12 de setembro de 2014

Como se vestir bem?

Precisamos nos vestir bem, mas não podemos ser ocasião de pecado para os outros

Falar de roupa é algo delicado, pois não existe uma fórmula e muito menos um padrão para dizer o que é certo e o que é errado. Na verdade, acredito que existem meios para nos vestirmos segundo aquilo que desejamos expressar. Ou seja, a roupa diz do meu ser, do que gosto, daquilo em que acredito e até mesmo da minha fé. O formato do corpo da mulher chama a atenção por si só, portanto, a roupa favorecerá ou a modéstia ou a sensualidade que ela quer passar. Se você é cristã e deseja ser vista como uma filha de Deus e respeitada por sua beleza, esse artigo é para você.

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A mulher precisa cultivar a virtude da modéstia, que está dentro das quatro virtudes humanas: prudência, temperança, justiça e fortaleza. A modéstia se encaixa dentro da virtude da temperança. A mulher modesta é aquela que se veste com elegância, beleza e feminilidade.

Precisamos nos vestir bem, mas não podemos ser ocasião de pecado para os outros. É preciso se perguntar: "Essa roupa que eu visto leva o outro a me ver como um objeto sexual?". Não é uma questão de dizer que o homem é sem vergonha, pois, se a mulher faz questão de exibir certas partes do seu corpo provocando-o, é obvio que isso despertará a sensualidade e desejos eróticos nele. Roupas curtas, calça colada, blusas decotadas e minissaias provocarão a imaginação do homem e não o ajudarão a viver a pureza e a santidade. Portanto, é questão de consciência e não de regras.

Como missionária e apresentadora de programas na TV Canção Nova, vivo o desafio de me vestir de acordo com a minha missão. Na televisão de formato plasma eu fico esticada, mais gordinha e alta. As minhas calças mostram-se de uma forma que 'ao vivo' elas não estão. Por essa razão, eu escolhi comprar uma calça de numeração maior do que a minha. Não estou dizendo para você fazer o mesmo, estou apenas descrevendo uma situação concreta que vivo e a decisão que tomei.

"O vosso adorno não consista em coisas externas, tais como cabelos trançados, jóias de ouro, vestido luxuosos, mas na personalidade que se esconde no vosso coração, marcada pela estabilidade de um espírito suave e sereno, coisa preciosa diante de Deus" (I Pedro 3,3-4). 

Pense nisso! É a sua personalidade, o seu jeito de ser e seus valores que farão de você uma mulher bela e de valor. Por isso, peça a ajuda da Virgem Maria para se vestir de acordo com o plano original de Deus para você. Estou nessa luta e me uno a você que deseja ser uma mulher segundo o coração de Deus!

Indico esse vídeo no qual padre Paulo Ricardo reflete, com muita sabedoria, sobre a modéstia:

Fernanda Soares

Missionária da Canção Nova. Apresentadora do programa Revolução Jesus e Vitrine da TV Canção Nova. Estudante de jornalismo. Escritora do Blog do Revolução Jesus.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/castidade/como-se-vestir-bem/

10 de setembro de 2014

Uma nação sem filhos é uma nação sem futuro

É triste ver países envelhecidos, sem braços jovens para trabalhar e continuar a história deles.

Na década de 60, os pesquisadores inventaram a pílula anticoncepcional. Logo em seguida, em 25 de julho de 1968, o Papa Paulo VI escreveu a Encíclica "Humanae Vitae", alertando sobre os perigos que a pílula representava para a humanidade. É verdade que ele não usou a palavra "pílula" nesse documento, mas, ao falar em "métodos artificiais de controle da natalidade", certamente se referia a esse medicamento.

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Já se passaram cerca de cinquenta anos, e o tempo mostra o quanto o Papa Paulo VI tinha razão. Os países da Europa envelheceram; nenhum deles hoje consegue nem sequer repor a taxa mínima de natalidade para que a população do continente não diminua. Nenhum deles tem taxa de 2,1 filhos por mulher, o mínimo necessário para se manter a população estável. É triste ver a situação da Europa, do Japão e de outros países envelhecidos, sem braços jovens para trabalhar e continuar a história dessas nações. Os governantes agora multiplicam os incentivos para os casais terem filhos, mas sem sucesso.

O Papa Bento XVI disse que "uma nação sem filhos é uma nação sem futuro". Isso acontece hoje por causa deste drástico controle da natalidade facilitado pela pílula e outros métodos artificiais contraceptivos.

Logo no início da referida encíclica, no número 1, Paulo VI destacou que: "O gravíssimo dever de transmitir a vida humana, pelo qual os esposos são os colaboradores livres e responsáveis de Deus Criador, foi sempre para eles fonte de grandes alegrias [...]. O matrimônio e o amor conjugal estão por si mesmos ordenados para a procriação e educação dos filhos. Sem dúvida, os filhos são o dom mais excelente do matrimônio e contribuem grandemente para o bem dos pais" (idem n.9).

Uma das advertências que o Papa italiano fez no documento foi a de que o casal cristão, na missão de transmitir a vida, não é livre para proceder a seu próprio bel-prazer, como se pudesse determinar, de maneira absolutamente autônoma, as vias honestas a seguir, mas deve conformar o seu agir com a intenção criadora de Deus, como ensina a Igreja (idem n.10). Isto é, o casal deve viver a "paternidade responsável", ter todos os filhos que puder criar com dignidade, sem cair na tentação do medo, do egoísmo e do comodismo de evitá-los.

Disse o Sumo Pontífice no mesmo documento: "É de excluir toda a ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento das suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação" (idem n.14).

O Santo Padre insistiu em que o ato sexual tem dois aspectos fundamentais e que não podem ser separados: "o unitivo e o procriativo"; se forem separados haverá o uso indevido e egoísta do sexo. "Salvaguardando estes dois aspectos essenciais, unitivo e procriador, ele disse  o ato conjugal conserva integralmente o sentido de amor mútuo e verdadeiro e a sua ordenação para a altíssima vocação do homem para a paternidade" (idem n.11).

Paulo VI lembrou também que a esterilização do homem ou da mulher fere o plano de Deus: "É de excluir de igual modo, como o Magistério da Igreja repetidamente declarou, a esterilização direta (vasectomia e laqueadura), quer perpétua quer temporária, tanto do homem como da mulher" (idem n.14).

Para os casais que precisam seriamente evitar uma gravidez, por um tempo, o Pontífice recomenda "os métodos naturais" de contracepção, por exemplo, o conhecido "método Billings", que funciona muito bem quando o casal o usa corretamente. A sua grande vantagem é que não fere a vontade de Deus e a mulher não toma medicamentos constantemente, o que lhe pode fazer mal à saúde. Além disso, desse modo se estabelece entre o casal cristão um clima de amor, compreensão e respeito de mortificação, que tanto santifica.

Paulo VI denunciou também os estragos que a pílula traria para a sociedade em termos morais: "Considerem, antes de mais, o caminho amplo e fácil que tais métodos abririam à infidelidade conjugal e à degradação da moralidade. Não é preciso ter muita experiência para conhecer a fraqueza humana… Pense-se ainda seriamente na arma perigosa que se viria a pôr nas mãos de autoridades públicas, pouco preocupadas com exigências morais" (idem n.17). Com o uso da pílula, o sexo e a mulher se tornaram fácil e vil objeto de consumo; isso é inegável.

O mesmo Papa deixou claro que não seria surpresa para ele as reações contra a Encíclica "Humanae Vitae". Disse: "À semelhança do seu divino fundador, "objeto de contradição" (cf. Lc 2,34), a Igreja, nem por isso deixa de proclamar, com humilde firmeza, a lei moral toda, tanto a natural como a evangélica. A Igreja não foi a autora dessa lei e não pode, portanto, ser árbitra dela; mas, somente depositária e intérprete, sem nunca poder declarar lícito aquilo que o não é".


Felipe Aquino

Prof. Felipe Aquino, é viúvo, pai de 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos". Site do Professor: http://www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/planejamento-familiar/uma-nacao-sem-filhos-e-uma-nacao-sem-futuro/

8 de setembro de 2014

Não terceirize a educação dos seus filhos

Não basta matricular os filhos em atividades, abdicando de obrigações que são de inteira responsabilidade dos pais.

Uma música do padre Zezinho nos diz que nenhuma família deve começar de repente, nem terminar por falta de amor e que os filhos conheçam a força do amor. Este refrão serve também para a educação dos filhos, pois muitos pais confundem a responsabilidade e importância da aprendizagem cognitiva, ou seja, focar suas forças para contribuir com o desenvolvimento mental e moral das crianças. Para isso investem em viagens, pesquisas na internet, leitura de livros e explicações dos conceitos do mundo. É claro que tudo isso é importante e ajuda no sucesso das carreiras profissionais de todos. Mas a pergunta que não quer calar é: será só isso o papel dos pais?

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Muitos pensam que sim e acabam terceirizando essa incumbência para a escola, a babá e os professores particulares. Outra forma de fazer isso é colocar os filhos em várias atividades, como vôlei, natação, futebol, balé, inglês, entre outros, pensando que estão dando o melhor para eles e preparando-os para competirem na vida.

Não basta matricular os filhos nessas atividades, abdicando de obrigações que são de inteira responsabilidade dos pais. A formação principal deve acontecer no seio da família, com repasse de valores e condutas aceitáveis nos modelos cristãos. Esta atitude não pode ser terceirizada sem consequências danosas.

Muitos pais chegam muito cansados em casa e preferem deixar os filhos diante da TV ou nos joguinhos para que possam assistir aos seus programas favoritos sem ser incomodados. Cuidado: ao fazer isso você deixará que estes meios formem seus filhos e, com certeza, você não vai gostar depois dos resultados disso. E então não adianta chorar pelo leite derramado quando for chamado na escola por causa do mau comportamento dele ou na polícia porque ele roubou ou matou alguém.

Nessas horas a pergunta que surge é: "Como isto pôde acontecer se me matei de trabalhar para dar o melhor a meu filho!? Coloquei-o em tudo que estava ao meu alcance. Como? Como? Como?". Para responder a esta pergunta tente lembrar quantas vezes você se sentou para conversar com seu filho e saber dos seus sentimentos, quem eram os seus colegas, quais os comportamentos inadequados que precisavam ser alinhados, porque quem ama educa. Quantas vezes você dedicou seu tempo para rezar com o seu filho, ler a Bíblia com ele e ensinar-lhe princípios de coletividade, respeito, partilha e espiritualidade? Ou este tempo foi gasto explicando a ele quais são as profissões mais promissoras e as melhores formas de ganhar na bolsa de valores? Quantas vezes você gastou horas no shopping comprando presentes para compensar a sua ausência em vez de fazer brinquedos caseiros? Ou simplesmente para dizer a ele o quanto você o ama.

O cuidado na instrução dos filhos é fundamental porque se você não o instruir para o bem, com certeza alguém o instruirá para o mal. Essa é uma escolha diária que fazemos na vida de nossos filhos para decidir quem vai ser o seu mentor: a família ou mundo.

Outra questão importante, além da terceirização da educação, é a terceirização do afeto, que acontece com pais que trabalham muito e não têm tempo para demonstrar amor aos filhos. Lembrem que tempo para filhos não tem a ver com a quantidade, mas com a qualidade deste. Quando estiver com seu filho fique 100% com ele, esqueça o trabalho que está atrasado, o telefone que chama, o WhatsApp que toca. Este tempo é de vocês.

Não existe fórmula pronta de sucesso para esse relacionamento, mas em todos eles há alguns itens que são fundamentais: amor, atenção e respeito. Bem como colocar limites e não fazer todas as vontades dos filhos e ensinar-lhes que o mundo não vai estar aí para dar tudo o que eles querem.

Exerçam a autoridade de pais com seus filhos, todos podem ajudar, mas a última palavra deve ser do casal, pois quando os problemas surgirem a responsabilidade vai ser de vocês, que vão ter que arcar juntos com eles [filhos] o seu fracasso.

Lembrem que nossos filhos não são nossos, Deus no-los deu para cuidarmos deles, para isso Ele nos deu autoridade espiritual sobre eles. Vamos exercê-la com sabedoria e amor e tudo o mais nos será acrescentado.

Ângela Abdo

Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. Atua como curadora da Fundação Nossa Senhora da Penha e conduz workshops de planejamento estratégico e gestão de pessoas para lideranças pastorais. Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial. Possui mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape. Atua como consultora em pequenas, médias e grandes empresas do setor privado e público como assessora de qualidade e recursos humanos e como assistente social do CST (Centro de Solidariedade ao Trabalhador). É atual presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) do Espírito Santo e diretora, gerente e conselheira do Vitória Apart Hospital.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/nao-terceirize-a-educacao-dos-seus-filhos/

5 de setembro de 2014

O que é preciso para ser feliz?

"A nossa vida não deve ser caracterizada por inquietações que geram ansiedades, mas sim pela fé que produz felicidade" (Charles H. Spurgeon).

Objetivo a ser alcançado em todos os tempos, a felicidade só agora começa a ser estudada pelas ciências sociais. As pessoas, no mundo ocidental, apesar da afluência econômica, não se tornaram mais felizes nos últimos 50 anos. Muitas ficam ricas, trabalham mais, vivem mais tempo e são mais saudáveis. Contudo, não estão mais satisfeitas. Hoje é possível medir esse grau de insatisfação, pois a psicologia econômica, disciplina só agora sistematizada, conseguiu resultados qualitativos muito interessantes, revelados recentemente no estudo de Richard Layard com o título "Happiness: has social science a clue?".

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Na sociedade em que estamos vivendo, terrivelmente alienada, superficial, digital, consumista e competitiva, é possível ter muito mais e não ser feliz. Por mais que consigamos, estamos sempre infelizes e insatisfeitos, porque as coisas terrenas não saciam os nossos desejos.

O filósofo e escritor latino Sêneca (4 a.C. – 65 d.C.) disse: "Se não estou satisfeito com o que tenho, mesmo se possuísse o mundo, ainda me sentiria na miséria!"

Só Deus realiza os mais profundos e insaciáveis desejos do ser humano. Afirma com categoria São Bernardo de Claraval (1090 –1153): "Deus fez de ti um ser de desejo, e o teu desejo é o próprio Deus".

Há alguns anos, perguntou-se às pessoas na França, na Alemanha, na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos: "O que é preciso para ser feliz?". Dentre os entrevistados, 89 por cento disseram que isso requer boa saúde; 79 por cento mencionaram a satisfação no casamento ou na vida em comum; 62 por cento salientaram as recompensas da paternidade e da maternidade; e 51 por cento citaram uma carreira bem-sucedida. Embora a sabedoria popular diga que o dinheiro não garante a felicidade, 47 por cento dos interrogados estavam convencidos de que ele a garante. O que os fatos revelam?

Primeiro, note o suposto vínculo que há entre o dinheiro e a felicidade. Uma pesquisa feita entre as cem pessoas mais ricas nos Estados Unidos mostrou que elas não eram mais felizes do que as outras em geral. Além disso, embora muitas delas quase tenham dobrado o seu patrimônio nas últimas três décadas, não são agora mais felizes do que antes, segundo os peritos em saúde mental. Na realidade, um relatório informou: "No mesmo período, os casos de depressão dispararam. O suicídio de adolescentes triplicou. O número de divórcios dobrou".

Em cerca de 50 países diferentes, pesquisadores que estudaram a relação entre o dinheiro e a felicidade chegaram à conclusão de que não se pode comprar a felicidade.

Que relação importante com a felicidade têm fatores como boa saúde, casamento feliz e carreira bem-sucedida? Será que algumas pessoas vão ao extremo para conseguir a felicidade?

O filósofo Eric Hoffer chegou à conclusão de que sim ao afirmar que: "A procura da felicidade é um dos principais motivos da infelicidade". Isso certamente é verdade quando procuramos a felicidade nos lugares errados. O lugar certo é o coração do ser humano. O caminho é Jesus Cristo, e a riqueza é a Palavra de Deus.

Disse Santo Agostinho de Hipona (354 – 430), teólogo, filósofo e doutor da Igreja: "A procura de Deus é a procura da felicidade, o encontro com Deus é a própria felicidade". Para Deus, pois, é mister orientar todas as nossas ações e pensamentos. Conhecê-Lo, amá-Lo, servi-Lo e, assim, glorificá-Lo, eis o fim da nossa vida e da nossa verdadeira felicidade.

"Infeliz quem conhece todos essas coisas (terrenas) e não Vos conhece, ó meu Deus!" Feliz quem Vos conhece, embora ignore todo o resto. Quanto a quem Vos conhece e conhece também as coisas terrenas, não é mais feliz por conhecê-las, mas é unicamente o conhecimento que tem de Vós que o faz feliz", afirma Santo Agostinho.

A fonte da verdadeira felicidade, aqui e na eternidade, é Jesus Cristo. Só Cristo preenche todo o espaço do coração com a paz e a alegria.

 

Padre Inácio José do Vale

Padre Inácio José do Vale é professor de História da Igreja no Instituto de Teologia Bento XVI (Cachoeira Paulista). Também é sociólogo em Ciência da Religião.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/o-que-e-preciso-para-ser-feliz/

3 de setembro de 2014

A vingança pode ser a solução para os conflitos?

O primeiro sentimento que surge no coração de quem sofre uma traição é a vingança. "Assim como ele fez comigo, também farei com ele".

Perdoar nem sempre é fácil, principalmente quando a causa da ofensa abriu profundas feridas no coração. Muitos caminham pela vida com machucados abertos há muitas décadas. Buscam a cura para a cicatrização, mas quando pensam que ela ocorreu, a ferida se abre novamente causando dores ainda maiores.

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Jesus nos diz que devemos perdoar ao nosso irmão setenta vezes sete, ou seja, o perdão não deve ter limites para ser concedido. No entanto, nossa realidade humana  frágil e pecadora  insiste em deixar que a ofensa seja maior que o perdão. Tudo isso se deve à profundidade que a mágoa causou em nossa alma. Bom mesmo seria se conseguíssemos perdoar sempre e de coração.

O perdão é um processo que precisa de nossa ajuda para ser concedido de maneira plena. As causas das mágoas podem ser várias e ocorrer nas mais diversas situações, desde uma palavra mal interpretada até uma carência profunda e sem consciência. Muitos são os motivos para que as feridas abertas demorem muito tempo a serem cicatrizadas.

Quanto mais remoermos em nosso coração a ofensa sofrida tanto maior será a dificuldade de perdoar. A mágoa alimentada pelo nosso coração não é benéfica para o nosso processo de cura interior. Pelo contrário, uma mágoa alimentada constantemente pelo sentimento de revolta aumenta as dores emocionais e dificulta o processo de cicatrização de uma ferida aberta.

O desejo de vingança é bastante comum em quem sofreu uma traição. O primeiro sentimento que surge no coração de quem passa por esse processo é: "Assim como ele fez comigo, também farei com ele". Esse sentimento é sempre prejudicial, porque nunca resolveremos um problema usando as mesmas "armas" que feriram nossa alma. Guerra de sentimentos produz destruição em massa do amor. A solução para os conflitos não está na vingança, mas sim no diálogo sincero, maduro e humano.

Não adianta falarmos para todo o mundo e espalharmos aos quatro ventos a revolta que sentimos se nunca tivermos a coragem de procurar a quem nos ofendeu. São muitas as situações em que o ser humano precisa de uma plateia que aplauda suas críticas para reforçar a autoestima de que o agressor não merece perdão.

No tumulto das emoções, toda busca de reconciliação e de paz será infrutífera. É preciso cultivarmos a paciência da espera. Emoções à flor da pele nunca nos ajudarão na busca da paz. O tempo é um precioso aliado a quem deseja fazer do perdão um ponto de partida para um novo recomeço. Espere até que as ondas da fúria possam ceder lugar à serenidade das águas de um lago.

Nunca deixe de orar pela situação que você enfrenta. A oração é o alimento de nossa alma e a paz que acalma nossos sentimentos. Busque na oração o primeiro passo para a cura de suas mágoas. Coloque tudo o que você sente nas mãos de Deus e deixe que Ele transforme o negativo de suas emoções nas flores do perdão.


Padre Flávio Sobreiro

Padre Flávio Sobreiro Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP. Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre - MG. Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Cambuí-MG). Padre da Arquidiocese de Pouso Alegre - MG. www.facebook.com/peflaviosobreiro www.padreflaviosobreiro.com


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/a-vinganca-pode-ser-a-solucao-para-os-conflitos/

1 de setembro de 2014

Por que dedicar um mês à Bíblia?

No Brasil, a Conferência Nacional dos Bispos estabeleceu setembro como o "mês da Bíblia" por várias razões importantes.

Este mês foi escolhido, porque o grande São Jerônimo, que traduziu a Bíblia do hebraico e grego para o latim, tem sua memória litúrgica celebrada no dia 30 de setembro. Ele foi secretário do grande Papa São Dâmaso (366-384), que o incumbiu dessa grande obra chamada "Vulgata", por ser usada em toda a parte.

São Jerônimo levou cerca de trinta e cinco anos fazendo essa tradução nas grutas de Belém, vivendo a oração e a penitência ao lado da gruta onde Jesus nasceu. O santo disse que "desconhecer as Escrituras é desconhecer o próprio Cristo". Ele nos deixou um legado de grande amor às Sagradas Escrituras. E possuía grande cultura literária e bíblica, sabia grego, latim e hebraico.

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A Sagrada Escritura é alimento para a nossa alma e fonte de vida. Jesus conhecia profundamente a Bíblia. Mais do que isso: Ele a amava e se guiava por suas palavras. Isso é o suficiente para que todos nós façamos o mesmo. Na tentação do deserto, quando o demônio investiu contra o Senhor, Ele o rebateu com as palavras da Escritura. Quando o tentador pediu que Ele transformasse as pedras em pães para provar Sua filiação divina, Jesus lhe disse: "O homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor" (Dt 8,3c).

Quando o tentador exigiu que Ele se jogasse do alto do templo, Jesus lhe respondeu: "Não provocareis o Senhor vosso Deus" (Dt 6,16a). E quando satanás tentou fazer com que Cristo o adorasse, ouviu mais uma vez a Palavra de Deus: "Temerás o Senhor, teu Deus, prestar-lhe-ás o teu culto e só jurarás pelo seu nome" (Dt 6,13). O demônio foi vencido e se afastou, porque não tem poder diante da Palavra de Deus.

Não é sem razão que São Pedro disse: "Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal. Porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de uma vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus" (2 Pd 1,20-21).

A importância do mês da Bíblia é que o povo brasileiro a conheça melhor e seja motivado a estudá-la com mais profundidade, uma vez que não é fácil compreendê-la, especialmente o Antigo Testamento. A Bíblia não é um livro de ciência, mas sim de fé. Utilizando os mais diversos gêneros literários, ela narra acontecimentos da vida de um povo guiado por Deus, quatro mil anos atrás, atravessando os mais variados contextos sociais, políticos, culturais, econômicos, entre outros. Por isso, a Palavra de Deus não pode sempre ser tomada ao "pé da letra", literalmente, embora muitas vezes o deva ser. "Porque a letra mata, mas o Espírito vivifica" (2 Cor 3,6c), disse São Paulo.

Portanto, para ler a Bíblia de maneira adequada, exige-se, antes de tudo, o pré-requisito da fé e da inspiração do Espírito Santo na mente, sem o que a interpretação da Escritura pode ser comprometida. Mas é preciso também estudá-la, fazer um curso bíblico, entre outros.

A Carta aos Hebreus diz que "a Palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma A carta aos hebreus diz que "a Palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes, e atinge até à divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração" (Hb 4,12).

"Vossos preceitos são minhas delícias.
Meus conselheiros são as vossas leis." (v. 24)
"O único consolo em minha aflição
É que vossa palavra me dá vida." (v. 50)
"Quão saborosas são para mim vossas palavras,
mais doces que o mel à minha boca." (v. 103)
"Vossa palavra é um facho que ilumina meus passos. E uma luz em meu caminho." (v. 105)
"Encontro minha alegria na vossa palavra,
Como a de quem encontra um imenso tesouro." (v.162)espada de dois gumes, e atinge até à divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração" (Hb 4,12).

Para que a Palavra de Deus seja eficaz em nossa vida, precisamos, pela fé, acreditar nela e colocá-la em prática objetivamente. Em outras palavras, precisamos obedecê-la, pois, ao fazer isso, estaremos obedecendo ao próprio Senhor.

Mas nem sempre a Bíblia é fácil de ser interpretada pelas razões já expostas. É por isso que Jesus confiou a interpretação dela à Igreja Católica, que o faz por meio do Sagrado Magistério, dirigido pela cátedra de Pedro (o Papa) e da Sagrada Tradição Apostólica, que constitui o acervo sagrado de todo o passado da Igreja e de tudo quanto o Espírito Santo lhe revelou e continua a fazê-lo no presente. (cf. Jo 14, 15.25; 16, 12-13).

A alma da Igreja é o Espírito Santo dado em Pentecostes; por isso a Igreja não erra na interpretação da Bíblia, e isso é dogma de fé. Jesus mesmo lhe garantiu isso: "Quando vier o Paráclito, o Espírito da verdade, ensinar-vos-á toda a verdade" (Jo 16,13a).

Embora seja feita de homens, santos e também pecadores, a Igreja Católica tem a garantia de não errar na interpretação dos assuntos da fé. Entretanto, ela não despreza a ciência; muito pelo contrário, a valoriza tremendamente para iluminar a fé e entender a revelação.

O Vaticano possui a "Pontifícia Academia de Ciências"; em Jerusalém está a Escola Bíblica que se dedica a estudar exegese, hermenêutica, línguas antigas, geologia, história antiga, paleontologia, arqueologia e tantas outras ciências, a fim de que cada palavra, cada versículo e cada texto da Bíblia sejam interpretados corretamente. É a fé caminhando junto com a ciência. Tudo isso para que possamos dizer como o salmista, no Salmo 118:

"Vossos preceitos são minhas delícias.
Meus conselheiros são as vossas leis." (v. 24)
"O único consolo em minha aflição
É que vossa palavra me dá vida." (v. 50)
"Quão saborosas são para mim vossas palavras,
mais doces que o mel à minha boca." (v. 103)
"Vossa palavra é um facho que ilumina meus passos. E uma luz em meu caminho." (v. 105)
"Encontro minha alegria na vossa palavra,
Como a de quem encontra um imenso tesouro." (v.162)

Felipe Aquino

Prof. Felipe Aquino, é viúvo, pai de 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos". Site do Professor: http://www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino



Fonte: http://formacao.cancaonova.com/biblia/historia/por-que-dedicar-um-mes-a-biblia/

29 de agosto de 2014

Pai, onde está o seu filho?

Pai, você sabe o que representa para o seu filho? E o que seu filho representa para você? 

"Agora, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos; rasgai o coração e não as vestes; volte o Senhor vosso Deus: ele é benigno, e compassivo, paciente e cheio de misericórdia" (Joel 2, 12-13). Essa reflexão é para aquele pai que perdeu o endereço do seu filho e quer reencontrá-lo.

Pai, onde está o seu filho?

Lendo o livro 'Eu e Deus, Deus e Eu', da autora Cristiana Miranda Lima, fiquei pensando que ali estaria o jeito certo de iniciar este escrito. A autora nos provoca a pensar sobre a importância de nos apresentarmos a Jesus como somos e com o que trazemos dentro de nós. "Se teu coração já não cabe em você de tanta dor e sofrimento, traga-o, em lágrimas e gemidos, com todas as feridas, e junte-o ao coração de Jesus. O Sangue d'Ele vai curar o seu coração. Jesus é misericordioso e zela por você, porque n'Ele nasce e morre todos os nossos sentimentos", assegura Cristiana Lima. Pois bem, queremos apresentar a esperança e o consolo a todos os pais que tanto desejaram ser pai, mas as circunstâncias mudaram os seus planos. Quer seja pela morte de um filho, uma separação indesejada, o abandono dos seus rebentos ou até mesmo, por não terem conseguido cumprir a sua missão dignamente, e hoje, se encontra só, arrependido, com o coração cheio de lágrimas e gemidos a Jesus.

Pai, onde está o teu filho?

Volte para o Senhor e, juntamente com você, traga o seu filho. Este seria, sem dúvida, um bom retorno. Não voltar sozinho, mas acompanhado de quem você permitiu que viesse ao mundo. Assim, grandes serão as possibilidades de perdão, reencontro, amor, compromisso e aceitação. O Senhor é benigno, compassivo, paciente e cheio de misericórdia para acompanhá-lo nesse retorno. O Senhor é aquele que larga as noventa e nove ovelhas e sai em uma busca de uma. Podemos imaginar o que ele não faria para obter uma família de volta; em especial, um relacionamento saudável entre pai e filho. Eu o convido a pensar na figura do Pai que esteve fora do lugar, mas que decidiu reconquistar o que nunca havia perdido: o amor do filho.

Pai, onde está o seu filho?

Ao entrar em uma casa de assistência aos idosos, observamos tantos pais ali presentes. Sem nenhum julgamento, a curiosidade pesa sobre as causas que os levaram a morar naquele espaço sem a presença da família. Assim também imagino o que levaria uma criança ou um adolescente, um jovem… Enfim, um filho a passar o dia na rua ou diante do WatsApp em busca de uma companhia virtual. Compreendo a semelhança entre o idoso na casa de abrigo, na maioria das vezes abandonado pela família, e esse adolescente na casa de abrigo conhecido como "internet". Essa prática é consequência da indisciplina dos cuidadores.

Todos, com certeza, queriam estar em suas casas, ao redor da mesa, recebendo diariamente o carinho dos filhos; e os filhos, por sua vez, mesmo que não transpareçam, querendo ser alcançados pelos seus pais. Não é a proibição do computador que vai trazer de volta o filho à mesa, mas a inteligência do pai redimido ao reconhecer que se deixou ser substituído. É a brincadeira, o diálogo saudável, o ambiente alegre, a relação sólida entre pai e filho. É o cultivo da fé que manterá essa chama acesa.

E agora, José, onde estão os seus filhos?

Os pais precisam permitir que seus filhos os alcancem. Filhos precisam alcançar os pais quando pequenos, para que estes possam continuar lhes alcançando por toda a vida. Quem não alcança quem quer no tempo certo, perde-se desse alguém em algum tempo, não é mesmo? Portanto, de tudo fica a certeza de que os filhos não podem perder o pai de vista, e o pai deve aprender como e quando alcançar o filho que nasceu para ser seu para sempre.

Atenção, pais, aos filhos que não lhes correspondem, porque esses também correm o risco de ser abandonados. Os filhos que se assumiram homossexuais, aqueles outros envolvidos com drogas, os que não se formaram doutores, as filhas que não casaram com um bom partido ou aquelas que preferiram a prostituição também precisaram estar na consciência do seu coração. Ainda há tempo, e se assim fizer, não mais precisará continuar se apresentando ao Senhor com o coração cheio de lágrimas e gemidos, mas agradecido a Deus, por ter feito um caminho de volta a partir do reconhecimento das suas faltas.

Pai, busque o seu filho de volta

Que, ao terminar de ler este texto, seu coração e seus pensamentos estejam em movimento. Você se sentirá um pai perdoado por Deus e acolhido pela missão que, em algum momento da vida, quis ter. Pai, o seu filho precisa estar ao lado de alguém que não desistiu de ser pai dele. Lembre-se: "Maria é aquela que sabe transformar um curral de animais na casa de Jesus, com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura" (Exortação Apostólica – A Alegria do Evangelho do Papa Francisco). Faça você o mesmo em sua casa.


Judinara Braz

Administradora de Empresa com Habilitação em Marketing. Psicóloga especializada em Análise de Comportamento. Autora do Livro "Sala de Aula, a vida como ela é." Diretora Pedagógica da Escola João Paulo I – Feira de Santana (BA).


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/pai-onde-esta-o-seu-filho/