30 de maio de 2014

Quem cometeu suicídio está condenado?

O suicídio não é querido por Deus, porque Ele é o Senhor da vida

Primeiro e antes de tudo, precisamos ter claro que o nosso Deus é o Deus da vida – "escolha, pois, a vida e viverás" (Dt 30). Não é à toa que Ele é chamado é de Criador, pois criou todas as coisas. E como é bom ler a narrativa da criação e ouvir que o Senhor contemplou a Sua obra e viu que tudo era bom! (cf. Gn 1,25). Por fim, ao criar o ser humano, o homem viu que era muito bom (Gn 1,31). Ou seja, a pessoa humana, o homem criado por Deus é muito bom, a criação do homem foi algo bom que o Senhor fez, por isso possui valor, dignidade e nobreza, porque foi querido e criado por Ele.

Sendo assim, todo atentado contra a vida humana é um mal, um pecado grave. Isso nos ensina o Catecismo, porque viola algo sagrado: a vida do homem. E esta é um dom, um valor, uma graça que veio do Alto, por isso ninguém tem o direito de tirá-la de alguém nem de si mesmo. Atentar contra a vida do outro ou contra a própria vida fere profundamente a caridade, o amor ao próximo e o amor a si mesmo, que deve ser cultivado como nos ensinou Jesus Cristo (Mt 22,39).

"Cada um é responsável por sua vida diante de Deus, que lha deu e que dela é sempre o único e soberano Senhor" (Catecismo da Igreja Católica n. 2280). Assim, cada um deve guardar, preservar a sua própria vida. Já no livro da criação, o Senhor confiou ao homem o cuidado sobre as coisas criadas, entre elas o próprio homem está incluído.

Quem cometeu suicídio está condenado?

O suicídio não é querido por Deus, porque Ele é o Senhor da vida, é o Criador de todas as coisas, que quis e quer o bem de tudo e de todos. Ele não se aguentou de tanto amor, por isso nos fez, e somos frutos do amor d'Ele. Assim, não devemos matar o amor do Pai em nós.

"O suicídio contradiz a inclinação natural do ser humano a conservar e perpetuar a própria vida. […] Ofende igualmente o amor do próximo, porque quebra injustamente os laços de solidariedade com a sociedade familiar, nacional e humana, em relação às quais temos obrigações a cumprir." (CIC 2281)

Está evidente que nosso instinto é de sobrevivência, de buscar viver. Aquele que se suicida imagina que solucionará seus problemas, porém criará outros. Se aquele que tinha a própria vida soubesse quanto mal faz para os seus familiares, quanto tempo leva para amenizar o sentimento de culpa de um pai, de uma mãe, um irmão ou parente, não cometeriam tal ato. Os acompanhadores espirituais que o digam!

Apesar da gravidade de tal pecado, a Igreja não condena os suicidas. Eles são vistos com misericórdia. "Distúrbios psíquicos graves, angústia ou medo da provação, do sofrimento ou da tortura podem diminuir a responsabilidade do suicida. [...] Não se deve desesperar da salvação das pessoas que se mataram. Deus pode, por caminhos que só Ele conhece, dar-lhes ocasião de um arrependimento salutar. A Igreja ora pelas pessoas que atentaram contra a própria vida" (CIC 2282-2283).

Padre Marcio

Padre Márcio do Prado, natural de São José dos Campos (SP), é sacerdote na Comunidade Canção Nova. Ordenado em 20 de dezembro de 2009, cujo lema sacerdotal é "Fazei-o vós a eles" (Mt 7,12), padre Márcio cursou Filosofia no Instituto Canção Nova, em Cachoeira Paulista; e Teologia no Instituto Mater Dei, em Palmas (TO). Twitter: @padremarciocn


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/doutrina/quem-cometeu-suicidio-esta-condenado/

29 de maio de 2014

Terço dos homens

O Terço dos Homens é, com certeza, um socorro do Céu, uma iniciativa daquela que conviveu com dois grandes homens, Jesus e José.

Nas várias missões que vou pelo país, mesmo quando o tema do retiro em que vou pregar não está voltado a Mãe de Jesus, sempre chega até mim um testemunho sobre o Terço dos Homens. Assim, percebo o quanto esse movimento está difundido em nosso território e como essa devoção é eficaz e tem mudado a vida de muitos homens.

Mas o que é o Terço dos Homens e o que acontece quando eles rezam?

Primeiramente, percebo que é uma iniciativa própria de Nossa Senhora; e alguns fatos demonstram isso.

Geralmente, nas localidades onde há o Terço dos Homens, as mulheres, esposas e amigas, são instruídas a não convidar aqueles homens que lhes são próximos para participar. Eles ficam sabendo, assim como todas as pessoas do bairro ou da cidade, por meio de um comunicado geral à população e começam a frequentar a oração, porque se sentem impulsionados a ir ao grupo. Não há um convite pessoal, por isso vemos a mão de Maria tocando o coração deles. Algo os move interiormente, talvez até pelo pretexto de uma lembrança da infância, por curiosidade ou por um problema que estejam passando. Maria usa de algo na vida deles para que despertem, dentro de si, a vontade de rezar.

Terço dos homens

Na maioria das reuniões, não há nada que os detenha por mais tempo que a simples oração do terço. Não há palestras, Missas nem apresentações, somente a oração do terço. Algo bem objetivo, ao modo masculino de fazer as coisas! E acontecem verdadeiras transformações radicais de vida: homens abandonam seus vícios, abandonam a pornografia, o adultério, as falsas religiões, as seitas secretas e as práticas ilícitas; passam a ser mais presentes, atentos e carinhosos em casa.

É interessante ouvir os testemunhos do porquê isso acontece: "Não combina eu ir ao Terço dos Homens e, depois, me virem no buteco"; "Não posso rezar para Nossa Senhora e continuar traindo minha esposa ou vendo pornografia". Eles mesmos sentem a incoerência entre a vida de oração e os atos pecaminosos. Afinal, não estão indo à reunião por ir, por isso assumem uma responsabilidade de vida quando decidem participar do terço destinado a eles.

Uma mãe como Nossa Senhora e Sua presença maternal torna homens crescidos crianças que se arrependem do mal que praticavam. A partir de então, esses homens se voltam aos sacramentos, passam a ter uma vida mais próxima de Jesus, pois os prazeres mundanos que os afastava de Cristo não tem mais significado na vida deles.

Nossa Senhora em Fátima disse: "Não há problema de ordem pessoal, familiar e social que a oração do santo terço não ajude a resolver". Todos esses efeitos que relatei são provas concretas da eficácia da oração do rosário e da intercessão de Maria junto a Trindade.

São Luís Maria G. Monfort, em sua obra 'Tratado da Verdadeira Devoção à Santa Virgem', no artigo 29, comenta que "não há região do país que não possua alguma de suas imagens milagrosas, junto das quais todos os males são curados e se obtêm todos os bens". Veja que onde Maria chega, seus filhos são agraciados. Contudo, acima dos seus favores e independente do que os humanos recebem, percebemos que também, no Terço dos Homens, as pessoas despertam amor e intimidade com a Mãe, que os leva a Jesus

A oração do terço agrada o coração de Nossa Senhora. Cada Ave-Maria é uma rosa que ofertamos a ela, por isso a Santíssima Virgem cria um vínculo com aqueles que rezam. Seu amor maternal cultiva em nós a vontade de uma maior intimidade com ela por meio da oração. Os devotos de Maria estarão sempre firmes na fé, mesmo em meio à tribulação.

Vivemos, hoje, uma crise de paternidade, no sentido de que não temos muitos homens que são exemplos para as pessoas. Uma grande parte dos homens não sabem qual o seu lugar perante a sociedade e se esqueceram de ensinar os mais jovens a viver. Características tão masculinas como dar iniciação aos outros, dar estímulo, ser solicito, provedor e protetor estão sendo deixadas de lado, pois o inimigo de Deus quer demonstrar que a masculinidade está na força bruta, no sexo sem compromisso, nos vícios, na oportunidade de levar vantagem em tudo e a qualquer custo. Por isso mesmo o homem não é feliz, procurando felicidade no que é mais fácil e que não está em sua essência.

Maria mostra a verdadeira alegria e paz que esses filhos tentaram buscar em tantos caminhos errados, mas que só sentiram no grupo do Santo Rosário. A oração tem essa força de tranquilizar, alegrar, direcionar e trazer conforto espiritual.

O Terço dos Homens é, com certeza, um socorro do Céu, uma iniciativa daquela que conviveu com dois grandes homens, Jesus e José. Maria sabe, no papel de mãe e no papel de esposa, como auxiliar um homem a ser tudo aquilo que ele pode ser.

Deus abençoe e Maria passe à frente!

Sandro Ap. Arquejada

Sandro Aparecido Arquejada é missionário da Comunidade Canção Nova. Formado em administração de empresas pela Faculdade Salesiana de Lins (SP). Atualmente trabalha no setor de Novas Tecnologias da TV Canção Nova. É autor do livro "Maria, humana como nós" e "As cinco fases do namoro". Também é colunista do Portal Canção Nova, além de escrever para algumas mídias seculares.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/nossa-senhora/devocao-nossa-senhora/terco-dos-homens-2/

27 de maio de 2014

Não concordo com o que a Igreja ensina. O que faço?

Como a Igreja poderia ensinar algo errado ou inconveniente se o Espírito Santo lhe ensina sempre "toda a verdade"?
Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que quem não concorda com o que a Igreja ensina, não conhece bem o que Jesus ensinou, fez e mandou que fizéssemos. Ele fundou a Igreja sobre São Pedro e os apóstolos para que ela fosse a "porta voz" d'Ele na Terra. Disse o Senhor a eles: "Quem vos ouve, a Mim ouve; quem vos rejeita, a Mim rejeita, e quem Me rejeita, rejeita Aquele que me enviou" (cf. Lc 10,16). Quer dizer, quem não ouve a Igreja, não ouve Jesus! Quem não obedece a Igreja, não O obedece.
Jesus ainda lhes disse: "Não temais, pequeno rebanho, porque foi do agrado de vosso Pai dar-vos o Reino". (São Lucas 12, 32). E foi à Igreja que Jesus mandou: "Ide pelo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura" (Marcos 16,15). Como, então, não concordar com a palavra da Igreja? E mais: "A quem vocês perdoarem os pecados, os pecados estarão perdoados" (João 20.22). O Pai mandou o Filho para salvar o mundo; o Filho enviou a Igreja. Ela é o "sacramento universal da salvação" (LG, 4), a Arca de Noé que nos salva do dilúvio do pecado.
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Na Santa Ceia, na despedida dos apóstolos, Jesus fez várias promessas à Igreja, ali formada por Seus discípulos. Entre muitas coisas que São João narrou, em cinco capítulos do seu Evangelho (13 a 17), Jesus prometeu à Igreja:
"Eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós". "Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito" (João 14,15.25). Ora, como a Igreja poderia ensinar algo de errado se o Espírito Santo permanece sempre com ela e lhe "ensina todas as coisas"?
Jesus ainda lhes disse: "Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade,ensinar-vos-á toda a verdade…" (João 16,12-13). Como a Igreja poderia ensinar algo errado ou inconveniente se o Espírito Santo lhe ensina sempre "toda a verdade"?
Além disso, o próprio Jesus está na Igreja, pois Ele prometeu, antes de subir ao céu: "Eis que Eu estou convosco todos os dias até o fim do mundo" (Mateus 28,20). Foi a última palavra d'Ele aos discípulos. Ora, como a Igreja poderia errar se Jesus está com ela todo tempo? É impossível! É por isso que São Paulo disse a São Timóteo: "A Igreja é a coluna e o fundamento da verdade" (1Tm 3,15). Então, a Igreja detém a verdade que Jesus disse que nos liberta.
É por causa de tudo isso que o nosso Credo tem 2 mil anos e nunca mudou nem vai mudar; porque é a expressão da verdade que salva. A mesma coisa acontece com os sacramentos, os mandamentos e a liturgia. A Igreja já teve 266 Papas e nunca um deles cancelou um ensinamento doutrinário que um antecessor tenha ensinado. Já realizou 21 Concílios universais, e nunca nenhum deles cancelou um ensinamento de um anterior. A verdade não muda, e está na Igreja. O Espírito Santo não se contradiz.
Logo, como não concordar com o que Igreja ensina? Isso seria por causa da ignorância de tudo o que foi relatado acima; ou, então, seria um ato de orgulho espiritual da pessoa, que acha que sabe mais do que a Igreja, assistida por Jesus Cristo e pelo Espírito Santo. Longe de nós isso!
Podemos até não conseguir viver o que a Igreja nos ensina e nos manda viver – isso é compreensível por causa de nossa fraqueza –, mas jamais poderemos dizer que ela está errada ou que eu não concordamos com o que ela ensina. A Igreja não ensina o que quer, mas o que o Seu Senhor lhe confiou.


Felipe Aquino

Prof. Felipe Aquino @pfelipeaquino, é casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br

Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/doutrina/nao-concordo-com-o-que-a-igreja-ensina-o-que-faco/

24 de maio de 2014

Copa do Mundo: Um olho na bola e outro social

São muitas as opiniões que apontam que os legados da Copa do Mundo não serão como mostram as propagandas

A Copa do Mundo está se aproximando e a sociedade brasileira confirma sinais de que não tratará o futebol simplesmente com a habitual euforia. O "país do futebol", cansado com o modo obsoleto de se fazer política, está emoldurando o mundial com a exigência de se promover mudanças. Não bastará, como de costume, fixar o olhar na bola. É imprescindível debater as questões sociais, investindo em transformações profundas. A euforia própria do futebol, com sua alegria que bem vivida congraça e inspira união de corações, precisa receber marcas incidentes. Trata-se de adicionar um componente cidadão que contribua para as reformas que o Brasil, especialmente o pobre, espera e precisa. Desta vez, a tática usada desde o Império Romano de distrair o povo das questões sociais e políticas com o entretenimento não pode funcionar.

Copa do Mundo

Com frequência acompanhamos as notícias na imprensa sobre os jogos da Copa que, por exigência de seu órgão superior, poderiam ser realizados em oito estádios. Por isso mesmo, ninguém consegue entender a razão dos investimentos na construção extremamente onerosa aos cofres públicos dos estádios que são considerados desnecessários para o evento. Se confirmada a notícia, trata-se de outro indício da incompetência governamental no planejamento da destinação dos recursos que precisam ser suficientes para atender não apenas o futebol, mas, sobretudo, as necessidades inegociáveis e inadiáveis da saúde pública, educação, transporte, habitação, numa lista interminável de demandas e urgências.

O país do futebol tem nas mãos a oportunidade de não permitir que se manipule a euforia bonita e contagiante deste esporte. Uma tática obsoleta de "pão e circo" para desviar o olhar cidadão das questões que merecem críticas, respostas urgentes, encaminhamentos mais participativos e solidários. O discurso das ruas do ano passado, emoldurando a Copa das Confederações, efetivamente inaugurou esse novo tempo. São muitas as opiniões que apontam que os legados da Copa não serão como mostram as propagandas. De fato, o não cumprimento, ao longo de sete anos, a partir da escolha do Brasil para sediar o mundial, das promessas de investimento na infraestrutura, estradas, aeroportos, transporte urbano, com especial atenção para as conturbações das grandes regiões metropolitanas, um caos na vida do povo, é um legado negativo, que mostra a incompetência e a morosidade dos que estão gerindo a máquina pública.

É verdade que não é fácil corresponder às necessidades de hoje, "tapando os buracos" que se formam pelo arrastar-se de coisas do passado, e projetar ao mesmo tempo o futuro. Mas, a incompetência na escolha de prioridades, junto com o partidarismo patológico e atrasado da política brasileira, interesseira, cartorial e coronelista, deveriam incomodar mais governantes e políticos, impedindo-os de se sentirem à vontade na festa do povo. Uma festa que deve acontecer na paz e no respeito mútuo, cultivando o espírito de congraçamento pela euforia e pelo acolhimento de visitantes, especialmente os que vêm do exterior, num exercício cidadão de receptividade e solidariedade. Esse clima alegre e especial pode favorecer a inteligência para que se escolha bem as prioridades da vida privada e, sobretudo, aquelas da vida pública, quando se tem a oportunidade de servir e de fazer o bem, promovendo a justiça para todos.

O grande legado da Copa do Mundo não será a construção onerosa dos estádios, mesmo considerando suas outras possíveis destinações; nem se fala dos investimentos prometidos e não realizados na infraestrutura, sem deixar de reconhecer o que avançou; nem mesmo uma esperada campanha vitoriosa da seleção brasileira. O grande legado poderá ser uma consciência social e política mais aguçada dos cidadãos brasileiros para empurrar com sua força, não apenas nas urnas, mas diariamente e nos diferentes segmentos, as mudanças cotidianas e as respostas urgentes que precisam ser dadas para não se continuar a sacrificar indiferentemente os pobres, não perpetuar gestos e estilos de vida na contramão da cidadania. Precisamos fazer crescer uma condição de brasilidade que guarda marcas de profundos sentimentos fraternos e a abertura para solidariedades.

A Arquidiocese de Belo Horizonte, em sintonia com a Igreja Católica no Brasil, por meio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em cooperação com outros segmentos sociais e religiosos da sociedade brasileira, tem programação própria, já em curso, especialmente para o mês da Copa do Mundo. Uma série de atividades que contemplam a acolhida religiosa e fraterna de visitantes nas igrejas e santuários, ocasiões para a vivência de momentos culturais, de espiritualidade e também de encantamentos, diante de belezas como o conjunto arquitetônico, religioso, cultural e paisagístico do Santuário Nossa Senhora da Piedade, na Serra da Piedade, ou da Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha. No contexto destas atividades, a Arquidiocese conclama sua grande rede de comunidades de fé para ações que objetivem o fortalecimento da consciência política e a busca de um refinado sentido social. Neste período de festividades, vamos intensificar a coleta de assinaturas para que a iniciativa popular faça avançar a Reforma Política, uma grande urgência de nosso país. Cada um, com seu título de eleitor, é convidado a aderir e também a avaliar, neste ano eleitoral, quais políticos lutam por esta mudança necessária. Em paz e de maneira cidadã, vamos celebrar a Copa do Mundo de olho na bola e no social.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

O Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma, Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico (Roma, Itália). http://www.arquidiocesebh.org.br


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/politica/copa-do-mundo-um-olho-na-bola-e-outro-social/

22 de maio de 2014

As profecias de Nossa Senhora do Bom Sucesso

As profecias de Nossa Senhora do Bom Sucesso e sua mensagem para o nosso tempo
As profecias feitas por Nossa Senhora do Bom Sucesso, no século XVI, a respeito do nosso tempo, permaneceram esquecidas durante muito tempo, conforme ela mesma profetizou. A Virgem Maria apareceu à serva de Deus Madre Mariana de Jesus Torres, religiosa espanhola pouco conhecida, pela primeira vez, no dia 2 de fevereiro de 1594, em Quito, no Equador.
Apesar de desconhecida do grande público, a religiosa, que tem seu corpo incorrupto até hoje, viveu de forma extraordinária a sua vocação. A Madre Mariana, que teve uma vida mística e escondida, Nossa Senhora revelou acontecimentos que abalariam as estruturas da Igreja e da sociedade a partir do século XIX.
A Santíssima Virgem previu a desvalorização do sacramento do matrimônio e a corrupção da família: "Quanto ao sacramento do matrimônio, que simboliza a união de Cristo com a Igreja, será atacado e profanado em toda a extensão da palavra". Leis iníquas serão impostas, com o objetivo de extinguir esse sacramento, facilitando a todos viver mal o matrimônio, propagando-se a geração de filhos malnascidos, sem a bênção da Igreja. O espírito cristão decairá rapidamente. A luz preciosa da fé se apagará até chegar a uma quase total e geral corrupção de costumes. "Acrescidos ainda os efeitos da educação laica, isto será motivo para escassearem as vocações sacerdotais e religiosas". O espírito do mundo estará nos ambientes domésticos, as crianças se perderão e "o demônio se gloriará de alimentar com o requintado manjar do coração dos meninos". Nesses tempos infelizes, não se encontrará mais a inocência infantil. "Desta forma, se perderão as vocações para o sacerdócio, e será uma verdadeira calamidade".
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Nossa Senhora do Bom Sucesso também profetizou a desvalorização e a perseguição dos sacerdotes: "O sagrado sacramento da ordem sacerdotal será ridicularizado, oprimido e desprezado, porque, neste sacramento, se oprime e conspurca (macula) a Igreja de Deus e a Deus mesmo, representado em Seus sacerdotes. O demônio procurará perseguir os ministros do Senhor de todos os modos e trabalhará com cruel e sutil astúcia para desviá-los do espírito de sua vocação, corrompendo a muitos deles". Estes escandalizarão o povo cristão, farão recair sobre todos os sacerdotes o ódio dos maus cristãos e dos inimigos da Igreja Católica Apostólica Romana. Com este aparente triunfo de satanás, atrairão sofrimentos enormes aos bons pastores da Igreja e à excelente maioria de bons sacerdotes e ao Pastor Supremo e Vigário de Cristo na terra. O Santo Padre derramará secretas e amargas lágrimas na presença de Deus, pedindo luz, santidade e perfeição para todo o clero.
A Virgem Maria profetizou, para o nosso século, o descuido e o esquecimento do sacramento da unção dos enfermos: "Muitas pessoas morrerão sem recebê-lo — seja por descuido das famílias, seja por um mal entendido afeto para com seus enfermos, outros também por irem contra o espírito da Igreja Católica, impelidos pelo maldito demônio —, privando as almas de inumeráveis graças, consolos e força, para darem o grande salto do tempo à eternidade".
A Mãe da Igreja também previu a propagação de várias heresias e que, "com o domínio delas, apagar-se-á nas almas a luz preciosa da fé, pela quase total corrupção dos costumes. Nesse período, haverá grandes calamidades físicas e morais, públicas e privadas". Nesses tempos infelizes, o luxo desenfreado conquistará inúmeras almas frívolas e as perderá. "Quase não se encontrará inocência nas crianças nem pudor nas mulheres, e, nessa suprema necessidade da Igreja, calar-se-á aquele a quem competia a tempo falar". Nesses dias, a atmosfera estará saturada do espírito de impureza, que como um mar imundo correrá pelas ruas, praças e lugares públicos com uma liberdade assombrosa. "Quase não haverá almas virgens no mundo. A delicada flor da virgindade, tímida e ameaçada de completa destruição, luzirá longe. Refugiando-se nos claustros, encontrará terreno adequado para crescer, desenvolver-se e viver sendo seu aroma o encanto de meu Filho Santíssimo e o para-raios da ira divina. Sem a virgindade seria preciso, para purificar essas terras, que chovesse fogo do céu".
A Virgem Maria previu que, no nosso século, a falta de interesse dos ricos e a indiferença do povo de Deus serão causa de grande mal. Por desleixo e negligência, as pessoas detentoras de grandes riquezas assistirão com indiferença a opressão da Igreja, a virtude perseguida, a maldade triunfante, sem empregar santamente as riquezas na destruição do mal e na restauração da fé. A indiferença do povo fará com que se apague, gradualmente, o nome de Deus em seus corações, "aderindo ao espírito do mal, entregando-se, livremente, aos vícios e paixões".
Em meio às dificuldades desses tempos difíceis, profetizados para a Igreja e para o mundo, Nossa Senhora fala da importância das comunidades religiosas: "Restarão as comunidades religiosas para sustentar a Igreja e trabalhar com valoroso e desinteressado empenho na salvação das almas, porque, nesse período, a observância da regra resplandecerá nas comunidades, haverá santos ministros do altar, almas ocultas e belas, nas quais meu Filho Santíssimo e eu nos deleitaremos, considerando as excelentes flores e frutos da santidade heroica". Contra eles, a impiedade fará dura guerra, cumulando-os de difamações, calúnias e vexações para impedir-lhes o cumprimento do seu ministério. Mas esses santos ministros, como firmíssimas colunas, permanecerão inabaláveis. Eles enfrentarão a tudo com "espírito de humildade e sacrifício com que serão revestidos em virtude dos méritos infinitos de meu Filho Santíssimo, que os ama como as fibras mais delicadas de Seu santíssimo e terníssimo coração".
Essas profecias de Nossa Senhora do Bom Sucesso retratam o estado das coisas, a heresia, a impiedade e a impureza presentes em nosso tempo. Mas, além dessas e outras revelações, a Virgem Maria prometeu o seu socorro e a sua proteção para aquelas pessoas que propagassem a devoção a ela com o título de Nossa Senhora do Bom Sucesso. Por isso, propaguemos essa devoção, que ficou durante muito tempo esquecida, mas que, em nosso tempo, se torna mais conhecida e a sua mensagem muito atual.
Confiemos a Nossa Senhora do Bom Sucesso as nossas orações pelas famílias, especialmente pelas crianças, pelos sacerdotes, religiosos e religiosas, pelos governantes, pelas pessoas detentoras de poder. Para que haja o triunfo do seu Imaculado Coração, também profetizado por ela, precisamos nos unir a Virgem Mãe de Deus com nossas orações, jejuns, penitências, reparações, como ela nos pediu em suas aparições.
Nossa Senhora do Bom Sucesso, rogai por nós!



Natalino Ueda

Missionário da comunidade Canção Nova, desde 2005 cursou Filosofia e Teologia, atua no portal cancaonova.com como produtor de conteúdo é autor do blog Todo de Maria. blog.cancaonova.com/tododemaria

Fonte: http://formacao.cancaonova.com/nossa-senhora/devocao-nossa-senhora/as-profecias-de-nossa-senhora-do-bom-sucesso/

21 de maio de 2014

Por que intercedemos?

"A intercessão é uma oração de petição que nos conforma de perto com a oração de Jesus" 

Quando falamos de oração de intercessão, é possível nos lembrarmos de grandes homens e mulheres da Bíblia, dos santos e da nossa própria oração. Já reparou que sempre rezamos por alguém? Sempre nos pedem oração ou a pedimos para alguém?

Primeiramente, ao falar de intercessão, lembremo-nos de Abraão. A cidade de Sodoma estava para ser destruída, mas devido à intervenção e à intercessão desse homem que "negocia" com Deus – "Se houver cinquenta justos… quarenta… dez justos" –, o Senhor lhe responde: "Por causa dos dez não a destruirei"(cf. Gn18,16-33). Assim, graças à intercessão de Abraão, a cidade não foi destruída.

O grande Moisés foi outro homem que se colocou em defesa do povo. Deus o havia chamado para ir à frente, para libertar os filhos de Israel da escravidão do faraó. Primeiro, Moisés, em nome do Senhor, foi até o faraó e pediu a liberdade de seu povo (cf. Êx 5,1). Vários sinais foram realizados para que ele se convencesse de que aquela era a vontade de Deus: o cajado que se transformou em serpente, a água que virou sangue, além de pragas como rãs e gafanhotos (cf. Êx 7-12). Apenas com a morte do seu primogênito o faraó deixou o povo partir, mas, depois, o perseguiu (cf. Êx 14).

Num segundo momento, Moisés já não mais pedia ao faraó, mas passou a pedir a Deus pelo povo. Após a libertação, infelizmente, esse manifestou a sua ingratidão a Deus e a Moisés, pois passou a murmurar por causa do alimento (16,3), reclamar pela falta de água. Moisés clamou ao Senhor e, então, puderam beber da água (17,2-7). O profeta intercedia, pedia e colocava-se diante do Senhor em favor de seu povo.

Temos também mulheres que intercederam, que se colocaram em favor do povo, como Ester que orou pelos seus (cf. Est 4, 17n-17kk). Judite fez o mesmo (cf. Jd 9). Maria, na festa das bodas em Caná, disse: "Fazei tudo o que ele vos disser!" (cf. Jo 2,5).

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"A intercessão é uma oração de petição que nos conforma de perto com a oração de Jesus" (cf. Catecismo da Igreja Católica n. 2634). "Ele é o único intercessor junto ao Pai em favor de todos os homens" (cf. Rm 8,34). Ele é o Cristo, o enviado de Deus para interceder por todos até as últimas consequências ao viver a Paixão. Jesus intercedeu tanto por nós, que deu a vida d'ele para que vivêssemos.

Ora, os intercessores foram homens e mulheres que se colocaram diante de Deus em favor dos necessitados, como fez Jesus. Assim, se pedirmos oração ou se orarmos pelo outro, já estaremos vivendo a intercessão. Temos ainda a riqueza, como nos ensina a Igreja, de pedir a intercessão daqueles que morreram santamente, que estão com Deus: os santos. Na profissão de fé, rezamos "creio na comunhão dos santos", ou seja, esses que estão com o Senhor podem pedir por nós que estamos aqui, e é necessário deixar bem claro que é sempre Jesus quem realiza os feitos.

Por fim, a oração de intercessão é confiante e dirigida ao Senhor em favor do outro, do necessitado. Foi isso o que os homens da Bíblia fizeram e, por excelência, Jesus fez por nós pecadores. Fomos salvos ou somos salvos pela intercessão d'Ele junto ao Pai.

Por que intercedemos? Primeiro, para imitar Cristo, que intercede por nós junto do Pai. Ele quer a nossa salvação e, uma vez que fomos alcançados e amados por Ele, passamos a segui-Lo e imitá-Lo.

Mas como O imitamos? Intercedendo pelo nosso próximo, confiando que Ele pode tudo, que nada Lhe é impossível (cf. Lc 1,37). Oramos em favor do outro, porque também entendemos que não devemos pedir apenas para nosso próprio benefício. A oração de intercessão não é passiva – o necessitado lá e eu aqui –, mas ativa como Jesus, que ia ao encontro de Seus semelhantes, que nada quis para si, mas se entregou pelo outro, "amou-os até o fim" (cf. Jo 13,1). Ativamente, intercedamos pelo próximo indo ao encontro dele.

Padre Marcio

Padre Márcio do Prado, natural de São José dos Campos (SP), é sacerdote na Comunidade Canção Nova. Ordenado em 20 de dezembro de 2009, cujo lema sacerdotal é "Fazei-o vós a eles" (Mt 7,12), padre Márcio cursou Filosofia no Instituto Canção Nova, em Cachoeira Paulista; e Teologia no Instituto Mater Dei, em Palmas (TO). Twitter: @padremarciocn


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/por-que-intercedemos/

20 de maio de 2014

Não consigo engravidar

O que a Igreja recomenda para os casais que tentaram, mas ainda não conseguiram engravidar? 

A Igreja sabe que os casais que não conseguem ter filhos sofrem. O Catecismo diz que "é grande o sofrimento de casais que descobrem que são estéreis" (n.2374). Mas, nem por isso, eles devem ser infelizes: "Os esposos a quem Deus não concedeu ter filhos podem, no entanto, ter uma vida conjugal cheia de sentido, humana e cristã. Seu matrimônio pode irradiar uma fecundidade de caridade, acolhimento e sacrifício" (n.1654).

A Igreja recomenda que esses casais busquem, na ciência médica, a possibilidade de a mulher engravidar, mas por meios que não firam a dignidade humana.

"As pesquisas que visam diminuir a esterilidade humana devem ser estimuladas, sob a condição de serem colocadas 'a serviço da pessoa humana, de seus direitos inalienáveis, de seu bem verdadeiro e integral, de acordo com o projeto e a vontade de Deus'" (Instrução Donum Vitae, 2). (n.2375)

O Magistério da Igreja entende que não é lícito gerar um filho pela inseminação artificial homóloga (pais casados) ou heteróloga (pais não casados). Diz o Catecismo que "as técnicas que provocam uma dissociação do parentesco, pela intervenção de uma pessoa estranha ao casal (doação de esperma ou de óvulo, empréstimo de útero) são gravemente desonestas. Essas técnicas (inseminação e fecundação artificiais heterólogas) lesam o direito da criança de nascer de um pai e de uma mãe conhecidos dela e ligados entre si pelo casamento. Elas traem "o direito exclusivo de se tornar pai e mãe somente um por meio do outro" (n.2376).

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"Praticadas entre o casal, essas técnicas (inseminação e fecundação artificiais homólogas) são, talvez, menos claras a um juízo imediato, mas continuam moralmente inaceitáveis. Dissociam o ato sexual do ato procriador. O ato fundante da existência dos filhos já não é um ato pelo qual duas pessoas se doam uma à outra, mas que remete a vida e a identidade do embrião ao poder dos médicos e biólogos, e instaura um domínio da técnica sobre a origem e a destinação da pessoa humana. Tal relação de dominação é por si contrária à dignidade e à igualdade que devem ser comuns aos pais e aos filhos".

"A procriação é moralmente privada de sua perfeição própria quando não é querida como o fruto do ato conjugal, isto é, do gesto específico da união dos esposos. Somente o respeito ao vínculo que existe entre os significados do ato conjugal e o respeito pela unidade do ser humano permite uma procriação de acordo com a dignidade da pessoa" (n.2377).

A Igreja recomenda que se o casal que não conseguir, por meios legítimos, a fecundação, deverá juntar esse sofrimento ao de Cristo, na cruz, e poderá adotar filhos do coração, que não são menos valiosos que os da carne. Sem dúvida, é um ato de fé de quem realmente ama Deus e está disposto a oferecer esse sacrifício no cálice da Santa Missa.

O Catecismo diz: "O Evangelho mostra que a esterilidade física não é um mal absoluto. Os esposos que, depois de terem esgotado os recursos legítimos da medicina, sofrerem de infantilidade unir-se-ão à cruz do Senhor, fonte de toda fecundidade espiritual. Podem mostrar sua generosidade adotando crianças desamparadas ou prestando relevantes serviços em favor do próximo" (n.2379).

Não conhecemos os desígnios de Deus para cada casal. Por que uns têm muitos filhos e outros não têm nenhum? Só o Senhor pode responder isso. Sabemos que Ele não é o autor da esterilidade, mas o Senhor da vida. Se, no entanto, Ele não a permite, saberá dela fazer o bem.

Acreditamos, na fé, naquilo que diz São Paulo: "Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus". Diz a Palavra que "sem fé é impossível agradar a Deus" (Hb 11,6). "O justo viverá pela fé" (Rm 1,17). Sem dúvida, esse é um sofrimento que só pode ser superado na fé e na oração de abandono nas mãos de Deus.

Quem de nós sabe o que é bom, hoje e amanhã, para nós ou para nossos filhos? Então, na fé, o melhor é aceitar o que Deus permite que aconteça, mesmo que nosso coração sofra. Diante d'Ele os méritos desses pais será grande.


Felipe Aquino

Prof. Felipe Aquino @pfelipeaquino, é casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/doutrina/nao-consigo-engravidar/