8 de outubro de 2014

Masculinidade. As consequências do sexo fácil

Quando a mulher se entrega "facilmente" pelo sexo ao homem, está condicionando-o a encarar esse relacionamento como algo não essencial para a vida dele

É claro para todos nós que homens e mulheres têm papéis distintos na procriação, também é sabido que por essa desigualdade, eles percebem o sexo de forma diferente. Para demonstrar isso, faço alusão a obra literária: "Homens fazem sexo, mulheres fazem amor", pois, se nos aprofundarmos no assunto, veremos que sexualidade é um conjunto muito mais complexo que envolve todo o ser.

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Ao contrário do que muita gente imagina, a sexualidade não está só nos impulsos e órgãos reprodutores, mas também na forma como nos expressamos, como entendemos e olhamos o mundo, os nossos afetos, interesses e nossas inclinações, a construção de nossa personalidade, até no modo de nos locomovermos; tudo isso é perpassado pela nossa sexualidade.

"A sexualidade afeta todos os aspectos da pessoa humana em sua unidade de corpo e alma. (ou seja) Diz respeito à afetividade, à capacidade de amar e de procriar e, de uma maneira mais geral, à aptidão a criar vínculos de comunhão com os outros" (Catecismo da Igreja Católica, art. nº 2332).

Percebemos nossa sexualidade no corpo, em nossos impulsos, mas também como uma capacidade psíquica (fantasias, pensamentos), social (atitudes, criação de vínculos) e espiritual (vocação esponsal, paternal ou maternal). O ser masculino é mais inclinado ao ato sexual por um motivo bem simples de entender. A natureza deu ao homem o material genético responsável por fecundar, então o fez com características psicológicas, sociais e espirituais para tal. Para o homem o sexo é algo importantíssimo, latente em seus sentidos quase que todo o tempo.

Existe um vídeo com o título "Masculinidade: o que está acontecendo com os homens", de autoria do Padre Paulo Ricardo, no qual ele cita que "o substrato básico do ser humano está na feminilidade e que o sexo masculino para se desenvolver precisa surgir de um esforço".

Em resumo, o homem precisa lutar por algo em que acredita para encontrar sentido na sua existência. Ele necessita esforçar-se para autenticar sua masculinidade. Por isso digo que, mesmo com instintos voltados para tanto interesse sexual, o melhor para o homem é guardar-se, de forma a lutar por aquela que será sua mulher.

Quando a mulher se entrega "facilmente" ao homem pelo sexo, ela o está condicionando a encarar esse relacionamento como algo não essencial para a vida dele. Ele pensa: "Está lá, fácil e disponível quando quero, não preciso me preocupar em manter". E entendamos "entregar-se facilmente" como "sexo antes do casamento", porque nisso não há comprometimento verdadeiro nem esforço da parte dele. Basta ver o quanto os homens de hoje não querem muito saber de envolvimento afetivo, isso lhes parece prisão. Pois, se eles podem lutar por suas outras preocupações adiante e ainda ter companhia com sexo, para que se amarrarem?

Mas quando um homem luta por uma mulher, quando ele tem registrado em suas memórias o quanto se esforçou para se comprometer definitivamente com ela pelo sacramento do matrimônio, o ato conjugal terá para ele um valor amplamente significativo, uma parte integrante da validação da sua masculinidade. Além do prazer, será uma gratificante sensação na alma de perceber-se bondoso o suficiente para ela, e o que atesta tudo isto será  perceber sua esposa desejosa de você, e isso será o mesmo que ela lhe dizer: "Valeu a pena tudo o que você fez por mim, então me doo a você". 

O ato sexual tem de ser a celebração de tudo o que eles viveram em suas histórias e que se entrelaçou, e do que construíram juntos naquele dia, e não somente o prazer pelo prazer. O gozo, portanto, sem levar em conta as outras condições que o envolvem, pode gerar várias impressões negativas nas pessoas, como pensar que estão sendo usadas, que o gozo é apenas uma forma de descontar uma raiva ou uma recompensa.

O mundo mede a masculinidade de um homem por suas conquistas efêmeras e, quem sabe, pela quantidade de relações sexuais. Mas Deus tem projetos muito maiores para você. O Senhor quer lhe proporcionar o máximo que você pode ser, e levá-lo à plenitude de corpo e alma por meio da sua vocação ao matrimônio. Alcançar essa bênção é o esforço que vale a pena!


Sandro Arquejada

Sandro Aparecido Arquejada é missionário da Comunidade Canção Nova. Formado em administração de empresas pela Faculdade Salesiana de Lins (SP). Atualmente trabalha no setor de Novas Tecnologias da TV Canção Nova. É autor do livro "Maria, humana como nós" e "As cinco fases do namoro". Também é colunista do Portal Canção Nova, além de escrever para algumas mídias seculares.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/afetividade-masculina/masculinidade-as-consequencias-do-sexo-facil/

6 de outubro de 2014

O homem descobriu a afeição pelos animais, e o cão foi, posteriormente, eleito “o melhor amigo do homem”

Enquanto algumas espécies de animais correm o risco de se extinguirem em nossas matas e florestas, outros se multiplicam dentro de nossas cidades e casas. É comum andar nas cidades e assistir a donos passeando nas ruas com seus animaizinhos.

O Amor entre os animais e os homens -  940x500

A relação do homem com os animais é muito antiga. Parece que a mais remota é com os auroques (espécie de bovinos já extintos), que serviam para a sobrevivência do homem. Essa relação foi se aprofundando e surgiu a co-habitação e domesticação de algumas espécies como ovelhas, aves e gatos. A domesticação dos cavalos trouxe grande progresso para a humanidade. O homem descobriu a afeição pelos animais, e o cão foi, posteriormente, eleito "o melhor amigo do homem". Mais recentemente, projetos científicos mostraram e elaboraram formas de relacionamento que trazem benefícios psicológicos e até físicos para o homem, como é o caso da equitação.

Os animais, então, serviam para o alimento, os serviços gerais e certa amizade, figurada na imagem do cão. Na ideia do domínio natural do homem sobre os animais, o termo usado para se referir aos bichos que alguém cuida em sua propriedade é "criação". Sempre, por mais que se amasse um animal, ele nunca seria mais do que uma "criação".

Porém, no êxtase do individualismo da pós-modernidade, os animais estão ganhando um novo significado e status na relação com seus donos. É o status amoroso. Em um mundo no qual o homem desiste dos homens, sobram os animais. Qualquer tipo de relação afetiva com uma pessoa humana é exigente, porque a perseverança no afeto pede o amor, e este é exigente. Para evitar esse risco, muitos decidiram ficar sozinhos e manter relacionamentos distantes, pouco comprometidos. Nessa lógica, muitos casais resolveram não ter filhos, ou, quando muito 1 ou 2 que para eles já é demais. Optaram pelo individualismo institucionalizado. Mas a solidão é o fruto indesejável desse individualismo e o homem não foi feito para viver só. Então, como equacionar a crise da solidão individualista?

O "amor" aos animais é a solução! É simples, compro um bichinho e passo a ter um relacionamento amoroso com ele. Ele passa a ser o amigo, o filho, o confidente. Ele satisfaz minhas carências, é uma companhia, mas anda segundo minhas determinações e obedece meu estilo de vida, porque eu sou o dono dele. Ainda melhor, ele nunca vai exigir meu amor, simplesmente porque, não sendo livre, tem poucas vontades e, assim, o nosso amor nunca passará de um grande afeto. É uma boa solução, mas, na verdade, não resolve o problema da solidão, pois esta só é vencida na grandeza do amor entre duas pessoas.

A pessoa humana só é plenamente humana, só é feliz, quando persegue o verdadeiro amor. Claro, é muito mais fácil o afeto que o amor. Ainda mais com animais, que, não possuindo liberdade, subjugam-se aos sabores de seu dono. A questão é que o relacionamento de amor entre seres humanos – seja de amizade, esponsal, entre pais e filhos, ou outros (irmãos de uma mesma fé, profissional, coleguismos etc) – tem a grandeza de nos fazer livres a partir da liberdade do outro.

Esse costume generalizado na sociedade de substituir o amor que nos torna livres por algum afeto traz o perigo de uma cultura pseudo-humana. Não é necessário mais perseguir a grandeza da sexualidade e do amor humano, as virtudes, a capacidade de dar a vida por alguém, a liberdade de ser bom quando o outro é mau. Os relacionamentos se limitam a uniões afetivas e o modelo de amor dentro de uma família se torna apenas mais uma opção, mas indesejável, porque é muito exigente e difícil, e é uma mera opção.

Os animais são criaturas de Deus, portanto, tem uma dignidade própria. Devem ser respeitados e podem receber dos homens uma grande afeição que, vulgarmente, chamamos "amor". O Catecismo da Igreja Católica 2418 diz que "pode-se amar os animais, porém não se deve orientar para eles o afeto devido exclusivamente às pessoas". As belas histórias de amizade entre pessoas, crianças e animais se tornarão falácias no dia em que esses amores forem, à medida do amor humano, o máximo de amor que um ser humano pode dar a alguém. Se for assim, nos reduziremos à dignidade dos animais.

Amemos muito mais os homens, para que sejamos plenamente humanos!

André Botelho

André L. Botelho de Andrade Casado, pai de três filhos. Com formação em teologia e filosofia Tomista, Fundador e Moderador Geral da Comunidade Católica Pantokrator, onde vive em comunidade de vida e dedica-se integralmente à sua obra de evangelização. http://www.pantokrator.org.br Contato: http://facebook.com/andreluisbotelhodeandrade


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/o-amor-entre-os-homens-e-os-animais/

3 de outubro de 2014

Quem é o meu anjo da guarda?

"O anjo do Senhor acampa ao redor dos que o temem e os salva" (Sl 33,8).

O Catecismo da Igreja diz que "a existência dos seres espirituais, não-corporais, os anjos, é uma verdade de fé". O testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tradição (n.328). Nenhum católico pode, então, negar a existência dos anjos. Eles são criaturas pessoais e imortais, puramente espirituais, dotados de inteligência e de vontade e superam em perfeição todas as criaturas visíveis (cf. Cat. n.330). São Gregório Magno disse que quase todas as páginas da Revelação escrita falam dos anjos.

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A Igreja ensina que, desde o início até a morte, a vida humana é cercada pela proteção (Sl 90,10-13) e pela intercessão dos anjos. "O anjo do Senhor acampa ao redor dos que o temem e os salva" (Sl 33,8).

São Basílio Magno (†369), doutor da Igreja, disse: "Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida" (Ad. Eunomium 3,1). Isto é, temos um Anjo da Guarda pessoal. Jesus disse: "Não desprezeis nenhum desses pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus veem continuamente a face de meu Pai que está nos céus" (Mt 18,10).

A liturgia de 2 de outubro celebra os Anjos da Guarda desde o século XVI, festa universalizada por Paulo V. Ora, se a Igreja celebra a festa dos Anjos da Guarda é porque, de fato, eles existem e cuidam de nós, nos protegem, iluminam, governam nossa vida, ajudam-nos como ajudou Tobias. Mas para isso é preciso crer neles, respeitá-los, não afugentá-los pelo pecado. Um dia, um rapaz me disse: "Eu não vejo pornografia na internet, porque tenho vergonha de meu Anjo da Guarda!". A melhor homenagem a nosso anjo é viver uma vida sem pecados, buscando, com a ajuda dele, fazer a vontade de Deus.

A Tradição da Igreja acredita que nosso Anjo da Guarda tem a tarefa de oferecer ao Senhor as nossas orações, apoiar-nos e proteger-nos dos ataques do diabo, que tenta nos fazer pecar e perder a vida eterna. Então, nada mais importante do que ter uma vida de intimidade com nosso anjo, invocando-o constantemente e colocando-nos debaixo de sua proteção. Desde criança, aprendi com minha mãe esta oração: "Santo anjo da minha guarda, a quem eu fui confiado por celestial piedade, iluminai-me, guardai-me, regei-me, governai-me. Amém." Nunca deixei de rezar essa oração.

Então, o melhor a fazer é não fazer nada sem pedir a luz, a proteção, o governo do bom anjo que o Senhor colocou como guarda e custódio de nossa vida, do batismo até a morte. É por isso que muitos Papas, como João XXIII, revelaram a sua profunda devoção pelo Anjo da Guarda, sugerindo, como também disse Bento XVI, que expressemos nossa gratidão pelo serviço que ele presta a cada um de nós e o invoquemos todos os dias com o Angelus Dei.

O Santo Padre Pio teve um relacionamento profundo com o Anjo da Guarda. São inúmeras as passagens da vida desse santo com seu anjo e com o anjo dos outros. Certa vez, ele disse a uma pessoa: "Nós rezaremos pela sua mãe, para que o seu anjo da guarda lhe faça companhia". Invoque o seu Anjo da Guarda, pois ele o iluminará e o guiará no caminho de Deus.

Alguns perguntam se é possível saber o nome do nosso Anjo da Guarda. A Igreja não fala sobre isso, ela apenas conhece o nome dos três grandes Arcanjos: Miguel, Rafael e Gabriel. Portanto, se alguém sabe o nome do seu anjo é uma revelação particular que não tem a confirmação da Igreja.

O mais importante é termos um relacionamento vivo e fervoroso com o nosso bom anjo protetor durante toda a vida.


Felipe Aquino

Prof. Felipe Aquino, é viúvo, pai de 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos". Site do Professor: http://www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/santos/quem-e-o-meu-anjo-da-guarda/

1 de outubro de 2014

Você já sabe em quem vai votar?‎

Nós cristãos, se quisermos refletir e agir na nossa sociedade com coerência, precisaremos ter consciência em quem votamos e conhecer a Doutrina Social da Igreja

Mais uma vez, estamos às portas das eleições. Nosso envolvimento com a política é uma obrigação como cidadãos, mas também como cristãos. Na Encíclica Populorum Progressio, o Papa Paulo VI (1963-1978) afirma que a política é a forma mais elevada de exercício da caridade. Portanto, para colaborarmos com a construção do Reino de amor de Cristo, temos que aprender a lidar com as questões políticas.

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Política não se faz nem se vive somente em tempo de eleições. Ao contrário, é preciso que estejamos sempre atentos ao mundo político, acompanhando os acontecimentos e, de forma especial, verificando como o candidato que elegemos está gerindo o poder público, ao qual ele teve acesso com o nosso voto. As questões sociais, o bem comum e os problemas da sociedade também devem fazer parte do nosso dia a dia. Se isso não for possível por intermédio de um protagonismo social, ao menos, que o façamos ao acompanharmos as coisas que estão acontecendo no mundo ao nosso redor.

Nós cristãos, se quisermos refletir e agir na nossa sociedade com coerência, precisaremos ter algum conhecimento da Doutrina Social da Igreja. A fé não é – e não pode ser! – um baú enterrado dentro de nós! A fé cristã ilumina e orienta tudo aquilo que o cristão vive e faz. Portanto, a fé tem grande significado na forma como o cristão reflete sobre a sociedade e no modo como ele vê e lida com a política.

Sem dúvida, o tempo das eleições é um tempo privilegiado de viver a cidadania, e, sobretudo, de escolher aqueles que vão nos representar nos poderes públicos do Legislativo e do Executivo.

Contudo, precisamos ter algumas referências básicas, seja para a escolha de um candidato, seja quanto à cobrança de suas ações depois de eleitos. Sugiro as seguintes referências:

- O primeiro requisito é a honestidade e a transparência do político. Nisso se inclui uma vida social e moral íntegra; o respeito às leis e às normas sociais.

- É preciso ver o que motiva o candidato a exercer um mandato político, ou seja, se realmente está interessado no bem comum ou se sua preocupação central é consigo mesmo e com interesses pessoais. Exercer um mandato público não pode ser uma aventura pessoal, mas sim uma missão que se assume visando ao bem comum.

- Observar se o candidato tem uma história pregressa de dedicação à sociedade e seus problemas. É estranho que uma pessoa que nunca tenha se importado com isso e que nunca tenha dedicado seus esforços ao bem comum, agora queira exercer um poder público que existe para gerir questões da sociedade…

- O preparo do candidato quanto à capacidade de fazer política, ou seja, verificar se ele é preparado para se relacionar politicamente, sendo capaz propor e realizar projetos. Também é relevante a competência para representar o povo nas diversas questões da sociedade e do Estado e, desse modo, não ser um joguete nas mãos dos interesses de grupos organizados.

- Capacidade intelectual e cultural. Tanto no Legislativo quanto no Executivo, os políticos lidam com questões complexas, e a linguagem utilizada nos Projetos de Lei nem sempre é fácil de entender. Vivemos em um momento em que grupos pequenos, mas organizados, articulam artimanhas sutis e, se o político não tiver capacidade de captar e responder a isso, ele vai repetir os jargões politicamente corretos; e sem querer, vai trabalhar para interesses contrários ao dele.

- Ponto fundamental são os valores do candidato. Para nós, católicos, é essencial que os princípios de nosso candidato sejam realmente cristãos. Em meio a tantas ideologias que penetram na cultura e na política, o político precisa ter firmeza na sua fé, tanto no conhecimento como no testemunho daquilo em que crê.

- É preciso considerar a coragem e a firmeza do candidato com relação a seus valores. Não se trata de ter uma concepção puritana da política, entendendo que, às vezes, é preciso abrir mão do que é periférico e acidental para garantir o essencial. Mas sim de que o político deve ter a coragem de enfrentar seus opositores e manter-se firme diante dos desafios da vida política e pública.

- Estou convencido de que um bom político não é somente aquele que ganha um mandato cheio de boas intenções. Sabemos que o sistema político brasileiro é altamente corruptor. Para que ele se mantenha nos seus ideais, é fundamental que seja cercado por uma estrutura que o oriente, o acompanhe e o ajude em todos os âmbitos: do aspecto espiritual à sabedoria de saber se posicionar de maneira correta diante das questões mais difíceis e complexas.

- Por fim, é preciso analisar o partido do candidato. Muitos partidos, especialmente os de esquerda, militam por ideologias anticristãs. Como nas eleições para o Legislativo (Vereador, Deputado Estadual, Deputado Federal, Senador) o voto é computado para o partido e não para o candidato, embora eu tenha votado no candidato "X", facilmente acabo elegendo o candidato "Y" do partido. Como o voto vai para o partido, não podemos votar naqueles que assumem ideologias que vão contra nossos princípios e valores.

Dia a dia, o bonde da história é conduzido, e a política é um dos trilhos que levam esse bonde para um lugar ou outro. A omissão dos cristãos, nessas questões, tem sido um grave erro, porque, na hora da encruzilhada das eleições, os cristãos têm dado autoridade política a pessoas que têm conduzido o Brasil a um neopaganismo. Os próximos 4 anos são estratégicos para nosso país, que vem sendo assolado pela corrupção e por injustiças, mas sobretudo por ideologias que destroem as bases fundamentais da sociedade, como a família, a dignidade da sexualidade e da vida humana, a liberdade religiosa e tantos outros. Que essas eleições sejam um tempo em que nosso país retome sua vocação primeira: a de ser a Terra de Santa Cruz! Esse é seu primeiro nome.

:: Nossos candidatos estão dispostos a servir?
:: O que é um voto consciente?
:: Anular o voto é pecado?
:: Podemos mudar os rumos da política

André Botelho

André L. Botelho de Andrade Casado, pai de três filhos. Com formação em teologia e filosofia Tomista, Fundador e Moderador Geral da Comunidade Católica Pantokrator, onde vive em comunidade de vida e dedica-se integralmente à sua obra de evangelização. http://www.pantokrator.org.br Contato: http://facebook.com/andreluisbotelhodeandrade


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/politica/voce-ja-sabe-em-quem-vai-votar%E2%80%8E/

29 de setembro de 2014

Qual a maior virtude do ser humano?

O ser humano é dotado de virtudes e dons, mas entre todos qual é a maior?

"Por hora subsistem a fé, a esperança e a caridade – as três. Porém, a maior delas é a caridade" (I Coríntios 13, 13). Nesta leitura da Carta de São Paulo aos Coríntios encontramos um belo e conhecido texto, o hino à caridade. O apóstolo não somente nos apresenta conceitos sobre essa virtude, como também é direto e prático ao falar desta riqueza da vida cristã, à qual ele se refere como a maior de todas as virtudes.

A maior das virtudes é a caridade - 940x500

Já o Catecismo da Igreja Católica, no número 1.822, descreve o amor desta forma: "A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas, por si mesmo, e a nosso próximo como a nós mesmos, por amor de Deus". Então podemos entender que o termo "caridade" resume o primeiro e o maior de todos os mandamentos: Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo.

Mas como praticar essa virtude?

- "A caridade é paciente". A paciência é a "virtude que nos faz suportar com resignação a maldade, as injúrias, as importunações. Esperar com calma". Como me comporto diante dos defeitos do outro? Julgo-o, condeno-o e comento com os demais? Ou me preocupo com ele, rezo por ele e busco ajudá-lo? Quando procuramos conhecer nossas fraquezas e limites temos um novo olhar para o outro. Observe seus pecados, veja o quanto você luta para não cometê-los; assim, quando vir o outro errar, pense que ele está na mesma luta que você.

- "A caridade é benfazeja". Benfazejo é a característica de quem pratica o bem, ou seja, de quem "põe a mão na massa". Pergunte-se agora se suas práticas com as pessoas são boas. Tenho algumas dicas para você: comece lavando a xícara que seu colega deixou suja, pegando a roupa do varal para sua mãe ou esposa, sendo educado e gentil com todos.

- "A caridade não é invejosa". Inveja não é somente desejar o que o outro tem, mas também quando não colaboramos para que o outro tenha algo. Quando ouvimos um elogio sobre alguém e começamos a expor as limitações desta pessoa ou quando somos pessimistas ao ouvirmos os sonhos e planos alheios. Promova o outro, busque sempre algo de bom nas pessoas ao falar delas, mesmo que elas tenham muitos defeitos; afinal, todos temos qualidades.

- "A caridade não é presunçosa". Muitas vezes, empolgados por uma conquista ou por futilidades que vivemos, achamos que somos poderosos, que não precisamos de ninguém. A presunção é um mal que corrói os relacionamentos. Reconhecer o esforço de nossos pais, permitir que amigos nos corrijam, e reconhecer que precisamos de ajuda é essencial. Ser caridoso também é permitir que o outro participe da nossa vida.

- "A caridade não é orgulhosa". Orgulho é quando nos achamos superiores ao outro. Enquanto a presunção é julgar que não precisamos do outro; o orgulho é nos exaltar de tal forma que acreditamos que nossas qualidades sejam sempre superiores às das outras pessoas. Aceite a opinião do outro, reconheça suas qualidades, mas também seus defeitos. Exponha suas ideias, mas aceite se a ideia do outro for melhor ou diferente.

- "A caridade não é interesseira". Por que me aproximo das pessoas? Por que as ajudo? Você já fez algo por alguém e na hora pensou em algo que essa pessoa poderia fazer por você depois? Eu já! O interesse é totalmente contrário à caridade por colocar em xeque a gratuidade do ato. O Evangelho de São Lucas 6, 32 nos alerta sobre esse mal: "Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis?". Amar os que nos amam já traz o pagamento no amor recebido de volta, porém, a real caridade é quando amamos aqueles que falam mal de nós ou não nos querem por perto.

- "A caridade não se encoleriza". Encolerizar-se é se encher de raiva e rancor; e um dos frutos da caridade é a mansidão. Ser manso, muitas vezes, é ser visto como uma pessoa boba e sem atitude; mas isso não é real. A mansidão é justamente saber o limite do que posso ou não em relação ao outro. É não responder às ofensas com a mesma moeda; é esperar o tempo do outro para conversar, não agredir ou alimentar o desejo de vingança. Não podemos viver uma vida reféns de um sentimento, peçamos que o Espírito Santo venha sobre nossos sentimentos. E queiramos agir de modo diferente, não nos orgulhemos de ter o "pavio curto", mas desejemos a mansidão, que é um fruto da caridade.

Enfim, a caridade é a porta para um verdadeiro relacionamento com Deus e com o próximo. Diante de tantas características apresentadas, você pode pensar como vai conseguir viver todas elas. Calma! A caridade é paciente, comecemos por isso, tenhamos paciência com nós mesmos. Com a ajuda desse texto, e tudo o que foi vindo ao seu coração, faça um bom exame de consciência e busque se dedicar a um aspecto da caridade, depois passe para outro; e assim por diante. O importante é que não paremos em nossos limites, pois viver a caridade é abrir espaço em nossa vida para as alegrias do céu.

Leia a vida dos santos da Igreja, cada um viveu de forma pessoal a caridade cristã. Certamente podemos aprender com eles as várias faces dessa virtude sublime.

Que São Vicente de Paulo, o santo da caridade, possa nos inspirar a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.

Paulo Pereira

José Paulo Neves Pereira nasceu em Nossa Senhora do Livramento (BA). É missionário da Comunidade Canção Nova e atua no setor de Novas Tecnologias da TVCN. Twitter: @paulopereiraCN


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/qual-a-maior-virtude-do-ser-humano/

26 de setembro de 2014

Pondere o que você diz, pois as palavras têm poder

Imaginem crianças crescerem ouvindo os pais lhes dizendo que elas são burras, desastradas, medrosas, relaxadas.

O capítulo 1, do livro de São João, começa nos dizendo que, no princípio, era a Palavra, e a Palavra era Deus, a qual se fez carne e habitou entre nós. Isso nos mostra que a palavra é poderosa para invocar o processo de criação, ontem, hoje e sempre.

Palavras tem poder, pondere o que você diz ao seu filho- 940x500

Há vários exemplos, na Bíblia, que confirmam isso, como quando Deus ordenou que a luz, a terra, a água e todas as outras coisas fossem criadas. Presenciamos o cumprimento do propósito da Palavra, pois ela cria, liberta, faz o mar se abrir, a montanha mudar de lugar e convence pessoas a mudarem hábitos.

Mas, se por um lado, vivenciamos o poder criador das palavras; por outro também temos exemplos bíblicos de palavras que destroem. O mundo está cheio de crianças e adultos com traumas provocados por ameaças, descontroles e situações de medo, que provocam inseguranças nas pessoas.

Estamos expostos a ambas, tanto a palavras boas como a más, precisamos ter cuidado com as que saem da nossa boca, pois podem ser bênçãos ou maldições lançadas na vida de nossos filhos. Existem pessoas que abençoam qualquer que seja a situação; outras reclamam de tudo o que lhes acontece.

Os pais influenciam na construção da identidade de seus filhos, dependendo das palavras podemos ajudá-los a ter uma visão positiva ou negativa de si mesmos. Falar a verdade reduz associações emocionais erradas.

Imaginem crianças crescerem ouvindo os pais lhes dizendo que elas são burras, desastradas, medrosas, relaxadas, entre outros adjetivos negativos. Elas vão crescer se vendo neste espelho e provavelmente vão se transformar em adultos com conhecimento pessoal inadequado e baixa autoestima. Se elas têm algum problema ajude-as, não adianta reclamar ao precisar dizer algo várias vezes a elas, porque a fixação na maioria das vezes vem com a repetição.

Por outro lado, crianças que escutam os pais falarem bem de suas habilidades em cantar, conversar, organizar e aprender, quando estes precisarem citar os pontos em que elas precisam melhorar, já criaram uma base positiva para que elas se sintam capazes de acertar aquilo que não está adequado.

Procurem observar quais são as habilidades naturais de seus  filhos. Incentivá-los vai encorajá-los a tentar desenvolver habilidades que não possuem naturalmente; ao passo que palavras negativas são desencorajadoras e destrutivas. Qual seu objetivo com seus filhos? Desencorajá-los ou fortalecê-los e criar comportamentos positivos neles?

Lembrem-se de usar palavras, na correção, que demonstrem que o problema é o comportamento do filho e não o filho em si, pois ele precisa se sentir amado e querido, mas também saber que existem limites que precisam ser respeitados. No seu processo educacional, você quer fortalecer ou abalar o estado emocional do seu filho?

Cuidado para não descontar a pressão do seu dia a dia nos filhos com palavras grosseiras ou que os façam ficar para baixo. É preciso estimular o relacionamento com outras pessoas em vez de sempre criticar os outros. E também evitar comparações entre irmãos, plantando semente de rivalidades entre eles e sentimento de superioridade ou inferioridade. Não reforce comportamentos negativos herdados ou construídos a partir da imagem de parentes ou amigos com comparações destrutivas.

Seja elogiando seja criticando, mostre-lhes que eles podem contar com você tanto para os aplaudir como para os redirecionar nos diferentes momentos da vida. Evite frases que possam fazê-los se lembrar do quanto você os fez se sentirem mal. Lembre-se de que sua palavra tem poder espiritual e emocional, por isso seja um profeta de coisas boas na vida dos seus filhos, parentes e amigos. Sempre que possível, aproveite para os abençoar e, assim, você também será abençoado, pois a palavra não volta para terra sem ter cumprido sua missão.

Ângela Abdo

Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. Atua como curadora da Fundação Nossa Senhora da Penha e conduz workshops de planejamento estratégico e gestão de pessoas para lideranças pastorais. Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial. Possui mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape. Atua como consultora em pequenas, médias e grandes empresas do setor privado e público como assessora de qualidade e recursos humanos e como assistente social do CST (Centro de Solidariedade ao Trabalhador). É atual presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) do Espírito Santo e diretora, gerente e conselheira do Vitória Apart Hospital.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/pondere-o-que-voce-diz-pois-as-palavras-tem-poder/

24 de setembro de 2014

Primavera é tempo de celebrar a vida!

A primavera chegou. É tempo de celebrar a vida que venceu a morte!

De repente os dias ficam mais claros, o sol brilha mais forte e as flores despontam trazendo uma explosão de cores e aromas que contagiam a terra. Então percebemos que já é primavera! Um bom momento para descobrirmos que a vida também é um constante renovar, entre perdas e ganhos que vão do semear ao florescer.

Primavera é tempo de celebrar

Aliás, a natureza é sábia, e conhecendo bem a importância de suas estações, procura vivenciá-las sem antecipar nem retardar nenhuma etapa. Como é belo compreender isso! Acredito que, por intermédio da contemplação da natureza, podemos também nos encontrar com o Criador e ser formados por Ele nos detalhes dos acontecimentos cotidianos.

Se observarmos as estações do ano, por exemplo, é fácil compará-las com a vida humana e com as transformações que esta nos proporciona, na qual perdas e ganhos; frio e calor; vida e morte; escuridão e brilho se entrelaçam dando sentido ao ciclo necessário da existência, que não nos permite parar em nenhuma etapa.

Quando o verão chega, é fácil perceber que o forte brilho do sol dá vida aos nossos sonhos, fazendo-nos ir mais longe do que imaginávamos. Até que, em certo momento, as cores se cansam e as folhas amareladas dão sinais de que as podas são necessárias… É o outono que nos visita chamando-nos ao desapego. Nesta hora, pode ser que nos sintamos pobres e desprotegidos, então o inverno acena e convida-nos ao recolhimento, à reflexão, ao silêncio e à espera. Assim, o tempo passa e, quando tudo parece imóvel, a semente, que descansava na terra fria, vem para fora com um misto de fragilidade e força e, aos poucos, contagia a terra.

Quando isso acontece, é hora de celebrar, pois a primavera chegou e "a vida venceu a morte!" (cf. I Cor 15,55), e segue seu rumo numa constante passagem. Já que é assim, e sabendo que o momento presente é a única coisa que realmente temos, devemos aproveitá-lo bem, amando e levando alegria e cor à vida das pessoas. A boa notícia é que agir assim custa pouco. Então que tal aproveitar o clima e partir para gestos concretos?

Quem sabe oferecer uma flor à pessoa que trabalha ou convive com você ou até mesmo enviar um sinal de vida àqueles que estão distantes desejando-lhes uma feliz primavera e falando o quanto eles são caros a você. Tenho certeza de que gestos simples como estes podem transformar o dia de muita gente e de que você encontrará felicidade ao fazer outros felizes. Por isso, não perca tempo à espera de que alguém se lembre de você, dê o primeiro passo. Desperte sua bondade e deixe-se envolver pelo amor divino, que já imprimiu em seu ser qualidades maravilhosas, talentos únicos e, principalmente, a grande capacidade de amar e promover o bem.

Contudo, se seu coração ainda está agarrado ao inverno e o frio da solidão o faz sofrer, não desanime. Busque no alto a força de que precisa para ir além! A natureza ensina que, no processo de transformação pelo qual todos passamos, nunca estamos sozinhos. Aquele que nos fez e nos enviou ao mundo está conosco, nos contempla passo a passo e nos dá a graça necessária para vencermos. É por isso que podemos florescer depois do inverno e deixarmos o outono levar o que já não nos pertence sem pararmos na dor.

Na natureza a vida renasce enquanto ela se doa, conosco não é diferente. Coragem! A primavera está batendo à sua porta, deixe-a entrar e viva-a concretamente doando o que você tem de melhor. Perdoe, acolha, sorria, abrace, vá ao encontro e ame! É tempo de exalar o perfume e a beleza que o Criador lhe deu.

É primavera, tempo de ser feliz!


Dijanira Silva

Dijanira Silva, missionária da Comunidade Canção Nova, atualmente reside na missão de São Paulo. Apresentadora da Rádio CN América (SP). E-mail: http:// dijanira@geracaophn.com


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/primavera-e-tempo-de-celebrar-a-vida/