29 de dezembro de 2014

Como conviver com alguém de temperamento difícil?

Nenhuma pessoa pode ser taxada pela característica mais evidente, ou seja, eu não posso julgar alguém apenas por ter um temperamento forte

Quando pensamos em determinados comportamentos e situações, logo nos lembramos dos momentos nos quais não conseguimos lidar com determinados tipos de pessoas pelas características que elas possuem.

Pessoas consideradas "difíceis" encontraremos em todos os lugares: no trabalho, na escola, na família, na comunidade, entre nossos amigos, enfim, no convívio social sempre encontraremos pessoas com as quais teremos algumas ou muitas dificuldades.

Como lidar com temperamento dificil - 940x500

O que popularmente chamam de "temperamento forte", pode revelar uma pessoa determinada, firme em seus propósitos, mas também alguém que pode dificultar relacionamentos, ser dura em seus pensamentos e, muitas vezes, alguém que pode ter barreiras nos seus relacionamentos em grupo. Nosso temperamento traz características herdadas de nossos pais. Se este "nosso tempero" é forte, logo lembramos que pode ter uma dose de "pimenta", de "sal" e outros tantos sabores.

Nenhuma pessoa pode ser taxada pela característica mais evidente, ou seja, eu não posso julgar alguém apenas por ter um temperamento forte. Mas como ajudar e ser ajudado nestes casos?

Nos relacionamentos cotidianos, vamos aprendendo a perceber as pessoas e a lidar com seus comportamentos. O primeiro ponto que podemos pensar é: "Será que esta pessoa tem algum comportamento que me irrita, pois se parece em algo comigo?". Será que você também é uma pessoa difícil? Procure, então, perceber-se, deixe de lado as acusações e passe a observar-se melhor. Ao perceber seus valores, sua forma de agir e perceber o mundo, muitas coisas poderão ser clareadas.

Claro que pessoas mal humoradas, de atitudes negativas, que apenas criticam ou para as quais o mundo sempre é ruim, pouco colaboram quando estão convivendo com os demais.

Com uma pessoa assim, é importante que sejamos assertivos, ou seja, que sejamos claros ao dizer, de forma adequada, os comportamentos dela que prejudicam aquele ambiente. Quando deixamos o fato de lado, eles podem "crescer" e quando percebemos todo o relacionamento pode ser perdido. Não "caia no jogo". Você pode ter um temperamento também forte e facilmente irritar-se e até alimentar aquela situação constrangedora. Acalme-se, olhe para a situação de forma racional e dê uma resposta diferente.

Compreender a forma da outra pessoa pensar também ajuda bastante. Procure pensar antes de dizer, não reaja de forma impulsiva. Quando uma situação está muito difícil, às vezes é melhor recuar e conversar quando ambos estiverem mais calmos.

Gosto muito de uma citação do Padre Joãozinho que diz assim: "Nós precisamos viver como patos e não como esponjas. Os patos têm uma glândula que distribui óleo em suas penas para torná-las impermeáveis. Depois que eles mergulham, sacodem as penas e já estão prontos para outra. Tudo fica por fora deles, nem a água nem a sujeira os atingem. Por outro lado, quando vivemos como esponja, absorvemos tudo que as pessoas nos dizem e acabamos nos tornando complexos, cheios de ressentimento".

Paciência e benevolência são poderosos instrumentos dos quais precisamos nos lembrar para um bom relacionamento com nossa família, filhos, amigos, trabalho, comunidade, escola. Pensemos nisso!

Elaine Ribeiro dos Santos

Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica e Organizacional, colaboradora da Comunidade Canção Nova. Blog: temasempsicologia.wordpress.com Twitter: @elaineribeirosp


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/amizade/como-conviver-com-alguem-de-temperamento-dificil/

26 de dezembro de 2014

Natal, a festa da Luz!

"O povo que andava nas trevas viu uma grande luz" (Isaías 9,1)

Este fato narrado pela Palavra de Deus aconteceu há mais de dois mil anos; no entanto, atualiza-se todos os dias. É ele o motivo que nos faz celebrar o Natal, pois uma Luz brilhou em meio às trevas!

Natal - 940x500

Há um clima diferente no ar, votos de felicidade, mãos estendidas, confraternizações e brilhos estão por todos os lados! Nas ruas, casas e lojas, por onde quer que andemos, as luzes piscam entre cores e formas, convidando-nos à celebração. Elas iluminam e encantam, trazem um colorido especial às realidades que, durante o ano, foram se tornando comuns e opacas pela rotina do dia a dia. As roupas e os adereços também ganham destaque nesta época; afinal, a moda no Natal é brilhar!

Somos envolvidos pela correria do comércio. Os presentes, as viagens e tantas outras realidades próprias do fim de ano fazem-nos viver um tempo diferente. Mas será que estamos mesmo celebrando o Natal? Ou seja, será que estamos celebrando o nascimento de Jesus, o Deus que se fez Menino, nascido da Virgem Maria, que veio habitar em meio a nós?

Ele é a verdadeira Luz que brilhou para o povo que andava nas trevas. Ele veio para nos salvar e nos fazer participantes da Sua vida divina. Trouxe-nos a grande e esperada libertação; por isso celebramos Seu nascimento! Mas será que em nossos dias, tão agitados e interativos, temos tido tempo para tomarmos consciência desta verdade?

Penso que celebrar o Natal sem nos deixar envolver pela ternura do amor de Deus, expresso no nascimento de Cristo, é como participar de uma festa sem conhecer os anfitriões nem o motivo da comemoração. Você está presente, come, bebe, admira a decoração, observa os convidados, mas não tem porque se alegrar, vive tudo de maneira superficial, indiferente. E tenho certeza que não é isso que Deus espera de nós justo na festa do Seu nascimento.

Precisamos recordar com urgência o motivo da celebração do Natal e nos prepararmos com dignidade para esta festa sem nos deixarmos levar pelo clima externo do consumismo.

Mesmo que isso seja um grande desafio em nossos dias, é preciso fazermos nossa parte como cristãos! Aquela Luz que brilhou na Terra, há mais dois mil anos, é Jesus, a mesma Luz que deseja, hoje, iluminar nossa vida, dissipando toda espécie de trevas que o pecado nos incutiu.

Lembremo-nos de que nosso coração é o único lugar que Deus escolheu para nascer, pois somos únicos diante d'Ele. No entanto, como Pai amoroso que é, o Senhor continua a respeitar nossa liberdade e espera darmos o primeiro passo na direção certa, para que Sua luz entre em nossa vida.

Sem abertura de coração, a luz de Cristo não pode iluminar nossa vida! Ou seja: sem nos decidirmos a amar, perdoar, a sermos justos e dedicados, bondosos, alegres e pacíficos não há como celebrarmos o nascimento de Deus em nós. Sendo assim, o Natal passa a ser mais uma festa sem sentido. Não basta presépios, Missa do galo, troca de presentes e ceias fartas para o Natal acontecer, é preciso tomar a decisão de uma vida nova, pautada nos ensinamentos de Cristo, que nos conduzem às atitudes concretas e coerentes, à vivencia da fé durante todos os dias do ano.

"O povo que andava nas trevas viu uma grande luz" (Isaías 9,1). Ainda hoje existem muitos que caminham nas trevas do pecado, e Jesus deseja iluminá-los por meio de nós. Tenhamos a coragem de testemunhar o amor de Deus a partir dos pequenos acontecimentos e das escolhas do nosso dia a dia. É este o tempo favorável para uma vida nova! A luz brilhou em meio às trevas, veio reacender a esperança e nos dar a certeza de que já não estamos sozinhos, Deus está conosco, Ele é o Emanuel! Sua luz nos contagia e aquece, por isso, abramos nosso coração e tenhamos a coragem de ser faróis no mundo, levando, com a nossa vida, a luz que é Cristo aos corações sedentos de amor e paz.

Assim, celebraremos o Natal, a festa verdadeira da Luz!

Dijanira Silva

Dijanira Silva, missionária da Comunidade Canção Nova, atualmente reside na missão de São Paulo. Apresentadora da Rádio CN América (SP). E-mail: http:// dijanira@geracaophn.com


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/natal/natal-a-festa-da-luz/ 

22 de dezembro de 2014

Como fazer uma boa confissão?

A confissão é um sacramento de cura

Cada vez mais e mais pessoas têm buscado a cura da alma, fiéis têm também encurtado o tempo de uma confissão para outra. Mas é preciso ficar atento, pois não basta confessar várias vezes, é preciso confessar-se bem. Mas como fazer isso?

Como fazer uma boa confissão

Bom, confessar-se é dizer a verdade, relatar algo que foi feito; confessar significa assumir tal ato. No caso da confissão sacramental, significa dizer os pecados, os erros cometidos contra os mandamentos de Deus.

Podemos dizer que são necessários quatro passos. No primeiro, a pessoa deve se colocar em oração, pedir a Deus a graça de uma sincera contrição; no segundo, fazer um bom exame de consciência ao rezar, lembrar como foi a caminhada da última confissão até o presente; depois, buscar o sacerdote e confessar. Por fim, após a confissão, cumprir a penitência.

Então, o primeiro passo é rezar, orar a Deus pedindo um coração arrependido do mal realizado, pois nem sempre este se arrepende; muitas vezes, a consciência está laxa, ou seja, até sabe que errou, mas não veio o arrependimento. A oração será esse pedido a Deus para que se convença do mal e se arrependa.

Segundo passo: importante fazer um bom exame de consciência, ou seja, fazer um balanço desde a última confissão sobre os males cometidos. Nesse momento, vale dizer que pecado confessado é pecado perdoado. Se um pecado foi confessado e não mais cometido, não se confessa novamente. Outra dica interessante: se você tem dificuldades, medo ou vergonha de se confessar, faça o seguinte: anote seus pecados. Isso ajudará muito você e o sacerdote.

O terceiro passo: buscar um sacerdote católico, um padre ligado à Igreja Católica Apostólica Romana, pois ele recebeu o múnus, o serviço de celebrar este sacramento pela autoridade do bispo que o ordenou e do bispo local. É em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Igreja que o padre perdoa os pecados.

Não se preocupe: "O que o padre vai pensar de mim?" ou "O padre é pecador como eu!". O padre não vai ficar pensado nisso. Imagine! Se assim fosse, não iria conseguir viver só pensando nos males do ser humano. Ele recebe a graça de acolher, ouvir, dar uma direção. Pela imposição das mãos dos apóstolos, pela graça da sucessão apostólica, os sacerdotes são colaboradores dos bispos, dos primeiros apóstolos que deram este poder para os outros apóstolos até chegar aos de hoje. Por que confessamos? Porque acreditamos no perdão e na autoridade de perdoar pecados concedida por Jesus Cristo aos apóstolos (Jo 20,22-23). O padre é pecador, mas é um escolhido; e independente de sua santidade, quando ele ministra e perdoa os pecados, a pessoa está perdoada.

O quarto passo: depois de confessar, o padre dá alguma orientação. Pode ser que ele peça para o fiel rezar o ato de contrição; depois, dá a penitência. Sobre o ato de contrição, existem fórmulas longas, outras curtas e também pode ser rezado espontaneamente. O padre, normalmente, dá alguma penitência para que o fiel repare o mal; pode ser uma oração, um gesto para que se retome à santidade perdida pelo pecado. E se o padre não deu penitência? Acalme-se! A confissão é válida. Faça uma oração e tenha atitudes de um cristão, ou seja, retome a vivência dos mandamentos, viva a vida perguntando-se como Jesus faria se estivesse no seu lugar.

A confissão é uma bênção, por isso não a banalize, não a trate de qualquer forma. Examine a sua consciência, confesse-se e proponha-se a não mais pecar. Seja firme com você mesmo e tenha atenção às brechas que você deixa para o inimigo. Quando se deixa de rezar e vigiar, qualquer um se torna presa fácil.

Reze sua oração pessoal, vá à Missa, tenha devoções e reze o terço. Vigie. Esse ambiente é legal? Esse programa convém? Por fim, como foi dito acima, lembre-se de que não basta se confessar várias vezes, é preciso confessar-se e romper com o pecado. Com a graça de Deus, siga em frente e tenha a santidade como meta.

Padre Marcio

Padre Márcio do Prado, natural de São José dos Campos (SP), é sacerdote na Comunidade Canção Nova. Ordenado em 20 de dezembro de 2009, cujo lema sacerdotal é "Fazei-o vós a eles" (Mt 7,12), padre Márcio cursou Filosofia no Instituto Canção Nova, em Cachoeira Paulista; e Teologia no Instituto Mater Dei, em Palmas (TO). Twitter: @padremarciocn


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/como-fazer-uma-boa-confissao/

17 de dezembro de 2014

A importância do silêncio para a vida de oração

Uma vida de oração requer momentos profundos de silêncio

No artigo anterior, refletimos sobre o melhor horário para o nosso momento de oração.  Hoje, conversaremos sobre a quietude interior. Vivemos em um mundo altamente agitado; acordamos de manhã com o movimento e o barulho em nossa casa e os sons externos da cidade anunciando que a movimentação de mais um dia já começou.

silêncio

Vamos para o trabalho com os ouvidos sendo bombardeados por todo tipo de sons: alto-falantes, buzinas, motores dos veículos, gente falando alto, pessoas se comunicando nos celulares… Toda essa movimentação sonora é causa de estresse para o nosso psiquismo, mas também para a nossa espiritualidade.

Temos necessidade de nos silenciar, embora esta realidade esteja, a cada dia, mais distante de nós. Estamos imersos no barulho. Se até algum tempo atrás o barulho era sonoro, hoje ele é psicológico. Mesmo quando não estamos ouvindo os sons externos, nossa mente se ocupa com outros tantos afazeres que nossa consciência não consegue aquietar-se.

Em tempos de tecnologia, os computadores, tablets e celulares nos deixam silenciosos vocalmente, mas nossa mente está sempre inquieta e agitada. A todo o momento temos a necessidade de verificar nosso perfil na rede social ou responder alguma mensagem pelo 'WhatsApp'. Vivemos imersos em um silêncio tumultuado de agitações e afazeres que requerem de nós respostas instantâneas.

Aos poucos, o silêncio foi perdendo a sua essência do não falar para ocupar outro lugar em nossa vida. Já não basta mais o som dos motores dos veículos cessarem, a buzina dos carros se calarem, o som ser desligado e nossa boca não pronunciar palavras; a mente encontra-se ocupada com outras linguagens que nos roubam o silêncio que perdeu a sua verdadeira natureza.

Uma vida de oração requer momentos profundos de silêncio, onde estejamos desligados de tudo o que nos rouba a quietude externa e interna para estarmos ligados e conectados com Deus.

O primeiro passo para a quietude interior é uma preparação prévia para o momento de oração, é nos desconectarmos de tudo aquilo que não é benéfico para o nosso recolhimento interior. Muitas vezes, teremos de travar uma verdadeira luta interior caso desejemos nos aprofundar nos caminhos da oração.

Não podemos nos comunicar verdadeiramente com uma outra pessoa se ela está falando conosco e nós estamos respondendo uma mensagem no celular ou atualizando nosso perfil na rede social. É evidente que, quando praticamos estes gestos que não são educados, estamos deixando claro para a outra pessoa que naquele momento o mais importante não é ela, mas sim o que eu estou fazendo.

Em nosso relacionamento com Deus precisamos estar plenamente presentes naquele momento, e para isso se faz necessário deixarmos de lado tudo o que possa atrapalhar nosso encontro.

Desligue seu computador ou seu tablet, silencie seu celular e coloque-os um pouco longe do seu alcance. Use uma música tranquila e calma para aquietar-se. Respire algumas vezes profundamente, retirando de seus pulmões todas as tensões que seu corpo foi acumulando ao longo do dia.

Aos poucos, vá se pacificando. Acalme as emoções, os medos, as raivas; deixe-se inundar pela paz que brota do coração de Deus.

Se sentir vontade de verificar sua rede social ou suas mensagens instantâneas no celular, lembre-se que há um momento para cada coisa. Agora, você estará com Deus em oração, e essa ocasião merece toda a sua atenção e serenidade.

Padre Flávio Sobreiro

Padre Flávio Sobreiro Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP. Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre - MG. Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Cambuí-MG). Padre da Arquidiocese de Pouso Alegre - MG. Página pessoal: http://www.padreflaviosobreiro.com Facebook: http://www.facebook.com/flaviosobreiro


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/a-importancia-do-silencio-para-a-vida-de-oracao/ 

15 de dezembro de 2014

Como fazer da recaída uma oportunidade de fortalecimento

É preciso, o quanto antes, erguer-se para não perder tempo, não perder o ritmo

Com essa etapa da entrevista motivacional, chegamos ao fim de nossa série, trabalhada em diferentes temas a cada semana. No encontro anterior, falamos da fase de manutenção, na qual a pessoa procura se manter no novo comportamento, permanecendo abstinente. Hoje, abordaremos algo importante e, muitas vezes, assombroso para o dependente: a recaída.

Como fazer da recaída uma oportunidade de crescimento

A primeira coisa que deve estar clara para aquele que está em processo de mudança comportamental é que os deslizes e recaídas são comuns e, até mesmo, esperados nessa trajetória. Sobretudo para a família, é importante que não se encare esse momento como um fracasso ou ruína, mas uma oportunidade de fortalecimento de aspectos que poderiam ser melhor abordados e vividos durante o tratamento. Quando o indivíduo sofre uma recaída, ele retorna para alguma das etapas do caminho motivacional abordadas anteriormente: a pré-contemplação, a contemplação ou a ação.

Nesse momento, é importante o apoio e o encorajamento do dependente, reforçando, com ele, as estratégias que anteriormente foram traçadas e, se necessário, trilhar novos caminhos, começando de novo, às vezes, a partir de um outro ponto, com uma nova abordagem. É comum que o desânimo e o sentimento de culpa alcancem grandes proporções nesse cenário, o que requer do usuário e da família um olhar de esperança, fé e confiança mútua.

No consultório, ao acolher um paciente em recaída, procuro identificar, com ele, as situações relacionadas àquela queda. De forma concreta, auxilio-o a identificar onde, com quem e, sobretudo, a motivação que o levou a retornar o uso do álcool ou de outras drogas, apesar de sua firme decisão inicial pela abstinência. Aqui é imprescindível que ele encontre o motivo que o fez cair e, principalmente, o sentido para se reerguer.

É comum que a autocondenação ou a culpabilidade externa, sobretudo familiar, atrasem a saída dessa fase, pois pioram a autoestima do dependente, em vez de incentivar a autoconfiança. O remorso ou o apontamento dos erros são muito diferentes da responsabilização do paciente, que é algo importante e deve acontecer dentro de uma abordagem correta. O momento é de retomada de rumos e para isso a condução deve ser cuidadosa e qualificada, dentro de uma perspectiva motivacional.

Como qualquer dança, existem os tropeços e até mesmo as quedas. Mas isso não significa que a música se silencia ou que os passos não podem ser retomados. Pelo contrário! É preciso, o quanto antes, erguer-se para não perder tempo, não perder o ritmo.

A Palavra de Deus ensina que é preciso perdoar 70×7 vezes. Perdoar aos outros, perdoar a si mesmo também. Atirar pedras ou deixá-las sobre nós é como fechar-se em um sepulcro de desconfiança, medo e baixa autoestima. Levantar-se sempre que cai significa romper a porta do sepulcro da morte, deixar a pedra rolar e a vida, outra vez, vencer!

Érika Vilela

Mineira de Montes Claros (MG), Érika Vilela é fundadora e moderadora geral da comunidade 'Filhos de Maria'. Cursou Medicina pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas e, atualmente, faz especialização em Psiquiatria pelo Centro Brasileiro de Pós-graduações. Érika atua como pregadora, articulista, missionária pela Casa Mãe de Misericórdia e médica na Estratégia Saúde da Família e na Clínica Home-Med. Evangelizadora com fé e ciência, duas asas que nos elevam para o céu, ela tem a bela missão de encontrar, na união mística com a dor salvífica de Cristo, a força para seguir em frente, sabendo que Deus opera sempre as Suas maravilhas!


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/como-fazer-da-recaida-uma-oportunidade-de-fortalecimento/

10 de dezembro de 2014

É verdade que homem não chora?

Quem de nós, homens, nunca ouviu estas frases? "Pare de chorar menino! Homem não chora."

Desde pequenos, somos condicionados a reter nossos sentimentos, principalmente as dores e angústias, sufocando-as em nosso íntimo. E, assim, inconscientemente, vamos encarnando, como uma verdade, que para sermos homens crescidos devemos desenvolver a insensibilidade aos sofrimentos próprios e, consequentemente, aos alheios também.

É verdade que homem não chora?

Mas quem disse que homem não chora? Chora, sim! E deve chorar quando necessário, quando sentir que a dor está transbordando do seu coração.

Em certas situações, realmente não fica bem, nem se espera de um homem que ele fique prostrado diante de um acontecimento. A natureza deu ao ser masculino maior potência muscular, além de características psíquicas de iniciativa, impulsividade, capacidade de responder de imediato ao que lhe é colocado como desafio, e outros aspectos, para que ele seja o primeiro a enfrentar os problemas (lançar-se no enfrentamento).

Desde pequenos somos tratados de forma mais firme, e isso é natural e perfeitamente aceitável.

Meninas brincam de casinha, que simboliza interação, cooperação, ambiente acolhedor e carinho. Aprendem balé ou dançam balançando seus vestidos para seus pais; e então ouvem elogios referentes à sua beleza e ao quanto são amadas. Nisso a sensibilidade delas é trabalhada e entendemos como: "elas têm direito" a demostrar fragilidades.

Meninos brincam de carrinhos, em que geralmente simulam acidentes e consertos, ou fantasiam uma aventura, quase sempre tendo ocasiões de luta. Perceba que são atividades que iniciam o pequeno a sair de si e enfrentar a vida, ou seja, a sociedade, a família e até os amigos moldam um homem por meio de desafios. Há a expectativa de que ele seja forte física e emocionalmente.

Portanto, ao ver uma mulher chorando, provavelmente iremos nos compadecer do seu sofrimento e será um tanto mais suportável vê-la prolongar sua lástima. Já no caso de um rapaz, talvez até aceitemos suas lágrimas por um tempo, mas, depois, ficaremos com aquela sensação de "Já deu! Agora levante-se e reaja!".

O problema é quando nos fixamos num esteriótipo e tiramos o direito e a dignidade de um homem como pessoa, alguém com sentimentos, que não tem a obrigação de ser forte o tempo todo.

Realmente, esperamos que o homem se comporte diferente da mulher, que, se necessário, esteja preparado para tomar a frente e puxar a fila diante do fato desagradável. Mas, para isso, o homem precisa, principalmente num primeiro momento, chorar e pôr para fora sua dor.

Aliás, o primeiro estágio para se superar uma dificuldade, é admitir que fomos atingidos e o quanto esta contrariedade afetou nosso coração.

As lágrimas fazem parte desse processo. Primeiro, coloque para fora sua indignação e o impacto da má notícia, isso o ajudará a, depois, não reagir pela raiva ou impensadamente. O pranto contido se transformará em mágoa e ela ficará armazenada na alma, podendo gerar doenças e traumas que nos deixam cada vez mais insensíveis e intransigentes.

Enfim, chorar faz bem e não contratestemunha a masculinidade.

Sandro Arquejada

Sandro Aparecido Arquejada é missionário da Comunidade Canção Nova. Formado em administração de empresas pela Faculdade Salesiana de Lins (SP). Atualmente trabalha no setor de Novas Tecnologias da TV Canção Nova. É autor do livro "Maria, humana como nós" e "As cinco fases do namoro". Também é colunista do Portal Canção Nova, além de escrever para algumas mídias seculares.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/afetividade-masculina/e-verdade-que-homem-nao-chora/

8 de dezembro de 2014

É possível cultivar uma vida espiritual nas redes sociais?

Que feito produziu em minha vida pessoal aquilo que postei, compartilhei ou curti?

Hoje em dia, são poucos os que não possuem um perfil na rede social mais famosa do planeta: Facebook. Se até um tempo atrás apenas os jovens se conectavam, hoje esta realidade é diferente: pai, mãe, avô e avó também estão na "rede". A tecnologia diminuiu as distâncias. As fotografias chegam de norte a sul com apenas um clique. Nunca foi tão fácil encontrar um amigo que há muito tempo não se via. Parentes se reencontram e laços antigos de amizade foram redescobertos.

É possivel cultivar uma vida espiritual nas redes sociais

Muitos usam as redes sociais para expressar seu descontentamento com a situação social do Brasil e do mundo; outros "curtem" partilhar suas férias com os amigos. Há ainda aqueles que não se renderam ao uso da rede e preferem, por enquanto, não fazer parte dela.

Entre as muitas possibilidades de comunicação que o Facebook oferece, uma delas é a evangelização. Grandes portais católicos fazem uso da rede para levar a Palavra de Deus mais longe e evangelizar! Nós da Canção Nova acreditamos que todos os meios de comunicação são canais para a graça de Deus chegar onde não podemos ir pessoalmente! Estamos no mundo digital com uma missão espiritual concreta e real!

Impossível ficar passivo a um mundo onde os católicos estão conectados. Mas até que ponto a evangelização nas redes socais influi na vida espiritual de maneira concreta?

Com certa frequência compartilhamos frases e imagens religiosas. Curtimos postagens com belas mensagens e postamos versículos bíblicos edificantes. Mas em meio a tudo isso uma pergunta é importante: Que feito produziu em minha vida pessoal o que postei, compartilhei ou curti?

No uso das redes sociais, corremos um sério risco de criarmos uma fé virtual desconectada da realidade. E quando isso acontece, passamos a viver uma fé sem elementos reais, algo apenas mágico que nos faz bem por alguns segundos e nada modifica em nossa vida. A fé virtual cria uma dependência de reproduzir conteúdos religiosos apenas para satisfazer uma carência espiritual que estamos vivendo. Causa uma sensação de bem-estar espiritual momentânea, mas não deixa nenhuma raiz na vida e no coração.

Dos milhões de versículos bíblicos, imagens de santos e frases espirituais que encontram-se "rolando" na rede, quantas mudaram algo concretamente na sua vida? Quais você colocou em prática? Qual gesto concreto você trouxe e aplicou na vida real junto aos seus irmãos e irmãs?

Se por um lado a rede social nos aproxima uns dos outros, ela pode também nos tornar dependente de uma prática espiritual sem frutos concretos na vida real. Apenas curtir, compartilhar e postar sem ligação real com a vida é criarmos para nós uma fé off-line.

Vale compartilhar aquilo que você vive e pratica. Só não vale criar um personagem religioso que apenas sustenta o mundo fictício de uma fé descompromissada com a vida.

Padre Flávio Sobreiro

Padre Flávio Sobreiro Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP. Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre - MG. Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Cambuí-MG). Padre da Arquidiocese de Pouso Alegre - MG. Página pessoal: http://www.padreflaviosobreiro.com Facebook: http://www.facebook.com/flaviosobreiro 


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/tecnologia/e-possivel-cultivar-uma-vida-espiritual-nas-redes-sociais/