25 de julho de 2014

Quem não perdoa destrói pontes pelas quais terá de passar

"Deus perdoa as nossas transgressões" (Sl 65,3)

"Aquele que não é capaz de perdoar os outros destrói a ponte sobre a qual ele mesmo terá de passar", escreveu Edward Herbert, célebre historiador britânico. Essas palavras destacam uma razão para ser perdoador: mais cedo ou mais tarde, podemos precisar que outros nos perdoem. (Mt 7,12). Mas há um motivo muito mais importante para ser perdoador, basta ler as palavras de São Paulo Apóstolo em Colossenses 3,13: "Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, toda vez que tiverdes queixa contra outrem. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai também vós".

Visto que somos todos imperfeitos, às vezes podemos irritar ou ofender os outros, e eles talvez nos façam o mesmo (Rm 3,23). Então, como podemos manter a paz? Inspirado por Deus, São Paulo nos aconselha a ser tolerantes e perdoadores. Esse conselho é tão importante e sempre atual.

Quem-não-perdoa-destrói-pontes-que-terá-que-passar

Vamos analisar as palavras de São Paulo. "Continuai a suportar-vos uns aos outros". A palavra grega para "continuar a suportar" dá a ideia de ser tolerante e paciente. Uma obra de referência diz que os cristãos mostram essa qualidade por "estar dispostos a suportar aqueles cujas falhas ou traços de personalidade são irritantes". A expressão "uns aos outros" indica que essa tolerância deve ser mútua. Ou seja, quando lembramos que também podemos irritar outros, não permitimos que suas características irritantes perturbem a paz entre nós. Mas e se outros pecarem contra nós?

"Continuai a perdoar-vos uns aos outros liberalmente". De acordo com vários especialistas, a palavra grega traduzida "perdoar liberalmente" não é a palavra que se costuma usar para traduzir perdão, mas tem um significado mais profundo, que enfatiza a natureza generosa do perdão. Outra fonte diz que essa palavra pode significar "conceder algo agradável, um favor, um benefício". Somos generosos quando perdoamos de coração, mesmo quando há razão para queixa contra outro. Mas por que devemos estar dispostos a "conceder esse favor"? Pelo simples motivo de que logo, talvez, precisemos que o ofensor nos perdoe, retribuindo assim o favor.

"Assim como Deus vos perdoou liberalmente, vós também o fazei." Esse é o principal motivo para ser generoso em perdoar os outros: o próprio Deus nos perdoa liberalmente. (Mq 7,18). Pense por um instante sobre o perdão, favor-graça que Deus concede a pecadores arrependidos. Ao contrário de nós, Deus não peca. Mas ele, de bom grado, perdoa completamente pecadores arrependidos, mesmo sem precisar que eles retribuam o favor por perdoá-lo. De fato, o Senhor bom Deus é o exemplo mais caridoso de alguém que perdoa liberalmente.

"Eu confio na misericórdia de Deus para sempre" (Sl 52,8). A misericórdia do nosso glorioso Pai Celestial nos atrai a ele e nos faz querer imitá-lo. (Ef 4,32. 5,1).

Um dos grandes mestres da espiritualidade cristã Charles de Foucauld afirmou: "Viver só para Deus. O amor é inseparável da imitação. Quem ama quer imitar: é o segredo da minha vida".

Ele escreveu: "Perdoai-nos as nossas ofensas. Não podemos pedir perdão se não perdoamos também. O perdão, como a graça, não se pede somente para si, mas para todos os homens". Foucauld acrescenta: "Essa deveria ser a finalidade de todas as nossas orações, de todas as nossas ações".

Padre Inácio José do Vale

Padre Inácio José do Vale é professor de História da Igreja no Instituto de Teologia Bento XVI (Cachoeira Paulista). Também é sociólogo em Ciência da Religião.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/quem-nao-perdoa-destroi-pontes-pelas-quais-tera-de-passar/

23 de julho de 2014

Maria Madalena encontra a si mesma ao encontrar Jesus

Santa Maria Madalena, aquela que encontra a si mesma ao se encontrar com o Senhor!

"Mulher, por que você está chorando? Quem é que você está procurando?" (Jo 20,15). Quem Maria procurava? Por que ela chorava?

Maria Madalena é a mulher mais citada no Evangelho. É a primeira que faz a experiência com o Cristo Ressuscitado. Era chamada pelos autores monásticos de "enamorada de Deus". A morte de Jesus era para ela não somente a perda de um líder ou de alguém que ela amava, mas a perda de si mesma. Dela Jesus tinha expulsado sete demônios (cf. Lc 8,2), ou seja, com Ele ela fez a experiência da libertação do mal para o encontro com a vida em Deus. 

Maria-Madalena

Na verdade, para Maria, como para todos nós, o encontro com Jesus foi o encontro com si mesma. "Deus é mais íntimo de nós que nós mesmos", dizia Santo Agostinho. Ele é tão próximo que até os fios de nossas cabeças estão contados (cf. Mt 10,30). Só na verdade de Deus é que, realmente, encontramos nossa verdade. Somente n'Ele sabemos sobre nós e nos conhecemos.

Vivemos num tempo em que os homens estão tão distantes de si que não sabem o caminho de volta para casa. Sem o encontro com o Senhor em si mesmos, eles vivem na exterioridade, distraídos em meio a tantas diversões tecnológicas, a tantos prazeres e barulhos. Santo Agostinho dizia: "Retornai para dentro do vosso coração! Onde quereis ir longe de vós? Retornai da vagabundagem que vos levou para fora do caminho; retornai ao Senhor. Ele está pronto. Primeiro, retorna ao teu coração, tu que te tornaste estranho a ti mesmo, por força de vagabundar fora; não conheces a ti mesmo e procuras aquele que te criou! Volta, retorna ao coração, separa-te do corpo. Regressa ao coração. Lá, examina o que talvez percebas de Deus, porque ali se encontra a imagem de d'Ele; na interioridade do homem habita Cristo".

Nada contra celulares e ferramentas tecnológicas de comunicação, mas a forma com que os usamos flagra a distância que temos de nós mesmos. Outrora, aquelas paradas, aqueles pequenos vazios do dia a dia eram boas oportunidades de silêncio e solidão, oportunidade de falar ao próprio coração. Hoje, esses vazios são preenchidos com aquelas breves espiadas no Facebook ou um bom momento para ver se há alguma mensagem no WhatsApp. O homem moderno não tem mais tempo para encontrar a si mesmo. Sem Deus, e nesse ritmo de exterioridade, ele vai cada vez mais longe de sua casa.

Sem o encontro com si mesmo surge a falta de sentido à vida, e com ela o desespero. "Cristo revela o homem ao próprio homem", dizia João Paulo II na Encíclica Redemptor hominis. A verdadeira espiritualidade cristã não nos distancia da própria humanidade; ao contrário, ela nos faz mais humanos. O pecado, ao contrário, nos distancia de nossa identidade, de nós mesmos.

Maria Madalena já tinha feito essa experiência. Na tradição, ela foi vista, muitas vezes, como aquela mulher flagrada em adultério (Jo 8,1-11). Enquanto os homens pegam pedras para apedrejá-la, Jesus escreve algo misterioso no chão. Talvez, ele esteja escrevendo a verdadeira identidade dela. Ele é Deus e n'Ele estava a verdade dela. Ela não é uma adúltera desprezível, mas alguém com dignidade e beleza. Jesus resgata Maria para sua verdade. Talvez seja esse o desespero dela ao procurá-Lo "entre os mortos" no terceiro dia. Se Jesus morreu, com Ele morreu Madalena, sua verdade, sua dignidade.

"Então Jesus disse: 'Maria'" (Jo 20,16). Ele pronuncia o nome daquela mulher. Ela escuta novamente seu nome e n'Ele sua verdade. A voz de Cristo, que pronuncia nosso nome, é a Palavra de Deus que resgata nossa dignidade. Esteja lá onde estiver sua dignidade denegrida, sua beleza destruída, sua identidade desfigurada pelo pecado, saiba que Cristo está vivo. Se você procurar por Ele, o Senhor restituirá seu verdadeiro nome. Maria, por sua vez, retoma quem é diante de Deus ao pronunciar "Rabonni" (Mestre). Quem é Maria? É a mulher que encontra o profundo sentido de sua vida n'Aquele que é seu Mestre e que está vivo.

"Eu Vi o Senhor!" (Jo 20, 18b), sai Maria anunciando aos discípulos de Jesus. Ele não era um fantasma irreal. Para ela, Ele é a certeza de que ela nunca mais será a mulher dos sete demônios ou uma adúltera; ela será eternamente ela mesma, simplesmente Maria Madalena.


André Botelho

André L. Botelho de Andrade Casado, pai de três filhos. Com formação em teologia e filosofia Tomista, Fundador e Moderador Geral da Comunidade Católica Pantokrator, onde vive em comunidade de vida e dedica-se integralmente à sua obra de evangelização. Contato: facebook.com/andreluisbotelhodeandrade


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/santos/maria-madalena-encontra-a-si-mesma-ao-encontrar-jesus/

21 de julho de 2014

A intimidade do casal e a realização sexual

A chave da realização sexual está na intimidade do casal

Uma das coisas mais belas e santas que Deus colocou na vida humana foi o sexo. De diversas outras maneiras, Ele poderia ter feito a procriação dos homens, mas escolheu essa forma tão íntima de relacionamento para gerar uma nova vida. Sim, o sexo é algo de Deus, algo santo, que renova a intimidade e a união do casal cada vez que acontece de maneira verdadeira. É a forma de renovar a consagração matrimonial do casal a Deus, fortalecendo também a união do marido e da esposa com Ele.

A intimidade do casal

Quando feito da maneira correta, o sexo traz uma grande realização para o casal. Eles se sentem amados, completos, satisfeitos e realizados. Mas quando feito da maneira errada, com egoísmo, gera uma terrível sensação de uso, de ter sido objeto de prazer. E isso os deixa carentes de intimidade. E todos têm essa necessidade.

Atualmente, o conceito de intimidade está um pouco deturpado. A origem dessa palavra deriva do latim intimus, um superlativo de in, "em, dentro". Ela não se define pelo caráter privado (uma pertença, propriedade pessoal), mas por ser a partilha de algo que vem do interior, algo que mostra quem realmente somos (geralmente revelado para poucos). Duas pessoas podem ter uma relação sexual intensa, mas sem intimidade. Por outro lado, um casal que não tem mais sexo pode manter uma grande intimidade nos carinhos e no diálogo. Mas o que seria, então, a intimidade sexual verdadeira?

A intimidade vem quando abrimos o nosso interior para o outro e oferecemos a ele o que realmente somos, a nossa verdade. O objetivo é nos doarmos para enriquecer o outro, para que ele seja saciado. É uma atitude de dentro para fora, que gera em nós a realização pessoal de nos entregarmos. Quando acontece a acolhida por parte do outro, surge em nós a sensação de sermos amado, de estarmos com alguém que nos quer por completo, que deseja nos conhecer de verdade, que nos ama sem barreiras, sem "joguinhos" emocionais. Isso nos faz feliz! E ainda temos o prazer como extra, como ótima consequência disso tudo. O sexo é algo muito lindo, um presente de Deus para nós.

O problema é que a sociedade tem deturpado o sentido do sexo. Nossa geração prazer-facilidade está acostumada a relacionar felicidade com o que dá boas sensações, com prazer – quanto mais rápido e fácil, melhor (se possível sem efeitos colaterais!). Fast foods, acesso rápido às informações cada vez mais superficiais e supérfluas, conforto em todos os níveis (sapatos, móveis, roupas, carros, eletrônicos), masturbação/pornografia. Tudo isso tem nos ensinado a usar das coisas para nos dar prazer. E assim temos feito com o sexo. Em vez de entrarmos na relação para nos doar e para dividir intimidade, queremos apenas nos saciar, ter prazer, ser preenchidos. Assim, usamos do outro para nosso benefício e geramos uma sensação de rejeição profunda. Unimo-nos e a alguém que, na verdade, não deseja o nosso íntimo, não está interessado em quem somos. Isso gera em nós uma frustração grande, mesmo que tenhamos tido grande prazer físico.

A chave da realização sexual está em entendermos que só poderemos ter sexo verdadeiro se este for consequência do amor (um dos motivos pelos quais a Igreja defende o sexo somente dentro do casamento – eu concordo!). O resto é só prazer. É o amor que dá sentido e faz com que a união dos corpos seja a representação de uma união interior que aconteceu antes, no convívio, no carinho, no respeito, na valorização do outro, na partilha da vida. Precisamos lutar contra o egoísmo e mudar o foco do nosso relacionamento. A felicidade está na nossa atitude, está em sermos fiéis ao que acreditamos; ela não depende da resposta do outro. Temos de nos arriscar a ser íntimos de quem amamos!


Roberta Castro

Roberta Castro é Ginecologista e especialista em terapia familiar. Coordenadora do Ministério de Música e Artes da Renovação Carismática Católica no Estado do Espírito Santo.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/vida-sexual/a-intimidade-do-casal/

18 de julho de 2014

Dicas de como driblar a dificuldade conseguir um namorado (a)

Por que, hoje, parece mais difícil conseguir um namorado (a)?

Aqui vão algumas reflexões sobre as razões pelas quais, hoje, parece ser mais difícil conseguir um namorado(a) e dicas de como driblar essa tendência atual.

- Antigamente, nossos avós e pais se casavam com menos idade. Hoje, na idade em que eles se casaram, a juventude quer curtir e ir às inúmeras festas. Então, filtre o tipo de evento que melhor lhe convém e não se entregue às facilidades e aos modismos.

Quero namorar -01

- Antes, só existia namoro sério, talvez um ou dois relacionamentos e as pessoas já optavam pelo casamento. Elas valorizavam mais o fato de estarem juntas de alguém. Em nossos dias, a sociedade minou a mentalidade sobre o que é namoro, tornando-o "descartável" tanto no sentido de terminar o relacionamento quanto ao fato de não sentir mais uma paixão frenética, ou quando o "ficar" deu ares de "fast-food" aos relacionamentos. Portanto, não aceite "ficar", e quando estiver com alguém, curta sua paixão, mas saiba que um relacionamento sobrevive mais com a construção de valores.

- No contexto social dos nossos avós, muitas vezes, eram os pais deles quem escolhiam o pretendente. Então, lhes era "poupado o trabalho" de arrumar um namorado (a). Hoje, você tem de passar pelo processo da paquera, do conhecimento do outro, tem de expressar seus sentimentos e questionamentos interiores e ter cumplicidade com ele (a). Na maioria das vezes, nada disso nos é ensinado pelos mais velhos, porque essa dinâmica é recente, ou seja, tudo depende de você! Veja, então, esse momento como um privilégio, porque você pode escolher uma pessoa.

- A estabilidade financeira que alguns procuram, para só depois entrar num relacionamento, toma tempo. O antigo costume do dote solucionava boa parte desse problema. Mas, na geração de hoje, muitos levam alguns anos se estruturando profissional e financeiramente. Saiba que você pode conciliar namoro com estudo e trabalho.

- A independência feminina é positiva, sem dúvida! Mas o que o feminismo fez foi forçar a mulher a competir com o homem naquilo que é papel dele, naquilo que os traços masculinos conseguem desempenhar melhor. Por exemplo: forçou a mulher – que tem características melhores que o homem em criar empatia e colaboração dentro de uma instituição – a ser competitiva e desenvolver certa agressividade (características masculinas para proteção), o que é próprio do ser masculino.

Então, com a mulher mais agressiva e competitiva, o homem acabou não se interessando pelo compromisso. Afinal, um elo com uma pessoa que ele não pode proteger e que vai competir com ele não lhe parece uma parceria, muito menos amor. Isso fez com que o homem perdesse um pouco da referência de sua identidade, seu papel e seu lugar no mundo.

Não que o homem tenha medo da mulher bem resolvida ou de competir com ela. O problema foi que ele se desinteressou mesmo pelo compromisso. Ainda mais com tantas facilidades no mundo de hoje, muitos homens não querem se prender a relacionamentos.

Homens, tenham iniciativa, mas não só no namoro. O cavalheirismo lhes cai bem no trabalho, com a família, em qualquer ambiente e situação. Sejam práticos onde houver a necessidade de praticidade e estejam atentos quando a sensibilidade precisar falar mais alto; e não tenham receio de compromisso! Iniciativa faz bem, porque está na sua essência.

Mulheres, sejam belas de alma, depositem amor em tudo que fizerem. E que tal aceitar a proteção e o cuidado dos homens? Ao contrário do que muitas mulheres pensam, homens apreciam mulheres inteligentes, que acrescentem algo no relacionamento por meio de suas ideias, de sua força e da união do casal.

- Os meios modernos, a rapidez em resolver as coisas trouxeram muitos benefícios. Entretanto, isso provocou no ser humano muita ansiedade. Ele quer tudo ao toque de um botão. Consequentemente, não aprendeu as gradualidades da vida. Muitos não sabem o que é "plantar para colher", investir e esperar para chegar a um resultado.

Sem iniciação, nós nos tornamos tímidos, introspectivos e reclusos em várias dimensões da vida.

No campo da afetividade, isso resulta na falta de iniciativa em ir na direção da (o) paquera para conquistá-la (o). Quase sempre ficamos na torcida para que aquela pessoa, por quem nutrimos um interesse, venha até nós, nos dê sinais ou que o céu se mova em nosso favor. Até mesmo do nosso "mundinho" e da nossa rotina é difícil sairmos para nos aventurarmos em conhecer pessoas novas. Queira sair do seu casulo!

- Hoje em dia, as pessoas não sabem se relacionar. Muitas têm receio de conversar e falar de seus pensamentos e suas experiências por medo de perder o (a) namorado (a) e de não serem compreendidas devido às suas feridas colecionadas durante a vida por causa de relacionamentos antigos. Ou, então, entram "de cabeça", principalmente na área sexual.

Ao optarem por morar juntos, não cultivam as gradativas etapas de conhecimento um do outro, não prezam por descobrir se há cumplicidade, não protegem o que há de mais sagrado em si mesmos nem a sua capacidade de amar, aumentando a carência e as feridas no coração.

Viva a castidade, virtude pela qual, naturalmente, se sublima todo e qualquer tipo de relacionamento: amizade, namoro, família, profissão… Ainda cultivando o domínio e o amor próprio.

É claro que podem existir outros fatores e muitos não se encaixarão nesses citados. Minha intenção foi fazer uma análise geral da sociedade, por isso não se sinta na obrigação de se ver num desses argumentos. Contudo, eles podem lhe servir também para uma reflexão pessoal.

Sandro Arquejada

Sandro Aparecido Arquejada é missionário da Comunidade Canção Nova. Formado em administração de empresas pela Faculdade Salesiana de Lins (SP). Atualmente trabalha no setor de Novas Tecnologias da TV Canção Nova. É autor do livro "Maria, humana como nós" e "As cinco fases do namoro". Também é colunista do Portal Canção Nova, além de escrever para algumas mídias seculares.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/dicas-de-como-driblar-a-dificuldade-conseguir-um-namorado-a/

16 de julho de 2014

Qual o verdadeiro significado do Escapulário?

Muitas pessoas utilizam o escapulário por modismo ou simplesmente porque outros o usam, mas qual é o verdadeiro significado dele? 

Muitas pessoas usam o escapulário ou outros objetos de devoção sem saber o seu verdadeiro significado, pior ainda quando o usam como um amuleto, algo mágico que "dá sorte", que livra de "mau olhado" ou coisa semelhante. Como se o verdadeiro sentido não viesse do coração daquele que usa tal objeto, o qual, conhecendo o seu verdadeiro significado, o usa para sinalizar algo que está em seu íntimo, em sua fé, em seus propósitos e em sua conversão. Muitos usam cruzes, medalhinhas, terços e vários escapulários de Nossa Senhora do Carmo como modismo, porque todo mundo está usando ou aquele artista usou na novela. Mas qual o verdadeiro significado do escapulário?

Qual o verdadeiro significado do Escapulario

O escapulário ou bentinho do Carmo é um sinal externo de devoção mariana, que consiste na consagração a Santíssima Virgem Maria, por meio da inscrição na Ordem Carmelita, na esperança de sua proteção maternal. O escapulário do Carmo é um sacramental. No dizer do Vaticano II, "um sinal sagrado, segundo o modelo dos sacramentos, por intermédio do qual significam efeitos, sobretudo espirituais, que se obtêm pela intercessão da Igreja". (SC 60)

"A devoção do escapulário do Carmo fez descer sobre o mundo copiosa chuva de graças espirituais e temporais". (Pio XII, 6/8/50).

A devoção ao escapulário de Nossa Senhora do Carmo teve início com a visão de São Simão Stock. Segundo a tradição, a Ordem do Carmo atravessava uma fase difícil entre os anos 1230-1250. Recém-chegada à Europa como nômade, expulsa pelos muçulmanos do Monte Carmelo, a Ordem atravessava um período crítico. Os frades carmelitas encontravam forte resistência de outras ordens religiosas para sua inserção. Eram hostilizados e até satirizados por sua maneira de se vestir. O futuro dos carmelitas era dirigido por Simão Stock, homem de fé e grande devoto de Nossa Senhora.

O escapulário era um avental usado pelos monges durante o trabalho para não sujar a túnica. Colocado sobre as escápulas (ombros), o escapulário é uma peça do hábito que ainda hoje todo carmelita usa. Com o tempo, estabeleceu-se um escapulário reduzido para ser dado aos fiéis leigos. Dessa forma, quem o usasse poderia participar da espiritualidade do Carmelo e das grandes graças que a ele estão ligadas; entre outras o privilégio sabatino. Em sua bula chamada Sabatina, o Papa João XXII afirma que aqueles que usarem o escapulário serão depressa libertados das penas do purgatório no sábado que se seguir a sua morte. As vantagens do privilégio sabatino foram ainda confirmadas pela Sagrada Congregação das Indulgências, em 14 de julho de 1908.

O escapulário é feito de dois quadradinhos de tecido marrom unidos por cordões, tendo de um lado a imagem de Nossa Senhora do Carmo, e de outro o Coração de Jesus, ou o brasão da Ordem do Carmo. É uma miniatura do hábito carmelita, por isso é uma veste. Quem se reveste do escapulário passa a fazer parte da família carmelita e se consagra a Nossa Senhora. Assim, o escapulário é um sinal visível da nossa aliança com Maria. É importante destacar algumas atitudes que devem ser assumidas por quem se reveste desse sinal mariano:

Colocar Deus em primeiro lugar na sua vida e buscar sempre realizar a vontade d'Ele.
• Escutar a Palavra de Deus na Bíblia e praticá-la na vida.
• Buscar a comunhão com Deus por meio da oração, que é um diálogo íntimo que temos com Aquele que nos ama.
• Abrir-se ao sofrimento do próximo, solidarizando-se com ele em suas necessidades, procurando solucioná-las.
• Participar com frequência dos sacramentos da Igreja, da Eucaristia e da confissão, para poder aprofundar o mistério de Cristo em sua vida.

Eu fui revestido com o escapulário, no dia 16 de julho de 1996, quando estava no noviciado da Canção Nova. Nesse dia, consagrei minha afetividade e sexualidade aos cuidados da Virgem Maria, que pode contar sempre com os meus esforços e abertura de coração para ser digno de receber as graças dessa santa devoção.


Referência: Província Carmelitana


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/nossa-senhora/devocao-nossa-senhora/qual-o-verdadeiro-significado-do-escapulario/

14 de julho de 2014

Oito dicas para corrigir uma pessoa

Como corrigir uma pessoa sem ofendê-la nem desanimá-la
Com algumas pessoas, pode ser que uma abordagem direta funcione melhor. Os passos a seguir podem ajudá-lo a ser mais objetivo e eficaz sem ser ofensivo.
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1. Escute primeiro
Não comece a dar lições de moral ou a criticar as atitudes de alguém sem antes lhe perguntar por que agiu de tal maneira. Verifique se ele tem noção das consequências de suas atitudes. Deixe que se explique e até mesmo se desculpe. Você pode se surpreender com o que vai ouvir.
2. Aconselhe de maneira a encorajar; nunca a desanimar
Comece levantando a autoestima da pessoa, ajude-a a perceber o que ela tem de bom. Fale de suas qualidades e de seus acertos. Ponha em destaque o que ela fez de positivo. Depois, ajude-a a detectar o erro, corrija-a e aconselhe-a. Então, reafirme a sua confiança na capacidade que ela tem de agir bem. Encoraje-a.

3. Ofereça apoio

Esclareça suas intenções. Diga o quanto a estima, o quanto deseja vê-la acertar e que, justamente por isso, está ali para apoiá-la a agir bem.
4. Não force nem fique insistindo para que siga seus conselhos
Permita que a pessoa se decida a fazer o que é certo, porque está convencida disso, não porque se sentiu apanhada em flagrante e agora não tem outro recurso senão agir de outro modo. As pessoas amadurecem e se tornam melhores quando são persuadidas a abandonar o erro, mas ficam ressentidas e se tornam obstinadas quando agem por constrangimento.

5. Se a pessoa mostrar abertura, ajude-a a encontrar a solução
Não assuma ares de mestre ou de salvador da pátria. Isso coloca os outros na defensiva. Seja simples e humilde ao dar sua opinião e ajude o outro a encontrar uma saída. Reconheça que já errou e também precisou ser ajudado. Se possível, use exemplos do que foi feito em outras ocasiões para resolver um problema semelhante. Assim que a pessoa descobrir uma solução viável, mostre sua aprovação e incentive-a a agir o quanto antes.

6. Seja discreto

Ninguém gosta de ver a própria incompetência, os erros ou as maldades apontados publicamente. As pessoas se sentem julgadas quando são corrigidas diante de outras pessoas. Portanto, converse em particular e ponha o acento mais na solução do que no problema.
7. Peça um feedback
Deixe que o outro faça uma avaliação daquele momento de diálogo e diga como se sentiu com a conversa, o que entendeu do que ouviu, o que pretende fazer a partir de então e como está se sentindo em relação a você. É a sua chance de eliminar qualquer mal-entendido.

8. Crie entusiasmo

Entusiasmar é inspirar o desejo de viver bem. As pessoas passam por períodos da vida em que se sentem desacreditadas, perdidas, desanimadas e inseguras. Não têm o entusiasmo necessário para romper os sentimentos que as prendem e as impedem de fazer todo o bem que poderiam e gostariam de realizar. Então, valorize, elogie, incentive, faça festa e vibre cada vez que um amigo seu aceitar um conselho e se dispuser a mudar, a corrigir um vício, a se tornar um ser humano melhor.
Conheça o livro "Como se dar bem com quem você quer bem", de Márcio Mendes.
Márcio Mendes
marciomendes@cancaonova.com Missionário da Comunidade Canção Nova, formado em teologia, autor dos livros "Quando só Deus é a resposta" e "Vencendo aflições, alcançando milagres".

Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/amizade/oito-dicas-como-corrigir-uma-pessoa/

11 de julho de 2014

Artigo mostra a relação materna dentro da SSVP

Como posso falar das mães que se tornaram santas, principalmente as que fazem parte da história da Família Vicentina, depois de termos como nossa mãe a 
Mãe de Deus? Foi o próprio Jesus, ainda na cruz, quando viu sua mãe e, ao lado dela o discípulo que Ele mais amava, que disse: "Mulher, eis o teu filho!". Depois disse ao discípulo João: "Eis aí tua Mãe!" (Jo 19, 26-27). 
Maria concebeu por meio da obra do Divino Espírito Santo e, assim, tornou-se exemplo para todas as mulheres que querem dizer 'Sim' aos propósitos de Deus. Como Mãe de Jesus e esposa de Deus Pai, não desfez sua pureza, foi sempre virgem e Santa ao lado do seu castíssimo esposo, José.
Assim como Maria, outras mães se tornaram santas, passando por martírios e grandes sofrimentos, chegando a dar a própria vida para salvar a vida do filho do pecado ou da morte.
Mônica de Hipona rezou durante 30 incansáveis anos pela conversão do seu filho Agostinho, sua fé inabalável e oração fervorosa a santificaram. Morreu no mesmo ano da conversão dele. Estes são Santa Mônica e Santo Agostinho. 
Também Luísa de Marillac se dedicou ao serviço da caridade e à religiosidade. Forçada pela família a se casar contra a sua vontade, obedeceu aos pais. Seu casamento durou pouco, foi só o tempo de se tornar mãe, pouco depois o esposo veio a falecer.
Desde então, ela se dedicou ao filho e aos trabalhos da Igreja, cuidando das pessoas carentes. Foi aí que conheceu padre Vicente de Paulo e, aliando-se a ele na caridade, depois de algum tempo, se torna Irmã de Caridade. Hoje, Santa Luísa de Marillac.
A consócia Gianna Beretta Molla, menos conhecida, se fez santa pelo seu amor de Mãe. Nasceu em Magenta, Itália, a 4 de outubro de 1922; ainda adolescente acolhe o dom da fé e a educação cristã, recebida de seus pais. Confiante na Providência e na eficácia da oração, mesmo na época quando cursava Medicina, demonstrava sua fé no compromisso generoso de apostolado entre os jovens da ação católica, fazendo parte da Conferência São Martinho da qual foi secretária atuante. Formou-se médica e se especializou em pediatria, em Milão, no ano de 1952 e, dentre seus pacientes, deu grande atenção às mães, crianças, idosos e Pobres. 
Ser médica para a consócia Gianna era uma missão. Pensava em tornar-se missionária no Brasil, mas optou pelo matrimônio, que abraçou com entusiasmo, assumindo com total doação "para formar uma família realmente cristã". Casou-se em 24 de setembro de 1955, transformando-se em mulher totalmente feliz. Entre novembro de 1956 e 1959, teve três filhos, porém no segundo mês da sua quarta gestação, vê-se diagnosticada com um tumor maligno no útero. Antes de ser operada, sabendo do grave perigo para a gravidez, suplica ao cirurgião que salve a vida que traz em seu ventre e entrega-se à Divina Providência e à oração.
Com o feliz sucesso da cirurgia, agradece intensamente a Deus a salvação da vida do filho. Passa os sete meses que a distanciam do parto com a mesma dedicação de mãe e de médica. Receia e teme que a criança possa nascer doente e suplica a Deus que isto não aconteça. 
Pouco antes do parto, está pronta a sacrificar sua vida para salvar a do filho: "E se tiver que decidir entre mim e o filho, que salve a criança". Na manhã de 21 de abril de 1962 nasce Gianna Emanuela. Apesar dos esforços para salvar as vidas de ambas, na manhã do dia 28 do mesmo mês, com muita dor, aos 39 anos, após ter repetido a jaculatória "Jesus eu te amo, eu te amo", ela faleceu.
No ano de 1994, o Papa João Paulo ll declara beata a consócia Gianna Beretta Molla durante o Ano Internacional da Família. Dez anos depois, ela se torna a primeira santa leiga vicentina ao ser reconhecida como a "mártir do amor maternal", tendo sido canonizada pelo Papa João Paulo ll, no dia 16 de maio de 2004.
Certamente, se procurarmos, encontraremos muitas outras mães santas por terem sido canonizadas pela Igreja, porém, ao analisarmos com carinho, enxergaremos em cada casa a 'santa' que Deus deu a cada filho, para protegê-lo, ampará-lo e interceder junto ao Pai por sua vida.
Ser Mãe é um dom dado por Deus. Parabéns a todas as mães!


Confrade João Gonçalves Estevam!
Conselho Metropolitano de Belo Horizonte