"Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade." 1Cor 13,13. Idealizado e Criado em 13/05/2006.
11 de julho de 2014
Artigo mostra a relação materna dentro da SSVP
10 de julho de 2014
Os casais de segunda união não devem se afastar da Igreja
Os casais de segunda união podem e devem participar da Igreja
Para a Igreja, no conceito jurídico, a relação de um casal é considerada um segunda união quando um deles ou ambos receberam o sacramento do matrimônio, passaram pela separação e, por conseguinte, pelo divórcio; unindo-se, então, a uma outra pessoa. Já no conceito pastoral, os elementos de uma segunda união para a Igreja são: a vontade firme de formar uma nova e séria união responsável e aberta para a vida e a estabilidade do casal, isto é, um estado permanente, sobretudo, com o elemento mais importante, que é percorrer um caminho de vida cristã.
A Igreja tem um serviço pastoral chamado Tribunal Eclesiástico. O casal, que está nessa situação de unir-se pela segunda vez a outra pessoa, deve procurar o seu pároco, conversar com ele, contar-lhe como aconteceu a sua separação, como era sua vida antes do matrimônio, no dia do casamento e mostrar-lhe os fatos. Ele [o padre], conforme os fatos, poderá orientá-los a consultar esse Tribunal. Esse processo é importante para a tranquilidade e a paz de ambos; é um direito deles, pois se a Igreja declara o matrimônio nulo, as portas podem ser abertas para um outro casamento.
Eu estava numa paróquia, no interior do Rio Grande do Sul, chamada Bandeirantes. Lá, a maioria dos casais vivia nessa situação. Então, ninguém podia comungar. As parábolas da Divina Misericórdia, assim com as do bom samaritano, dizem que, diante de uma pessoa em necessidade, (não se duvida disso), deve-se fazer alguma coisa para ajudá-la, assim como Jesus o fez. Essas são as duas preocupações da Igreja: a realidade e o jeito de Jesus. Mas qual o jeito, hoje, da Igreja? Essa é uma realidade nova para ela. Só depois do Concílio Vaticano II é que se começou a refletir sobre esse assunto. Antes, nem se cogitava sobre isso; era um capítulo fechado na Igreja. Mas, após o Concílio, começaram-se os estudos e a abertura para os casais de segunda união.
Deus ama o ser humano com um amor indissolúvel, eterno e fiel, e é por meio do sacramento do matrimônio que Ele faz uma aliança indissolúvel e fiel também com o casal. A segunda união rompe essa aliança, e aí está o impedimento: esses casais não podem se confessar nem receber a comunhão.
O Papa João Paulo II fala que eles podem e devem participar da vida da Igreja, porque o divórcio não lhes tira a fé nem o valor do batismo. Eles pertencem à Igreja, por isso têm o direito de fazer dela sua casa, sua tenda, de sentirem-se bem dentro dela como em suas casas e de serem acolhidos como irmãos.
Os casais de segunda união podem e devem participar da Igreja. Eles são incentivados a ter uma vida cristã e, por último, ter grande esperança, consolo, conforto e uma firme confiança nela.
Como afirma o saudoso Pontífice, eles esperam o momento que a Divina Providência reconhece a graça da conversão e da salvação. João Paulo II proclama também, em sua Exortação Apostólica Familiaris Consortio, nº 84: "Com firme confiança, a Igreja crê que, mesmo aqueles que se afastaram dos mandamentos do Senhor e vivem atualmente nesse estado, poderão obter de Deus a graça da conversão e da salvação, se perseverarem na oração, na penitência e na caridade".
Padre Luciano Scampini
Sacerdote da Arquidiocese de Campo Grande
8 de julho de 2014
Eduque seus filhos com valores cristãos
Educar os filhos é formar bons cristãos e honestos cidadãos
A Igreja ensina que os primeiros catequistas dos filhos são os pais. É no lar que estes se tornam cristãos. Por isso, é preciso que os pais vivam a fé católica, conheçam a doutrina cristã, frequentem os sacramentos, leiam com os filhos a Palavra de Deus, cultivem a moral católica e rezem com eles em casa.
São Paulo ensina aos romanos que "a fé entra pelo ouvido". "E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão falar, se não houver quem pregue?" (Rom 10,15). É ouvindo os ensinamentos cristãos dos pais que os filhos vão sendo doutrinados na fé. É no colo da mãe e do pai que os filhos aprendem a crer em Deus, a respeitar tudo o que é sagrado, a rezar o santo terço, a amar a Virgem Maria, os anjos e os santos. É com os pais que os filhos devem aprender as verdadeiras bases da nossa fé, os doze artigos do Credo, os sete sacramentos, os dez mandamentos e a maneira correta de viver a vida como cristãos.
Dom Bosco dizia que educar os filhos é "formar bons cristãos e honestos cidadãos". Nem sempre a escola dá às crianças uma educação moral correta. Dá-nos arrepios quando lemos que os governantes querem colocar, nas escolas, ensinamentos morais que contradizem a fé católica, ensinando, por exemplo, uma deseducação sexual, sem castidade e sem pudor. Que tristeza saber que muitas escolas ensinam os jovens a usar "camisinha"! Algumas chegam a colocar máquinas para distribuir os preservativos aos jovens, fomentando a promiscuidade e a vivência sexual fora do plano de Deus. É por isso que os pais precisam ficar muito atentos sobre tudo o que seus filhos estão aprendendo e vendo nas escolas hoje. Há cartilhas sobre "educação sexual", em algumas escolas públicas, que são verdadeiras aberrações.
Para que os pais possam passar a seus filhos a boa educação católica é preciso amá-los de todo coração, gastar tempo com eles, aceitar renunciar aos seus momentos de diversão para estar com eles. Sem isso, não será possível conquistá-los nem educá-los como precisam; e sem conquistá-los, não será possível falar das coisas de Deus para eles de maneira convincente. O filho que não gosta do pai, porque é maltratado e humilhado por ele, não pode aprender a amar Deus. O pai da terra é a primeira noção que o filho tem do Pai do céu.
Os pais devem aproveitar os momentos de convívio – na hora do almoço e do lanche, nas conversas e nos passeios – para moldar a fé e o comportamento dos filhos segundo a fé da Igreja. Os pais devem ensinar aos filhos as boas maneiras, o respeito com cada pessoa, especialmente com os mais velhos, com os deficientes e pobres. É no lar que a criança precisa aprender o que é caráter, honradez, justiça, amor, pureza, bondade, desprendimento e humildade. É em casa que os pequenos aprendem a dizer sempre a verdade e a trabalhar. Enfim, o lar deve ser a primeira escola de virtude e de bons valores. O povo diz, com sabedoria, que "filho de peixe peixinho é".
O livro do Eclesiástico, no capitulo 30, ensina como os pais devem educar os filhos. "Aquele que dá ensinamentos a seu filho será louvado por causa dele" (v.2). "Um cavalo indômito torna-se intratável, uma criança entregue a si mesma torna-se temerária" (v.8). "Não lhe dê toda liberdade na juventude, não feches os olhos às suas extravagâncias" (v. 11).
Os educadores são unânimes em dizer que educamos os filhos muito mais pelos exemplos do que pelas palavras. Então, os pais devem ter todo o cuidado com o seu comportamento diante dos filhos. Se ele mente, o filho aprende a mentir; se fala palavrões, o filho os repete; se a mãe é preguiçosa e desleixada, a filha a imita; se os pais rezam, os filhos rezam, naturalmente, sem dificuldade.
Disso tudo, vemos a importância que a família tem na formação na criança. E que dizer de muitas crianças que não tem um pai a seu lado, porque este abandonou a família? A base de tudo é a família. O filho tem o direito de ter um pai, uma mãe, um lar, ser amado e educado com todo amor.
Felipe Aquino
Prof. Felipe Aquino @pfelipeaquino, é casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br
2 de julho de 2014
A importância dos laços de amizade
A necessidade dos laços de amizade para o desenvolvimento humano
"Quem encontrou um amigo encontrou um tesouro!" A vida é feita de momentos recheados de experiências humanas que fazemos uns com os outros.
Quando bebês, a primeira pessoa que nos socializa é nossa mãe; em seguida, nosso pai ou aquelas pessoas que cuidaram de nós. São eles quem nos dão a primeira oportunidade de sairmos do contato com o nosso mundo particular e nos inserirmos num mundo coletivo, de várias experiências.
São esses contatos que nos possibilitam as primeiras relações sociais e com elas os laços de amizade vão se formando.
Com amigos aprendemos também outros valores, criamos habilidades de relacionamento, de interação e estabelecimento de vínculos que podem durar por toda a vida.
Busquei várias definições para amizade e umas delas chamou-me bastante à atenção: "Entende-se a amizade como uma interação íntima, espontânea e recíproca entre duas pessoas, caracterizada por um forte componente afetivo (Bukowski e cols., 1996)."
Amizade é aquele ato que temos fora do círculo familiar, ou seja, que construímos a partir das relações com outras pessoas; certamente, é um processo importante, até porque somos constituídos de dimensões variadas, ou seja, uma dimensão afetiva, biológica, cognitiva e sociocultural, todas inter-relacionadas e que surgem a partir do contato com outras pessoas e outros contextos.
Em cada etapa da vida os amigos aparecem de uma maneira. Na adolescência, é gritante a forma como a amizade toma um papel diferencial no contato com o outro. Os amigos são tão importantes e influentes, que o jovem, a depender das escolhas que faz, pode seguir por caminhos positivos ou negativos.
Na infância, amigos podem ter um papel de troca de experiência, de brincadeira, afeto e divertimento. Com o crescimento da criança, começam os laços de confiança, lealdade e intimidade, tendo em vista interesses comuns, bem como comprometimento tanto para manter como para criar novas amizades. Incluem-se, nessas amizades, a competição e os conflitos típicos. (Bukowski e cols., 1996; Hartup, 1999)
Nas amizades, exercitamos o perdão, a caridade, o sair de si para ajudar o outro, fato que está tão esquecido numa sociedade egoísta e autocentrada. Nosso grande desafio é o cultivo de amizades sadias, que podem ter um efeito positivo em nossa vida. Amigos não só elogiam; amigos verdadeiros falam também as verdades que podem doer, mas são aqueles com quem podemos contar, rir, desabafar, chorar, ser apoio e nos apoiar.
Amigos de verdade nos entendem apenas com um olhar, pois sabem de nossa essência; e como nos diz a citação: "Quem tem um amigo encontrou um tesouro!".
Fica um convite para você: mande um "olá" para aquele seu grande amigo ou amiga, estando ele perto ou longe! Certamente, você fará o dia dele ser diferente!
Elaine Ribeiro
Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica e Organizacional, colaboradora da Comunidade Canção Nova. Blog: temasempsicologia.wordpress.com Twitter: @elaineribeirosp
Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/amizade/lacos-de-amizades/
30 de junho de 2014
Povo brasileiro, campeão?
A conquista do hexa não será, obviamente, a garantia de que o povo brasileiro se tornará campeão. É preciso muito mais para que o Brasil saia vitorioso.
O futebol do Brasil é o único que se fez representar em todas as Copas do Mundo e, nesta história, pela primeira vez, o povo brasileiro tem a oportunidade para dar um tratamento diferente ao megaevento esportivo, justamente quando é realizado aqui. Em outras ocasiões, comentava-se o risco de manipulação governamental em proveito próprio e de interesses partidários. Mas, neste Mundial de 2014, cresce a esperança de que a sociedade avançará em suas análises políticas e avaliações de impactos sociais. Nesse exercício, devem ser incluídas as reflexões sobre gastos bilionários em detrimento de necessidades básicas urgentes na infraestrutura. Também é importante saber separar a euforia do torcedor das avaliações sobre os políticos e a política partidária. Afinal, a conquista do hexa não será, obviamente, a garantia de que o povo brasileiro se tornará campeão.
A competitividade esportiva, além do divertimento e do entusiasmo da festa, por sua força educativa própria, é metáfora rica com indicações para o comportamento cidadão que almeja uma condição campeã. Há, pois, sinalização concreta de amadurecimento popular nessa etapa nova dos desdobramentos políticos e sociais no Brasil. A Copa do Mundo tem data fixada para acabar e, evidentemente, a vitória brasileira será motivo de alegria para o povo. Contudo, não garante os mais significativos avanços na busca das vitórias necessárias e urgentes, quando se considera os enormes desafios a serem vencidos para mudar cenários desoladores que mancham a pátria amada.
Terminada a Copa, o povo brasileiro tem ainda um longo caminho a percorrer em busca de sua indispensável condição campeã no tratamento dos pobres, na superação da exclusão social vergonhosa, na grande concentração das riquezas e do dinheiro nas mãos de uma minoria, entre outros desafios. Encontrar um novo modo de se fazer política no Brasil, de maneira mais civilizada, lúcida, propositiva, sem demagogias, em diálogo com a população, também é meta a ser alcançada. E esse caminho não será percorrido sem que a sociedade brasileira paute suas ações a partir de inequívoca reciprocidade, baseada em princípios e valores que reconhecem o bem moral como condição indispensável para a estruturação da vida social e política.
Percebe-se que a batalha é grande. A corrupção endêmica que tempera funcionamentos institucionais, governamentais, condutas individuais, precisa de um tratamento extremamente incidente. As eleições de 2014 precisam ser marcadas pelo exercício cidadão de buscar corrigir os rumos do país. Na contramão desse caminho, a oportunidade de mudanças mais profundas será entregue de "mão beijada" aos produtores de uma política inócua. É fundamental uma reeducação a partir do gosto pela verdade, capaz de promover uma grande mudança cultural. Deste modo, será possível até mesmo o enfrentamento da postura irônica de considerar serem politicamente corretas as falsas posturas, que objetivam captar a simpatia do cidadão para se alcançar certos objetivos e, em seguida, após conquistá-los, ignorar completamente os anseios do povo.
Gostar da verdade ainda é um enorme desafio na configuração da sociedade. Trata-se de imprescindível condição para se formar um tecido cultural mais consistente e, consequentemente, uma capacidade para lidar de modo mais nobre com a liberdade e com a justiça. Só a plena verdade sobre o homem, vivida no tratamento da vida cotidiana, permite a superação de uma visão distorcida do que é justo, abrindo o horizonte daqueles que estão nas cortes, instâncias governamentais, nos diversos campos profissionais, nas relações familiares e interpessoais, para a solidariedade e o amor.
Os elogios à receptividade brasileira aos visitantes estrangeiros é o sinal de que as praças esportivas, embora chamadas de "arenas", as ruas e todos os lugares devem ser espaços de acolhida, ambientes para o intercâmbio civilizado e construtivo. Permanecerá o desafio de, terminado o Mundial, conservar no coração do povo brasileiro essa abertura para o encontro, impulsionando um caminho novo de solidariedades e revisões profundas das desigualdades. Enquanto não se conseguir eliminar a exclusão social, vergonhosa entre nós, não se vencerá a violência crescente. O sistema social em que vivemos é injusto na sua raiz. É indispensável continuar a luta contra a idolatria do dinheiro e outros males para que a cultura da vida com seus valores e tradições seja salva. Com ou sem o hexa, conta é que seja o povo brasileiro campeão.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
O Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma, Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico (Roma, Itália). http://www.arquidiocesebh.org.br
Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/povo-brasileiro-campeao/
26 de junho de 2014
Como fazer do seu cônjuge o seu amigo
Seja o melhor amigo do seu cônjuge
Ser amigo é criar laços. A amizade é uma fonte que não retém a água para si, mas a compartilha espontaneamente. É a descoberta dos corações. Nós não nascemos para viver só. Quis Deus que o homem fosse um ser social; logo, deveria conviver com pessoas, criar laços, oferecer espontaneamente a água da amizade que jamais deveria ser retida. Essa circunstância torna-se uma necessidade no relacionamento a dois, em especial na preservação do casamento.
Fortalecer os laços de amizade deveria ser um dos principais compromissos para quem está namorando. É no relacionamento a dois que os pares aprendem a construir uma relação de confiança, guardar segredos um do outro, estar disponível para ele, exortá-lo(a) se for preciso, exercer habilidades necessárias para sentir-se e ser amigo. Assim sendo, é muito mais fácil chegar ao noivado e ao casamento acompanhado de um amigo(a).
Quando o relacionamento a dois alcança a dimensão da amizade, de ser um para o outro, o ombro amigo já está dentro de casa, não está fora. Os parceiros, mesmo ainda na fase do namoro, não precisam buscar tanto em outros colegas alguém que os escute, os aconselhe e oriente.
É importante chegar ao altar com alguém que vai dividir despesas, honrar compromissos, enfrentar chuva e sol, porém com leveza, apoiados na amizade um do outro. A Palavra de Deus nos diz: "Quem encontrou um amigo encontrou um tesouro". Imagine esse tesouro dentro do próprio casamento. "Amigo fiel é poderosa proteção; quem o encontrou, encontrou um tesouro. Ao amigo fiel não há nada que se compare, pois nada equivale ao bem que ele é" (Eclesiástico 6,14-15). O casamento para manter-se precisa que o laço existente entre o marido e a mulher já estejam criados e fortalecidos. Se não, será como folha no deserto, que o vento espalha.
A sexualidade não é suficiente para estimular o matrimônio a produzir o diálogo, as partilhas até de madrugada, a deixar o seu coração ansioso para chegar em casa, porque sabe que lá você tem alguém em quem confia e é seu amigo. Portanto, assim como o Dia dos Namorados deveria ser todos os dias no matrimônio, o Dia do Amigo também.
"Amizade", em latim, é amicus; amigo que, possivelmente, derivou de amore, "amar", uma relação entre duas pessoas. O nosso cônjuge pode ser, sim, nosso amigo; contudo, trata-se de um assunto delicado.
Há casamentos que se distanciam do seu propósito e se tornam puramente uma relação de amigos ou vizinhos quando se encontram no elevador ou na Igreja. Não é bem sobre isso que estamos refletindo; estamos nos referindo ao relacionamento a dois e, nele, permanecer marido e mulher amigos. Seria tão necessário que todos os casais aprendessem que "o verdadeiro amigo é aquele que chega quando o resto do mundo já se foi".
Nós cônjuges podemos ser amigo um para o outro. Costumo dizer ao meu esposo: "Escute-me, pois só você pode dizer para mim o que não tenho coragem de ouvir dos outros e vice-versa". Na medida certa, sem mudar a função nem os papéis, sempre será possível ao nosso cônjuge ser o nosso grande amigo.
Respeito a privacidade do outro, a lealdade dele, a sua verdade, cumplicidade e disponibilidade. Respeito o seu amor, o seu prazer e seu lazer, seu reconhecimento, elogio, sua motivação, fé e oração.
O que mais seria preciso em nosso relacionamento? Apenas a certeza de que todas essas habilidades bem exercidas no namoro, no noivado e, consequentemente, no casamento produzirão uma boa amizade entre os parceiros. Para isso, reserve, ainda hoje, um tempo para cuidar dessa área do seu casamento.
Judinara Braz
Administradora de Empresa com Habilitação em Marketing. Psicóloga especializada em Abordagem e Análise do Comportamento Autora do Livro Sala de Aula, a vida como ela é. Diretora Pedagógica da Escola João Paulo I – Feira de Santana (BA).
Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/amizade/como-fazer-do-seu-conjuge-o-seu-amigo/
24 de junho de 2014
O que a Igreja diz sobre casais em segunda união
Os casais em segunda união e o acesso aos sacramentos
Na Exortação Apostólica Familiaris Consortio (Sobre a família), o Papa João Paulo II deixou a posição da Igreja sobre os casais em segunda união; e o Catecismo da Igreja registra a mesma posição.
O Papa disse que, por motivos diversos, como incompreensões recíprocas, dolorosamente alguns matrimônios válidos sofrem uma fratura, muitas vezes, irreparável. A comunidade, diz o Papa, deve ajudar o cônjuge abandonado, com estima, solidariedade e compreensão, de modo que lhe seja possível conservar a fidelidade e a disponibilidade para retomar, eventualmente, a vida conjugal anterior.
É também o caso do cônjuge vítima de divórcio. Conhecendo bem a indissolubilidade do vínculo matrimonial válido, ele não se deixa arrastar para uma nova união, empenhando-se, ao contrário, unicamente no cumprimento dos deveres familiares e na responsabilidade da vida cristã.
João Paulo II diz que a Igreja, instituída para conduzir à salvação todos os homens, não pode abandonar aqueles que, unidos já pelo vínculo matrimonial sacramental, procuraram passar a novas núpcias.
O Papa pediu que a comunidade de fiéis ajude os divorciados, para que eles não se considerem separados da Igreja, podendo, ou melhor, devendo, enquanto batizados, participar da vida dela. "Sejam exortados a ouvir a Palavra de Deus, a frequentar o Sacrifício da Missa, a perseverar na oração, a incrementar as obras de caridade e as iniciativas da comunidade em favor da justiça, a educar os filhos na fé cristã, a cultivar o espírito e as obras de penitência para, assim, implorar, dia a dia, a graça de Deus. Reze por eles a Igreja, encoraje-os, mostre-se mãe misericordiosa e sustente-os na fé e na esperança".
O Santo Padre disse também: "A Igreja, contudo, reafirma a sua práxis, fundada na Sagrada Escritura, de não admitir a comunhão eucarística aos divorciados que contraíram nova união. Não podem ser admitidos, no momento em que o seu estado e condição de vida contradigam objetivamente aquela união de amor entre Cristo e a Igreja, significada e atuada na Eucaristia. Há, além disso, um outro peculiar motivo pastoral: se essas pessoas forem admitidas à Eucaristia, os fiéis serão induzidos ao erro e à confusão acerca da Doutrina da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimônio.
A reconciliação pelo sacramento da penitência, que abriria o caminho ao sacramento eucarístico, pode ser concedida só àqueles que, arrependidos de ter violado o sinal da aliança com Cristo e da fidelidade a Ele, estejam sinceramente dispostos a uma forma de vida não mais em contradição com a indissolubilidade do matrimônio. Isso tem como consequência, concretamente, que quando o homem e a mulher, por motivos sérios – por exemplo, a educação dos filhos – não se podem separar, «assumem a obrigação de viver em plena continência, isto é, de abster-se dos atos próprios dos cônjuges».
O Catecismo da Igreja diz que:
"A Igreja, por fidelidade à Palavra de Jesus Cristo – "Todo aquele que repudiar sua mulher e desposar outra comete adultério contra a primeira; e se essa repudiar seu marido e desposar outro comete adultério" (Mc 10,11-12) –, afirma que não pode reconhecer como válida uma nova união se o primeiro casamento foi válido. Se os divorciados tornarem a casar-se no civil, ficarão numa situação que contrariará objetivamente a lei de Deus; portanto, não poderão ter acesso à comunhão eucarística enquanto perdurar essa situação. Pela mesma razão, não poderão exercer certas responsabilidades eclesiais" (n.1651).
A Igreja sabe que é grande o sofrimento desses casais. Há, no entanto, a possibilidade de se verificar, nos Tribunais da Igreja, se o primeiro casamento rompido foi válido ou não.
Felipe Aquino
Prof. Felipe Aquino @pfelipeaquino, é casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br