6 de agosto de 2014

Gaza x Israel. Por quê?

Dizem que a guerra se faz necessária

Olhando toda a realidade que tem acontecido, aqui na Terra Santa, no último mês, vendo de perto as situações de guerra, ouvindo tantas opiniões, tantos pontos de vistas, chego a uma conclusão: não há explicações que consigam desculpar o horror da guerra e da morte humana.

Sou conduzida pela fé, sim, isso é um fato na minha vida; por isso a pergunta que grita em meu coração é somente uma: "Meu Deus, por quê?".

O sofrimento e a dor penetram na vida de ambas as populações. O medo e a insegurança afligem ambos os povos. Diante da morte, quem pode vencer?
Dizem que a guerra se faz necessária. Eu não acredito nisso! Não acredito que fazer com que pessoas vivam no limite da dor seja "necessário".

Assista: Padre Arlon reza diante do túmulo de Santo Estêvão pelos cristãos perseguidos

Papa Francisco, quando veio à Terra Santa, fez um discurso que ecoa no meu coração neste tempo. Ele fez uma pergunta específica que se aplica ao quadro que vemos hoje aqui: "Onde está o seu irmão?", "Quem é o responsável por esse sangue, por essas mortes?".
Temos de tocar mais concretamente no amor de Deus para com os homens, um amor universal que deveria atingir a todos. Mas o fechamento do nosso coração nos conduz à indiferenca da dor alheia e tudo se torna tão político. Não tenho um lado, pois com Cristo aprendi a amar a vida, o homem. Somos todos irmãos e disso não abro mão.

Aqui, a experiência da dor pela dor do outro me visita, mas peço perdão a Deus pela indiferença, muitas vezes, com os que estão mais distantes. Quantas pessoas morrem, todos os dias, aqui no Oriente Médio, vítimas das guerras, e que já estão esquecidas pelas mídias!

Em nosso Brasil, quantos se vão, todos os dias, vítimas das guerras urbanas!
"Quem de nós chorou pela morte desses irmãos e irmãs? Quem chorou por essas pessoas que estavam nas barcas? Pelas jovens mães que traziam os seus bebês? Por esses homens que desejam algo para apoiar as próprias famílias?

Somos uma sociedade que esqueceu a experiência de chorar, de sofrer com compaixão; somos a globalização da indiferença", disse-nos o Papa Francisco.

Estou aqui, muito próxima de todo este conflito, mas, mesmo assim, não posso fazer muito senão rezar. Mas quero que o Bom Deus, que escolheu esta terra para ser santa, toque o meu coração para que eu nunca me esqueça do meu próximo. Que as chagas de Cristo arranquem de mim o medo de me comprometer com o meu irmão, que é todo homem, toda pessoa.

"Senhor, livrai-nos da indiferença!"

Cristiane Henrique
Frente de missão da Canção Nova na Terra Santa


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/testemunhos/gaza-x-israel-por-que/

4 de agosto de 2014

Oremos pela paz no mundo

É hora de nos unirmos à Igreja perseguida e sofrida

O mundo segue seu caminho, e cada um, no seu canto, conduz sua vida e cuida dos seu afazeres diários. Porém, não podemos fechar os olhos para os dramas internacionais que chamam à atenção toda a humanidade. São guerras e conflitos que têm eliminado vidas, tirado a paz e a liberdade de milhares de pessoas. Sem precisar focar nas motivações de cada um dos diferentes conflitos, o fato é que cada um deles é uma ameaça à paz da humanidade, ao entendimento das nações e uma ofensa à dignidade humana.

Chama-nos à atenção os constantes conflitos na Síria e na Ucrânia. Os massacres promovidos no Iraque e na Faixa de Gaza, a falta de entendimento entre judeus e palestinos na região. Do outro lado, milhares de cristãos estão sendo martirizados, perseguidos e violentados em algumas regiões de maioria muçulmana, sobretudo os de tendências mais radicais.

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:: Portal Canção Nova faz ação de solidariedade aos cristãos perseguidos

O Papa Francisco tem se pronunciado com apelos em favor da paz e do entendimento, tem se mostrado solidário às vítimas das guerras e dos conflitos, ele tem mostrado sua preocupação com a onda de massacre aos cristãos pelo mundo. Recentemente, o Santo Padre afirmou que nem no início da fé cristã os cristãos foram tão perseguidos e hostilizados com têm sido nos últimos tempos em algumas regiões.

Nós não podemos cruzar os braços e apenas lamentar esses acontecimentos. É hora de nos unirmos à Igreja perseguida e sofrida nestes nossos irmãos, sejam eles cristãos ou não. Não promovemos o ufanismo nem o sectarismo religioso, mas defendemos a dignidade humana e a liberdade religiosa. Assim como nos países de maioria cristã, vivemos de forma harmoniosa e respeitosa com as outras religiões não cristãs, queremos apenas ser respeitados na vivência de nossa fé e que cada um também seja respeitado na sua opção de fé, inclusive na opção de não ter credo nenhum.

Nossa maior arma é o amor, mandamento e símbolo principal da fé cristã. Por amor nos unimos aos que sofrem, manifestando solidariedade e cuidado humano. A Igreja se faz presente em várias regiões de conflito, prestando socorro e assistência às vítimas. Não escolhemos a quem amar nem a quem estender a mão. Onde existir um filho de Deus sofrendo, a solidariedade cristã deseja se fazer presente. Chamamos a atenção de todos para que não deixem de colaborar com a Caritas Internacional, a qual não deixa de medir esforços para socorrer as vítimas de guerras e conflitos em todas as partes do mundo.

Nosso amor é muito concreto pelas iniciativas de oração e jejum em favor da paz e do entendimento entre os povos. Precisamos reforçar nossos atos e gestos. De forma pessoal e comunitária, precisamos movimentar os céus e clamar pelo Deus da Paz para que intervenha em nosso meio e aponte aos homens o caminho da concórdia e da superação do ódio e dos desentendimentos.

É hora de agitar e fazer acontecer com mais empenho a cultura da paz, rever nossos pequenos conflitos no âmbito familiar e comunitário. É hora de termos iniciativas em nossas casas, igrejas e trabalhos. Promova, nas redes sociais, o chamado para a oração e a conscientização sobre a cultura de paz e a gravidade desses conflitos. Ore com fé e reze nas Missas, nos cultos e nos grupos de oração; envie, de alguma forma, seu gesto de solidariedade a quem sofre com tantas tragédias.

Que o Deus da Paz abençoe você!


Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. .


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/oracao/oremos-pela-paz-no-mundo/

31 de julho de 2014

O pecado de Davi

 Até mesmo Davi, com todo seu amor e intimidade com o Senhor, cometeu pecado

"O pecado é ofensa a Deus: 'Pequei contra ti, contra ti somente; pratiquei o que é mau aos teus olhos' (Sl 51,6). 'O pecado ergue-se contra o amor de Deus por nós e desvia dele os nossos corações'." (Catecismo da Igreja Católica §1850).

O pecado de Davi

O maior mal que o pecado pode nos trazer é nos afastar de Deus. Muitas vezes, caímos, mas enquanto estivermos vivos, estaremos nessa luta que travamos diariamente. O pecado também causa em nós o medo de voltar para Deus, de não sermos aceitos por Ele. O inimigo nos enche de acusações e mentiras; com isso, permanecemos no pecado, na lama.

Não importa o tamanho do nosso pecado nem como caímos, o importante, agora, é retornarmos ao local onde nos sentiremos novamente acolhidos e limpos, o coração de Deus.

Podemos ver, na vida de Davi, uma busca constante em servir o Senhor, a ponto de ser conhecido como um homem segundo o coração de Deus. No entanto, até mesmo o rei, com todo o seu amor e intimidade com o Senhor, teve momentos de queda ao seguir seus desejos. "Numa tarde, levantando-se da cama, Davi foi passear no terraço do palácio real. Lá, ele viu uma mulher tomando banho. Ela era muito bonita. Davi mandou colher informações sobre ela. Disseram-lhe: 'Ela é Betsabéia, filha de Eliam e esposa de Urias, o heteu!'. Então, Davi mandou emissários para que a trouxessem. Betsabéia foi e Davi teve relações com ela, que tinha acabado de se purificar de suas regras. Depois ela voltou para casa". (II Samuel 11, 2-4)


Davi era e é conhecido por sua coragem, força, justiça e seu amor a Deus. Mas sua vida também foi marcada por uma má escolha que o levou a cair em pecado. É importante entendermos que ele estava no auge de seu reinado. Já havia conquistado várias vitórias e era respeitado pelo seu povo e pelos reinos vizinhos. Naquele tempo, o rei tinha como papel principal comandar o exercito em batalha. "Na mudança do ano, quando os reis costumavam sair para a guerra, Davi ficou em Jerusalém" (cf. 2 Sl 11,1).

Ele não foi para a batalha com sua tropa, pois sabia da força de seus homens; com isso, não viu necessidade de acompanhá-los. Davi não cumpriu o papel que Deus lhe confiou, pois já começava a se esquecer de Quem o chamou. Ele está em pé, no auge, é um conquistador e tem muitos a seu comando, mas se esquece do seu Deus e "o pecado ficou a sua frente" (cf. Sl 51, 5).

Davi vê Betsabéia e se encanta por ela. Percebemos a consciência de Davi na decisão tomada. Ele procurou saber quem era aquela mulher, e, mesmo sendo casada, deitou-se com ela. Essa atitude desencadearia várias outras. Davi não cai somente em um pecado, mas em muitos por consequência de sua escolha. Ele peca por ser presunçoso, pois já se sente bom o bastante para nem mesmo ir às batalhas, por seus olhares maliciosos e seus desejos consentidos, por adulterar, por pecar e mentir para Urias, por tentar enganá-lo, mandá-lo para a morte e ainda agir como se nada tivesse acontecido.

O rei perdeu o temor e se deixou levar por seus desejos. Esse homem, que tinha o Senhor como seu amigo e n'Ele confiava plenamente, deixa-O de lado e toma decisões pautadas em suas paixões. Vemos que em todos os momentos da vida de Davi ele traz o nome do Senhor consigo. Porém, há um detalhe interessante: os dois livros de Samuel tem, juntos, 55 capítulos, e em apenas quatro Deus não é citado de forma alguma. Isso acontece quando o rei ou algum dos seus se esquecem do Senhor e falham. No capítulo que narra o "pecado de Davi", vemos que Deus não é citado nem lembrado. Quando O deixamos de lado, somos arrastados por nossas inclinações ao mal.

Davi ignora tudo o que o Senhor fez em sua vida até aquele momento, esquece-se de que foi Ele quem o elevou ao lugar em que estava. O Senhor encontrou Davi ainda em sua juventude, e ele era um simples pastor que cuidava das ovelhas do pai.

No meu caso, Deus me encontrou de uma maneira parecida. Eu ainda era jovem e não tinha muito sentido na vida, estava trilhando, a passos largos, uma existência sem sentido e cheia de vazios, mas o Senhor me encontrou e me deu sentido para viver. Pense: onde Jesus o encontrou? Onde Ele fez uma curva com sua história e lhe deu sonhos, o fez crescer e o tirou da lama? Como anda sua relação com Deus?

Nosso personagem bíblico pecou gravemente,  e já dava sinais – podemos detectar na leitura – de que, muito mais que pecar contra Deus, ele já havia se distanciado d'Ele. O profeta Natã o questiona sobre a má conduta da parte de um "certo homem", Davi nem mesmo consegue identificar-se, pois seu coração já não estava mais no Senhor. Um coração longe de Deus não enxerga a verdade, pois só no Pai podemos nos ver como somos.

Um dia, fomos resgatados por Deus; hoje, talvez, já nos vejamos capazes de caminhar sem Ele. Não lutamos mais, pois já somos fortes o bastante para estar em alerta. O pecado de Davi teve início quando ele não mais se sentiu dependente do Senhor. O coração do rei, que sempre teve no Senhor o seu norte, resolveu confiar em suas próprias forças e se perdeu no trajeto. Porém, existe uma certeza: o Pai sempre nos espera, assim como esperou Davi.

Sempre precisaremos retomar a amizade com Aquele que nos deu vida em abundância. Seja qual for o ponto onde chegamos, Deus sempre tem misericórdia e amor para nos trazer de volta e nos devolver ao que realmente somos: filhos amados d'Ele!

Paulo Pereira

José Paulo Neves Pereira nasceu em Nossa Senhora do Livramento (BA). É missionário da Comunidade Canção Nova e atua no setor de Novas Tecnologias da TVCN. Twitter: @paulopereiraCN


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/biblia/estudo-biblico/o-pecado-de-davi/

30 de julho de 2014

Sinais de Bençãos

Numa fazenda há um pasto onde vivem dois cavalos. São animais muito bonitos como outros bem tratados que têm por aí, porém, um deles é cego. Mesmo assim, o dono não se desfez dele quando nasceu; pelo contrário, deu-lhe um amigo mais jovem.
Observando melhor, percebe-se que há um pequeno sino no pescoço do cavalo menor; isso para que o cavalo cego saiba onde está seu companheiro e vá até ele. No final do dia, um segue o outro até o estábulo e, quando o mais velho se atrasa na caminhada, o outro para e espera que o amigo o alcance. Assim, o cavalo cego passa o dia guiado pelo sino, confiante que o outro o está levando para o caminho certo.
E como o dono dos cavalos, Deus não se desfaz de nós só porque não somos perfeitos ou porque temos grandes problemas para resolver. Ele cuida de cada um e faz com que outras pessoas venham em nosso auxílio quando precisamos. Algumas vezes, somos o cavalo cego guiado pelo som do sino daquele que Deus coloca em nossas vidas. Outras vezes, somos o cavalo que guia, ajudando outras pessoas a reencontrarem o caminho.
Assim são os bons amigos: você não precisa vê-los, pois sempre estarão por perto. Ouça os sinos deles e, quando precisarem, também ouvirão o seu. Reze por eles e uma grande bênção estará ao seu alcance, como sinal da graça de Deus aos filhos que praticam o bem ao próximo.
Na verdade, todos nós nascemos com um 'sino' no pescoço. Por isso é que somos notados por onde passamos e, muitas vezes, algumas pessoas nos seguem. Se tivéssemos consciência do quanto influenciamos os destinos dos outros, nunca andaríamos por estradas ruins; mas, infelizmente, o ser humano insiste em conduzir pessoas a erros de comportamento.
Como vicentino, eu já passei por experiências diversas. Hoje sei que um pedaço de pão é uma bênção para quem tem fome, e um carro novo pode não ser aceito por aquele que exige determinadas marcas e modelos. Ambos são presentes de Deus, mas os valores são muito diferentes por parte de quem os recebe. O pão é mais valorizado pelo pobre do que o automóvel pelo milionário. Podemos considerar que são fatos normais no cotidiano de cada um?
Se a Palavra Sagrada fosse mais bem compreendida e praticada em nosso meio, as coisas seriam diferentes. Há muitas falhas na comunicação que vem do Céu; logicamente, não da parte do Senhor, mas devidas às dificuldades humanas em completar o ciclo da bênção. Sei que não posso generalizar, porém, quase sempre deixamos de concluir aquilo que seria a vontade de Deus.
Primeiro, porque não conhecemos plenamente a Bíblia. Mesmo reconhecendo que se refere à 'Carta de Amor do Criador' por nós, exageramos na preguiça de conhecê-la melhor. Segundo, porque nas partes que sabemos de cor, não comentamos com as pessoas que se relacionam conosco no trabalho e na roda de amigos. Terceiro, porque nem sempre damos bons exemplos influenciados pelos ensinamentos bíblicos, mostrando que pouco nos importamos com a salvação da alma.
Há uma história que faz menção à nossa falha de comunicação:
Uma senhora idosa estava parada na calçada, hesitante na tentativa de fazer a travessia diante de um tráfego intenso. Temerosa, não conseguia sair do lugar. Então, apareceu um cavalheiro que, tocando-a, perguntou se poderia atravessar a rua com ela. Alegre e muito agradecida, a senhora tomou seu braço e juntos partiram em direção ao lado oposto.
Foi então que ela começou a ficar mais apavorada ao ver que o homem ziguezagueava pelo meio da rua enquanto buzinas soavam, freios eram acionados e motoristas gritavam palavras ofensivas. Quando chegaram do outro lado, ela disse furiosa:
– Quase morremos! Você caminha como se fosse cego!
– Mas eu sou cego! Foi por isso que lhe perguntei se poderia atravessar junto com a senhora!
Isto nos faz pensar: quantas vezes somos mal compreendidos! Precisamos aprender que comunicação não é somente o que a gente fala, mas principalmente o que o outro entende. Se não quisermos entender que só entra no Céu quem tem compaixão dos sofredores, de que adianta vivermos dezenas de anos aqui na Terra?
Tudo aquilo que faço, que tenho e que sou, são sinais visíveis de bênçãos em minha vida. O grupo de pessoas amigas que me relaciono diariamente – no trabalho e na comunidade que sirvo – certamente toca o 'sino da misericórdia' bem alto para que eu ouça. Estou convicto disto porque ninguém diz 'não' quando peço ajuda. E, assim, com amor no coração, vamos completando o ciclo da bênção um para com o outro.
Eis uma grande possibilidade desse ciclo se realizar:
1.      valorizando cada vez mais a Palavra de Deus;
2.      melhorando dia-a-dia a comunicação evangélica;
3.      fazendo soar o sino que indica os bons caminhos; e
4.      perseverando na fé com as pessoas que nos seguem.
Mais cedo ou mais tarde, com firme confiança na graça, a bênção divina nos atingirá.

Ø  Paulo R. Labegalini
Vicentino de Itajubá – MG

29 de julho de 2014

E o sexo? Qual significado ele tem ou deveria ter?

O que digo quando faço sexo?

Toda palavra é uma tentativa de comunicação. Todo gesto traz em si uma forma de se comunicar. Um aperto de mão, aqui no Brasil, é sinal de cordialidade. Para o gaúcho, dar uma cuia de chimarrão para alguém tomar é, no mínimo, dizer "pode fazer parte de nossa roda de amigos"; tomar um café oferecido por um mineiro é aceitar o acolhimento oferecido por ele.

E o sexo? Qual significado ele tem ou deveria ter?

Gestos brasileiros comunicam muita coisa. Mas se observarmos outras culturas teremos diferentes gestos que falam muito. Na cultura tibetana, por exemplo, algumas tribos cumprimentavam-se mostrando a língua em sinal de que jamais pronunciariam palavras ofensivas contra o amigo. Já os nativos de Nova Guiné, quando uma pessoa querida vai embora, eles se despedem chorando e enlameando-se totalmente. Gestos que trazem muito significado para eles.

E o sexo? Qual significado ele tem ou deveria ter? Quando tenho uma relação sexual, o que eu estou dizendo com esse gesto? Que significado ele tem? O que traz como sentido para a vida daqueles que ali estão envolvidos?

Toda relação sexual diz: "Eu me dou por inteiro para você e o recebo por inteiro. Uma vez que me dou e o recebo, é para sempre que o faço".

Aí, você pode dizer: "Cara, isso é muito radical! Não vejo o sexo assim. Para mim é só prazer, um momento de ter gozo e pronto! Essa definição que você trouxe é muito romantizada". Aí eu lhe digo: "Cara, desculpe-me, não tem como você falar para um tibetano: 'Essa sua língua para fora, para mim, é falta de respeito'. Ele vai olhar para você e dizer: 'Esse é o sentido para mim, mostrar a língua é sinal de amizade'."

O que quero dizer é que quem criou o sexo foi Deus e Ele colocou um sentido, um significado para esse gesto. Queira você ou não, todas as vezes que tiver uma relação sexual estará dizendo: "Eu me dou por inteiro para você e o recebo por inteiro. Uma vez que me dou e recebo, é para sempre".

No entanto, se você diz isso numa relação sexual, mas essa não é a sua verdade, pois para você será só prazer de momento, algo de corpo somente, o que está vivendo é, na realidade, uma mentira.

Diz: "Dou-me por inteiro e o recebo por inteiro", mas doa só o corpo e só recebe o corpo. Você não doa seus sentimentos, suas emoções, seus desejos, seu amor e sua alma. Então, é mentira sua relação.

Digo: "Dou-me e recebo em vista de um 'para sempre'". Todo encontro nos marca para sempre, ainda mais uma relação sexual! Mas o que acontece depois de algumas relações sem compromisso? Você veste suas calças, dá um beijo de adeus (talvez) e não a vê mais.

Ou você vai me dizer: "Adriano, estamos juntos há três anos. Temos relações sexuais e a certeza de que iremos nos casar". Então, eu lhe digo que ainda está "ruidosa" essa relação sexual, pois com a alma e corpo vocês dizem "somos inteiros um para o outro", mas como somos seres espirituais, falta a parte de Deus nessa relação, falta o compromisso frente a Ele, diante do altar que tudo eleva à plenitude. Então, meu caro, ainda não é total esse sexo.

Quando Deus diz que o sexo é entrega total em vista de um "para sempre", ele coloca um ingrediente indispensável para tal objetivo: o amor.

O amor ordena sentimentos, emoções, impulsos sexuais em vista de uma entrega total e para sempre de duas pessoas que se amam. Quando namoramos e nos guardamos para o casamento, o amor nos educa para protegermos a pessoa amada, nos faz esperar para nos darmos por inteiros e de maneira definitiva. Quando casamos e vamos para as núpcias, o amor nos leva a tocar na total entrega de duas pessoas que se amam; entrega não só dos corpos, mas das almas em uma profunda sintonia de espírito. O Espírito Santo, ali presente, sela aquele amor em torno do eterno!

Você, então, pode dizer: " Você está dizendo que sexo é isso, mas para mim sexo é só momento de extravasar e pronto!".

Desculpe-me, mas quem criou o sexo foi Deus, e como fabricante ele deu o "manual de instruções". Não o ler ou interpretá-lo segundo o que você pensa, pode fazê-lo não viver a plenitude de tudo o que o espera.

Muitos querem viver a sexualidade como um "não" à pessoa. Não há uma sexualidade sadia sem uma perfeita ordem de amor.

O amor promete o 'para sempre', e o sexo será, no casamento, um dos gestos de dar-se por inteiro a quem se ama!

Tamu junto!


Adriano Gonçalves

Mineiro de Contagem (MG), Adriano Gonçalves dos Santos é membro da Comunidade Canção Nova. Cursou Filosofia no Instituto da Comunidade e é acadêmico de Psicologia na Unisal (Lorena). Atua na TV Canção Nova como apresentador do programa Revolução Jesus. Mais que um programa, o Revolução Jesus é uma missão que desafia o jovem a ser santo sem deixar de ser jovem. Dessa forma, propõe uma nova geração: a geração dos Santos de Calça Jeans. É autor dos seguintes livros: "Santos de Calça Jeans", "Nasci pra Dar Certo!" e "Quero um Amor Maior"


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/castidade/e-o-sexo-qual-significado-ele-tem-ou-deveria-ter/

28 de julho de 2014

A importancia de se viver a UNIDADE naSSVP

Por Donizetti Luiz - Coordenador do DECOM - CM Goiânia


Em nossa caminhada. já ouvimos por diversas vezes uma frase popular que diz: "A união faz a força", sendo assim podemos pensar que a divisão enfraquece e nos impede de alcançar um objetivo. Sabemos que a vivência harmoniosa entre as pessoas em qualquer grupo é um desafio, mas se quisermos alcançar qualquer objetivo como grupo precisamos nos manter unidos. Paulo orienta a todos nós membros da Igreja e da SSVP a nos manterem unidos num único objetivo, o de servir a Deus. O Apóstolo Paulo em Corintios 1:10, usa a expressão “rogo-vos, irmãos, que todos estejais de pleno acordo e que não haja divisões entre vós"”. Rogar é muito mais que pedir simplesmente, e implorar com veemência. O apelo de Paulo revela a sua preocupação em preservar o Corpo de Cristo – isso significa para nós Vicentinos que devemos preservar a SSVP. Nós VICENTINOS, fomos chamados a viver uma vocação de amor e fomos chamados também a representar um Deus de amor a todos que nos cercam no dia a dia. Seja onde quer que eu vá. Em casa, na rua, na escola, no trabalho, em um passeio de férias,etc...Se verdadeiramente cremos no Senhor, precisamos viver de tal maneira que o Seu nome seja honrado por nós, e a forma de vivermos dignamente a nossa vocação vicentina é andando na unidade da fé. Em tempo de "Mudança de Estrutura" temos que ter consciência de que mudar a estrutura AD INTRA é um desafio intimo e pessoal para cada um de nós, é urgente que cada Confrade e cada Consócia se comprometa a fazer uma conversão pessoal, precisamos caminhar e viver a nossa vocação nos princípios de Cristo que nos ensina como viver em unidade, assim levaremos ao nosso pobre um testemunho vivo e eficaz de nossa fé em Jesus Cristo. A Palavra de Deus nos ensina que “há um só Corpo e um só Espírito, um só Senhor, uma só fé, um só batismo.” Isto é: para alcançarmos a unidade da fé que nos fez ser vicentinos precisamos ser um só no Senhor (Ef 4.4-6). Nenhum Vicentino vive na unidade da fé se não viver a vida da igreja ou nenhum vicentino consegue viver a unidade da fé se não tiver compromisso com sua vocação vicentina. Em João 17:20-23 Jesus faz uma oração declarando seu desejo que todos os que cressem Nele tivessem a união que ele tinha com o Pai. É da vontade de Deus que vivamos unidos, precisamos nos esforçar para vivermos assim no ambiente em que estamos e principalmente na SSVP. Uma SSVP unida no objetivo de cumprir a vontade de Deus é uma SSVP forte e saudável.  João, o Apóstolo do Amor, nos ensina (I Jo 2.9-11) tanto sobre isso. Ele diz: “Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte. Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos. Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade” (I Jo 3.14-18). Quando penso em unidade, penso na Trindade Santa e na Família como instituição de Deus. Deus é um Deus Trino, em Perfeita Unidade e harmonia. Quando Ele criou a família, Ele colocou nela um pouco da sua semelhança: unidade de propósitos e harmonia de almas. Pai, mãe e filhos deveriam viver os sonhos de Deus para a família, caminhando juntos no mesmo propósito sobre a Terra. Quando penso em unidade, penso também na nossa missão VICENTINA. A SSVP foi fundada por Antônio Frederico Ozanam e mais seis amigos, todos com inspiração Divina, todos determinados a cumprir uma determinação de Deus que somente pediu que cada VICENTINO e cada VICENTINA caminhassem num propósito profético e em unidade. É triste observar que nem todos conseguem caminhar assim. Somos Vicentinos, somos Irmãos, somos membros de uma mesma família e quando os membros da família não conseguem viver em unidade a SSVP não consegue ser parte deste propósito de Deus. Esta já era uma das “preocupações” de Ozanam e por conseguinte de Jesus que orou ao Pai pelos Seus discípulos: “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como tens amado a mim” (Jo 17.21-23). Há muitas desculpas sendo dadas para não vivermos em união com os nossos irmãos em Cristo. Na caminhada vicentina tenho visto muitas pessoas, darem desculpas diversas para não obedecerem a vontade de Deus. Algumas desculpas que ouço: “Não consigo gostar dessa pessoa” ; “Somos muito diferentes” ; “Tenho pensamentos diferentes” ; “Fui maltratado e até humilhado” ; “Essa pessoa “parece” arrogante” ; “Ouvi um “não” dessa pessoa” ; “Essa pessoa não supera minhas expectativas” ; “Essa pessoa não concorda comigo em quase nada” ; Etc. No fundo, tudo isso é fruto de um coração orgulhoso, preconceituoso e desobediente. A unidade não tem nada a ver com amizade, com  o “ser igual”  ou com identificação de sentimentos, mas tem a ver com uma escolha diária de viver em comunhão, caminhando num mesmo propósito com aqueles que são nossos irmãos, filhos do mesmo Pai Celestial. As discordâncias nunca podem ser motivo para o afastamento. Ninguém é obrigado a ser amigo íntimo de ninguém, pois a amizade é algo que acontece naturalmente, sem precisar forçar nada. Mas a unidade é algo que nos leva a amarmos,  até mesmo, àqueles que não merecem ser amados e a sujeitarmo-nos uns aos outros, no temor do Senhor. Se eu não consigo amar o meu irmão de caminhada, como vou conseguir amar o meu próximo, que é a razão de existir da entidade na qual eu faço parte? Em Romanos 12,10, O Apóstolo Paulo nos diz: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros”, mas infelizmente, há pessoas que só se esforçam por honrar aos seus líderes ou aos seus chefes de profissão. Não! Não devemos honrar as pessoas por interesses ou pelo que vamos conquistar através deste relacionamento. O Apóstolo Pedro nos instrui dizendo: “Honrai a todos”. I Pedro- 2.17. Precisamos nos disciplinar e nos esforçarmos para vivermos bem com todos, pois JUNTOS, fazemos a diferença. Pode ser a pessoa mais talentosa da SSVP, mais inteligente e mais diplomada, se não vive em unidade, estará vivendo em trevas! Quem vive nas trevas e insiste em dizer que é VICENTINO, está brincando com as coisas de Deus. Essas pessoas precisam de nossa oração constante. Como irmãos em Cristo, vicentinos, membros da mesma irmandade e da mesma família, por mais “imperfeitos” e frágeis que sejamos, precisamos caminhar lado a lado, em comunhão e amor, através do amor de Jesus Cristo, nosso Salvador. Para quem, não consegue viver a UNIDADE na SSVP, mas quer tentar viver o processo AD INTRA dentro do Projeto "Mudança de Estrutura", se esforce a partir de agora a vivenciar as Virtudes ensinadas por Vicente de Paulo. Inicie tentando ser HUMILDE / É preciso ter a capacidade de sabermos o conceito que temos de nós mesmos. Uma pessoa humilde sabe reconhecer as suas falhas. É uma pessoa na qual se vê a ausência da prepotência e da arrogância em sua maneira de viver. Tente também viver a MANSIDÃO / Ter brandura no falar e no agir. Quem é manso fala de maneira correta e sem ofender as pessoas no momento em que se resolve alguma questão. É ter controle de uma situação quando todos estão impacientes. É saber controlar a ira e ficar calado no momento em que é preciso só ouvir. Vivenciando apenas estas duas virtudes de São Vicente já será possivel irradiar o AMOR /  Viver a unidade em amor é a opção mais nobre para manter a SSVP saudável e atrair mais pessoas para Cristo. Quem ama vive a dimensão do perdão, suporta, compreende e vive em perfeita comunhão com os outros. Nada deve quebrar a nossa união. A comunhão é gerada a partir de uma vida em unidade. Viver em unidade é viver a nobresa da fé, é glorificar o nome do Senhor.
Irmãos e Irmãs, Confrades e Consócias, termino esta reflexão fazendo o mesmo apelo que o Apóstolo Paulo faz em 1 Coríntios 1:10 = Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo: Suplico a todos vocês que concordem uns com os outros no que falam, para que não haja divisões entre vocês, e, sim, que todos estejam unidos num só pensamento e num só parecer.

AMEM-SE UNS AOS OUTROS ASSIM COMO EU VOS AMEI, quando derramei meu sangue por cada um de você nas cruz....

"Louvado Seja o Nosso Senhor Jesus Cristo"

25 de julho de 2014

Quem não perdoa destrói pontes pelas quais terá de passar

"Deus perdoa as nossas transgressões" (Sl 65,3)

"Aquele que não é capaz de perdoar os outros destrói a ponte sobre a qual ele mesmo terá de passar", escreveu Edward Herbert, célebre historiador britânico. Essas palavras destacam uma razão para ser perdoador: mais cedo ou mais tarde, podemos precisar que outros nos perdoem. (Mt 7,12). Mas há um motivo muito mais importante para ser perdoador, basta ler as palavras de São Paulo Apóstolo em Colossenses 3,13: "Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, toda vez que tiverdes queixa contra outrem. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai também vós".

Visto que somos todos imperfeitos, às vezes podemos irritar ou ofender os outros, e eles talvez nos façam o mesmo (Rm 3,23). Então, como podemos manter a paz? Inspirado por Deus, São Paulo nos aconselha a ser tolerantes e perdoadores. Esse conselho é tão importante e sempre atual.

Quem-não-perdoa-destrói-pontes-que-terá-que-passar

Vamos analisar as palavras de São Paulo. "Continuai a suportar-vos uns aos outros". A palavra grega para "continuar a suportar" dá a ideia de ser tolerante e paciente. Uma obra de referência diz que os cristãos mostram essa qualidade por "estar dispostos a suportar aqueles cujas falhas ou traços de personalidade são irritantes". A expressão "uns aos outros" indica que essa tolerância deve ser mútua. Ou seja, quando lembramos que também podemos irritar outros, não permitimos que suas características irritantes perturbem a paz entre nós. Mas e se outros pecarem contra nós?

"Continuai a perdoar-vos uns aos outros liberalmente". De acordo com vários especialistas, a palavra grega traduzida "perdoar liberalmente" não é a palavra que se costuma usar para traduzir perdão, mas tem um significado mais profundo, que enfatiza a natureza generosa do perdão. Outra fonte diz que essa palavra pode significar "conceder algo agradável, um favor, um benefício". Somos generosos quando perdoamos de coração, mesmo quando há razão para queixa contra outro. Mas por que devemos estar dispostos a "conceder esse favor"? Pelo simples motivo de que logo, talvez, precisemos que o ofensor nos perdoe, retribuindo assim o favor.

"Assim como Deus vos perdoou liberalmente, vós também o fazei." Esse é o principal motivo para ser generoso em perdoar os outros: o próprio Deus nos perdoa liberalmente. (Mq 7,18). Pense por um instante sobre o perdão, favor-graça que Deus concede a pecadores arrependidos. Ao contrário de nós, Deus não peca. Mas ele, de bom grado, perdoa completamente pecadores arrependidos, mesmo sem precisar que eles retribuam o favor por perdoá-lo. De fato, o Senhor bom Deus é o exemplo mais caridoso de alguém que perdoa liberalmente.

"Eu confio na misericórdia de Deus para sempre" (Sl 52,8). A misericórdia do nosso glorioso Pai Celestial nos atrai a ele e nos faz querer imitá-lo. (Ef 4,32. 5,1).

Um dos grandes mestres da espiritualidade cristã Charles de Foucauld afirmou: "Viver só para Deus. O amor é inseparável da imitação. Quem ama quer imitar: é o segredo da minha vida".

Ele escreveu: "Perdoai-nos as nossas ofensas. Não podemos pedir perdão se não perdoamos também. O perdão, como a graça, não se pede somente para si, mas para todos os homens". Foucauld acrescenta: "Essa deveria ser a finalidade de todas as nossas orações, de todas as nossas ações".

Padre Inácio José do Vale

Padre Inácio José do Vale é professor de História da Igreja no Instituto de Teologia Bento XVI (Cachoeira Paulista). Também é sociólogo em Ciência da Religião.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/quem-nao-perdoa-destroi-pontes-pelas-quais-tera-de-passar/