19 de setembro de 2014

Como se aceitar

Quem não aprende a viver consigo mesmo dificilmente conseguirá conviver com o próximo.

A vida é uma difícil aventura de viver consigo mesmo. Muito daquilo que vemos no outro é apenas reflexo do que nossa alma insiste em não aceitar. A este sentimento denominamos "projeção". O outro, por vezes, se torna um espelho diante de uma realidade que não aceitamos em nós mesmos. A mais longa viagem que podemos fazer é para dentro do nosso próprio coração. Em territórios desconhecidos, os sentimentos, ainda não reconciliados com nosso coração, sempre são inimigos a serem combatidos em uma guerra sem fim. Entre o coração e a solidariedade há uma ponte de amor a ser atravessada.

Como aceitar-se 940x500

Quem não aprende a viver consigo mesmo dificilmente conseguirá conviver com o próximo. Encontrar-se é uma arte. Somente quando aprendemos a caminhar com leveza, por entre os espinhos de nossa alma, é que conseguimos observar que as flores também se encontram lá, por vezes escondidas entre as ervas daninhas de nossa pressa existencial. O fruto da vida só é doce quando temos a coragem de vivenciar os processos de amadurecimento dos sentimentos que amargam a nossa história.

Muitos se acostumaram a fazer da vida um eterno plantão de reclamações. Acordam pela manhã reclamando do trabalho e das pessoas com quem terão de conviver durante o dia. Passam o dia reclamando de pequenas coisas que já se tornaram, em sua vida, montanhas de aborrecimentos. Aquilo que não aceitamos cria raízes em nossa alma.

Pessoas que se encontram nesta etapa de intolerância geralmente não consideram ninguém digno de confiança, não possuem amigos nem suportam ninguém. Não têm confiança em ninguém, porque não confiam em si mesmas; não têm amigos, porque são inimigas de si mesmas; não suportam nenhuma pessoa, porque não suportam mais a condição existencial na qual se encontram.

Muito mais triste do que reclamar, é alguém ter que conviver com todos esses sentimentos que fazem da alma um espaço de trevas, no qual as luzes do amor, da bondade e da paz não conseguem entrar. Acostumou-se a viver na escuridão de seus próprios sentimentos. Enxergar a luz do sol do amor e da paz é tão doloroso quanto assumir os erros diante das realidades tão claras na vida.

A mudança interior começa quando assumimos a nossa responsabilidade diante das escolhas que fazemos na vida. Não adianta culpar o outro pelo mundo que criamos em nosso coração. Somos os artesãos de nossas dores e alegrias. Por vezes, será preciso nos aventurarmos na descoberta de nós mesmos e adquirirmos a consciência das trevas que habitam nosso coração, e lutarmos para vencer uma batalha, na qual a luz será sempre um caminho a ser reencontrado.

Quem deseja enganar a si mesmo, com as ilusões que cria diante dos próprios erros, faz da vida uma mentira e se perde nos territórios paganizados de sua alma.

Jesus conhecia o coração do ser humano, por isso mesmo o Seu olhar era sempre de misericórdia. Os erros de um tempo passado só poderiam ser deixados para trás se a pessoa aceitasse trilhar novos caminhos ao encontro de si mesma.

A cada dia somos chamados a fazer da vida a mais bela escola, na qual cada erro se torna oportunidade de crescimento humano e espiritual. O futuro é o presente que construímos em nós mesmos.

Padre Flávio Sobreiro

Padre Flávio Sobreiro Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP. Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre - MG. Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Cambuí-MG). Padre da Arquidiocese de Pouso Alegre - MG. Página pessoal: http://www.padreflaviosobreiro.com Facebook: http://www.facebook.com/flaviosobreiro 


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-e-libertacao/como-se-aceitar/

17 de setembro de 2014

Por que o homem quer futebol quando a mulher quer companhia?

Por que o homem quer ir jogar futebol quando a mulher quer a companhia dele?

Desde a época das cavernas, tanto o cérebro dos homens como o das mulheres têm sido condicionados a desenvolver diferentes percepções.

O homem saía para caçar, o que lhe trouxe maiores aptidões em áreas específicas para cumprir esse seu ofício, como um maior senso de direção (localização, orientação, posicionamento), visão focal/direcionada em um alvo (a presa), agilidade e força física. Todas habilidades para a caça.

Por-que-o-homem-quer-futebol-enquanto-a-mulher-quer-cia---940x500

Enquanto a mulher cuidava da caverna; então, também lhe foram sendo moldadas características para tal, como uma visão mais periférica, apurada percepção e sensibilidade (tudo isso para desempenhar as funções que lhe eram próprias, por exemplo: ter múltiplas atividades ao mesmo tempo, pois elas precisavam manter o fogo aceso e cuidar das crianças, interpretar as necessidades dos filhos, mesmo quando estes ainda não sabiam se comunicar).

Essas atividades distintas fizeram do homem um ser voltado para tornar as coisas práticas. Para eles quase tudo tem um foco, um alvo. Daí a tendência a tornar tudo objetivo, desenvolvendo uma maior impulsividade, potência e resistência muscular. E no ser feminino isso gerou a capacidade de interiorização, elas tendem a buscar o significado de cada gesto. Ficaram mais emotivas.

O cérebro feminino formou-se com um maior número de conexões entre as células nervosas. Os hemisférios direito e esquerdo trocam mais informações do que no cérebro masculino, o qual trabalha de forma mais compartimentada. Isso equivale a dizer que homens têm a tendência de separar e resolver os assuntos pertinentes à sua vida de forma isolada, por isso uma crise na área afetiva dificilmente vai afetar seu trabalho ou outros aspectos da sua vida.

Já as mulheres geralmente fazem ligações e interpretam significados entre as várias dimensões de suas vidas, e também fazem isso na vida daqueles que convivem com elas. Quando vivem um problema no trabalho podem transferir essa tensão para o relacionamento com o esposo ou com namorado, para a vida financeira, entre outros. E quando elas sentem que eles estão um pouco diferentes ficam imaginando mil coisas que podem estar acontecendo.

Quando um casal vive o dilema: "Por que o homem quer ir jogar futebol quando a mulher quer a companhia dele?", para o homem o fato de ele sair para jogar bola, ir à academia, praticar algum um hobby, ficar um pouco com os amigos (também assistir ao futebol) não significa trocá-la por outra opção. Na cabeça dele, ele reservou para seu dia, entre seus afazeres, responsabilidades e compromissos, um momento para cada coisa, e inclusive pensou no momento mais tarde para namorar e estar com ela. Tendo praticado seu lazer ele estará bem física e psiquicamente, e no tempo em que estiver com sua parceira ele será única e exclusivamente para ela. Sua maior impulsividade, potência e resistência muscular geraram nele também a necessidade de movimento.

Para a mulher, amar significa estarem juntos, fazer as coisas juntos, afinal, ela entrou no relacionamento para estar com alguém, para criar EMPATIA. Para ela, é essencial sentir que ele faz questão de entrar no mundo dela e vice-versa. É prova de amor a presença dele nas situações diversas.

O pensamento feminino, que conecta todas as coisas, interpreta o fato de ele querer sair para jogar futebol, ou praticar outra atividade, como um alerta para o relacionamento. "Algo está errado, pois ele não quer estar comigo!", elas dificilmente apartam um fato de outro.

É claro que não estou falando aqui de casos em que o homem sai muito frequentemente e quase não dá atenção para sua mulher ou quando ela não permite que ele nunca faça o que goste. Nessas situações existe mesmo um desequilíbrio! Eu estou me referindo aqui às situações em que é gerado um mal-estar entre o par que está vivendo esse dilema, fato que geralmente acontece quando há a adaptação entre o casal no início de namoro ou casamento, uma nova fase. Talvez seu antigo namoro ou ritmo de vida nunca o(a) tenha colocado diante de situações assim.

Então, tudo bem! Chegamos a um entendimento sobre o que ocorre e como cada sexo interpreta os fatos. Mas, o que fazer a partir de agora, pois, continuamos com as mesmas tendências primitivas dentro de nós?

Quando duas pessoas se relacionam com o intuito de viver uma vida a dois, tudo deve ser colocado para tal direção. Não existe uma fórmula ideal, mas ambos devem saber que a vocação maior é de constituírem uma família, o que requer união, vínculo e responsabilidades recíprocas.

Portanto, que ele tente compreender mais e se interessar mais pelas necessidades específicas da sua parceira, e qual o nível e o grau de interação e aprofundamento que ela necessita. Da mesma forma, que ela perceba quais os anseios e intensidade de experiências e movimento de que ele precisa.

A partir da visão da beleza do outro, desde o que compreendemos sobre o sexo oposto até as características e necessidades individuais de quem amamos, podemos direcionar melhor nossos esforços e nos alegrar com a concórdia. O sacrifício de fazer acontecer a felicidade de quem amamos traz sentido ao coração, desde que não venha a tolher o que somos. Acredite: existe um ponto de acordo, tudo depende do diálogo.

Deus os abençoe!


Sandro Arquejada

Sandro Aparecido Arquejada é missionário da Comunidade Canção Nova. Formado em administração de empresas pela Faculdade Salesiana de Lins (SP). Atualmente trabalha no setor de Novas Tecnologias da TV Canção Nova. É autor do livro "Maria, humana como nós" e "As cinco fases do namoro". Também é colunista do Portal Canção Nova, além de escrever para algumas mídias seculares.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/afetividade-masculina/por-que-o-homem-quer-futebol-quando-a-mulher-quer-companhia/

15 de setembro de 2014

Por que dedicar um dia ao nome de Maria?

O anjo enviado por Deus disse a Nossa Senhora: "Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus".

A liturgia celebra, no dia 12 de setembro, o Nome Santíssimo da Virgem Maria (Miryam, em hebraico). O objetivo dessa festa é que os fiéis possam recomendar a Deus, de modo especial pela intercessão de Sua Santíssima Mãe, as necessidades da Igreja e as próprias necessidades, além de agradecer ao Senhor as graças recebidas por intermédio da intercessão da Virgem Maria.

Por-que-dedicar-um-dia-ao-nome-de-Maria---940x500

Essa festa teve início na Espanha, em 1513, e espalhou-se por todo o país. Em 1683, o Papa Inocêncio XI a estendeu para toda a Igreja do Ocidente como um ato de ação de graças pelo levantamento do cerco de Viena e a derrota dos turcos por João Sobieski, rei da Polônia. Na época, a data dessa celebração foi definida para ser no domingo dentro da oitava da Natividade de Nossa Senhora.

O nome de uma pessoa é muito importante na Bíblia, pois representa a própria pessoa. Certamente, São Joaquim e Santa Ana foram inspirados pelo céu ao escolherem esse nome para a Virgem que seria, um dia, a Mãe do Redentor e nossa Mãe.

São Lucas registra: "O nome da Virgem era Maria". O anjo enviado por Deus diz a ela: "Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus". Segundo os mariólogos, o nome "Miryam" pode ter origens diversas. Alguns estudiosos afirmam que ele é derivado da raiz "mery", que em egípcio significa "muito amada". Também são atribuídos a ela o significado de "Estrela do Mar", entre outros.

Mais importante do que o significado exato desse nome é saber que ele é poderoso, pois é o nome da Mãe de Deus e deve ser invocado sempre.

O nome de Maria é como um bálsamo que corre agradavelmente sobre os membros dos enfermos e os penetra com eficácia, os reanima e suaviza, lhes dá força e saúde. Mais do que o nome de todos os santos, Maria pede a Deus que Ele cure os nossos males, ilumine nossa cegueira e nos encorage em nossos desânimos.

Ricardo de São Vítor disse: "O nome de Maria cura os males do pecador com mais eficácia que os unguentos mais procurados. Não há doença, por desastrosa que seja, que não ceda imediatamente à voz desse bendito nome".

Alguém disse que o nome de Maria desarma o coração de Deus. Não há pecador, por mais criminoso que seja, que o pronuncie em vão. Por ela, o perdão desce sobre as almas pecadoras, não porque tenha ela o direito de o conceder, mas porque é onipotente para o implorar a Deus. O nome de Maria abre o coração de Deus e põe todos os tesouros d'Ele à disposição da alma que o invoca. São Bernardo a chamou de "onipotência suplicante".

Um santo disse que Jesus Cristo entrega tudo o que tem àqueles que Lhe estendem a mão em nome de Sua Mãe. Deus Pai, fonte de toda riqueza, concede toda graça àqueles que pedem algo a Ele invocando o nome de Sua Filha bem-amada.

O nome da Santíssima Virgem Maria nos salva dos perigos de pecar, das tentações e de todas as dificuldades. Ele dissipa a tristeza na alma que o pronuncia. Quem tem temor de Deus e de Seus julgamentos deve pensar sempre em Maria e invocar o nome dela. Assim, sua confiança em Deus renascerá. Diante de qualquer dificuldade humana, diante dos adversários e dos perigos, pense em Nossa Senhora e invoque o seu santo nome; porque dele os demônios fogem.

Da mesma forma, se há o medo da morte, pensemos na Santíssima Virgem Maria e invoquemos sempre seu nome para termos a coragem de aceitar esse supremo e último sacrifício. Quaisquer que sejam os inimigos que nos ameacem, venham eles do inferno ou do mundo, invoquemos o poderoso nome de Maria e a todos eles venceremos.

Diante de nossas fraquezas e pecados – orgulho, ganância, sensualidade, gula, inveja e preguiça – confiemos o nosso fraco coração aos cuidados da Mãe de Deus, invocando o seu poderoso nome.

"O nome de Maria, diz Santo Antônio de Pádua, é júbilo para o coração, mel para a boca e doce melodia para o ouvido."

São Boaventura afirma: "Bem-aventurado o que ama vosso nome, ó Maria, porque este é uma fonte de graça que refresca a alma sedenta e a faz produzir frutos de justiça. Ó Mãe de Deus, que glorioso e admirável é vosso nome! Quem o leva em seu coração se verá livre do medo da morte. Basta pronunciá-lo para fazer tremer todo o inferno e por em fuga todos os demônios. O que deseja possuir a paz e a alegria do coração, que honre vosso santo nome."

São Pedro Crisólogo destaca: "O nome de Maria é salvação para os regenerados, sinal de todas as virtudes, honra da castidade; é o sacrifício agradável a Deus; é a virtude da hospitalidade; é a escola de santidade; é, enfim, um nome completamente maternal."

São Bernardo declarou: "Ó amabilíssima Maria, vosso santo nome não pode passar pela boca sem abrasar o coração. Os que vos amam não podem pensar em vós sem um consolo e um gozo muito particulares. Nunca entrais sem doçura na memória dos que vos honram."

Tomás de Kempis, em seu livro "Imitação de Cristo", escreveu a respeito do glorioso nome da Mãe de Deus: "Os espíritos malignos tremem ante a Rainha dos Céus e fogem como se corre do fogo ao ouvir seu santo nome. Causa-lhes pavor o santo e terrível nome de Maria, que para o cristão é um extremo amável e constantemente celebrado".


Felipe Aquino

Prof. Felipe Aquino, é viúvo, pai de 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos". Site do Professor: http://www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/nossa-senhora/devocao-nossa-senhora/o-poderoso-nome-de-maria/

12 de setembro de 2014

Como se vestir bem?

Precisamos nos vestir bem, mas não podemos ser ocasião de pecado para os outros

Falar de roupa é algo delicado, pois não existe uma fórmula e muito menos um padrão para dizer o que é certo e o que é errado. Na verdade, acredito que existem meios para nos vestirmos segundo aquilo que desejamos expressar. Ou seja, a roupa diz do meu ser, do que gosto, daquilo em que acredito e até mesmo da minha fé. O formato do corpo da mulher chama a atenção por si só, portanto, a roupa favorecerá ou a modéstia ou a sensualidade que ela quer passar. Se você é cristã e deseja ser vista como uma filha de Deus e respeitada por sua beleza, esse artigo é para você.

como se vestir bem?

Leia mais artigos da categoria Afetividade Feminina

A mulher precisa cultivar a virtude da modéstia, que está dentro das quatro virtudes humanas: prudência, temperança, justiça e fortaleza. A modéstia se encaixa dentro da virtude da temperança. A mulher modesta é aquela que se veste com elegância, beleza e feminilidade.

Precisamos nos vestir bem, mas não podemos ser ocasião de pecado para os outros. É preciso se perguntar: "Essa roupa que eu visto leva o outro a me ver como um objeto sexual?". Não é uma questão de dizer que o homem é sem vergonha, pois, se a mulher faz questão de exibir certas partes do seu corpo provocando-o, é obvio que isso despertará a sensualidade e desejos eróticos nele. Roupas curtas, calça colada, blusas decotadas e minissaias provocarão a imaginação do homem e não o ajudarão a viver a pureza e a santidade. Portanto, é questão de consciência e não de regras.

Como missionária e apresentadora de programas na TV Canção Nova, vivo o desafio de me vestir de acordo com a minha missão. Na televisão de formato plasma eu fico esticada, mais gordinha e alta. As minhas calças mostram-se de uma forma que 'ao vivo' elas não estão. Por essa razão, eu escolhi comprar uma calça de numeração maior do que a minha. Não estou dizendo para você fazer o mesmo, estou apenas descrevendo uma situação concreta que vivo e a decisão que tomei.

"O vosso adorno não consista em coisas externas, tais como cabelos trançados, jóias de ouro, vestido luxuosos, mas na personalidade que se esconde no vosso coração, marcada pela estabilidade de um espírito suave e sereno, coisa preciosa diante de Deus" (I Pedro 3,3-4). 

Pense nisso! É a sua personalidade, o seu jeito de ser e seus valores que farão de você uma mulher bela e de valor. Por isso, peça a ajuda da Virgem Maria para se vestir de acordo com o plano original de Deus para você. Estou nessa luta e me uno a você que deseja ser uma mulher segundo o coração de Deus!

Indico esse vídeo no qual padre Paulo Ricardo reflete, com muita sabedoria, sobre a modéstia:

Fernanda Soares

Missionária da Canção Nova. Apresentadora do programa Revolução Jesus e Vitrine da TV Canção Nova. Estudante de jornalismo. Escritora do Blog do Revolução Jesus.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/castidade/como-se-vestir-bem/

10 de setembro de 2014

Uma nação sem filhos é uma nação sem futuro

É triste ver países envelhecidos, sem braços jovens para trabalhar e continuar a história deles.

Na década de 60, os pesquisadores inventaram a pílula anticoncepcional. Logo em seguida, em 25 de julho de 1968, o Papa Paulo VI escreveu a Encíclica "Humanae Vitae", alertando sobre os perigos que a pílula representava para a humanidade. É verdade que ele não usou a palavra "pílula" nesse documento, mas, ao falar em "métodos artificiais de controle da natalidade", certamente se referia a esse medicamento.

Uma-nação-sem-filhos-é-uma-nação-sem-futuro---940x500

Já se passaram cerca de cinquenta anos, e o tempo mostra o quanto o Papa Paulo VI tinha razão. Os países da Europa envelheceram; nenhum deles hoje consegue nem sequer repor a taxa mínima de natalidade para que a população do continente não diminua. Nenhum deles tem taxa de 2,1 filhos por mulher, o mínimo necessário para se manter a população estável. É triste ver a situação da Europa, do Japão e de outros países envelhecidos, sem braços jovens para trabalhar e continuar a história dessas nações. Os governantes agora multiplicam os incentivos para os casais terem filhos, mas sem sucesso.

O Papa Bento XVI disse que "uma nação sem filhos é uma nação sem futuro". Isso acontece hoje por causa deste drástico controle da natalidade facilitado pela pílula e outros métodos artificiais contraceptivos.

Logo no início da referida encíclica, no número 1, Paulo VI destacou que: "O gravíssimo dever de transmitir a vida humana, pelo qual os esposos são os colaboradores livres e responsáveis de Deus Criador, foi sempre para eles fonte de grandes alegrias [...]. O matrimônio e o amor conjugal estão por si mesmos ordenados para a procriação e educação dos filhos. Sem dúvida, os filhos são o dom mais excelente do matrimônio e contribuem grandemente para o bem dos pais" (idem n.9).

Uma das advertências que o Papa italiano fez no documento foi a de que o casal cristão, na missão de transmitir a vida, não é livre para proceder a seu próprio bel-prazer, como se pudesse determinar, de maneira absolutamente autônoma, as vias honestas a seguir, mas deve conformar o seu agir com a intenção criadora de Deus, como ensina a Igreja (idem n.10). Isto é, o casal deve viver a "paternidade responsável", ter todos os filhos que puder criar com dignidade, sem cair na tentação do medo, do egoísmo e do comodismo de evitá-los.

Disse o Sumo Pontífice no mesmo documento: "É de excluir toda a ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento das suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação" (idem n.14).

O Santo Padre insistiu em que o ato sexual tem dois aspectos fundamentais e que não podem ser separados: "o unitivo e o procriativo"; se forem separados haverá o uso indevido e egoísta do sexo. "Salvaguardando estes dois aspectos essenciais, unitivo e procriador, ele disse  o ato conjugal conserva integralmente o sentido de amor mútuo e verdadeiro e a sua ordenação para a altíssima vocação do homem para a paternidade" (idem n.11).

Paulo VI lembrou também que a esterilização do homem ou da mulher fere o plano de Deus: "É de excluir de igual modo, como o Magistério da Igreja repetidamente declarou, a esterilização direta (vasectomia e laqueadura), quer perpétua quer temporária, tanto do homem como da mulher" (idem n.14).

Para os casais que precisam seriamente evitar uma gravidez, por um tempo, o Pontífice recomenda "os métodos naturais" de contracepção, por exemplo, o conhecido "método Billings", que funciona muito bem quando o casal o usa corretamente. A sua grande vantagem é que não fere a vontade de Deus e a mulher não toma medicamentos constantemente, o que lhe pode fazer mal à saúde. Além disso, desse modo se estabelece entre o casal cristão um clima de amor, compreensão e respeito de mortificação, que tanto santifica.

Paulo VI denunciou também os estragos que a pílula traria para a sociedade em termos morais: "Considerem, antes de mais, o caminho amplo e fácil que tais métodos abririam à infidelidade conjugal e à degradação da moralidade. Não é preciso ter muita experiência para conhecer a fraqueza humana… Pense-se ainda seriamente na arma perigosa que se viria a pôr nas mãos de autoridades públicas, pouco preocupadas com exigências morais" (idem n.17). Com o uso da pílula, o sexo e a mulher se tornaram fácil e vil objeto de consumo; isso é inegável.

O mesmo Papa deixou claro que não seria surpresa para ele as reações contra a Encíclica "Humanae Vitae". Disse: "À semelhança do seu divino fundador, "objeto de contradição" (cf. Lc 2,34), a Igreja, nem por isso deixa de proclamar, com humilde firmeza, a lei moral toda, tanto a natural como a evangélica. A Igreja não foi a autora dessa lei e não pode, portanto, ser árbitra dela; mas, somente depositária e intérprete, sem nunca poder declarar lícito aquilo que o não é".


Felipe Aquino

Prof. Felipe Aquino, é viúvo, pai de 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos". Site do Professor: http://www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/planejamento-familiar/uma-nacao-sem-filhos-e-uma-nacao-sem-futuro/

8 de setembro de 2014

Não terceirize a educação dos seus filhos

Não basta matricular os filhos em atividades, abdicando de obrigações que são de inteira responsabilidade dos pais.

Uma música do padre Zezinho nos diz que nenhuma família deve começar de repente, nem terminar por falta de amor e que os filhos conheçam a força do amor. Este refrão serve também para a educação dos filhos, pois muitos pais confundem a responsabilidade e importância da aprendizagem cognitiva, ou seja, focar suas forças para contribuir com o desenvolvimento mental e moral das crianças. Para isso investem em viagens, pesquisas na internet, leitura de livros e explicações dos conceitos do mundo. É claro que tudo isso é importante e ajuda no sucesso das carreiras profissionais de todos. Mas a pergunta que não quer calar é: será só isso o papel dos pais?

Não tercerize a educação dos seus filhos - 940x500

Muitos pensam que sim e acabam terceirizando essa incumbência para a escola, a babá e os professores particulares. Outra forma de fazer isso é colocar os filhos em várias atividades, como vôlei, natação, futebol, balé, inglês, entre outros, pensando que estão dando o melhor para eles e preparando-os para competirem na vida.

Não basta matricular os filhos nessas atividades, abdicando de obrigações que são de inteira responsabilidade dos pais. A formação principal deve acontecer no seio da família, com repasse de valores e condutas aceitáveis nos modelos cristãos. Esta atitude não pode ser terceirizada sem consequências danosas.

Muitos pais chegam muito cansados em casa e preferem deixar os filhos diante da TV ou nos joguinhos para que possam assistir aos seus programas favoritos sem ser incomodados. Cuidado: ao fazer isso você deixará que estes meios formem seus filhos e, com certeza, você não vai gostar depois dos resultados disso. E então não adianta chorar pelo leite derramado quando for chamado na escola por causa do mau comportamento dele ou na polícia porque ele roubou ou matou alguém.

Nessas horas a pergunta que surge é: "Como isto pôde acontecer se me matei de trabalhar para dar o melhor a meu filho!? Coloquei-o em tudo que estava ao meu alcance. Como? Como? Como?". Para responder a esta pergunta tente lembrar quantas vezes você se sentou para conversar com seu filho e saber dos seus sentimentos, quem eram os seus colegas, quais os comportamentos inadequados que precisavam ser alinhados, porque quem ama educa. Quantas vezes você dedicou seu tempo para rezar com o seu filho, ler a Bíblia com ele e ensinar-lhe princípios de coletividade, respeito, partilha e espiritualidade? Ou este tempo foi gasto explicando a ele quais são as profissões mais promissoras e as melhores formas de ganhar na bolsa de valores? Quantas vezes você gastou horas no shopping comprando presentes para compensar a sua ausência em vez de fazer brinquedos caseiros? Ou simplesmente para dizer a ele o quanto você o ama.

O cuidado na instrução dos filhos é fundamental porque se você não o instruir para o bem, com certeza alguém o instruirá para o mal. Essa é uma escolha diária que fazemos na vida de nossos filhos para decidir quem vai ser o seu mentor: a família ou mundo.

Outra questão importante, além da terceirização da educação, é a terceirização do afeto, que acontece com pais que trabalham muito e não têm tempo para demonstrar amor aos filhos. Lembrem que tempo para filhos não tem a ver com a quantidade, mas com a qualidade deste. Quando estiver com seu filho fique 100% com ele, esqueça o trabalho que está atrasado, o telefone que chama, o WhatsApp que toca. Este tempo é de vocês.

Não existe fórmula pronta de sucesso para esse relacionamento, mas em todos eles há alguns itens que são fundamentais: amor, atenção e respeito. Bem como colocar limites e não fazer todas as vontades dos filhos e ensinar-lhes que o mundo não vai estar aí para dar tudo o que eles querem.

Exerçam a autoridade de pais com seus filhos, todos podem ajudar, mas a última palavra deve ser do casal, pois quando os problemas surgirem a responsabilidade vai ser de vocês, que vão ter que arcar juntos com eles [filhos] o seu fracasso.

Lembrem que nossos filhos não são nossos, Deus no-los deu para cuidarmos deles, para isso Ele nos deu autoridade espiritual sobre eles. Vamos exercê-la com sabedoria e amor e tudo o mais nos será acrescentado.

Ângela Abdo

Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. Atua como curadora da Fundação Nossa Senhora da Penha e conduz workshops de planejamento estratégico e gestão de pessoas para lideranças pastorais. Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial. Possui mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape. Atua como consultora em pequenas, médias e grandes empresas do setor privado e público como assessora de qualidade e recursos humanos e como assistente social do CST (Centro de Solidariedade ao Trabalhador). É atual presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) do Espírito Santo e diretora, gerente e conselheira do Vitória Apart Hospital.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/nao-terceirize-a-educacao-dos-seus-filhos/

5 de setembro de 2014

O que é preciso para ser feliz?

"A nossa vida não deve ser caracterizada por inquietações que geram ansiedades, mas sim pela fé que produz felicidade" (Charles H. Spurgeon).

Objetivo a ser alcançado em todos os tempos, a felicidade só agora começa a ser estudada pelas ciências sociais. As pessoas, no mundo ocidental, apesar da afluência econômica, não se tornaram mais felizes nos últimos 50 anos. Muitas ficam ricas, trabalham mais, vivem mais tempo e são mais saudáveis. Contudo, não estão mais satisfeitas. Hoje é possível medir esse grau de insatisfação, pois a psicologia econômica, disciplina só agora sistematizada, conseguiu resultados qualitativos muito interessantes, revelados recentemente no estudo de Richard Layard com o título "Happiness: has social science a clue?".

O que preciso para ser feliz -940x500

Na sociedade em que estamos vivendo, terrivelmente alienada, superficial, digital, consumista e competitiva, é possível ter muito mais e não ser feliz. Por mais que consigamos, estamos sempre infelizes e insatisfeitos, porque as coisas terrenas não saciam os nossos desejos.

O filósofo e escritor latino Sêneca (4 a.C. – 65 d.C.) disse: "Se não estou satisfeito com o que tenho, mesmo se possuísse o mundo, ainda me sentiria na miséria!"

Só Deus realiza os mais profundos e insaciáveis desejos do ser humano. Afirma com categoria São Bernardo de Claraval (1090 –1153): "Deus fez de ti um ser de desejo, e o teu desejo é o próprio Deus".

Há alguns anos, perguntou-se às pessoas na França, na Alemanha, na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos: "O que é preciso para ser feliz?". Dentre os entrevistados, 89 por cento disseram que isso requer boa saúde; 79 por cento mencionaram a satisfação no casamento ou na vida em comum; 62 por cento salientaram as recompensas da paternidade e da maternidade; e 51 por cento citaram uma carreira bem-sucedida. Embora a sabedoria popular diga que o dinheiro não garante a felicidade, 47 por cento dos interrogados estavam convencidos de que ele a garante. O que os fatos revelam?

Primeiro, note o suposto vínculo que há entre o dinheiro e a felicidade. Uma pesquisa feita entre as cem pessoas mais ricas nos Estados Unidos mostrou que elas não eram mais felizes do que as outras em geral. Além disso, embora muitas delas quase tenham dobrado o seu patrimônio nas últimas três décadas, não são agora mais felizes do que antes, segundo os peritos em saúde mental. Na realidade, um relatório informou: "No mesmo período, os casos de depressão dispararam. O suicídio de adolescentes triplicou. O número de divórcios dobrou".

Em cerca de 50 países diferentes, pesquisadores que estudaram a relação entre o dinheiro e a felicidade chegaram à conclusão de que não se pode comprar a felicidade.

Que relação importante com a felicidade têm fatores como boa saúde, casamento feliz e carreira bem-sucedida? Será que algumas pessoas vão ao extremo para conseguir a felicidade?

O filósofo Eric Hoffer chegou à conclusão de que sim ao afirmar que: "A procura da felicidade é um dos principais motivos da infelicidade". Isso certamente é verdade quando procuramos a felicidade nos lugares errados. O lugar certo é o coração do ser humano. O caminho é Jesus Cristo, e a riqueza é a Palavra de Deus.

Disse Santo Agostinho de Hipona (354 – 430), teólogo, filósofo e doutor da Igreja: "A procura de Deus é a procura da felicidade, o encontro com Deus é a própria felicidade". Para Deus, pois, é mister orientar todas as nossas ações e pensamentos. Conhecê-Lo, amá-Lo, servi-Lo e, assim, glorificá-Lo, eis o fim da nossa vida e da nossa verdadeira felicidade.

"Infeliz quem conhece todos essas coisas (terrenas) e não Vos conhece, ó meu Deus!" Feliz quem Vos conhece, embora ignore todo o resto. Quanto a quem Vos conhece e conhece também as coisas terrenas, não é mais feliz por conhecê-las, mas é unicamente o conhecimento que tem de Vós que o faz feliz", afirma Santo Agostinho.

A fonte da verdadeira felicidade, aqui e na eternidade, é Jesus Cristo. Só Cristo preenche todo o espaço do coração com a paz e a alegria.

 

Padre Inácio José do Vale

Padre Inácio José do Vale é professor de História da Igreja no Instituto de Teologia Bento XVI (Cachoeira Paulista). Também é sociólogo em Ciência da Religião.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/o-que-e-preciso-para-ser-feliz/