29 de outubro de 2014

Como se Deus existisse

Somente por meio de homens que tenham sido tocados por Deus é que o Senhor pode retornar para perto dos homens

Na minha qualidade de crente, quero fazer uma proposta aos laicistas. Na época do iluminismo, tentou-se entender e definir as normas morais essenciais dizendo-se que elas seriam válidas etsi Deus non daretur, ou seja, mesmo no caso de Deus não existir. Na contraposição das confissões religiosas e na iminente crise da imagem de Deus, tentou-se manter os valores essenciais da moral por cima das contradições e buscar uma evidência que os tornasse independentes das múltiplas divisões e incertezas das diferentes filosofias e confissões. Deste modo, pretendia-se assegurar os fundamentos da convivência e, de uma forma mais geral, os fundamentos da humanidade. Naquele momento da história, pareceu que isso era possível, porque as grandes convicções de fundo, surgidas no Cristianismo em grande parte, resistiam e pareciam inegáveis. Mas agora já não é assim.

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A busca de tal certeza tranquilizadora, que pudesse permanecer incontestada independentemente de todas as diferenças, falhou. Nem sequer o esforço realmente grandioso de Kant foi capaz de criar a necessária certeza compartilhada por todos. Kant havia negado que Deus pudesse ser conhecido no âmbito da razão pura, mas, ao mesmo tempo, colocou o Senhor, a liberdade e a imortalidade como postulados da razão prática, sem a qual, coerentemente, para ele não era possível a ação moral.

A situação atual do mundo não nos leva talvez a pensar de novo que ele possa ter razão? Digo-o com outras palavras: a tentativa, levada ao extremo, de plasmar as coisas humanas menosprezando Deus completamente nos leva cada vez mais ao abismo, ao isolamento total do homem. Deveríamos, então, voltar ao axioma dos iluministas e dizer: mesmo quem não consiga encontrar o caminho da aceitação de Deus deveria buscar viver e dirigir sua vida Veluti si Deus daretur, ou seja, como se Deus existisse. Este é o conselho que dava Pascal a seus amigos não crentes; é o conselho que queríamos também dar a nossos amigos que não creem. Deste modo, ninguém fica limitado em sua liberdade, mas todas as nossas preocupações encontram um sustentáculo e um critério cuja necessidade é urgente.

O que mais necessitamos nesse momento da história são homens que, através de uma fé iluminada e vivida, façam que Deus seja crível neste mundo. O testemunho negativo de cristãos que falavam de Deus e viviam de costas para Ele, obscureceu a imagem do Senhor e abriu a porta à incredulidade. Necessitamos de homens que tenham o olhar fixo no Senhor, aprendendo d'Ele a verdadeira humanidade. Necessitamos de homens cujo intelecto seja iluminado pela Luz de Cristo e a quem Ele abra o coração, de maneira que seu intelecto possa falar ao intelecto dos demais e seu coração possa abrir o coração dos demais.

Somente por meio de homens que tenham sido tocados por Deus é que Ele pode retornar para perto dos homens. Necessitamos de pessoas como Bento de Nursia, que, em um tempo de dissipação e decadência, penetrou na solidão mais profunda e, depois de todas as purificações que deveria padecer, conseguiu se erguer até a luz, regressar e fundar Monte Cassino, a cidade sobre o monte que, com tantas ruínas, reuniu as forças das quais se formou um mundo novo.

Deste modo, como Abraão, Bento tornou-se pai de muitos povos. As recomendações a seus monges apresentadas no final de sua "regra" são indicações que nos mostram o caminho que conduz para o alto, além da crise e das ruínas.

"Assim como há um mau zelo de amargura que separa de Deus e leva ao inferno, há também um zelo bom que separa dos vícios e conduz a Deus e à vida eterna. Pratiquem, pois, os monges este zelo com a mais ardente caridade, isto é, adiantando-se para honrar uns aos outros; tolerem com suma paciência suas debilidades, tanto corporais como morais (…); pratiquem a caridade fraterna castamente; temam a Deus com amor; (…) e absolutamente nada anteponham a Cristo, que nos poderá conduzir todos juntos à vida eterna" (capítulo 72).

(*) O Discurso de Subiaco, proferido pelo Cardeal Ratzinger, em 1 de abril de 2005, no Mosteiro de Santa Escolástica, em Subiaco.

Padre Inácio José do Vale

Padre Inácio José do Vale é professor de História da Igreja no Instituto de Teologia Bento XVI (Cachoeira Paulista). Também é sociólogo em Ciência da Religião.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/como-se-deus-existisse/

27 de outubro de 2014

Os verdadeiros valores ensinados por Jesus

Não é difícil perceber que os ensinamentos de Jesus atingia seus interlocutores

O encontro e o confronto de Jesus com as pessoas são carregados de ensinamentos. Ninguém passa em vão ao seu lado e todos são conduzidos à escolha de valores, com os quais podem orientar os rumos de suas vidas. Também os adversários são positivamente provocados a fazerem suas opções, como aconteceu com líderes de tendências religiosas e políticas, quais sejam os fariseus e os saduceus. As correntes de pensamento e orientação, cada qual com seus mestres, mostravam as preferências, quando constituíam escolas ou até seitas.

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Não é difícil perceber que os ensinamentos de Jesus atingia seus interlocutores (Cf. Mt 22, 34-40). Demonstra-o bem a atitude de grupos de ativistas que confabulavam para fazê-lo cair numa armadilha e posteriormente denunciá-lo às autoridades. Para colocá-lo à prova, alguém lhe pergunta sobre o maior mandamento da lei de Moisés. Os escribas listavam nada menos do que seiscentos e treze mandamentos, dos quais trezentos e sessenta e cinco eram proibições e duzentos e quarenta e oito preceitos. E estes perguntavam sobre o valor dos mandamentos, ou se alguns eram mais consideráveis, ou um deles pudesse ser o "mais" importante de todos.

A resposta de Jesus conduz o diálogo ao centro das opções a serem feitas e dá critérios para discernir o cumprimento da lei: não é mais decisivo a quantidade de preceitos a serem obedecidos, mas a qualidade e os motivos da obediência. A obediência a Deus é uma questão de amor. Só quando se escolhe com amor para obedecer é que se realiza a vontade de Deus. O obediente é diferente do escravo, porque ama a quem obedece. O essencial não é tanto seguir escrupulosamente um código de normas, mas os motivos e os beneficiários de nossa obediência, Deus e o próximo. O maior mandamento da lei é "Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento! Esse é o maior e o primeiro mandamento. Ora, o segundo lhe é semelhante: Amarás teu próximo como a ti mesmo. Toda a Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos" (Mt 22, 37-40).

Todas as nossas escolhas nos demais campos da vida haverão de ser condicionadas a estas prioridades, amar a Deus e ao próximo. Daí nascem, por exemplo, os critérios para a vida em família, como expressou magnificamente a Mensagem dos Padres Sinodais, divulgada há poucos dias: "Existe também a luz que de noite resplandece atrás das janelas nas casas das cidades, nas modestas residências de periferia ou nos povoados e até mesmos nas cabanas: ela brilha e aquece os corpos e almas. Esta luz, na vida nupcial dos cônjuges, se acende com o encontro: é um dom, uma graça que se expressa – como diz o Livro do Gênesis (2,18) – quando os dois vultos estão um diante o outro, em uma "ajuda correspondente", isto é, igual e recíproca. O amor do homem e da mulher nos ensina que cada um dos dois tem necessidade do outro para ser si mesmo, mesmo permanecendo diferente ao outro na sua identidade, que se abre e se revela no dom mútuo". A partir do amor a Deus e ao próximo se ilumina o trabalho humano e o esforço por construir um mundo mais justo, as decisões no estudo e na ciência, as prioridades na organização da sociedade ou as iniciativas de reconciliação entre pessoas e grupos. Daí nascem também critérios para as escolhas a serem feitas pelos cidadãos no campo da política!

Depois de semanas de propagandas, debates e embates políticos de toda ordem, passado o primeiro turno das eleições, chegamos às decisões finais para a Presidência da República e Governo de diversos Estados da Federação. Nós cristãos fomos provocados, ao ouvirmos uma lista infindável de propostas e também agressões mútuas dos contendores dos cargos em disputa. Que condições têm as pessoas que se apresentam para colocar em prática os valores em que acreditamos? Suas referências éticas e morais correspondem à escala de valores correspondentes à nossa fé cristã? A decisão está em nossas mãos!

Torna-se provocante a escolha a ser feita se levarmos em conta uma sábia constatação da Escritura: "Joatão foi postar-se no cume do monte Garizim e se pôs a gritar em alta voz: 'Ouvi-me, cidadãos de Siquém, e Deus vos ouça. Certa vez, as árvores puseram-se a caminho a fim de ungir um rei para si, e disseram à oliveira: 'Reina sobre nós'. Mas ela respondeu: 'Iria eu renunciar ao meu azeite, com que se honram os deuses e os homens, para me balançar acima das árvores?' Então as árvores disseram à figueira:' Vem reinar sobre nós'. E ela respondeu: 'Iria eu renunciar à minha doçura e aos saborosos frutos, para me balançar acima das árvores?' As árvores disseram então à videira: 'Vem reinar sobre nós'. E ela respondeu: 'Iria eu renunciar ao meu vinho, que alegra os deuses e os homens, para me balançar acima das árvores?' Por fim, todas as árvores disseram ao espinheiro: 'Vem tu reinar sobre nós'. E o espinheiro respondeu-lhes: 'Se, de verdade, quereis ungir-me como vosso rei, vinde e repousai à minha sombra; mas se não o quereis, saia fogo do espinheiro e devore os cedros do Líbano!'" (Jz 9, 7-9).

De fato, o voto, que tantos têm observado não ter preço, mas consequências, terá que ser exercido com os resultados dele decorrentes. De qualquer maneira, os eventuais governantes eleitos podem ser espinhos agudos na vida do povo brasileiro. Dentro de muito pouco tempo poderemos ver os resultados de nossas decisões, com as consequências que se multiplicarão na vida das pessoas, das famílias e de toda a sociedade. Poucas vezes o uso de nossa liberdade é posto em questão dessa forma, num jogo que esperamos se realize em plena liberdade democrática, sem posteriores reações pesadas de grupos ou partidos. O grande estadista inglês, Winston Churchill, cunhou uma frase carregada de sabedoria: "A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas".

Os riscos são nossos, dos eleitores! Se estes são cristãos, maior é a responsabilidade, pois deveremos escolher pessoas que correspondam aos valores decorrentes de nossa fé. Não nos deixemos enredar pelas muitas armadilhas das encruzilhadas da vida, mas façamos opções coerentes com o Evangelho e a Doutrina Social da Igreja, nascida justamente do Evangelho. O Espírito Santo nos conduza!

Dom Alberto Taveira Corrêa

Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém - PA.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/os-verdadeiros-valores-ensinados-por-jesus/

24 de outubro de 2014

O que a Igreja diz sobre sexo oral?

Não se deve confundir "sexo oral" com "prelúdio sexual"

Antes de tudo, é preciso dizer que nunca encontrei, na Bíblia ou em algum documento oficial do magistério da Igreja, a expressão "sexo oral" ou algo que trate do assunto.

Penso, então, que se deva entender por "sexo oral" a realização do ato sexual do casal por meios orogenitais, chegando-se ao orgasmo desta forma. Mais explicitamente falando, é o emprego da boca e da língua que, em contato direto com o órgão sexual do parceiro, pretende levá-lo ao orgasmo. Realmente isso não tem sentido, pois não foi assim que Deus programou a vida sexual do casal. É antinatural.

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A moral católica é baseada nisso: o que é natural é moral; o que não é natural, é imoral. O ato sexual é a "liturgia" conjugal, onde o casal celebra o amor e gera os seus filhos. Assim, há duas dimensões na vida sexual: unitiva e procriativa.

É evidente que pelo sexo oral, como descrito acima, além do mais, fecha as portas para a concepção e anula-se uma das dimensões do ato sexual. Isso mostra que esse tipo de atividade sexual deve ser descartada.

Por razões, muito mais graves ainda, o tal "sexo anal" não deve ser realizado por um casal cristão; é totalmente antinatural e imoral. Creio que se pode admitir como lícita alguma liberdade sexual para o casal, enquanto se está no "prelúdio" da relação, naqueles casos em que o parceiro precisa desse estímulo para chegar ao orgasmo junto com o outro. Mas não se pode realizar o ato sexual de maneira oral por ser contra a ordem da natureza. O casal não precisa dessas extravagâncias para ser feliz na vida sexual.

Não se deve confundir "sexo oral" com o "prelúdio sexual", ambos completamente diversos um do outro. O prelúdio, ou preparação para o ato sexual, com razão, além de lícito, é muito importante. E é ele, através de todo o contexto de carinho, que diferencia a relação sexual humana e a animal. Sem as carícias, os toques e as manifestações de afeto que precedem a consumação do ato sexual, este se limitaria a uma relação puramente animal.

De modo geral, as esposas precisam de um bom prelúdio sexual, com carícias até mesmo orogenitais, antes da penetração, para que possam chegar ao orgasmo. O marido pode e deve intensificar ao máximo as carícias, os toques, os carinhos e as palavras, no prelúdio, para que a esposa chegue ao orgasmo na penetração. É o amor que deve levar o marido a essa atitude, e não apenas a busca de um prazer sem limites.

Não se pode realizar a atividade sexual por meios não próprios para ele. E é exatamente por isso que, tanto quanto o sexo anal, o sexo oral é ilícito; é algo totalmente antinatural.

Felipe Aquino

Prof. Felipe Aquino, é viúvo, pai de 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos". Site do Professor: http://www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/vida-sexual/o-que-a-igreja-diz-sobre-sexo-oral/

22 de outubro de 2014

11 dicas para evitar o desperdício de alimentos

A redução do desperdício exige mudanças de hábitos e comportamentos

Todos os dias, grandes quantidades de alimentos, que poderiam ter sido consumidos (ou utilizados de outra forma), estão sendo desperdiçados. Por isso, hoje, vamos falar sobre um assunto sempre atual e crescente em nosso meio: uma utilização inadequada dos alimentos.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Nutrição (Asbran), no Brasil, a cada ano, cerca de 70 mil toneladas de alimentos são jogadas no lixo. Todo esse desperdício gera perdas econômicas, impactos ambientais, além de acentuar ainda mais problemas sociais, pois sabemos que milhares de pessoas passam fome no mundo. Mas isso poderia ser diferente.

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São muitos os estudos que revelam o grande desperdício de alimentos por brasileiros. E essas pesquisas nos apontam algumas causas:

- Falha durante a produção, o transporte ou o consumo de alimentos;

- Falta de atenção e informação do consumidor, além de uma educação alimentar incorreta. Um grande problema que podemos apontar é o fato de compramos mais do que consumimos e de não sabemos reaproveitar os alimentos.

Podemos resumir dizendo assim: o ciclo de desperdício de alimentos começa no campo, continua no transporte, na armazenagem e na comercialização, para fechar-se na cozinha do consumidor. Portanto, a redução do desperdício exige de nós, consumidores, mudanças no comportamento e nos hábitos. Seguem, então, algumas dicas importantes que vale a pena colocar em prática:

1. Organize cardápios para almoço, jantar e lanches intermediários. Essa prática ajuda bastante a organizar e programar a quantidade do que iremos por em nossa mesa, evitando uma produção excessiva, principalmente em uma casa com muitas pessoas.

2. Faça uma lista do que realmente precisa antes de fazer suas compras no supermercado, pois isso evitará o consumo abusivo, o impulso de levar coisas desnecessárias que vão acabar passando da validade e indo parar no lixo;

3. Reaproveite as sobras do almoço. Sobrou comida do almoço? Nada de as jogar fora. Aproveite o que restou no jantar. Aqui, vale a criatividade e o talento na cozinha.

4. Compre alimentos perecíveis aos poucos. Aqueles que passam da validade em poucos dias – como frutas, laticínios e condimentos –, devem ser comprados aos poucos, à medida que forem necessários. Compras semanais são ideais para esse tipo de situação.

5. Cozinhe em quantidade maior e congele. Separe um dia para preparar várias refeições para todo o mês ou semana. Depois, guarde tudo no freezer e reaqueça no dia de consumi-las. Essa prática ajuda a economizar ingredientes.

6. Use a data de validade como critério. É preciso sempre estar atento aos rótulos para saber a procedência, a composição e o mais importante: a data de validade.

7. Cuidado com a mania dos "olhos maiores que o estômago". Colocar no prato somente aquilo que vai comer é outro passo importante.

8. Reaproveite o "pão dormido". Ele pode ser o ingrediente principal de receitas como pudim, rabanada, lasanha, torrada entre outras. Ele ainda pode ser fatiado ou triturado e guardado no congelador, onde ficará conservado por muito tempo. Depois é só descongelar e utilizá-lo normalmente.

9. Aproveite todas as partes de alimentos como frutas, verduras e legumes, pois são fontes de vitaminas, minerais e outros nutrientes fundamentais para nossa saúde. É fácil encontrar receitas envolvendo essas partes dos alimentos que melhoram nossa alimentação e ainda evitam o desperdício.

10. Mantenha o freezer arrumado e limpo: Verifique se as embalagens estão bem fechadas e controle a temperatura do seu congelador. Os alimentos devem ser conservados a uma temperatura entre 1º e 5º C para que se mantenham sempre frescos e bons para o consumo.

11. Faça uma rotação dos alimentos. Quando voltar das compras, arrume os produtos no congelador ou na despensa colocando os mais antigos na frente das prateleiras e aqueles que acabou de comprar no fundo, para assim utilizar primeiros os com data de validade próximos de vencer.

Todas essas dicas podem ser colocadas em prática, sempre lembrando que é importante usar com sabedoria e prudência tudo aquilo que Deus nos dá para nossa vida e nosso sustento.

Cristiane Zandim

Cristiane Pereira Zandim nasceu em Brasília / DF. É missionária na comunidade Canção Nova desde 2011. Cursou Nutrição na Universidade Universidade Federal Dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/capa-do-portal/11-dicas-para-evitar-o-desperdicio-de-alimentos/

20 de outubro de 2014

Sociedade laica não quer dizer sociedade ateia

Numa sociedade pluralista, a laicidade é lugar de comunhão e relacionamento entre diversas tradições espirituais e a nação

O Senhor Jesus se encontrou com os grupos mais diversos de pessoas, dos mais simples e machucados da sociedade até as altas autoridades que circulavam durante sua vida pública, pelos caminhos da Judeia e da Galileia. Muitos acorriam a ele com suas misérias e inquietações, buscando a força da mensagem libertadora do Evangelho e a cura das enfermidades. Tantos emergiam do meio da multidão para se fazerem seus discípulos. Outras pessoas observavam de longe os acontecimentos. Alguns grupos se aproximavam com questionamentos, alguns deles formulados como verdadeiras armadilhas, a fim de envolvê-lo em contradição. A sabedoria do Senhor lhes devolvia muitas das perguntas, remetendo sempre ao confronto vital com a verdade.

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Muito expressivo é o encontro com fariseus e herodianos (Cf. Mt 22, 15-21) a respeito do imposto devido ao Imperador. Pode-se imaginar o contexto do comprometedor diálogo que se travou, num ambiente em que a população vivia oprimida, pagando tributos a uma potência estrangeira, dinheiro que chegava a uma autoridade que se revestia de pretensos poderes divinos. A resposta de Jesus é muito conhecida: "Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus" (Mt 22, 21). Tal afirmação já foi indevidamente usada para separar fé e vida, negócios e devoção, quando o cerne da questão é justamente dar a Deus o que é de Deus. E a Deus pertence o coração humano e seu destino de vida e salvação.

A narrativa encontrada nas primeiras páginas da Bíblia indica justamente a convicção das pessoas de fé: "Façamos o ser humano à nossa imagem e segundo nossa semelhança" (Gn 1, 26). Somos criaturas de Deus, pensadas desde toda a eternidade para sermos felizes em comunhão com ele. Pertencer a Deus e dar-lhe o devido e primeiro lugar em nossa vida é condição para a realização e a felicidade. O dever do amor e da adoração a Deus é o primeiro dos mandamentos, a primeira condição para o pleno desenvolvimento de todas as potencialidades humanas.

Em todas as épocas da história se fizeram sentir o indiferentismo, o relativismo e o ateísmo. Uma de suas formas ganha o nome de laicismo, diferente da laicidade. Se a justa laicidade do Estado não assume como oficial qualquer religião, a Igreja Católica propugna um mútuo respeito pela autonomia de cada uma das instâncias, a civil e a religiosa. Ao Estado cabe assegurar o livre exercício das atividades espirituais, culturais e caritativas das pessoas de fé. Numa sociedade pluralista, a laicidade é lugar de comunhão e relacionamento entre diversas tradições espirituais e a nação. Sociedade laica não quer dizer sociedade ateia! Infelizmente, ensina o Compêndio da Doutrina Social da Igreja, permanecem, inclusive em sociedades democráticas, expressões de laicismo intolerante, que hostilizam qualquer forma de relevância política e cultural da fé, procurando desqualificar o empenho social e político dos cristãos, porque se reconhecem nas verdades ensinadas pela Igreja e obedecem ao dever moral de ser coerentes com a própria consciência; chega-se também e mais radicalmente a negar a própria ética natural. Esta negação, que prospecta uma condição de anarquia moral cuja consequência é a prepotência do mais forte sobre o mais fraco, não pode ser acolhida por nenhuma forma legítima de pluralismo, porque mina as próprias bases da convivência humana. Neste quadro, a marginalização do Cristianismo seria uma ameaça para os próprios fundamentos espirituais e culturais da civilização (Cf. Compêndio da Doutrina Social da Igreja, números 571 a 574).

Este laicismo, ideologia que pretende se impor no mundo ocidental, e cada vez mais no Brasil, como única admissível, tem livre trânsito na grande imprensa e deseja relegar a fé à esfera do privado e opondo-se à sua expressão pública (Cf. São João Paulo II, no dia 24 de janeiro de 2005). Em nome de tal ideologia se levantam os defensores das contradições correntes, como a defesa dos direitos dos animais a qualquer custo pelos mesmos partidários do aborto ou de eutanásia e da absoluta falta de princípios em assuntos de moral sexual. Podemos ampliar o horizonte, para identificar uma verdadeira cruzada que se espalha pelo mundo pela eliminação de todos os sinais religiosos em escolas ou outros espaços.

O Concílio Vaticano II, na Constituição sobre a Igreja no mundo Contemporâneo, Gaudium et Spes (Cf. número 36) já constatava que muitos parecem temer que a íntima ligação entre a atividade humana e a religião constitua um obstáculo para a autonomia dos homens, das sociedades ou das ciências. Se por autonomia das realidades terrenas se entende que as coisas criadas e as próprias sociedades têm leis e valores próprios, que o homem irá gradualmente descobrindo, utilizando e organizando, é perfeitamente legítimo exigir tal autonomia. Se, porém, com as palavras autonomia das realidades temporais se entende que as criaturas não dependem de Deus e que o homem pode usar delas sem ordená-las ao Criador, ninguém que acredite em Deus deixa de ver a falsidade de tais afirmações. Pois, sem o Criador, a criatura não subsiste. De resto, todas as pessoas de fé, de qualquer religião, sempre souberam ouvir a sua voz e manifestação na linguagem das criaturas. Antes, se se esquece Deus, a própria criatura se obscurece.

Vivemos uma grande batalha, na qual não nos é possível escolher, como cristãos, a não ser a dependência livre e realizadora de Deus e da força de sua Palavra. Os direitos de Deus se expressam magistralmente na palavra do Apóstolo: "Ninguém pode colocar outro alicerce diferente do que já está colocado: Jesus Cristo. Se então alguém edificar sobre esse alicerce com ouro, prata, pedras preciosas ou com madeira, feno, palha, a obra de cada um acabará sendo conhecida: o Dia a manifestará, pois ele se revela pelo fogo, e o fogo mostrará a qualidade da obra de cada um. Aquele cuja construção resistir ganhará o prêmio; aquele cuja obra for destruída perderá o prêmio – mas ele mesmo será salvo, como que através do fogo. Acaso não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá, pois o templo de Deus é santo, e esse templo sois vós. Vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus" (I Cor 3, 11-17).

Dom Alberto Taveira Corrêa

Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém - PA.

17 de outubro de 2014

Oração à Santa Edwiges, protetora dos pobres e endividados

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

santa edwiges

Senhor meu Deus, Todo-poderoso, Criador do céu e da terra, Vós que tudo regulais em justiça e misericórdia, aceitai a prece que humildemente Vos dirijo por intermédio de Santa Edwiges, vossa serva, que tanto Vos amou, na terra e que usufrui da graça de contemplar Vossa divina face.

Santa Edwiges exemplo de fé cristã, espelho do amor divino.

-Vinde em nosso auxílio.
Santa Edwiges, fiel discípula de Cristo, humilde serva do Senhor, modelo de amor à cruz.

-Vinde em nosso auxílio.
Santa Edwiges, bondosa mãe dos pobres, auxílio dos doentes, refúgio dos oprimidos.

-Vinde em nosso auxílio.
Santa Edwiges, modelo das mães cristãs, glória da Santa Igreja.

-Vinde em nosso auxílio.
Santa Edwiges, por amor a Jesus, Maria e José, fazei vossas, minhas aflições. Apressai-vos em socorrer-me. Amém.

Oremos: Santa Edwiges, socorrei-nos em nossas necessidades – Por amor a Jesus Crucificado, fazei vossas, minhas aflições e minhas angústias, apressai-vos em socorrer-me. Santa Edwiges, por vossa santa vida, por vossa santa morte, fazei vossas, minhas aflições e minhas angústias, apressai-vos em socorrer-me. Amém.

Santa Edwiges, protetora dos endividados, rogai por nós.

15 de outubro de 2014

Você tem coragem de desligar?

Você é daquelas pessoas que passam horas com seu celular e não se sentem satisfeitas enquanto não veem todas as mensagens? 

Seria uma bobagem dizer que precisamos deixar de usar celulares, tablets, smartphones e todos equipamentos que nos ligam uns aos outros pela internet. Da mesma forma, é angustiante, por exemplo, esquecer o celular ou o carregador em casa naquele dia em que esperávamos dar vários telefonemas.

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Você já sentiu isso alguma vez? Aquele desespero, aquela ansiedade por imaginar pessoas ligando ou mandando mensagem, e você sem poder ao menos lhes responder? E aquelas noites em que você fica horas e mais horas respondendo mensagens instantâneas, WhatsApps, SMSs, redes sociais… Ufa! Você sofre muito com isso?

Passa horas em frente a esse aparelhinho como se não ficasse satisfeito enquanto não visse todas as mensagens, todas as notícias do momento e respondesse todos os recadinhos, deixando tantas outras coisas de lado?

Na maioria das vezes, nós perdemos a noção e o bom uso do tempo com essas ferramentas e prejudicamos nossa vida, nosso sono, nossos relacionamentos. Sei o quanto é difícil desligar, desconectar e parar. Mas que tal um desafio? Você consegue esperar 30 minutos para responder uma mensagem? E uma hora? Você conseguiria?

Penso que qualquer meio de comunicação, como o nome diz, é um meio e não um fim. Não deve nunca ser a arma que nos aprisiona, mas que sirva para estreitar laços. Mais ainda, que não nos percamos em nossos relacionamentos pelo uso abusivo desses equipamentos.

Coloco para todos nós a necessidade de parar, perceber e reavaliar o uso dos equipamentos de tecnologia, mas, claro, sem deixá-los de lado. Todos estamos nesse barco, e a grande maioria de nós já se viu rodeado de mensagens e de pessoas lhes procurando. Em certos momentos, tenho a sensação de que fazemos tudo no "modo automático", e com isso nem ao menos paramos para pensar como respondemos e o que respondemos nessas tais mensagens.

E aquela rede social que serve de desabafo? Aquela exposição excessiva de uma vida supostamente feliz ou exibicionista? Será que precisamos disso tudo de verdade?
Quantas vezes prejudicamos nossos relacionamentos com palavras mal colocadas, brigas desnecessárias e a aquela perseguição desenfreada ao que é postado?

Tudo em excesso é prejudicial. Então, deixo a reflexão: "Está na hora de apertar o botão 'desligar' e conectar-se a outras coisas em sua vida".


Elaine Ribeiro

Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica e Organizacional, colaboradora da Comunidade Canção Nova. Blog: temasempsicologia.wordpress.com Twitter: @elaineribeirosp


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/tecnologia/voce-tem-coragem-de-desligar/