo. É claro que se for uma homossexualidade real a pessoa não vai mesmo desejar mudar, pois se uma pessoa heterossexual desejar ser gay, ela conseguirá? NÃO. A mesma situação da pessoa heterossexual que se apaixona e sente atração física por pessoas do sexo oposto, ocorre com a pessoa homossexual com pessoas do mesmo sexo. Nesses casos não adianta acreditar em mudança. Embora todos são livres, e a pessoa homossexual é livre para querer mudar de opção sexual1, normalmente uma mudança verdadeira e profunda é muito rara.
Quarto passo: Supomos que a pessoa não aceite mudar de opção e não queira isso, que é o mais comum, então agora a questão é com os pais: 1- Separar a homossexualidade (que para nós pode ser algo muito complicado de aceitar), da pessoa do filho (a), pois acolher o filho (a) não precisa querer dizer acolher a homossexualidade; 2- Explicar isso á filha (o) homossexual; 3- Ter uma atitude de compreensão, acolhimento, afeto, e pensar como Cristo agiria, como Ele se comportaria, o que Ele faria! O que Cristo diria para esta pessoa? O que o Espírito santo poderia nos ensinar com isso, o que Ele poderia colocar em nossa mente para dizermos ao nosso filho ou filha com esta cruz para carregar, pois para ele (a) também será uma cruz, e nada leve.
Quinto passo: Chegou a hora de dizer a esse filho ou filha o que Cristo talvez, em nosso lugar diria:
– meu filha ou minha filha, você é muito mais do que homossexual, a homossexualidade assim como a heterossexualidade não precisa moldar suas atitudes perante o mundo, perante a vida, perante o outro.
Os pais poderão cuidar da conduta desse filho ou filha e mostrar que a boa conduta, o bom caráter, a veracidade na fala, nos comportamentos, os valores e princípios de uma pessoa de boa vontade é que fazem a vida da pessoa e não um aspecto da sexualidade. Devemos mostrar a essa (e) jovem ou adolescente que a sexualidade pode ser discreta como é a sexualidade de uma pessoa heterossexual. Por que a necessidade de chocar? Para que a necessidade de ir contra regras, contra o povo, contra instituições? Isso só irá trazer mais danos para esta pessoa. Ser homossexual não precisa ser “perseguido”. Caso os pais não tenha condição de trabalhar essas questões com o próprio filho (a), então talvez seria interessante encaminhar a um terapeuta sério para que esta pessoa possa, também saber lidar com sua condição, pois muitos não sabem e acabam por cavar a própria cova com comportamentos persecutórios.
E por fim, dizer a este (a) filho (a) que ele(a) não precisa se afastar de Deus, de Jesus, da Igreja, pois Deus irá trabalhá-lo (a) se ele ou ela deixar, como dizia santo Inácio de Loyola: “Um tronco de árvore grosso e disforme nunca sonharia poder transformar-se
em obra de arte, e por isso nunca se submeteria ao escopro e ao martelo do
escultor, capaz de ver nele o que dele pode ser feito (Santo Inácio). Que Deus possa trabalhar a todos nós.
1 – Digo isso de forma livre, porque o autor Otto Kernberg, um dos psicanalistas mais conceituados nesse tema, disse em um de seus livros que ele já atendeu uma pessoa que mudou sua opção sexual. Ou seja, não podemos dizer que isso não seja possível. 
*Esse conteúdo é dedicado às pessoas que seguem a Doutrina Católica que diz que a “tendência homossexual não é pecado”, mas que a PRÁTICA DOS ATOS SEXUAIS é pecado grave (cf. Catecismo da Igreja Católica §2357).
Autora: Arlene Denise Bacarji
Possui graduação em filosofia pela Universidade Católica Dom Bosco (1991), mestrado em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná (2000), mestrado em Teologia pela PUC (RS) e doutorado em Teologia sistemático-pastoral pela PUC-Rio. Foi professora e coordenadora adjunta da Faculdade Palotina de Santa Maria (RS) no curso de Teologia. Atualmente, é coordenadora do Curso de Teologia da Faculdade Canção Nova em Cachoeira Paulista (SP).

Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/homossexualidade/tenho-um-filho-homossexual-o-que-faco/