"Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade." 1Cor 13,13. Idealizado e Criado em 13/05/2006.
30 de julho de 2014
Sinais de Bençãos
29 de julho de 2014
E o sexo? Qual significado ele tem ou deveria ter?
O que digo quando faço sexo?
Toda palavra é uma tentativa de comunicação. Todo gesto traz em si uma forma de se comunicar. Um aperto de mão, aqui no Brasil, é sinal de cordialidade. Para o gaúcho, dar uma cuia de chimarrão para alguém tomar é, no mínimo, dizer "pode fazer parte de nossa roda de amigos"; tomar um café oferecido por um mineiro é aceitar o acolhimento oferecido por ele.
Gestos brasileiros comunicam muita coisa. Mas se observarmos outras culturas teremos diferentes gestos que falam muito. Na cultura tibetana, por exemplo, algumas tribos cumprimentavam-se mostrando a língua em sinal de que jamais pronunciariam palavras ofensivas contra o amigo. Já os nativos de Nova Guiné, quando uma pessoa querida vai embora, eles se despedem chorando e enlameando-se totalmente. Gestos que trazem muito significado para eles.
E o sexo? Qual significado ele tem ou deveria ter? Quando tenho uma relação sexual, o que eu estou dizendo com esse gesto? Que significado ele tem? O que traz como sentido para a vida daqueles que ali estão envolvidos?
Toda relação sexual diz: "Eu me dou por inteiro para você e o recebo por inteiro. Uma vez que me dou e o recebo, é para sempre que o faço".
Aí, você pode dizer: "Cara, isso é muito radical! Não vejo o sexo assim. Para mim é só prazer, um momento de ter gozo e pronto! Essa definição que você trouxe é muito romantizada". Aí eu lhe digo: "Cara, desculpe-me, não tem como você falar para um tibetano: 'Essa sua língua para fora, para mim, é falta de respeito'. Ele vai olhar para você e dizer: 'Esse é o sentido para mim, mostrar a língua é sinal de amizade'."
O que quero dizer é que quem criou o sexo foi Deus e Ele colocou um sentido, um significado para esse gesto. Queira você ou não, todas as vezes que tiver uma relação sexual estará dizendo: "Eu me dou por inteiro para você e o recebo por inteiro. Uma vez que me dou e recebo, é para sempre".
No entanto, se você diz isso numa relação sexual, mas essa não é a sua verdade, pois para você será só prazer de momento, algo de corpo somente, o que está vivendo é, na realidade, uma mentira.
Diz: "Dou-me por inteiro e o recebo por inteiro", mas doa só o corpo e só recebe o corpo. Você não doa seus sentimentos, suas emoções, seus desejos, seu amor e sua alma. Então, é mentira sua relação.
Digo: "Dou-me e recebo em vista de um 'para sempre'". Todo encontro nos marca para sempre, ainda mais uma relação sexual! Mas o que acontece depois de algumas relações sem compromisso? Você veste suas calças, dá um beijo de adeus (talvez) e não a vê mais.
Ou você vai me dizer: "Adriano, estamos juntos há três anos. Temos relações sexuais e a certeza de que iremos nos casar". Então, eu lhe digo que ainda está "ruidosa" essa relação sexual, pois com a alma e corpo vocês dizem "somos inteiros um para o outro", mas como somos seres espirituais, falta a parte de Deus nessa relação, falta o compromisso frente a Ele, diante do altar que tudo eleva à plenitude. Então, meu caro, ainda não é total esse sexo.
Quando Deus diz que o sexo é entrega total em vista de um "para sempre", ele coloca um ingrediente indispensável para tal objetivo: o amor.
O amor ordena sentimentos, emoções, impulsos sexuais em vista de uma entrega total e para sempre de duas pessoas que se amam. Quando namoramos e nos guardamos para o casamento, o amor nos educa para protegermos a pessoa amada, nos faz esperar para nos darmos por inteiros e de maneira definitiva. Quando casamos e vamos para as núpcias, o amor nos leva a tocar na total entrega de duas pessoas que se amam; entrega não só dos corpos, mas das almas em uma profunda sintonia de espírito. O Espírito Santo, ali presente, sela aquele amor em torno do eterno!
Você, então, pode dizer: " Você está dizendo que sexo é isso, mas para mim sexo é só momento de extravasar e pronto!".
Desculpe-me, mas quem criou o sexo foi Deus, e como fabricante ele deu o "manual de instruções". Não o ler ou interpretá-lo segundo o que você pensa, pode fazê-lo não viver a plenitude de tudo o que o espera.
Muitos querem viver a sexualidade como um "não" à pessoa. Não há uma sexualidade sadia sem uma perfeita ordem de amor.
O amor promete o 'para sempre', e o sexo será, no casamento, um dos gestos de dar-se por inteiro a quem se ama!
Tamu junto!
Adriano Gonçalves
Mineiro de Contagem (MG), Adriano Gonçalves dos Santos é membro da Comunidade Canção Nova. Cursou Filosofia no Instituto da Comunidade e é acadêmico de Psicologia na Unisal (Lorena). Atua na TV Canção Nova como apresentador do programa Revolução Jesus. Mais que um programa, o Revolução Jesus é uma missão que desafia o jovem a ser santo sem deixar de ser jovem. Dessa forma, propõe uma nova geração: a geração dos Santos de Calça Jeans. É autor dos seguintes livros: "Santos de Calça Jeans", "Nasci pra Dar Certo!" e "Quero um Amor Maior"
28 de julho de 2014
A importancia de se viver a UNIDADE naSSVP
25 de julho de 2014
Quem não perdoa destrói pontes pelas quais terá de passar
"Deus perdoa as nossas transgressões" (Sl 65,3)
"Aquele que não é capaz de perdoar os outros destrói a ponte sobre a qual ele mesmo terá de passar", escreveu Edward Herbert, célebre historiador britânico. Essas palavras destacam uma razão para ser perdoador: mais cedo ou mais tarde, podemos precisar que outros nos perdoem. (Mt 7,12). Mas há um motivo muito mais importante para ser perdoador, basta ler as palavras de São Paulo Apóstolo em Colossenses 3,13: "Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, toda vez que tiverdes queixa contra outrem. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai também vós".
Visto que somos todos imperfeitos, às vezes podemos irritar ou ofender os outros, e eles talvez nos façam o mesmo (Rm 3,23). Então, como podemos manter a paz? Inspirado por Deus, São Paulo nos aconselha a ser tolerantes e perdoadores. Esse conselho é tão importante e sempre atual.
Vamos analisar as palavras de São Paulo. "Continuai a suportar-vos uns aos outros". A palavra grega para "continuar a suportar" dá a ideia de ser tolerante e paciente. Uma obra de referência diz que os cristãos mostram essa qualidade por "estar dispostos a suportar aqueles cujas falhas ou traços de personalidade são irritantes". A expressão "uns aos outros" indica que essa tolerância deve ser mútua. Ou seja, quando lembramos que também podemos irritar outros, não permitimos que suas características irritantes perturbem a paz entre nós. Mas e se outros pecarem contra nós?
"Continuai a perdoar-vos uns aos outros liberalmente". De acordo com vários especialistas, a palavra grega traduzida "perdoar liberalmente" não é a palavra que se costuma usar para traduzir perdão, mas tem um significado mais profundo, que enfatiza a natureza generosa do perdão. Outra fonte diz que essa palavra pode significar "conceder algo agradável, um favor, um benefício". Somos generosos quando perdoamos de coração, mesmo quando há razão para queixa contra outro. Mas por que devemos estar dispostos a "conceder esse favor"? Pelo simples motivo de que logo, talvez, precisemos que o ofensor nos perdoe, retribuindo assim o favor.
"Assim como Deus vos perdoou liberalmente, vós também o fazei." Esse é o principal motivo para ser generoso em perdoar os outros: o próprio Deus nos perdoa liberalmente. (Mq 7,18). Pense por um instante sobre o perdão, favor-graça que Deus concede a pecadores arrependidos. Ao contrário de nós, Deus não peca. Mas ele, de bom grado, perdoa completamente pecadores arrependidos, mesmo sem precisar que eles retribuam o favor por perdoá-lo. De fato, o Senhor bom Deus é o exemplo mais caridoso de alguém que perdoa liberalmente.
"Eu confio na misericórdia de Deus para sempre" (Sl 52,8). A misericórdia do nosso glorioso Pai Celestial nos atrai a ele e nos faz querer imitá-lo. (Ef 4,32. 5,1).
Um dos grandes mestres da espiritualidade cristã Charles de Foucauld afirmou: "Viver só para Deus. O amor é inseparável da imitação. Quem ama quer imitar: é o segredo da minha vida".
Ele escreveu: "Perdoai-nos as nossas ofensas. Não podemos pedir perdão se não perdoamos também. O perdão, como a graça, não se pede somente para si, mas para todos os homens". Foucauld acrescenta: "Essa deveria ser a finalidade de todas as nossas orações, de todas as nossas ações".
Padre Inácio José do Vale
Padre Inácio José do Vale é professor de História da Igreja no Instituto de Teologia Bento XVI (Cachoeira Paulista). Também é sociólogo em Ciência da Religião.
23 de julho de 2014
Maria Madalena encontra a si mesma ao encontrar Jesus
Santa Maria Madalena, aquela que encontra a si mesma ao se encontrar com o Senhor!
"Mulher, por que você está chorando? Quem é que você está procurando?" (Jo 20,15). Quem Maria procurava? Por que ela chorava?
Maria Madalena é a mulher mais citada no Evangelho. É a primeira que faz a experiência com o Cristo Ressuscitado. Era chamada pelos autores monásticos de "enamorada de Deus". A morte de Jesus era para ela não somente a perda de um líder ou de alguém que ela amava, mas a perda de si mesma. Dela Jesus tinha expulsado sete demônios (cf. Lc 8,2), ou seja, com Ele ela fez a experiência da libertação do mal para o encontro com a vida em Deus.
Na verdade, para Maria, como para todos nós, o encontro com Jesus foi o encontro com si mesma. "Deus é mais íntimo de nós que nós mesmos", dizia Santo Agostinho. Ele é tão próximo que até os fios de nossas cabeças estão contados (cf. Mt 10,30). Só na verdade de Deus é que, realmente, encontramos nossa verdade. Somente n'Ele sabemos sobre nós e nos conhecemos.
Vivemos num tempo em que os homens estão tão distantes de si que não sabem o caminho de volta para casa. Sem o encontro com o Senhor em si mesmos, eles vivem na exterioridade, distraídos em meio a tantas diversões tecnológicas, a tantos prazeres e barulhos. Santo Agostinho dizia: "Retornai para dentro do vosso coração! Onde quereis ir longe de vós? Retornai da vagabundagem que vos levou para fora do caminho; retornai ao Senhor. Ele está pronto. Primeiro, retorna ao teu coração, tu que te tornaste estranho a ti mesmo, por força de vagabundar fora; não conheces a ti mesmo e procuras aquele que te criou! Volta, retorna ao coração, separa-te do corpo. Regressa ao coração. Lá, examina o que talvez percebas de Deus, porque ali se encontra a imagem de d'Ele; na interioridade do homem habita Cristo".
Nada contra celulares e ferramentas tecnológicas de comunicação, mas a forma com que os usamos flagra a distância que temos de nós mesmos. Outrora, aquelas paradas, aqueles pequenos vazios do dia a dia eram boas oportunidades de silêncio e solidão, oportunidade de falar ao próprio coração. Hoje, esses vazios são preenchidos com aquelas breves espiadas no Facebook ou um bom momento para ver se há alguma mensagem no WhatsApp. O homem moderno não tem mais tempo para encontrar a si mesmo. Sem Deus, e nesse ritmo de exterioridade, ele vai cada vez mais longe de sua casa.
Sem o encontro com si mesmo surge a falta de sentido à vida, e com ela o desespero. "Cristo revela o homem ao próprio homem", dizia João Paulo II na Encíclica Redemptor hominis. A verdadeira espiritualidade cristã não nos distancia da própria humanidade; ao contrário, ela nos faz mais humanos. O pecado, ao contrário, nos distancia de nossa identidade, de nós mesmos.
Maria Madalena já tinha feito essa experiência. Na tradição, ela foi vista, muitas vezes, como aquela mulher flagrada em adultério (Jo 8,1-11). Enquanto os homens pegam pedras para apedrejá-la, Jesus escreve algo misterioso no chão. Talvez, ele esteja escrevendo a verdadeira identidade dela. Ele é Deus e n'Ele estava a verdade dela. Ela não é uma adúltera desprezível, mas alguém com dignidade e beleza. Jesus resgata Maria para sua verdade. Talvez seja esse o desespero dela ao procurá-Lo "entre os mortos" no terceiro dia. Se Jesus morreu, com Ele morreu Madalena, sua verdade, sua dignidade.
"Então Jesus disse: 'Maria'" (Jo 20,16). Ele pronuncia o nome daquela mulher. Ela escuta novamente seu nome e n'Ele sua verdade. A voz de Cristo, que pronuncia nosso nome, é a Palavra de Deus que resgata nossa dignidade. Esteja lá onde estiver sua dignidade denegrida, sua beleza destruída, sua identidade desfigurada pelo pecado, saiba que Cristo está vivo. Se você procurar por Ele, o Senhor restituirá seu verdadeiro nome. Maria, por sua vez, retoma quem é diante de Deus ao pronunciar "Rabonni" (Mestre). Quem é Maria? É a mulher que encontra o profundo sentido de sua vida n'Aquele que é seu Mestre e que está vivo.
"Eu Vi o Senhor!" (Jo 20, 18b), sai Maria anunciando aos discípulos de Jesus. Ele não era um fantasma irreal. Para ela, Ele é a certeza de que ela nunca mais será a mulher dos sete demônios ou uma adúltera; ela será eternamente ela mesma, simplesmente Maria Madalena.
André Botelho
André L. Botelho de Andrade Casado, pai de três filhos. Com formação em teologia e filosofia Tomista, Fundador e Moderador Geral da Comunidade Católica Pantokrator, onde vive em comunidade de vida e dedica-se integralmente à sua obra de evangelização. Contato: facebook.com/andreluisbotelhodeandrade
Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/santos/maria-madalena-encontra-a-si-mesma-ao-encontrar-jesus/
21 de julho de 2014
A intimidade do casal e a realização sexual
A chave da realização sexual está na intimidade do casal
Uma das coisas mais belas e santas que Deus colocou na vida humana foi o sexo. De diversas outras maneiras, Ele poderia ter feito a procriação dos homens, mas escolheu essa forma tão íntima de relacionamento para gerar uma nova vida. Sim, o sexo é algo de Deus, algo santo, que renova a intimidade e a união do casal cada vez que acontece de maneira verdadeira. É a forma de renovar a consagração matrimonial do casal a Deus, fortalecendo também a união do marido e da esposa com Ele.
Quando feito da maneira correta, o sexo traz uma grande realização para o casal. Eles se sentem amados, completos, satisfeitos e realizados. Mas quando feito da maneira errada, com egoísmo, gera uma terrível sensação de uso, de ter sido objeto de prazer. E isso os deixa carentes de intimidade. E todos têm essa necessidade.
Atualmente, o conceito de intimidade está um pouco deturpado. A origem dessa palavra deriva do latim intimus, um superlativo de in, "em, dentro". Ela não se define pelo caráter privado (uma pertença, propriedade pessoal), mas por ser a partilha de algo que vem do interior, algo que mostra quem realmente somos (geralmente revelado para poucos). Duas pessoas podem ter uma relação sexual intensa, mas sem intimidade. Por outro lado, um casal que não tem mais sexo pode manter uma grande intimidade nos carinhos e no diálogo. Mas o que seria, então, a intimidade sexual verdadeira?
A intimidade vem quando abrimos o nosso interior para o outro e oferecemos a ele o que realmente somos, a nossa verdade. O objetivo é nos doarmos para enriquecer o outro, para que ele seja saciado. É uma atitude de dentro para fora, que gera em nós a realização pessoal de nos entregarmos. Quando acontece a acolhida por parte do outro, surge em nós a sensação de sermos amado, de estarmos com alguém que nos quer por completo, que deseja nos conhecer de verdade, que nos ama sem barreiras, sem "joguinhos" emocionais. Isso nos faz feliz! E ainda temos o prazer como extra, como ótima consequência disso tudo. O sexo é algo muito lindo, um presente de Deus para nós.
O problema é que a sociedade tem deturpado o sentido do sexo. Nossa geração prazer-facilidade está acostumada a relacionar felicidade com o que dá boas sensações, com prazer – quanto mais rápido e fácil, melhor (se possível sem efeitos colaterais!). Fast foods, acesso rápido às informações cada vez mais superficiais e supérfluas, conforto em todos os níveis (sapatos, móveis, roupas, carros, eletrônicos), masturbação/pornografia. Tudo isso tem nos ensinado a usar das coisas para nos dar prazer. E assim temos feito com o sexo. Em vez de entrarmos na relação para nos doar e para dividir intimidade, queremos apenas nos saciar, ter prazer, ser preenchidos. Assim, usamos do outro para nosso benefício e geramos uma sensação de rejeição profunda. Unimo-nos e a alguém que, na verdade, não deseja o nosso íntimo, não está interessado em quem somos. Isso gera em nós uma frustração grande, mesmo que tenhamos tido grande prazer físico.
A chave da realização sexual está em entendermos que só poderemos ter sexo verdadeiro se este for consequência do amor (um dos motivos pelos quais a Igreja defende o sexo somente dentro do casamento – eu concordo!). O resto é só prazer. É o amor que dá sentido e faz com que a união dos corpos seja a representação de uma união interior que aconteceu antes, no convívio, no carinho, no respeito, na valorização do outro, na partilha da vida. Precisamos lutar contra o egoísmo e mudar o foco do nosso relacionamento. A felicidade está na nossa atitude, está em sermos fiéis ao que acreditamos; ela não depende da resposta do outro. Temos de nos arriscar a ser íntimos de quem amamos!
Roberta Castro
Roberta Castro é Ginecologista e especialista em terapia familiar. Coordenadora do Ministério de Música e Artes da Renovação Carismática Católica no Estado do Espírito Santo.
Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/vida-sexual/a-intimidade-do-casal/
18 de julho de 2014
Dicas de como driblar a dificuldade conseguir um namorado (a)
Por que, hoje, parece mais difícil conseguir um namorado (a)?
Aqui vão algumas reflexões sobre as razões pelas quais, hoje, parece ser mais difícil conseguir um namorado(a) e dicas de como driblar essa tendência atual.
- Antigamente, nossos avós e pais se casavam com menos idade. Hoje, na idade em que eles se casaram, a juventude quer curtir e ir às inúmeras festas. Então, filtre o tipo de evento que melhor lhe convém e não se entregue às facilidades e aos modismos.
- Antes, só existia namoro sério, talvez um ou dois relacionamentos e as pessoas já optavam pelo casamento. Elas valorizavam mais o fato de estarem juntas de alguém. Em nossos dias, a sociedade minou a mentalidade sobre o que é namoro, tornando-o "descartável" tanto no sentido de terminar o relacionamento quanto ao fato de não sentir mais uma paixão frenética, ou quando o "ficar" deu ares de "fast-food" aos relacionamentos. Portanto, não aceite "ficar", e quando estiver com alguém, curta sua paixão, mas saiba que um relacionamento sobrevive mais com a construção de valores.
- No contexto social dos nossos avós, muitas vezes, eram os pais deles quem escolhiam o pretendente. Então, lhes era "poupado o trabalho" de arrumar um namorado (a). Hoje, você tem de passar pelo processo da paquera, do conhecimento do outro, tem de expressar seus sentimentos e questionamentos interiores e ter cumplicidade com ele (a). Na maioria das vezes, nada disso nos é ensinado pelos mais velhos, porque essa dinâmica é recente, ou seja, tudo depende de você! Veja, então, esse momento como um privilégio, porque você pode escolher uma pessoa.
- A estabilidade financeira que alguns procuram, para só depois entrar num relacionamento, toma tempo. O antigo costume do dote solucionava boa parte desse problema. Mas, na geração de hoje, muitos levam alguns anos se estruturando profissional e financeiramente. Saiba que você pode conciliar namoro com estudo e trabalho.
- A independência feminina é positiva, sem dúvida! Mas o que o feminismo fez foi forçar a mulher a competir com o homem naquilo que é papel dele, naquilo que os traços masculinos conseguem desempenhar melhor. Por exemplo: forçou a mulher – que tem características melhores que o homem em criar empatia e colaboração dentro de uma instituição – a ser competitiva e desenvolver certa agressividade (características masculinas para proteção), o que é próprio do ser masculino.
Então, com a mulher mais agressiva e competitiva, o homem acabou não se interessando pelo compromisso. Afinal, um elo com uma pessoa que ele não pode proteger e que vai competir com ele não lhe parece uma parceria, muito menos amor. Isso fez com que o homem perdesse um pouco da referência de sua identidade, seu papel e seu lugar no mundo.
Não que o homem tenha medo da mulher bem resolvida ou de competir com ela. O problema foi que ele se desinteressou mesmo pelo compromisso. Ainda mais com tantas facilidades no mundo de hoje, muitos homens não querem se prender a relacionamentos.
Homens, tenham iniciativa, mas não só no namoro. O cavalheirismo lhes cai bem no trabalho, com a família, em qualquer ambiente e situação. Sejam práticos onde houver a necessidade de praticidade e estejam atentos quando a sensibilidade precisar falar mais alto; e não tenham receio de compromisso! Iniciativa faz bem, porque está na sua essência.
Mulheres, sejam belas de alma, depositem amor em tudo que fizerem. E que tal aceitar a proteção e o cuidado dos homens? Ao contrário do que muitas mulheres pensam, homens apreciam mulheres inteligentes, que acrescentem algo no relacionamento por meio de suas ideias, de sua força e da união do casal.
- Os meios modernos, a rapidez em resolver as coisas trouxeram muitos benefícios. Entretanto, isso provocou no ser humano muita ansiedade. Ele quer tudo ao toque de um botão. Consequentemente, não aprendeu as gradualidades da vida. Muitos não sabem o que é "plantar para colher", investir e esperar para chegar a um resultado.
Sem iniciação, nós nos tornamos tímidos, introspectivos e reclusos em várias dimensões da vida.
No campo da afetividade, isso resulta na falta de iniciativa em ir na direção da (o) paquera para conquistá-la (o). Quase sempre ficamos na torcida para que aquela pessoa, por quem nutrimos um interesse, venha até nós, nos dê sinais ou que o céu se mova em nosso favor. Até mesmo do nosso "mundinho" e da nossa rotina é difícil sairmos para nos aventurarmos em conhecer pessoas novas. Queira sair do seu casulo!
- Hoje em dia, as pessoas não sabem se relacionar. Muitas têm receio de conversar e falar de seus pensamentos e suas experiências por medo de perder o (a) namorado (a) e de não serem compreendidas devido às suas feridas colecionadas durante a vida por causa de relacionamentos antigos. Ou, então, entram "de cabeça", principalmente na área sexual.
Ao optarem por morar juntos, não cultivam as gradativas etapas de conhecimento um do outro, não prezam por descobrir se há cumplicidade, não protegem o que há de mais sagrado em si mesmos nem a sua capacidade de amar, aumentando a carência e as feridas no coração.
Viva a castidade, virtude pela qual, naturalmente, se sublima todo e qualquer tipo de relacionamento: amizade, namoro, família, profissão… Ainda cultivando o domínio e o amor próprio.
É claro que podem existir outros fatores e muitos não se encaixarão nesses citados. Minha intenção foi fazer uma análise geral da sociedade, por isso não se sinta na obrigação de se ver num desses argumentos. Contudo, eles podem lhe servir também para uma reflexão pessoal.
Sandro Arquejada
Sandro Aparecido Arquejada é missionário da Comunidade Canção Nova. Formado em administração de empresas pela Faculdade Salesiana de Lins (SP). Atualmente trabalha no setor de Novas Tecnologias da TV Canção Nova. É autor do livro "Maria, humana como nós" e "As cinco fases do namoro". Também é colunista do Portal Canção Nova, além de escrever para algumas mídias seculares.