11 de novembro de 2014

Razões para entender a indissolubilidade do matrimônio

Há muitas razões para se entender a indissolubilidade do matrimônio

Jesus deixou bem claro que o casamento é uma realidade para toda a vida. Os fariseus perguntaram a Ele sobre o que Moisés tinha determinado, isto é, a possibilidade do divórcio: "É permitido a um homem rejeitar sua mulher por um motivo qualquer?" (Mt 19,3).

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O Senhor lhes deu uma resposta enfática: "Não lestes que o Criador, no princípio, fez o homem e a mulher e disse: Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e os dois formarão uma só carne? Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu". Jesus deixou claro: "Por causa da dureza de vosso coração que Moisés havia tolerado o repúdio das mulheres; mas no princípio não foi assim". E, por isso, Ele disse: "Eu vos declaro que todo aquele que rejeita sua mulher, exceto no caso de matrimônio falso, e desposa uma outra, comete adultério. E aquele que desposa uma mulher rejeitada, comete também adultério" (Mt 19,3-10).

Jesus enfatizou que "no princípio não era assim", ou seja, "no coração de Deus", quando Ele criou o homem e a mulher, estabeleceu o casamento para sempre. "Sereis uma só carne" (Gen 2,23). Carne na Bíblia quer dizer natureza humana.

Há muitas razões para se entender a indissolubilidade do matrimônio. São Paulo compara o casamento com a união de Cristo com Sua Esposa, a Igreja. "Maridos, amai as vossas esposas como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela" (Ef 5,25). Ora, então o casamento é sinal da união eterna de Jesus com a Igreja, e de maneira indissolúvel. Ele não se separa da Igreja, e nem a Igreja d'Ele. O Senhor derramou Seu sangue por amor à Igreja, e Seus mártires fizeram o mesmo por amor a Ele.

A marca do verdadeiro amor é a indissolubilidade, pois amar é decidir fazer o outro feliz sempre. Isso não tem limite de tempo. Um amor provisório não é amor. Amar é comprometer-se com a felicidade do outro para sempre: na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, amando-o e respeitando-o todos os dias da sua vida.

O casamento é a base da família, e esta é a base da sociedade. Se o casamento se dissolver, a família se dissolverá e a sociedade perecerá. O Papa João Paulo II usou palavras muito fortes para explicar isso. Ele disse que "a família é insubstituível", que ela é "o santuário da vida", um "patrimônio da humanidade". Ela é a "Igreja doméstica". Da importância da família se entende a importância da indissolubilidade matrimonial.

O casamento faz surgir uma prole: filhos, netos, bisnetos… É desta união permanente que surge a beleza de uma família, berço da vida. É triste quando se quebra o vínculo da unidade pela separação do casal. Por isso, é necessário que os casamentos sejam bem preparados, de modo que não haja casamentos que mais tarde um Tribunal da Igreja possa declarar que foi nulo. E, infelizmente, isso tem acontecido e muito, porque falta uma boa preparação para os casamentos. Muitos se casam sem maturidade, sem saber profundamente o que significa "amar", dar a vida pelo outro e pela família.

Há casamentos que duram 50, 60, 65 anos… Uma vez li essa história:

"Um famoso professor se encontrou com um grupo de jovens que falava contra o casamento. Argumentavam que o que mantém um casal é o romantismo e que é preferível acabar com a relação quando esse se apaga, em vez de se submeter à triste monotonia do matrimônio.

O mestre disse que respeitava a opinião deles, mas lhes contou a seguinte história: "Meus pais viveram 55 anos casados. Numa manhã, minha mãe descia as escadas para preparar o café e sofreu um enfarto. Meu pai correu até ela, levantou-a como pôde e quase se arrastando a levou até à caminhonete. Dirigiu a toda velocidade até o hospital, mas quando chegou, infelizmente ela já estava morta. Durante o velório, meu pai não falou. Ficava o tempo todo olhando para o nada. Quase não chorou. Eu e meus irmãos tentamos, em vão, quebrar a nostalgia recordando momentos engraçados.

Na hora do sepultamento, papai, já mais calmo, passou a mão sobre o caixão e falou com sentida emoção: "Meus filhos, foram 55 bons anos. Ninguém pode falar do amor verdadeiro se não tem ideia do que é compartilhar a vida com alguém por tanto tempo". Ele fez uma pausa, enxugou as lágrimas e continuou: "Ela e eu estivemos juntos em muitas crises. Mudei de emprego, renovamos toda a mobília quando vendemos a casa e mudamos de cidade. Compartilhamos a alegria de ver nossos filhos concluírem a faculdade, choramos um ao lado do outro quando entes queridos partiam. Oramos juntos na sala de espera de alguns hospitais, nos apoiamos na hora da dor, trocamos abraços em cada Natal e perdoamos nossos erros. Filhos, agora ela se foi, eu estou contente. E vocês sabem por quê? Porque ela se foi antes de mim e não teve de viver a agonia e a dor de me enterrar, de ficar só depois da minha partida. Sou eu que vou passar por essa situação, e agradeço a Deus por isso. Eu a amo tanto que não gostaria que sofresse assim".

Quando meu pai terminou de falar, meus irmãos e eu estávamos com os rostos cobertos de lágrimas. Nós o abraçamos e ele nos consolou dizendo: "Está tudo bem, meus filhos, podemos ir para casa".

Esse foi um bom dia. E, por fim, o professor concluiu: "Naquele dia, entendi o que é o verdadeiro amor. Ele está muito além do romantismo, e não tem muito a ver com o erotismo, mas se vincula ao trabalho e ao cuidado a que se professam duas pessoas realmente comprometidas".

Quando o mestre terminou de falar, os jovens universitários não puderam argumentar, pois esse tipo de amor era algo que não conheciam. O verdadeiro amor se revela nos pequenos gestos, no dia a dia e por todos os dias. O verdadeiro amor não é egoísta, não é presunçoso nem alimenta o desejo de posse sobre a pessoa amada.

"Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado com certeza chegará mais longe." "A paciência pode ser amarga, mas seus frutos são doces."

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Felipe Aquino

Prof. Felipe Aquino, é viúvo, pai de 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos". Site do Professor: http://www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/casamento/razoes-para-entender-a-indissolubilidade-do-matrimonio/

7 de novembro de 2014

O que ando lendo?

O que me é permitido como católico ler?

A palavra de São Paulo é parâmetro para muitas decisões que precisamos tomar: "Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém". Gosto muito desta passagem bíblica, porque ela me coloca num lugar onde eu creio que Deus quer que eu esteja: em minha liberdade de escolha! Posso tudo, tudo me é permitido, mas nem tudo me convém. Mas o que me convém?

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Convém que minhas escolhas traduzam o que trago de verdade, de anseio e valores. Quando escolho algo, preciso estar atento àquela escolha, pois ela será uma tentativa de definição, de identificação. Aí, deparo-me com várias possibilidades de escolha e entro numa boa questão: como católico, o que me é permitido ler? Tudo, pois o fato de ser católico não tira a minha liberdade dada por Deus. Mas tudo que lemos nos convêm? Aqui, há um critério muito bom para fazer uma escolha: será que aquilo que estamos lendo ou querendo ler diz de nós, daquilo em que acreditamos?

Quantas vezes lemos o que não acreditamos, mas que é preciso para que saibamos? Estamos errados? Acredito que tudo parte de sua postura e motivação interior. Quantos conteúdos acadêmicos precisamos ler e que bate de frente com nossa fé? Nesta hora, é preciso prudência e atenção. Leia, estude, compreenda e, assim, confronte esse conteúdo com sua fé e deixe que ela o convença da verdade. A Igreja sempre nos dá a resposta acertada. Busque-a!

Mas aqui entra um questionamento: leituras de livros obscenos, livros de espiritualidade que batem de frente com a nossa fé, convém que sejam lidos?

Antes de responder, é preciso entender: Por que você deseja ler esses livros? Quais têm sido suas motivações? Ao se deparar com as respostas, você perceberá que não são desejos nobres nem mesmo motivações coerentes; você entrará numa confusão e sairá muito "atrapalhado das ideias"! Purifique os motivos e sua ação será mais acertada com aquilo que, de fato, seu coração merece!

O que o católico pode ou não pode ler? Não gosto de dar respostas acabadas a perguntas assim, pois para mim esta pergunta traz um mundo de motivos, e estes precisam ser conhecidos, pois mostram o caminho que desejo trilhar. Se não entendermos nossas motivações interiores, não daremos passos acertados! Lembre-se: " Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém".

Tamu junto!

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Adriano Gonçalves

Mineiro de Contagem (MG), Adriano Gonçalves dos Santos é membro da Comunidade Canção Nova. Cursou Filosofia no Instituto da Comunidade e é acadêmico de Psicologia na Unisal (Lorena). Atua na TV Canção Nova como apresentador do programa Revolução Jesus. Mais que um programa, o Revolução Jesus é uma missão que desafia o jovem a ser santo sem deixar de ser jovem. Dessa forma, propõe uma nova geração: a geração dos Santos de Calça Jeans. É autor dos seguintes livros: "Santos de Calça Jeans", "Nasci pra Dar Certo!" e "Quero um Amor Maior"


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/o-que-ando-lendo/

5 de novembro de 2014

Encontro Semanal - Arquidiocese de Goiânia




Qual a melhor idade para engravidar?

Em cada etapa da vida há vantagens e desvantagens

Qual a melhor idade para engravidar? Antes ou depois dos 40 anos? A resposta será sua depois que ponderar o lado bom e ruim da gravidez em cada faixa etária.

Deixar a gravidez para depois dos 40 compensa - 940x500

Se pensarmos no ponto de vista católico, o Catecismo nos ensina sobre a paternidade responsável, a qual não nos permite métodos contraceptivos que não sejam naturais, quando os casais podem evitar relações nos períodos férteis por motivos fortes e não egoístas.

Agora, se nossa reflexão partir do ponto de vista humano, teremos de ponderar com a razão as vantagens e desvantagens da melhor hora, desde que acreditem que exista a melhor hora para engravidar ou que essa hora aconteça depois que você engravida. Temos visto casais que não queriam engravidar, mas quando isso aconteceu, várias bênçãos foram derramadas em seus lares.

Alguns casais vão ponderar e decidir que, antes de terem filhos, precisam estudar, ter estabilidade profissional e financeira, ou mesmo fazerem uma poupança para enfrentar as futuras despesas com os filhos. Outra alegação é que, antes de terem filhos, as pessoas precisam curtir a vida, conviver bastante para saber se querem ficar juntos, amadurecer para cuidar de uma criança e buscar capacitação para fazer escolhas mais acertadas sobre a educação dos pequenos.

Todas as reflexões são válidas dependendo do ponto de vista. A pergunta que não pode calar é: essas razões estão baseadas em questões econômicas e individualistas ou, realmente, no que é melhor para os filhos?  Por outro lado, sabemos que as chances de engravidar não são as mesmas com o passar do tempo, a não ser que se utilizem as tecnologias atuais, sendo que muitas delas não encontram respaldo na nossa religião e também têm custos significativos num orçamento familiar, fora do acesso para a grande maioria.

Outra preocupação deve ser considerada por quem quer engravidar depois dos 40: as possíveis complicações para a mulher durante a gestação e os riscos de problemas genéticos nas crianças, que também são maiores. Outra ponderação é que as mulheres, provavelmente, terão de trabalhar até mais tarde, pois os custos com educação e saúde dos filhos exigem valores que nem sempre os vencimentos da aposentadoria conseguem fazer frente.

É claro que todos esses argumentos não devem ser desanimadores para quem não conseguiu engravidar antes dos 40, pois existem muitos exemplos bíblicos e atuais de mulheres que tiveram gravidez e bebês saudáveis.

Não podemos deixar de fazer uma alerta sobre a gravidez na adolescência, que também deve ser considerada uma atitude de perigo para a mãe e a criança. Nessa situação, as reflexões sobre falta de capacidade física, mental, emocional e financeira para a maternidade são justas e não egoístas.

A diferença é saber se a escolha foi sua ou das circunstâncias, por isso, a resposta para a pergunta inicial nos diz que a medida correta deve ser uma maternidade e paternidade responsáveis, baseadas em valores cristãos e éticos, e não numa cultura individualista, onde a sua felicidade vem na frente dos direitos dos seus filhos.


Ângela Abdo

Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. Atua como curadora da Fundação Nossa Senhora da Penha e conduz workshops de planejamento estratégico e gestão de pessoas para lideranças pastorais. Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial. Possui mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape. Atua como consultora em pequenas, médias e grandes empresas do setor privado e público como assessora de qualidade e recursos humanos e como assistente social do CST (Centro de Solidariedade ao Trabalhador). É atual presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) do Espírito Santo e diretora, gerente e conselheira do Vitória Apart Hospital.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/planejamento-familiar/qual-a-melhor-idade-para-engravidar/

3 de novembro de 2014

Dependência química: Hora de agir

No quarto estágio motivacional, o sujeito coloca em prática os planos desenvolvidos no estágio anterior

Aqui, a missão de quem deseja ser uma ajuda adequada é criar alternativas de reforço, oferecer técnicas de relaxamento e, para os que creem, propiciar um aprofundamento no relacionamento da pessoa com Deus. A fé é um instrumento eficaz, quando manejado de forma adequada. Deve-se também, sempre que possível, treinar o dependente em habilidades para recusar a substância da qual se faz uso abusivo ou nocivo e fortalecê-lo para enfrentar situações em que não se sente capaz de tolerar a falta da droga. Apesar da motivação para a mudança, ele pode ainda apresentar dúvidas (ambivalência).

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Nessa circunstância, é preciso encorajar o usuário e dar força à sua autoeficácia para que ele permaneça firme na decisão de mudar. Podemos inferir disso que, nesse estágio, o sujeito requer acompanhamento constante.

E a família, como pode ajudar nessa etapa?

Ela deve ficar atenta às recaídas do dependente. Não achar que ele está curado nem se comportar como se isso fosse verdade. Não "boicotar" o que já foi conquistado com um comportamento de descrédito, desconfiança e desmotivação. Levá-lo para acompanhamento regular, auxiliá-lo nos passos efetivos para a mudança.

A marca desse estágio é a modificação do comportamento-alvo por meio de esforços para a transformação. Isso significa alcançar um critério em particular. No consultório, geralmente, faço assim: primeiro, estabelecemos juntos o dia D para a mudança ('D' de decisão). A partir desse dia, no caso de consumo de tabaco ou álcool, pode-se diminuir o número de cigarros consumidos ou doses ingeridas, assim como trocar cigarros por outros de baixos teores de alcatrão e nicotina ou bebidas com menor teor alcoólico. No caso do crack e da cocaína, pode-se seguir os mesmos passos, assim como outras substâncias de uso abusivo.

Para alguns, pode ser necessário o uso de medicação coadjuvante, por isso a importância de ela também fazer parte do plano de ação. Agora é só preparar os pés, escolher o melhor ritmo e o estilo mais eficaz para, então, dançar. Sem esquecer que estar unido ao parceiro, sem invadir espaços e confiando naquele que conduz cada movimento, faz a dança se tornar mais envolvente, bela e atraente, levando também outros a dançarem e, certamente, a aprender os passos e recriá-los para a própria mudança. Parceiro, agora é hora do dia D, dia de mudança.

Há um tempo para cada coisa. "Tempo chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar." (Eclesiastes 3,4)


Érika Vilela

Mineira de Montes Claros (MG), Érika Vilela é fundadora e moderadora geral da comunidade 'Filhos de Maria'. Cursou Medicina pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas e, atualmente, faz especialização em Psiquiatria pelo Centro Brasileiro de Pós-graduações. Érika atua como pregadora, articulista, missionária pela Casa Mãe de Misericórdia e médica na Estratégia Saúde da Família e na Clínica Home-Med. Evangelizadora com fé e ciência, duas asas que nos elevam para o céu, ela tem a bela missão de encontrar, na união mística com a dor salvífica de Cristo, a força para seguir em frente, sabendo que Deus opera sempre as Suas maravilhas!


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/dependencia-quimica-hora-de-agir/

31 de outubro de 2014

Os males do comunismo

O comunismo elimina o mais sagrado dom que o homem recebeu de Deus: a liberdade

Desde que o comunismo (socialismo) surgiu no mundo, como expressão prática do marxismo-leninismo, a Igreja o combateu sem tréguas, por ser ateu, materialista, desumano, utópico, adverso a Deus e à Igreja. Segundo os seus mentores, Karl Marx, Lenin e outros, "a religião é o "ópio do povo", isto é, a droga que deixa o povo alienado e sujeito às explorações do capitalismo e dos ricos. A acusação vazia contra a Igreja é a de que ela só ensinava aos fiéis buscarem o céu, abandonando a Terra, sem lutar pelos direitos sociais.
Os males do comunismo

As muitas encíclicas dos Papas, desde a Rerum Novarum de Leão XIII (1878-1903) até o "Evangelho da Alegria" do Papa Francisco, desmentem essa mentira. A Igreja sempre foi a Instituição, em toda a história da humanidade, que mais caridade fez no mundo.

Para "libertar" os proletários, o comunismo prega a revolução violenta, a "luta de classes" até a eliminação de todas as classes, o que é uma utopia; incita a revolta dos empregados contra os patrões, dos pobres contra os ricos; joga irmãos contra irmãos, prega a eliminação da propriedade privada e persegue todo tipo de religião, de modo especial o Cristianismo.

Acima de tudo, o comunismo elimina o mais sagrado dom que o homem recebeu de Deus: a liberdade. Veja o que se passa em Cuba ainda hoje: o cidadão não pode deixar o país; é uma "ilha-prisão" em pleno século XXI, onde o povo não vota há mais de cinquenta anos. E ainda tem gente que a defenda.

Piérre Proudhon (†1865) disse: "O comunismo degrada os dons naturais do homem, coloca a mediocridade no nível da excelência e chama a isso igualdade". Na verdade, tenta criar uma igualdade utópica que Deus nunca desejou.

A fé católica ensina a socorrer o pobre em suas necessidades materiais, mas não pela violência, não derramando sangue inocente nem tirando a liberdade e a vida preciosa do ser humano e o transformando apenas em um dente da engrenagem do deus Estado. A moral não aceita que se faça o bem por meios maus; os fins não podem justificar os meios. Para os comunistas todos os meios são válidos para implantar o comunismo. É um sistema maquiavélico que matou milhões.

Winston Churchill (†1965) dizia: "Um jovem que não foi comunista não tinha coração; mas o adulto que permanece comunista não tem cérebro". M. Thatcher dizia que "o socialismo acaba quando acaba de gastar o dinheiro dos outros".

É importante meditar um pouco sobre o que a Igreja já falou sobre isso. O documento de Puebla (III CELAM, 1979) deixou bem claro: "(…) A libertação cristã usa 'meios evangélicos', com a sua eficácia peculiar, e não recorre a nenhum tipo de violência, nem à dialética da luta de classes (…)" (nº 486) 'ou à práxis ou análise marxista'" (nº 8).

Na Encíclica do Papa Pio XI, a" Divini Redemptoris, sobre o ""Comunismo Ateu" (19 de março de 1937), ele a condena veementemente. Pio IX disse: "E, apoiando-se nos funestíssimos erros do comunismo e do socialismo, asseguram que a 'sociedade doméstica tem sua razão de ser somente no direito civil' (Quanta Cura, 5). Leão XIII pediu: "Não ajudar o socialismo. Tomai ademais sumo cuidado para que os filhos da Igreja Católica não deem seu nome nem façam favor nenhum a essa detestável seita" (Quod Apostolici Muneris, no. 34).

"Porque, enquanto os socialistas, apresentando o direito de propriedade como invenção humana contrária à igualdade natural entre os homens; enquanto, proclamando a comunidade de bens, declaram que não pode tratar-se com paciência a pobreza e que impunemente se pode violar a propriedade e os direitos dos ricos, a Igreja reconhece muito mais sabia e utilmente que a desigualdade existe entre os homens, naturalmente dissemelhantes pelas forças do corpo e do espírito, e que essa desigualdade existe até na posse dos bens. Ordena, ademais, que o direito de propriedade e de domínio, procedente da própria natureza, se mantenha intacto e inviolado nas mãos de quem o possui, porque sabe que o roubo e a rapina foram condenados pela lei natural de Deus" (Quod Apostolici Muneris, – Encíclica contra as seitas socialistas, no. 28/29).

"Entretanto, embora os socialistas, abusando do próprio Evangelho para enganar mais facilmente os incautos, costumem torcer seu ditame, contudo há tão grande diferença entre seus perversos dogmas e a puríssima doutrina de Cristo, que não poderia ser maior" (Quod Apostolici Muneris, 14).

"A Igreja, pregando aos homens que eles são todos filhos do mesmo Pai celeste, reconhece como uma condição providencial da sociedade humana a distinção das classes; por essa razão, ensina que apenas o respeito recíproco dos direitos e deveres, e a caridade mútua darão o segredo do justo equilíbrio, do bem estar honesto, da verdadeira paz e prosperidade dos povos. (…) "Mais uma vez, nós o declaramos: o remédio para esses males não será jamais a igualdade subversiva das ordens sociais" ( Alocução de 24/01/1903 ao Patriarcado e à Nobreza Romana).

"A sociedade humana, tal qual Deus a estabeleceu, é formada de elementos desiguais, como desiguais são os membros do corpo humano; torná-los todos iguais é impossível: resultaria disso a própria destruição da sociedade humana."

"Disso resulta que, segundo a ordem estabelecida por Deus, deve haver na sociedade príncipes e vassalos, patrões e proletários, ricos e pobres, sábios e ignorantes, nobres e plebeus, os quais todos, unidos por um laço comum de amor, se ajudam mutuamente para alcançar o seu fim último no céu e o seu bem-estar moral e material na terra" (Quod Apostolici Muneris).

Pio XI disse: "(…) Como pede a nossa paterna solicitude, declaramos: o socialismo, quer se considere como doutrina, quer como fato histórico, ou como 'ação', se é verdadeiro socialismo, (…) não pode conciliar-se com a doutrina católica, pois concebe a sociedade de modo completamente avesso a verdade cristã."

"Socialismo religioso, socialismo cristão são termos contraditórios: ninguém pode, ao mesmo tempo, ser bom católico e socialista verdadeiro" (Quadragesimo Anno, nº 117 a 120).

Pio XII explicou bem a diferença entre as pessoas:

"Pois bem, os irmãos não nascem nem permanecem todos iguais: uns são fortes, outros débeis; uns inteligentes, outros incapazes; talvez algum seja anormal, e também pode acontecer que se torne indigno. É pois inevitável uma certa desigualdade material, intelectual, moral, numa mesma família (…) Pretender a igualdade absoluta de todos seria o mesmo que pretender idênticas funções a membros diversos do mesmo organismo" (Discurso de 4/4/1953 a católicos de paróquias de S. Marciano).

João XXIII, como os demais Papas, defendeu a necessidade da propriedade privada: "Da natureza humana origina-se ainda o direito à propriedade privada, mesmo sobre os bens de produção" (Pacem in Terris, n°. 21).

João Paulo II, falando contra o capitalismo selvagem, disse: "Nesta luta contra um tal sistema, não se veja, como modelo alternativo, o sistema socialista, que, de fato, não passa de um capitalismo de estado, mas uma sociedade do trabalho livre, da empresa e da participação" (no. 35) "A Igreja reconhece a justa função do lucro, como indicador do bom funcionamento da empresa" (nº. 35). "Aquele Pontífice (Leão XIII), com efeito, previa as consequências negativas sob todos os aspectos – político, social e econômico – de uma organização da sociedade, tal como a propunha o 'socialismo', e que então estava ainda no estado de filosofia social e de movimento mais ou menos estruturado" (Enc. Centesimus Annus, n°12).

João Paulo II também mostra o erro grave do socialismo: "(…) É preciso acrescentar que o erro fundamental do socialismo é de caráter antropológico. De fato, ele considera cada homem simplesmente como um elemento e uma molécula do organismo social, de tal modo que o bem do indivíduo aparece totalmente subordinado ao funcionamento do mecanismo econômico-social, enquanto, por outro lado, defende que esse mesmo bem se pode realizar prescindindo da livre opção, da sua única e exclusiva decisão responsável em face do bem e do mal. O homem é reduzido a uma série de relações sociais, e desaparece o conceito de pessoa como sujeito autônomo de decisão moral, que constrói, através dessa decisão, o ordenamento social. Desta errada concepção da pessoa deriva a distorção do direito, que define o âmbito do exercício da liberdade, bem como a oposição à propriedade privada" (nº 13).

"Na Rerum Novarum, Leão XIII, com diversos argumentos, insistia fortemente contra o socialismo de seu tempo, no caráter natural do direito de propriedade privada. Este direito, fundamental para a autonomia e o desenvolvimento da pessoa, foi sempre defendido pela Igreja até nossos dias" (nº 30).

O "Livro Negro do Comunismo – Crimes, Terror e Repressão" (Stéphane Courtois, Nicolas Werth, Jean-Louis Panné, Andrzej Paczkowski, Karel Bartosek, Jean-Louis Margolin, Bertrand Brasil, Rio de Janeiro, 1999, 917 págs.) – faz um balanço do amargo fruto que este diabólico regime gerou para a humanidade. Oitenta anos depois da Revolução Bolchevique na Rússia (1917) e sete depois de a União Soviética ter acabado (1997), a trajetória trágica do comunismo pode ser contabilizada pelo número de vítimas.

É a história da trágica aplicação na vida real de uma ideologia carregada de falsas promessas de igualdade e justiça que custou entre 80 e 100 milhões de vidas, com a esmagadora maioria de vítimas nos dois gigantes do marxismo-leninismo, a União Soviética e a China; além de Cuba, Viet Nan, Laos, Cambodja, Bulgária, Romênia, Tchecoslováquia, Polônia, Hungria, etc.

Na China, houve cerca de 65 milhões de mortos, a maioria dizimada pela fome desencadeada a partir do "Grande Salto para a Frente", o desastroso projeto de autossuficiência implantado por Mao Tsé-tung em meados dos anos 50. Tratou-se da pior fome da História, acompanhada de ondas de canibalismo e de campanhas de terror contra camponeses acusados de esconder comida.

Na URSS, de 1917 a 1953, ano da morte de Stalin, os expurgos, a fome, as deportações em massa e o trabalho forçado no Gulag mataram 20 milhões de pessoas. Só a grande fome de 1921-1922, desatada em grande parte pelo confisco de alimentos dos camponeses, ceifou mais de 5 milhões de vidas.

Na Coreia do Norte, comunista de carteirinha que ainda perdura, a execução de "inimigos do povo" contabiliza pelo menos 100 mil mortos. Em termos proporcionais, contudo, o maior genocida comunista é o Khmer Vermelho do Camboja: em três anos e meio (1975-1979), com sua política inclemente de transferência forçada dos moradores das cidades para o campo, matou de fome e exaustão quase 25% da população."

Os crimes do stalinismo e a matriz da política de terror empregada por outros regimes comunistas ficaram bem conhecidos desde o XX Congresso do Partido Comunista Soviético em 1956.

O organizador do Livro, Stéphane Courtois, é um ex-maoísta convertido em crítico do marxismo; ele argumenta que o crime é intrínseco ao comunismo e não apenas um instrumento de Estado ou um desvio stalinista de uma ideologia de princípios humanitários. Courtois também sugere a equiparação do comunismo ao nazismo, com base na ideia de que ambos partilham a mesma lógica do genocídio. "Os mecanismos de segregação e de exclusão do totalitarismo de classe são muito parecidos com os do totalitarismo de raça", escreve Courtois.

Quem ainda tem coragem de defender tal barbárie? No entanto, ela ainda existe na mente de muitos acadêmicos, jornalistas e outros que parecem não conhecer as lições da História.

Felipe Aquino

Prof. Felipe Aquino, é viúvo, pai de 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos". Site do Professor: http://www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/politica/os-males-do-comunismo/

29 de outubro de 2014

Como se Deus existisse

Somente por meio de homens que tenham sido tocados por Deus é que o Senhor pode retornar para perto dos homens

Na minha qualidade de crente, quero fazer uma proposta aos laicistas. Na época do iluminismo, tentou-se entender e definir as normas morais essenciais dizendo-se que elas seriam válidas etsi Deus non daretur, ou seja, mesmo no caso de Deus não existir. Na contraposição das confissões religiosas e na iminente crise da imagem de Deus, tentou-se manter os valores essenciais da moral por cima das contradições e buscar uma evidência que os tornasse independentes das múltiplas divisões e incertezas das diferentes filosofias e confissões. Deste modo, pretendia-se assegurar os fundamentos da convivência e, de uma forma mais geral, os fundamentos da humanidade. Naquele momento da história, pareceu que isso era possível, porque as grandes convicções de fundo, surgidas no Cristianismo em grande parte, resistiam e pareciam inegáveis. Mas agora já não é assim.

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A busca de tal certeza tranquilizadora, que pudesse permanecer incontestada independentemente de todas as diferenças, falhou. Nem sequer o esforço realmente grandioso de Kant foi capaz de criar a necessária certeza compartilhada por todos. Kant havia negado que Deus pudesse ser conhecido no âmbito da razão pura, mas, ao mesmo tempo, colocou o Senhor, a liberdade e a imortalidade como postulados da razão prática, sem a qual, coerentemente, para ele não era possível a ação moral.

A situação atual do mundo não nos leva talvez a pensar de novo que ele possa ter razão? Digo-o com outras palavras: a tentativa, levada ao extremo, de plasmar as coisas humanas menosprezando Deus completamente nos leva cada vez mais ao abismo, ao isolamento total do homem. Deveríamos, então, voltar ao axioma dos iluministas e dizer: mesmo quem não consiga encontrar o caminho da aceitação de Deus deveria buscar viver e dirigir sua vida Veluti si Deus daretur, ou seja, como se Deus existisse. Este é o conselho que dava Pascal a seus amigos não crentes; é o conselho que queríamos também dar a nossos amigos que não creem. Deste modo, ninguém fica limitado em sua liberdade, mas todas as nossas preocupações encontram um sustentáculo e um critério cuja necessidade é urgente.

O que mais necessitamos nesse momento da história são homens que, através de uma fé iluminada e vivida, façam que Deus seja crível neste mundo. O testemunho negativo de cristãos que falavam de Deus e viviam de costas para Ele, obscureceu a imagem do Senhor e abriu a porta à incredulidade. Necessitamos de homens que tenham o olhar fixo no Senhor, aprendendo d'Ele a verdadeira humanidade. Necessitamos de homens cujo intelecto seja iluminado pela Luz de Cristo e a quem Ele abra o coração, de maneira que seu intelecto possa falar ao intelecto dos demais e seu coração possa abrir o coração dos demais.

Somente por meio de homens que tenham sido tocados por Deus é que Ele pode retornar para perto dos homens. Necessitamos de pessoas como Bento de Nursia, que, em um tempo de dissipação e decadência, penetrou na solidão mais profunda e, depois de todas as purificações que deveria padecer, conseguiu se erguer até a luz, regressar e fundar Monte Cassino, a cidade sobre o monte que, com tantas ruínas, reuniu as forças das quais se formou um mundo novo.

Deste modo, como Abraão, Bento tornou-se pai de muitos povos. As recomendações a seus monges apresentadas no final de sua "regra" são indicações que nos mostram o caminho que conduz para o alto, além da crise e das ruínas.

"Assim como há um mau zelo de amargura que separa de Deus e leva ao inferno, há também um zelo bom que separa dos vícios e conduz a Deus e à vida eterna. Pratiquem, pois, os monges este zelo com a mais ardente caridade, isto é, adiantando-se para honrar uns aos outros; tolerem com suma paciência suas debilidades, tanto corporais como morais (…); pratiquem a caridade fraterna castamente; temam a Deus com amor; (…) e absolutamente nada anteponham a Cristo, que nos poderá conduzir todos juntos à vida eterna" (capítulo 72).

(*) O Discurso de Subiaco, proferido pelo Cardeal Ratzinger, em 1 de abril de 2005, no Mosteiro de Santa Escolástica, em Subiaco.

Padre Inácio José do Vale

Padre Inácio José do Vale é professor de História da Igreja no Instituto de Teologia Bento XVI (Cachoeira Paulista). Também é sociólogo em Ciência da Religião.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/como-se-deus-existisse/