2 de fevereiro de 2015

Liberdade não pode ser irresponsabilidade

A liberdade, portanto, não pode se transformar em arma, usada irresponsavelmente para desferir golpes contra os outros

A contemporaneidade exige um aprendizado a respeito de como valer-se das conquistas alcançadas ao longo da história para se construir um mundo melhor. Há uma ciência própria que deve auxiliar o exercício da liberdade para que prevaleça também o respeito inegociável aos direitos e às autonomias. Deve-se considerar sempre a ética da alteridade, que exige uma específica competência cidadã. Somente assim é possível ver a vida e avaliar cenários não apenas a partir do próprio lugar e de interesses particulares, mas considerando perspectivas capazes de contemplar o bem maior, da coletividade.

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Sem esse discernimento interpretativo, continuará a prevalecer o risco de autoritarismos e imposições que provocam desastres fatais e atingem não apenas contextos específicos, mas toda humanidade. Por isso mesmo, o ponto de partida será sempre uma vívida responsabilidade quanto àquilo que se fala, os juízos emitidos sobre o outro, a respeito de culturas e de confissões religiosas. A liberdade individual e também a de imprensa não dão a ninguém o direito de posicionamentos que ultrapassem o limite delineado pelo respeito a identidades e diferenças.

O uso abusivo da liberdade de expressão, sem medir as consequências, não raramente gera outros absurdos. Equívocos provocados por uma sucessão de irracionalidades. A liberdade não pode ser compreendida como perda do sentido de alteridade. Sempre deve haver respeito ao outro, às culturas e às confissões religiosas. Merece atenção específica o contexto digital e midiático, que tem papel decisivo na definição de comportamentos e escolhas, influencia a formação de juízos a partir da disseminação de todo o tipo de opinião. Muitos, de modo covarde, valem-se do anonimato possível na internet para perpetrar uma sentença algoz até contra quem não merece.

A perda de parâmetros é um perigo e produz desastres que dividem a opinião pública, criando os chamados "lados opostos". Assim, inviabiliza a abertura de uma nova e indispensável perspectiva que favorece diálogos construtivos. A liberdade, portanto, não pode se transformar em arma, usada irresponsavelmente para desferir golpes contra os outros. Utilizá-la desse modo é provocar reações também arbitrárias que geram cenários de perdas irreversíveis. A conduta irresponsável de simplesmente dizer o que se quer e bem entende não é caminho para se construir a sociedade do diálogo. Ora, é preciso ponderar antes de emitir opiniões. Trata-se de exercer o princípio ético, particularmente porque se sabe que a palavra tem força construtiva e demolidora.

O mundo não é um pequeno espaço, um "canto", e, por isso, ninguém deve se posicionar sem a devida consideração da pluralidade existente entre povos, culturas e grupos. A "palavra dita" e a "palavra dada" precisam ser balizadas pelo princípio ético. A globalização das informações, o direito de juízos e o uso de liberdades não permitem desconsiderar o respeito moral e cidadão ao outro. Portanto, é uma irresponsabilidade falar sem pensar e sem as indispensáveis ponderações. É um grave equívoco desprezar a avaliação daquilo que se diz pelos meios digitais, pela mídia, nas rodas de conversas, nas reuniões, nos parlamentos, onde for. Esse erro é cometido, muitas vezes, por governantes, empresários, líderes diversos e, também, pelo cidadão mais simples.

Torna-se urgente mobilizar sensibilidades para se aprender, ou reaprender, que é indispensável refletir, antes de dizer. Caso contrário, a palavra não será veículo do diálogo, mas arma que provoca arbitrariedades e gera a violência. O exercício de ponderação exige que a palavra a ser dita seja planejada no silêncio que está em falta em nossa sociedade, muito inquieta e barulhenta. A geração qualificada da palavra tem tudo a ver com a fonte da ética que forja moralidades necessárias a decisões, posturas e escolhas. A ética em defasagem produz a permissividade doentia que alimenta a corrupção, seduz mentes e corações pelo afã do dinheiro e cega muitos no exercício do poder.

É hora de investir, em todo lugar e de formas variadas, como prioridade, na compreensão de que liberdade e respeito são indissociáveis. Isto significa reconhecer a grande pluralidade que caracteriza o mundo, uma urgência cultural e ética. Sem boa articulação entre liberdade e respeito, a sociedade contemporânea, mesmo com seus avanços, vai sofrer com os ataques e vandalismos, continuará a pagar altos preços.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

O Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma, Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico (Roma, Itália).

Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/liberdade-nao-pode-ser-irresponsabilidade/

30 de janeiro de 2015

A importância de os pais lerem para os filhos

A leitura entre pais e filhos pode estreitar os laços afetivos

A interação entre pais e filhos se dá de diferentes formas e em diversos contextos. Numa época em que a tecnologia é predominante até mesmo nas formas de educar, é importante destacar para os filhos o valor do estímulo à leitura  junto dos pais.

A importância dos pais lerem para os filhos

Desde muito pequenas, as crianças podem se beneficiar deste hábito, especialmente quando estimuladas por seus pais e por aqueles que cuidam diretamente dela. Publicações mostram que cerca de 50% dos pais não tem o hábito de leitura com os filhos e os deixam fazer uso dos tablets e jogos eletrônicos. A escola faz esse papel, mas é por meio daquilo que vemos dentro das nossa casa que podemos internalizar esse hábito.

Se pudéssemos enumerar as vantagens desse hábito adquirido, poderíamos destacar alguns aspectos importantes:

• Desenvolver a criatividade na criança;

• Ampliar sua visão sobre o mundo: ao contar histórias, damos aos pequenos um universo diferenciado, novas culturas, hábitos diferentes, novas situações que acontecem;

• Dar abertura às emoções da criança, quando ela pode ficar surpresa, alegre, pensativa… Enfim, poder interagir com os elementos da história. Ao contar uma história, os pais podem fazer "vozes diferentes" para caracterizar cada personagem. Isso aguça a percepção da criança.

• Favorecer a proximidade entre pais e filhos gera lembranças de afeto, visto que aquele momento é de dedicação especial à criança.

• Quando ela recebe os estímulos de uma história, entra na fantasia daquele conto, amplia seus conceitos, insere-se num mundo lúdico. Essas brincadeiras ajudam-nas a elaborar, compreender, pensar a respeito daqueles personagens e de sua vida.

• Desenvolver e ampliar a fala: ao ouvir os pais falarem e mostrarem figuras, podem desenvolver a fala com mais facilidade.

• Juntamente com a história, seu filho poderá desenhar as figuras dessa história. Nessa situação, é aberto um outro canal de criatividade com ele, ampliando também sua criatividade.

O hábito da leitura pode ser iniciado com coisas simples: nomeando objetos, pessoas e animais. Mostrando rótulos, nomes de brinquedos, de cores e roupas enquanto é vestida.
Mais do que o ato de ensinar, o contato afetivo nesta troca é extremamente importante: ele revela um outro nível de relacionamento com o outro. Esse trecho diz bem quanto é importante inserir histórias em nossa vida: "uma vida se faz de histórias – a que vivemos, as que contamos e as que nos contam." (Corso, D.)

Que você possa ampliar as experiências do seu filho a partir da leitura e esteja mais unido a ele, criando ótimos hábitos futuros aos pequenos, inclusive, revendo seus hábitos de leitura.

A equipe do formacao.cancaonova.com preparou algumas historinhas para você baixar e ler para seus filhos, sobrinhos, alunos… Clique nas imagens e baixe as histórias. 

Use e abuse da criatividade para contar as historinhas para a garotada.

Os sonhos de AndyNYC (1)

A vocação de pierre (2)

Elaine Ribeiro dos Santos

Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica e Organizacional, colaboradora da Comunidade Canção Nova.
Blog: temasempsicologia.wordpress.com
Twitter: @elaineribeirosp


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/a-importancia-de-os-pais-lerem-para-os-filhos/

28 de janeiro de 2015

O cônjuge como um caminho para Deus

O cônjuge como um caminho para Deus, um lugar de encontro com o Senhor

O encontro de duas pessoas em Deus – por intermédio da oração ou da vivência religiosa compartilhada – é uma das formas mais ricas e profundas de elas se encontrarem com o melhor que cada um possui, já que estão diante do Senhor. Diante d'Ele, elas se desprendem de tudo o que normalmente dificulta o encontro e vão assumindo, com mais objetividade, a atitude compreensiva, benigna e compassiva do amor de Deus.

O Cônjuge como um caminho para Deus

A união de duas pessoas pelo sacramento do matrimônio abre-lhes uma nova possibilidade de amor sobrenatural: o cônjuge como um caminho para Deus, um lugar de encontro com o Senhor. No momento solene das bodas, Cristo diz a cada um: "Eu, desde agora, vou amá-los especialmente por meio do cônjuge, vou convertê-lo em santuário do meu encontro contigo".

Com isso, o Senhor nos deixa o grande desafio de O buscarmos no coração do outro, onde, desde agora, Ele está nos esperando. O desafio de descobrir o rosto de Cristo no rosto do cônjuge, de acolher Seu amor como transparente e reflexo do amor divino. Em contrapartida, eu devo ser Cristo para o outro, dar a Ele o amor, a luz e a força que necessita para crescer e chegar até Deus. Assim, cada um se aceita e se doa ao outro como lugar privilegiado de encontro com o Senhor.

Por isso, em todo matrimônio cristão está sempre Deus como terceiro, como quem se faz de ponte e laço de união entre os cônjuges. Mas quando o Senhor não ocupa esse lugar dentro do matrimônio, há sempre lugar para outro terceiro, que destrói a aliança matrimonial.

O casamento é uma comunidade de salvação unida por um vínculo sobrenatural. O amor de Cristo e de Maria selam nosso amor. Estamos unidos como a videira e os brotos. Nossa salvação está unida ao outro e vem por meio dele. Nossa santidade repercute no outro, nosso pecado também.

Tão profunda é essa aliança [matrimonial] e esse conhecimento mútuo, que os esposos deveriam chegar a ser diretores espirituais um do outro. Tanto se conhecem que podem ajudar o outro em seu caminho de santidade. Essa aliança de amor se dá entre os esposos e deles com Deus. Por isso é comunidade de salvação, de amor, vida e tarefas com Cristo e Maria.

Compartilhamos Sua missão e junto com Ele caminhamos para Deus Pai. Em caso de os contraentes humanos entrem em crise, o Terceiro os ampara. Cristo carrega com eles o matrimônio.

Depois de nossa consagração, a Virgem também começa a ser uma aliada nossa e nos ajuda no caminho. Ela também nos ampara. O que dissemos sobre o matrimônio vale para todos os membros da família: pais, filhos, irmãos… Cada um é Cristo para os demais, reflexo do Senhor. Cada um é e há de ser, para o outro, um caminho para o Senhor, caminho privilegiado de amor a Ele.

Nisso encontramos o sentido da aliança matrimonial e o sentido da aliança familiar: todos juntos, unidos e aliados com a Virgem Maria, caminhamos para Deus. Todos juntos, amando-nos mutuamente como ao Senhor, nos consagramos a Maria e, mediante a ela, nos entregamos para sempre a Deus.

Queridos irmãos, se nos deixarmos educar e guiar pela Virgem Maria, então a aliança com ela será como uma grande escola de amor. Nela aprendemos a amar para percorrer os caminhos do amor divino e chegar ao coração do Pai. E é assim que se tornará realidade em nossa vida a aliança com Deus.

Por Padre Nicolás Schwizer – Movimento apostólico Shoenstatt


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/casamento/o-conjuge-como-um-caminho-para-deus/

26 de janeiro de 2015

Como ajudar o filho a adaptar-se à nova escola?

Os pais têm papel fundamental na adaptação à nova escola

Chegou a hora de voltar às aulas. Esse é sempre um momento importante, pois as crianças estavam acostumadas com as férias, a permanecer mais tempo em casa e reduzir suas obrigações, tais como levantar cedo, fazer dever entre outras coisas.

Como ajudar o filho adaptar-se à nova escola

Outro fator impactante é a volta para a sala de aula, com professores novos e até coleguinhas diferentes. Porém, normalmente, o mais difícil é quando os filhos vão para uma nova escola, onde encontrarão, além de professores e colegas novos, um ambiente físico e comportamental diferente.

O novo cenário traz uma nova cultura, com regras e rotinas diferentes da escola anterior, onde os filhos, de alguma forma, já estavam acostumados, adaptados. Isso pode ser assustador, e os pais têm um papel importante nessa adaptação.

O primeiro passo é conhecer o novo ambiente escolar, partilhar com os filhos as suas impressões, falar do que chamou sua atenção e os pontos que direcionou a sua escolha. Se eles sentirem que os pais estão confiantes, isso facilitará a abertura para a aceitação; caso contrário, sentirão uma insegurança maior.

Outro passo é motivar os filhos a compartilhar os sentimentos sobre a mudança, mostrar que o medo, a insegurança e a ansiedade fazem parte de qualquer processo de mudança, mas que os pais estarão juntos deles caso algo não aconteça da forma esperada. Paciência e persistência são fundamentais. Aceite e trabalhe o choro ou a raiva demonstrada pelo seu filho, pois fazem parte do processo de aceitação.

Lembre-os de que os laços de amizade criados na outra escola dificultam esse processo de adaptação; portanto, é preciso mostrar-lhes que a saída não significa quebra de laços, pois, apesar da distância, eles podem ser mantidos de uma forma diferente. Para isso, é possível criar uma agenda telefônica dos colegas.

Reflita com eles também que a nova escola é uma oportunidade de conhecer pessoas diferentes, que aprender a cultivar relacionamentos é importante para a vida futura. Para facilitar o processo, busque alguém conhecido na nova escola para ajudar na adaptação inicial.

É importante mostrar os pontos positivos da escola, seja o local, algum amigo conhecido, a metodologia de ensino etc. Para reduzir os sentimentos de ansiedade, envolva os filhos na escolha. Se isso não foi feito, uma visita à escola antes das aulas também ajudará.

Envolva seu filho na organização do material, pois faz com que a realidade da nova escola se torne mais real para ele. Se possível, faça isso desde a compra do material até a preparação da mochila.

Cuidado com os seus sentimentos no momento de deixar a criança na escola, porque elas captam com facilidade e reagem de acordo com eles. A sua confiança acabará gerando um sentimento de segurança nos pequenos, mas o seu sofrimento lhes gerará angústia. Quando os pais estão felizes com a escolha feita, minimizam as dificuldades de adaptação da criança.

A postura acolhedora, amável e disponível dos pais, no processo de adaptação, fortalece os vínculos familiares e reduz a ansiedade do contato com tantas pessoas diferentes. É preciso estar atento aos acontecimentos e atuar quando algo sair da curva do aceitável.

No processo, a criança poderá apresentar dificuldades logo no início. Nesse caso, a postura dos pais e dos professores será fundamental para detectar as causas e buscar soluções. Entretanto, elas podem não ter problemas inicialmente por causa das novidades, mas apresentá-los depois e os pais não o perceberem a tempo. Por isso, o acompanhamento é fundamental.

A nova escola pode ser um lugar para aprender a viver de forma diferente, criar vínculos com outras crianças sem perder os já criados em outras escolas e, principalmente, descobrir sobre si mesmo e a sua capacidade conviver com a mudança.

Ângela Abdo

Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. Atua como curadora da Fundação Nossa Senhora da Penha e conduz workshops de planejamento estratégico e gestão de pessoas para lideranças pastorais.

Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial. Possui mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape. Atua como consultora em pequenas, médias e grandes empresas do setor privado e público como assessora de qualidade e recursos humanos e como assistente social do CST (Centro de Solidariedade ao Trabalhador). É atual presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) do Espírito Santo e diretora, gerente e conselheira do Vitória Apart Hospital.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/como-ajudar-o-filho-a-adaptar-se-a-nova-escola/

23 de janeiro de 2015

Como viver a pureza nos dias de hoje?

Viver a pureza nos dias de hoje é um grande desafio

A atual sociedade vive uma mudança de valores e ideais que nos coloca em um mundo desestabilizado. O nosso próximo é visto mais como um objeto sexual do que como filho de Deus. O que você diz ao ver uma mulher ou um homem atraente? "Nossa, que filha de Deus!" "Nossa, que filho de Deus!" É mais comum ouvirmos: "Nossa, que gata! Nossa, que gato!".

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É fundamental entender que a luxúria começa com o olhar e depois vai para o pensamento e, por fim, cai no coração. "Ora, eu vos digo: todo aquele que olhar para uma mulher com o desejo de possuí-la já cometeu adultério com ela em seu coração" (Mt 5,28). Portanto, o pecado não começa somente no ato em si, como a fornicação, mas também no olhar malicioso.

Por isso, seguem três dicas para você viver a pureza nos dias de hoje:

1. Purificação no olhar: ao olhar uma mulher ou um homem que chame a sua atenção, não tampe os seus olhos, mas aprenda a vê-la (o) como filha (o) de Deus. O pecado não está em olhar, mas em permanecer olhando a ponto de desejá-la (o). Faça uma breve oração: "Senhor, eis uma obra admirável aos meus olhos! Eu O louvo por tamanha beleza e peço que ela (e) seja santa (o). Amém".

2. Purificação no pensar: como consequência de olhar sem a decisão de viver a pureza, os pensamentos começam a fantasiar e os desejos conscientes e inconscientes vão tomando conta da pessoa. Por isso, após olhar, procure não ficar pensando naquela "bela imagem" com a qual você se deparou. Rompa os seus pensamentos quando ela ou ele voltar, pense em outras coisas. Caso permaneça pensando, converse com Deus e entregue a Ele a sua luta em ser um autêntico cristão.

3. Purificação no coração: o Catecismo da Igreja Católica vai nos ensinar que "a purificação do coração exige a oração, a prática da castidade, a pureza da intenção e do olhar" § 2532. Ou seja, você precisa romper com a pornografia, com o sexo antes do casamento, com as orgias e tudo que fere a sua pureza. É questão de decisão e luta contra as más tendências e paixões da carne. Reze com o salmista: «Ó Deus, cria em mim um coração puro» (Sl 50[51], 12).

Se você deseja viver a pureza nos dias de hoje, assuma essas três dicas como meta diária para a sua vida. É preciso treinar-se para alcançar essa virtude. "A pureza do coração nos permitirá ver a Deus e nos permitirá, desde já, ver todas as coisas segundo Ele" (cf. CIC 2531). Eu quero viver a pureza. E você?

Fernanda Soares

Missionária da Canção Nova. Apresentadora do programa Revolução Jesus e Vitrine da TV Canção Nova. Estudante de jornalismo. Escritora do Blog do Revolução Jesus e autora do livro "A mulher segundo o coração de Deus".


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/castidade/como-viver-a-pureza-nos-dias-de-hoje/

21 de janeiro de 2015

O poder da mulher orante

Ser uma mulher orante muda uma história inteira

"Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura? E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam; E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?" (Mateus 6,25-30)

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Desde minha infância, sou visitada por essa visão de amor. Essa palavra me acompanha com muita força e foi por causa dela que batizei meu primeiro CD de "Mais que os pássaros", há mais de 20 anos, numa tentativa de testemunhar como me sentia vista por Deus, sob um cuidado raro, delicado e fino.

Mesmo depois de tanto tempo, continuo tendo essa mesma visão: Deus cuidando de mim como um passarinho ferido em Suas mãos, tendo-me em Seus braços com um lírio frágil. Nesse caminho de fé, fui assimilando um amor maravilhoso do Senhor por mim. Foi por meio dessa palavra que experimentei uma reconstrução da minha fé, quando ela se enfraquecia diante das dificuldades e decepções da vida. Foi nessa palavra em que me baseei para ter esperança diante de tantas realidades que me diziam o contrário, para acreditar que Deus podia muito mais em minha casa, em minha família, em meu coração e com as pessoas que eu mais amava nesta vida. E tudo permanece mais vivo que nunca! Parece que foi ontem quando li esse trecho da Bíblia pela primeira vez.

Existe uma imensa diferença entre ser uma mulher que caminha a esmo e ser uma mulher que reza. Esta volta o seu olhar, todos os dias, para uma realidade eterna e divina; aquela não vê esperança em nada, tornando-se desagradável constantemente pela quantidade de murmuração que carrega junto em si. Uma mulher que reza, o faz com a vida; ela confia seus passos, suas decisões, escolhas e percepções a Deus em oração. Ser uma mulher orante muda uma história inteira.

Uma mulher que reza se torna muito mais capaz de silenciar, esperar e dominar; ela é capaz de suportar o que nunca antes imaginava. Grande exemplo de mulher que reza é Maria, que rezou em pé, aguentou em pé e encheu a humanidade feminina de dignidade, força e exemplo. A meu limitado ver, essa habilidade de Maria é estrondosa, gigante e magnífica; ela se calou, sabia de tudo e mesmo assim se calou. Um domínio de si sem igual, uma fé tão bem construída pela graça de Deus que nada pôde abalar! Essa fé almejo!

A mulher orante não sucumbe nem cai diante de qualquer dificuldade, ela não reza somente depois que as coisas se ajeitaram querendo garantias e seguranças, mas ela reza enquanto as coisas se ajeitam, enquanto tudo se modifica, enquanto tudo se transforma. É até difícil imaginar uma mulher que não pede garantias para dar um passo de confiança, mas aquela que reza é assim: ela simplesmente confia e segue segura.

Nos meandros dessa palavra, fui aprendendo, devagarinho, que nada nesta vida iria me faltar, mesmo sabendo que nada iria me sobrar. Fui entendendo o convite que me estava sendo feito tão explicitamente: ser uma mulher de esperança.

Ziza Fernandes

Ziza é cantora, compositora, musicoterapeuta, professora e mosaicista. Estudou piano por 12 anos no Conservatório Santa Cecília, Maringá – PR, aperfeiçoando-se com o professor Paulo Giovanini, na Universidade Estadual de Maringá.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/afetividade-feminina/o-poder-da-mulher-orante/

19 de janeiro de 2015

O que é andropausa?

É muito importante a orientação e a conscientização de que essa doença existe e pode ser tratada

Depois de toda essa série de artigos sobre a menopausa, preciso fazer um momento especial sobre os homens. Afinal de contas, eles também passam pelo mesmo processo fisiológico que as mulheres, a diminuição dos hormônios sexuais. Só que a mudança deles geralmente é bem diferente da nossa. Ela acontece de maneira mais lenta, gradual e, na maioria das vezes, nem é percebida. Em média, somente 30% dos homens passarão pela andropausa sintomática, podendo ter sérias repercussões na vida do casal.

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O principal hormônio sexual masculino é a testosterona. Ela é responsável por diversas coisas maravilhosas: disposição de vida, força muscular, desejo sexual, produção de células do sangue, manutenção da saúde dos ossos… Todos os homens sofrem a queda desse hormônio após os 30 anos, em especial após os 50 anos. Quando essa perda é muito significativa, ela pode vir acompanhada de diversos sintomas como: diminuição da massa muscular, redução dos pelos no corpo (incluindo na barba), ausência de ereções espontâneas pela manhã, aumento da gordura corporal (em especial na barriga), diminuição do desejo sexual, suores e ondas de calor (raro), palpitações, infertilidade, problemas de memória, dificuldade de concentração, apatia, depressão e ansiedade.

Apesar de os sintomas serem graves, a andropausa ainda é algo pouco conhecido, e as pessoas têm dificuldades de fazer essa associação entre o quadro clínico e a doença. Às vezes, isso interfere diretamente na vida de toda a família, mas a maioria dos homens tem dificuldade de aceitar ir ao médico para fazer exames. Nesse ponto, acho muito importante a orientação e a conscientização de que essa doença existe e pode ser tratada.

O diagnóstico é feito principalmente pela história clínica (sintomas) e pela dosagem de testosterona no sangue. Se não for tratada, a andropausa pode causar (além dos sintomas psíquicos – depressão, apatia) osteoporose e anemia crônica. O tratamento é fácil, mas deve ser acompanhado por um médico, de preferência urologista ou endocrinologista. Ele consiste em repor a testosterona, seja por comprimido ou injeções. E os resultados costumam ser muito bons.

Como já mencionamos, nem todos os homens que têm diminuição do nível de testosterona vão ter sintomas. Mas chamo à atenção para que aqueles que sentem a chegada da andropausa: há tratamento e isso pode melhorar diretamente diversas áreas da vida. É muito importante ir ao médico para ser avaliado.

O fato real é que envelhecer não é fácil. Nosso corpo e nossa mente passam por transformações intensas, como se a vida quisesse nos dar um chacoalhão e dizer: Acorde! Agora é hora de tomar as decisões certas. Temos algum tempo pela frente, e a qualidade dessa fase dependerá diretamente das escolhas feitas por cada um de nós.

Eu faço eco desse pedido, dizendo que o que virá pode ser ainda melhor do que o que passou. A vida, em especial para aqueles que acreditam em Deus, é sempre uma evolução, um crescimento. Deus tem o melhor para nós, e se Ele nos permite estar mais um dia aqui, é porque tem algo de especial para fazer em nós e por meio de nós. Vamos semear as melhores sementes que temos, e colheremos também os melhores frutos, cada um em sua época.

Roberta Castro

Roberta Castro é Ginecologista e especialista em terapia familiar. Coordenadora do Ministério de Música e Artes da Renovação Carismática Católica no Estado do Espírito Santo.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/o-que-e-andropausa/