28 de outubro de 2013

Fecundidade

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Fecunda há de ser a vida humana nesta terra

"Deus disse: 'Façamos o ser humano à nossa imagem e segundo nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todos os animais selvagens e todos os animais que se movem pelo chão'. Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher ele os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: 'Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a! Dominai sobre os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que se movem pelo chão'. Deus disse: 'Eis que vos dou, sobre toda a terra, todas as plantas que dão semente e todas as árvores que produzem seu fruto com sua semente, para vos servirem de alimento. E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu e a todos os animais que se movem pelo chão, eu lhes dou todos os vegetais para alimento'... E Deus viu tudo quanto havia feito, e era muito bom" (Gn 1, 26-30).

Fecunda há de ser a vida humana nesta terra, fecunda, esperamos, seja a própria terra, portadora de vida e de alegria. Grávidas de realização e felicidade sejam todas as nossas atitudes e nossos gestos.

E por que muitas vezes nossos atos carecem da desejada fecundidade, com a qual esperávamos frutos e consequências para o nosso bem e o bem dos outros? A esterilidade de palavras e ações nos assusta e, ao mesmo tempo, nos provoca. Parece que não aprendemos com a própria terra, cujo húmus é matéria orgânica depositada no solo, resultante de decomposição de animais e plantas com a consequente liberação de nutrientes. Só pelo caminho da humildade se desencadeia o processo para a multiplicação de frutos na vida humana, tanto que a corrida desleal entre as pessoas ou grupos, quando se atropelam mutuamente, suscita a terrível sensação de tristeza e falta de sentido, infelizmente comum entre nós.

Quando nos deparamos com a Sagrada Escritura, não é difícil perceber que ela pretende nos persuadir do bem da humildade e nos afastar do mal do orgulho. Jesus pronunciou estas palavras: "Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos" (Mt 11,25). Ele próprio não se apegou ao ser igual a Deus, mas despojou-se, assumindo a forma de escravo e tornando-se semelhante ao ser humano. Humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte – e morte de cruz! Por isso, Deus O exaltou acima de tudo e Lhe deu o Nome, que está acima de todo nome, para que, ao Nome de Jesus todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor (Cf. Fl 2, 6-11). E São Paulo introduz este belíssimo hino com palavras fortes: "Haja entre vós o mesmo sentir e pensar que no Cristo Jesus" (Fl 2,5). 


Na Parábola do Fariseu e do Publicano, o Senhor nos abre a compreensão dos frutos da humildade e da simplicidade de vida, expressos nada menos do que na vida e na oração de um pecador público, traidor de seus irmãos. No entanto, justamente pelo caminho do reconhecimento da própria fraqueza é que nasce a experiência da felicidade experimentada (Cf. Lc 18, 9-14). A virtude da humildade se expressa na verdade do confronto entre o ser humano, com suas fragilidades e limites, colocado diante do próprio Deus, que não o esmaga nem o destrói, mas o eleva. A iniciativa do amor vem de Deus, que dá o primeiro passo, ao criar-nos e enviar Seu Filho para nossa salvação. Deus não exige primeiro, mas se entrega e assim provoca a resposta.


Diante de Deus, a sinceridade da oração suscitará, em primeiro lugar, a gratidão e o reconhecimento pelas Suas obras. Olhar ao nosso redor para perceber que recebemos muito mais do que merecemos ou pedimos. Depois, ao confrontar-se com Deus, cada pessoa descobrirá a distância entre o que recebeu e o que efetivamente correspondeu! O publicano da parábola evangélica "ficou à distância e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: Meu Deus, tem compaixão de mim, que sou pecador!" (Lc 18, 13).

Mas a humildade não para no reconhecimento das limitações. Quem se reconhece pequeno diante de Deus dá logo o salto para a gratidão! "A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque ele olhou para a humildade de sua serva. Todas as gerações, de agora em diante, me chamarão feliz" (Lc 1,47-48). O humilde é agradecido, livre, não cultiva traumas ou complexos, mas se eleva pela capacidade de louvar e agradecer!

Diante do próximo, a humildade é capaz de admirar, sem ciúme ou inveja, o bem que existe no outro. Antes, é capaz de superar a percepção de seus erros e limites, aprende a defender e ajudar as pessoas a crescerem. Vale a recomendação da Carta aos Hebreus: "Estejamos atentos uns aos outros, para nos incentivar ao amor fraterno e às boas obras. Não abandonemos as nossas assembleias, como alguns costumam fazer. Antes, procuremos animar-nos mutuamente – tanto mais que vedes o dia aproximar-se" (Hb 10, 24-25). Chega-se inclusive a gestos verdadeiramente fecundos: "Nada façais por ambição ou vanglória, mas, com humildade, cada um considere os outros como superiores a si e não cuide somente do que é seu, mas também do que é dos outros" (Fl 2, 3-14).

A prática da humildade pede que não sejamos maiores nem menores do que somos, mas do tamanho que somos! Vale a recomendação da Escritura: "Na medida em que fores grande, humilha-te em tudo e assim encontrarás graça diante de Deus. Muitos são altaneiros e ilustres, mas é aos humildes que ele revela seus mistérios. Pois grande é o poder só de Deus, e pelos humildes ele é honrado. Não procures o que é mais alto do que tu nem investigues o que é mais forte; pensa sempre no que Deus te ordenou e não sejas curioso acerca de suas muitas obras" (Eclo 3, 20-22). Só a prática cotidiana da escuta de Deus e o discernimento de sua vontade nos conduzirá a tal equilíbrio! Para tanto, há que suplicar: "Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis".

 

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Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém - PA.


Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=13343

25 de outubro de 2013

O Fogo e a Paz de Jesus Cristo

Lc 12, 49-53

 

Um trecho muito significativo e que poucas pessoas entendem.

 

A vinda de Jesus cria um divisor de águas na história dos homens. De um lado encontramos os que são dele e, de outro, os que são do mundo. A partir dessa divisão se estabelece o conflito, que é caracterizado principalmente pela diferença de valores, e exige de todos os que abraçam a fé a consciência de suas conseqüências, entre elas a de ser odiado pelo mundo.

O fogo de Jesus aquece, esquenta, nos anima, nos incentiva ao trabalho na messe do Senhor. O verdadeiro cristão não pode ser morno, frio e nem sem graça.

Como cristãos, devemos enfrentar o conflito com o mundo, mas não com as mesmas armas do mundo, uma vez que estas levam à morte, o grande valor do mundo. Devemos enfrentar o mundo com a fé, a espiritualidade, a entrega, a partilha, a doação, a fraternidade, o testemunho, o profetismo, que são valores do Reino e levam à vida.

 

Devo receber um batismo e como estou ansioso até que isso se cumpra. Rápido com isso! Quero estar pronto depressa. Quero assumir meu lugar e fazer o que vim fazer. Quando somos batizados em uma instituição fazemos parte dela e podemos e devemos cumprir com nossas obrigações e deveres. Dessa forma Jesus mostra que Ele queria, e como queria fazer rápido o que Ele fez. (Em 03 anos de vida pública)

A paz de Jesus é diferente da Paz do Mundo. Jesus nos da a paz mas não nos deixa em paz. Como podemos viver em paz com tantas injustiças por todos os lados? Com tantas diferenças sociais? Com tantos membros da mesma família em posições diferentes?A paz do mundo é obtida através das armas. Prepara-te para a Paz preparando-te para a Guerra. (opressão)

 

Fiquem todos com Deus.

Cfd. Magno Rabelo

Catalão

 

23 de outubro de 2013

Buscando o equilíbrio emocional

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Responder com amor nas situações mais adversas

Talvez um dos maiores desafios do mundo moderno esteja em adquirirmos o equilíbrio das emoções. Absorvemos muitas informações, o tempo todo nos deparamos com desafios cada vez maiores e a exigência por resultados é sempre mais intensa.


Tudo isso exige do corpo e da mente respostas rápidas. Mas como fica o terreno das nossas emoções? Basta nos observarmos no trânsito, à espera do elevador – quando apertamos o botão de chamada várias vezes, como se isso fosse apressá-lo – ou em casa, quando temos algo mais sério a resolver, para avaliarmos como estamos nessa área da nossa vida.

Muitos não conseguem se controlar emocionalmente. Não nos bastará ser inteligentes, eficientes e práticos se não empregarmos bem todas essas qualidades. E todos esses dons passam pela prova dos sentimentos. Muitas vezes, a pessoa é ótima na área profissional, mas não consegue interagir com os (as) colegas de trabalho, com seu cônjuge, ou não sabe equilibrar seus gastos, tem alto grau de irritabilidade, pânico diante de situações simples ou sofre de euforia por uma perspectiva de algo bom. Faz de sua vida um horror, mesmo sendo competente profissionalmente.


Jesus detinha o domínio de Sua sensibilidade, pois, conviveu com o traidor d'Ele, dizia verdades aos fariseus, convivia com os pecadores e pessoas consideradas indignas pela sociedade, e até passou no meio de uma multidão que estava revoltada com Ele: "Levantaram-se e lançaram-no fora da cidade; e conduziram-no até o alto do monte sobre o qual estava construída a sua cidade, e queriam precipitá-lo dali abaixo. Ele, porém, passou por entre eles e retirou-se" (Lc 4, 29-30).


Mas o Senhor também se preocupava em ensinar os Seus. Um dia, num barco em meio à tempestade, Jesus foi acordado por Seus apóstolos, com a seguinte frase: "Senhor, salva-nos, nós perecemos!". E Jesus perguntou: "Por que este medo, gente de pouca fé?" (Lc 8, 25-26). Controlou o vento e a tempestade, e mostrou que a fé é mais importante.

Deus nos dá a graça, mas adquirir o equilíbrio das emoções é algo gradual, vai acontecendo na dinâmica do dia a dia, conforme isso nos vai sendo exigido nos eventos, e conta com a nossa decisão.

Antes de Jesus desempenhar Seu ministério público, houve situações em que nem Ele, nem o exemplo de Seus pais, demonstraram desacertos na sensibilidade. Quando menino "Jesus crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens" (Lc 2, 52). Isso já aponta coerência, obediência e acerto no emocional e no todo de uma criança.

Também quando, aos doze anos, Ele se perdeu no Templo: as reações explicitadas no encontro denotam uma incrível lucidez da Sagrada Família, não exigindo resposta além do normal, nem pesadas consequências. José e Maria não entenderam o dizer de seu Filho, mas enxergaram que era algo maior do que poderiam adentrar. José nem se pronunciou, ainda que, como chefe da família, e pela tradição judaica, ele deveria intervir, ainda mais no Templo diante dos magistrados. Não o fez, pois sabia que Maria participava mais profundamente daquele mistério.

A resposta dada aos pais mostra um Jesus que não se apavorou nem o fez de propósito, pois, após a explicação d'Ele, o evangelista anota que: "lhes era submisso" (cf. Lc 2, 51). Então, como pode alguém que é obediente, sabendo que Seus pais partiriam, ter ficado em Jerusalém por algum capricho?

Da mesma forma, Sua Mãe, Maria, agia conforme a necessidade da situação ou era prontamente solícita, mostrando uma grande capacidade emocional: "foi às pressas" (cf. Lc 1, 39), ou contemplava o mistério, ainda que não o entendesse: "guardava todas estas coisas no seu coração" (cf. Lc 2, 19. 51).

Para agirmos como pede a Palavra de Deus nas situações frustrantes: "Mesmo em cólera, não pequeis. Não se ponha o sol sobre o vosso ressentimento" (cf. Ef 4, 26), nos é necessário esse equilíbrio interior, que começa na decisão de querer responder com coerência e, acima de tudo, com amor nas situações mais adversas.

É um processo, mas este se inicia quando encontramos dentro de nós não a força ainda, mas sim a vontade de buscar uma "zona de conforto", mesmo em meio ao caos.

Quantas vezes nos arrependemos de ter feito algo na hora da raiva e depois verificamos que a gravidade do fato nem era tão grandiosa. Como é fácil perder a visão total dos acontecimentos quando agimos pelo impulso e isolamos o fator razão na nossa tomada de decisão!

Pense nisso! Conte "até três", pare, olhe, esteja atento, e isso mesmo para algo bom. Em cada fato pode estar algo além do que nossa limitada imaginação esteja mostrando.

Deus o abençoe!

 

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Sandro Ap. Arquejada

Sandro Aparecido Arquejada é missionário da Comunidade Canção Nova. Formado em administração de empresas pela Faculdade Salesiana de Lins (SP). Atualmente trabalha no setor de Novas Tecnologias da TV Canção Nova. É autor do livro "Maria, humana como nós" e "As cinco fases do namoro". Também é colunista do Portal Canção Nova, além de escrever para algumas mídias seculares.

21 de outubro de 2013

Jornada Missionária Mundial

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Quando começamos a ser missionários?

A Igreja inteira recebe e comunica ao mundo a mensagem do Papa Francisco para a Jornada Missionária Mundial, que se celebra neste fim de semana. Dentre tantas riquezas das palavra do Papa, colhemos alguns preciosos ensinamentos úteis para a compreensão do mandato missionário, que alcança todos os cristãos (Cf. Mensagem do Papa Francisco).


A fé é um dom precioso de Deus, que abre a nossa mente para O conhecermos e amarmos. Deus nos ama! Mas a fé pede a nossa resposta pessoal, a coragem de nos confiarmos a Deus e vivermos o Seu amor, agradecidos pela Sua infinita misericórdia.

É um dom que não se pode conservar para si mesmo, mas deve ser partilhado; se o quisermos conservar apenas para nós mesmos, tornamo-nos cristãos isolados, estéreis e combalidos. O anúncio do Evangelho é um dever que brota do próprio ser discípulo de Cristo e um compromisso constante que anima toda a vida da Igreja. "O ardor missionário é um sinal claro da maturidade de uma comunidade eclesial" (Bento XVI, Exortação Apostólica Verbum Domini, 95).

Toda a comunidade é adulta quando professa a fé, celebra-a com alegria na liturgia, vive a caridade e anuncia sem cessar a Palavra de Deus, saindo do próprio recinto para levá-la até as "periferias", sobretudo, a quem ainda não teve a oportunidade de conhecer Cristo. Às vezes, estão relaxados o fervor, a alegria, a coragem, a esperança de anunciar a todos a mensagem de Cristo e ajudar os homens do nosso tempo a encontrá-Lo. 


Por vezes, há ainda quem pense que levar a verdade do Evangelho seja uma violência à liberdade. A propósito, são iluminadoras estas palavras de Paulo VI: "Seria certamente um erro impor qualquer coisa à consciência dos nossos irmãos. Mas propor a essa consciência a verdade evangélica e a salvação em Jesus Cristo, com absoluta clareza e com todo o respeito pelas opções livres que essa consciência fará, é uma homenagem a essa liberdade" (Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, 80).


A Igreja não é uma organização assistencial, uma empresa, uma ONG, mas uma comunidade de pessoas, animadas pela ação do Espírito Santo, que viveram e vivem a maravilha do encontro com Jesus Cristo e desejam partilhar esta experiência de profunda alegria, partilhar a mensagem de salvação que o Senhor nos trouxe. É justamente o Espírito Santo que guia a Igreja neste caminho.

Diante do desafio lançado pelo Santo Padre, nosso país, em sintonia com a Campanha da Fraternidade 2013 e a Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio 2013), faz a sua Campanha Missionária, refletindo sobre "Juventude em Missão", com o lema tirado do profeta Jeremias: "A quem eu te enviar, irás" (Jr 1,7), que recorda que Deus continua a chamar e a enviar pessoas para anunciar a Boa Notícia de Jesus a todos os povos.

A missão é a principal razão de ser da nossa Igreja e seus missionários e missionárias representam uma grande riqueza. Pela Campanha Missionária, toda a comunidade cristã é convidada a renovar seu compromisso batismal em conformidade ao mandato de Jesus Cristo: "Ide e fazei discípulos todas as nações" (Mt 28,19).

Há algumas contribuições a serem oferecidas ao impulso missionário da Igreja pelos cristãos das diversas idades, estados de vida, classes sociais ou vocações. O ponto de partida é a certeza de que o tesouro da fé é oferecido para ser compartilhado como o mais decisivo talento de nossa existência. Cristão que se preze há de ser militante, empenhado com todas as suas forças para testemunhar o Evangelho. Por isso, cabe-lhe a responsabilidade de fermentar os ambientes em que vive com os valores que fazem a diferença e são bebidos na fonte da Palavra de Deus. Começamos a ser missionários quando o mundo ao nosso redor se torna melhor com nossa presença.

Entretanto, há muitas pessoas, especialmente jovens, rapazes e moças, convocados diretamente pelo Senhor a uma vocação missionária específica. Sim, esta é a ocasião para um chamado vocacional específico, feito hoje com toda força. Não posso me furtar a esta responsabilidade, tendo a certeza de que muitos deles serão tocados pelo convite que faço, em nome do Senhor: "Ide para a minha vinha" (Mt 20,4). O primeiro convite se repete ao longo da jornada de trabalho e no correr da vida, mas chega a hora da resposta, para arregaçar as mangas e começar o trabalho pelo anúncio e testemunho do Evangelho. Desejo que esta Jornada Missionária Mundial veja muitos jovens procurarem suas Paróquias para darem a resposta pedida na Jornada Mundial da Juventude. Há muitas periferias geográficas e existenciais que clamam pela resposta generosa de novos missionários!

Outra contribuição, e não menos importante, para as missões, é indicada por Jesus, quando contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de orar sempre, sem nunca desistir: "Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus, nem respeitava homem algum. Na mesma cidade havia uma viúva, que vinha à procura do juiz, e lhe pedia: 'Faze-me justiça contra o meu adversário!' Durante muito tempo, o juiz se recusou. Por fim, ele pensou: 'Não temo a Deus e não respeito ninguém. Mas esta viúva já está me importunando. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha, por fim, a me agredir!'" E o Senhor acrescentou: "Escutai bem o que diz esse juiz iníquo! E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar? Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o Filho do Homem, quando vier, será que vai encontrar fé sobre a terra?" (Lc 18,1-8). O mundo nos parece ruim ou até perdido? Respondamos com oração insistente e constante. O Pai do Céu não nos abandona e vem ao encontro de nossas necessidades! Oração de louvor, oração de ação de graças, pedido de perdão e súplica! Está em nossas mãos e em nossos lábios, por vontade do próprio Senhor.

Enfim, a Igreja se une, em todo o mundo, na Jornada Missionária Mundial, para oferecer com generosidade a ajuda material necessária aos inúmeros campos de missão, espalhados pelo mundo inteiro. O Brasil inteiro acolhe o apelo do Papa e participa com generosidade da Coleta Missionária. É nosso modo para ir mais longe, ajudando a manter os que, em nome das diversas Dioceses, mas antes ainda, em nome de Deus, evangelizam conosco e em nosso nome.

Rezemos! Ó Deus, quisestes que a vossa Igreja fosse o sacramento da salvação para todas as nações, a fim de que a obra do Salvador continuasse até o fim dos tempos. Despertai nos corações dos vossos fiéis a consciência de que são chamados a trabalhar pela salvação da humanidade até que de todos os povos surja e cresça para vós uma só família e um só povo. Amém!

 

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Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém - PA.


Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=13337

18 de outubro de 2013

Meu Filho, Minha Vida


17 de outubro de 2013

Ser grato é ser fraterno

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Você se preocupa em agradecer?

Convivemos, dentro do clima da pós-modenidade, com a esfera do individualismo e com o sistema de egocentrismo muito aguçado, que têm como fonte de sustentação o mito do bem-estar. Isso vem acontecendo na realidade de endeusamento e idolatria do mercado e do consumo, dificultando a essencial prática da gratidão.


Temos muitos gestos evidentes de gratidão. Um deles está nos presentes que oferecemos aos amigos em diversas ocasiões. Mas não basta somente isso se não valorizamos a pessoa na sua identidade, reconhecendo nela o bem que faz, sendo até merecedora do gesto de gratidão. Agradecer é confiar sem ficar exigindo troca. 


Às vezes agradecemos um estrangeiro com mais frequência e facilidade do que a quem está sempre conosco. Na convivência achamos ser um direito o que o outro faz por nós e não nos preocupamos com o ato da gratidão. Isso pode ter a conotação de não valorizar o que recebemos de quem convive conosco todo dia.


A Bíblia fala de dez leprosos que ficaram curados (cf. Lc 17,11-19). Apenas um, que era estrangeiro, voltou para agradecer. Isso foi causa de crítica de Jesus, porque demonstraram atitude de ingratidão, de fechamento em si mesmos. Podemos até concluir que a ingratidão coincide um pouco com a injustiça e o não reconhecimento do valor de quem nos faz o bem.

Louvor, graça, gratidão, gratuidade e agradecimento são palavras-chave, que ajudam no relacionamento comunitário. Há o perigo de sermos mais propensos a pedir do que a agradecer. Pior ainda é quando queremos levar vantagem em tudo, tendo atitude de exploração e de injustiça com o outro. Ser grato é ser fraterno e capaz de ajudar na boa convivência.


Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)

15 de outubro de 2013

Ser professor(a)

Crônica: Ser professor(a) - as múltiplas funções dos mestres
Falar da docência é falar das várias profissões que transpõem e se sobrepõem a esta.
Enquanto professores...
Somos mágicos, ao fazermos malabares com diversas situações que atingem nossa imagem e a vida pessoal.
Somos atores, somos atrizes, que interpretam a vida como ela é, sentimos e transmitimos emoções ao conviver com tantas performances.
Somos médicos, ao receber crianças adoentadas pela miséria, pela falta de tempo da família, pela carência de tempo de viver a própria infância.
Somos psicólogos, ao ouvir as lamentações advindas de uma realidade dura,
que quase sempre nos impede de agir diante do pouco a se fazer.
Somos faxineiros, ao tentarmos lavar a alma dos pequenos,
das mazelas que machucam estes seres tão frágeis e tão heróicos ao mesmo tempo.
Somos arquitetos, ao tentarmos construir conhecimentos, que nem sabemos se precisos, que nem sabemos se adequados.
É só parar para pensar que talvez seja possível encontrar em cada
profissão existente um traço de nós professores. Contudo ser professor,
ser professora é ser único, pois a docência está em tudo, passa por todos,
é a profissão mais difícil, mas a mais necessária.
Ser professor é ser essência, não sabemos as respostas.
Estamos sempre tentando. Às vezes acertamos, outras erramos, sempre mediamos.
Ser professor é ser emoção
Cada dia um desafio
Cada aluno uma lição
Cada plano um crescimento.
Ser professor é perseverar, pois, diante a tantas lamúrias
"não sei o que aqui faço, por que aqui fico?"
fica a certeza de que...
Educar parece latente, é obstinação.
Ser professor é peculiar,
Pulsa firme em nossas veias,
Professor ama e odeia seu ofício de ensinar
Ofício que arde e queima
Parece mágica, ou mesmo feitiço.
Na verdade, não larga essa luta que é de muitos.
O segredo está em seus alunos, na sua sala de aula, na alegria de ensinar
a realização que vem da alma e não se pode explicar.
Não basta ser bom... tem que gostar.

Soraia Aparecida de Oliveira
professora do Ensino Fundamental, Escola Municipal Nilza de Lima Sales, Brumadinho, MG.
Artigo publicado no jornal Mundo Jovem, edição nº 350, setembro de 2004, página 21.