1 de outubro de 2013

Margarida Naseau

Nasceu em, 6 de julho de 1594, (conforme a Certidão de Batismo), em Surresne-França, filha de Leufroy e Denise Glória, sendo Batizada pelo Padre Guilherme Glória, irmão de sua mãe Denise.

Margarida pertencia a uma família de camponeses profundamente cristã. Eram felizes e tiravam o seu sustento das culturas de sua terra e a criação de gado. Compunha-se a família de seis filhos sendo Margarida a mais velha.

Margarida perdeu a mãe muito cedo e foi encarregada de cuidar dos seus irmãos menores, tendo para com eles, afeição e cuidados matemos. Seu pai faleceu em 1629. Nesta época, tomava conta da casa, costurava, trabalhava na lavoura, pastoreava o gado e era exímia em manejar a roca e o fuso. Fazia parte também de suas especialidades o serviço de enfermagem aos doente e acidentados.

Ela era piedosa, trabalhadora, organizada, de muito bom senso, mas não tinha instrução. Queria muito aprender ler e escrever, para melhor conhecer a Doutrina cristã e poder ensinar aos outros. Para isso comprou uma Cartilha e nas horas vagas estudava, perguntando para as pessoas que sabiam o nome das letras e assim aprendeu a ler e escrever sozinha.

Quando sentiu-se preparada para ensinar aos outros, partiu de Surresne e foi para Willepreux para ser professora rural, onde procurou a alfabetizar e evangelizar. Quando conseguiu alfabetizar um pequeno grupo de jovens, ia com esse grupo de aldeia em aldeia levando a instrução básica e a Doutrina Cristã.

Certa vez, em 1630 estando o Padre Vicente de Paulo, pregando as Missões em Saint-Claud, Margarida ouviu dizer que em Paris, havia jovens que serviam os pobres. Teve o desejo de também servir os pobres e manifestou esse desejo ao Padre Vicente e este a enviou para Paris. Lá dedicou-se com muito amor a esse serviço. Dava assistência aos doentes, ensinava as moças. Trabalhando para os pobres com o Padre Vicente e Luisa de Marillac aprendeu os segredos da verdadeira caridade. Enviada pelo Padre Vicente para a Paróquia de São Nicolau du Chardonet, em Paris, atendia os doentes, onde recolheu uma mulher atacada da peste e instalou-a em sua própria cama. Ela própria foi contagiada, sendo levada para o Hospital de São Luiz, onde veio a falecer, com 39 anos de idade, em 24 de fevereiro de 1633, vitima de seu amor aos pobres doentes.

Após a sua morte São Vicente de Paulo teceu-lhe os maiores elogios dizendo: "Todos a amavam porque nela tudo era amável".

Apesar de Margarida nunca ter pertencido oficialmente à Companhia das Filhas da Caridade, pois esta só foi instituída em 29 de novembro de 1633, assim mesmo São Vicente disse ter sido ela a primeira Filha da Caridade e de ter mostrado o caminho ás outras.

30 de setembro de 2013

São Vicente de Paulo

O céu e a terra

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Se o céu é o limite, não há que temê-lo

A Palavra de Deus reúne o povo que lhe pertence, convocando-o à comunhão com o próprio Senhor para ser um sinal de um mundo diferente, possível para todos os homens e mulheres pela ação da graças. Jesus, Filho de Deus verdadeiro, veio ao mundo e trouxe a "cultura do céu", oferecendo-a com generosidade. "De rico que era, tornou-se pobre por amor para que nos enriquecer com sua pobreza" (2 Cor 8,9). Nele e com ele se encontra o chamado e a graça a restaurar todas as coisas. Em Jesus Cristo, Deus "nos fez conhecer o mistério de sua vontade, segundo o desígnio benevolente que formou desde sempre em Cristo, para realizá-lo na plenitude dos tempos: recapitular tudo em Cristo, tudo o que existe no céu e na terra" (Ef 1,9-10). Esta terra não é um restolho a ser desprezado, mas campo de prova e de missão, entregue a todos os filhos amados de Deus. A nós cabe a resposta a este plano de amor!


Não faltam os desafios a serem enfrentados para que os sonhos de Deus e de seus filhos se realizem. Dentre estes, assoma significativo o verdadeiro abismo entre grupos sociais, passando da extrema e escandalosa miséria até chegar à abundância, ao esbanjamento e ao desperdício que têm provocado indignação e clamado soluções construtivas. A sensibilidade especial do Evangelho de São Lucas para os pobres e pequenos (Cf. Lc 16, 10-31) mostra Jesus que, através da provocante linguagem das parábolas, quer suscitar novas atitudes, semeando novas relações entre as pessoas.

Lázaro, o pobre de outrora e de sempre, assim como o rico epulão, continuam presentes e incômodos, quando a parábola é contada por Jesus. Mas o céu, com seu modo de viver baseado na comunhão e na partilha, está bem perto de nós. Antes de pôr o dedo na ferida da desigualdade e da injustiça presentes em nosso tempo, faz bem olhar ao nosso redor e identificar onde se encontram experiências diferentes, nas quais o céu desce à terra. Perto e dentro de nós, existem gestos de comunhão, gente de coração generoso, sensibilidade diferente à fraternidade. Penso em tantas iniciativas tomadas por pessoas e grupos, como as tantas obras sociais da Igreja ou de outras instâncias da sociedade, nas quais se superam as distâncias e a fraternidade se instala. E quantas são as pessoas tocadas pela força da Palavra de Deus e hoje mais fraternas e sensíveis às necessidades dos outros, capazes de acolher os outros e proporcionar-lhes caminhos novos de promoção e autonomia.


Depois, trata-se de alargar a compreensão para verificar as marcas de verdadeiro inferno existentes em torno a nós, onde o egoísmo se espalha e deixa seu rastro destruidor. Uma imagem de tal situação me veio há poucos dias diante dos olhos: um morador de rua recolhendo água suja de uma valeta numa grande cidade, para quase fazer de conta de se lavar no início de um novo dia. Penso em tantos homens e mulheres que veem seus filhos vagando pelas ruas, revestidos de andrajos, com o coração dolorido por não terem roupas adequadas. E os homens e mulheres que recolhem restos de comida, quais lázaros que competem com cães vadios? Brada ao Céu a terra que edificamos! A dignidade humana, inscrita por Deus em todos os seus filhos, grita por novas atitudes. Para acordar a humanidade adormecida dentro de nós, foram dados lei, profetas e, mais ainda, alguém que ressuscitou dos mortos (Cf. Lc 16, 29-31). E não falta o grito da realidade, mas ouvidos sensíveis!


Primeiro passo é saber que o céu, pátria definitiva em que desejamos habitar, é casa cuja construção começa na terra. Dar guarida a cada pessoa que clama pelo nosso amor, sem deixar quem quer que seja passar em vão ao nosso lado. Diante do aleijado encontrado pelas ruas, Pedro e João tinham muito mais do que recursos materiais: "Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho eu te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda!" (At 3,5). Deram a cura, abriram o coração do homem para Deus. E os textos dos Atos dos Apóstolos mostram que os primeiros cristãos lutaram pela comunhão de bens, um dos sinais da presença de Cristo Ressuscitado. Palavra, pão, remédio, abraço, consolo, sorriso, mãos que elevam, cura. Tudo serve e certamente haverá, no tesouro do coração de cada pessoa, algo a oferecer. Começar já, do jeito que é possível para cada um de nós.

Mas muitos podem oferecer outras coisas! Quem tem responsabilidades públicas, à frente de organismos da sociedade, pode aguçar sua sensibilidade e priorizar ações correspondentes aos valores da dignidade humana e proporcionar maior respeito às pessoas, especialmente aos mais necessitados. Há muita cara fechada e muita burocracia a serem superadas nas repartições públicas. Muitas filas podem diminuir, se crescer a boa vontade. Há projetos em vista do bem comum a serem implantados, vencendo interesses corporativos que emperram a vida dos cidadãos. Existe um caminho de conversão adequado para as pessoas que detêm cargos eletivos, quem sabe, inscritos até nos discursos bonitos da campanha eleitoral! Há mãos a serem lavadas na água pura da fonte da vida!

Tudo isso será possível se os valores que norteiam o comportamento tiverem referências diferentes. Escrevendo a Timóteo, companheiro de jornada no anúncio do Evangelho, São Paulo fez notar que "na verdade, a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. Por se terem entregue a ele, alguns se desviaram da fé e se afligem com inúmeros sofrimentos. Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas, procura antes a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a constância, a mansidão. Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual foste chamado quando fizeste a tua bela profissão de fé diante de muitas testemunhas" (1 Tm 6, 10-16). A atualidade patente da Escritura provoca novas atitudes. Só com homens e mulheres renovados e transformados com os critérios do Evangelho se pode implantar relações novas na sociedade.

Enfim, vale dizer que se o céu é o limite, não há que temê-lo. Quando a Escritura e a Igreja falam das realidades definitivas, chamadas "novíssimos do homem", não desejam incutir o pavor, nem converter à força as pessoas. Não fomos feitos para rastejar no pecado e no egoísmo, mas pensados por Deus para a felicidade, construída e partilhada nesta terra e vivida em plenitude na eternidade.

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Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém - PA.


Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=13317

27 de setembro de 2013

Virtudes da espiritualidade vicentina

A Espiritualidade vicentina está pautada, desde sua gestação, mediante o testemunho de Vicente de Paulo e seus primeiros companheiros de missão, no contexto da Igreja do século XVII, na França, em cinco virtudes, colhidas do Evangelho de Jesus Cristo e da sua práxis libertadora junto ao povo empobrecido e marginalizado. Estas virtudes são assim nomeadas pelo próprio Vicente de Paulo: simplicidade, humildade, mortificação, mansidão e zelo pelas almas(zelo apostólico).


Simplicidade

A virtude da Simplicidade educa-nos na capacidade de desenvolver os valores da verdade, da sinceridade, da transparência. Viver plenamente a simplicidade nos ajudará a evitar ser falsos uns com os outros e muito menos com o povo; por esta virtude somos chamados a ser simples, a dizer as coisas como são, sempre com sinceridade em relação à outra pessoa.


Diante dos desafios que o pluralismo de idéias e de valores e contra-valores que a sociedade capitalista nos impõe, precisamos ficar mais atentos em relação à nossa postura junto ao povo e o cultivo de valores que não são transitórios, mas base para a vida com dignidade. Um desses valores é o cultivo da simplicidade. O povo ao qual procuramos evangelizar se aproximará de nós mediante nossa postura diante dele. A simplicidade impregnada em nossos atos possibilitará essa pedagógica aproximação do povo mais simples a nós e vice-versa.


O próprio São Vicente definiu na sua vivência a importância desta virtude na vida de um vicentino: "A simplicidade é a virtude que mais amo, eu a chamo de meu evangelho" (SV I,284).


Humildade

São Vicente de Paulo define a Humildade como a virtude que dá a característica essencial à missão na Pequena Companhia. A humildade é a virtude que nos torna capazes de reconhecer e admitir nossas fraquezas e limitações, criando assim a possibilidade de confiar mais em Deus e menos em nós mesmos.


A humildade ajuda-nos a nos livrarmos da nossa auto-suficiência, a reconhecermos nossa dependência do amor do Criador e nossa interdependência comunitária. Ao mesmo tempo, a humildade nos capacita para reconhecer nossos talentos, talentos que devem ser postos a serviço das outras pessoas.


É a virtude que permite aos pobres aproximar-se de nós. É a virtude que nos ajuda a ver que todos somos iguais aos olhos de Deus. A vivência desta virtude educa-nos e capacita-nos, em contrapartida, para aproximar-nos progressivamente dos Pobres. Esta virtude nos impulsiona a um processo contínuo de inculturação no mundo dos pobres, encorajando-nos a um esforço de identificação com os mesmos.


Mansidão

Virtudes vicentinas: simplicidade, humildade, mansidão, mortificação e zelo apostólico
Etimologicamente, mansidão vem de "mansuetude" e manso de "mansus", forma do latim vulgar de "mansuetus". Tem um significado de comportamento aconchegante, familiar, doméstico. Conceitualmente, a mansidão se entende como a força, a virtude, que permite a pessoa moderar razoavelmente sua ira e indignação. A razoável indignação pode ser com freqüência sã e saudável, transposição lícita da sobrecarga psicológica a um ato de zelo pela glória de Deus, pela justiça ou pelo bem do próximo.


A mansidão não é agressiva, raivosa, barulhenta. Certamente é uma virtude chave na comunidade. É a virtude que ajuda a construir a confiança de uns nos outros, porque, quando somos amáveis, os que são tímidos se abrirão em relação a nós. Por estas razões podemos dizer que a mansidão é a virtude por demais vocacional, como constatou o próprio São Vicente: "Se não se pode ganhar uma pessoa pela amabilidade e pela paciência, será difícil consegui-lo de outra maneira" (SV VII, 226).


A mansidão inspira um trato suave, agradável, educado, e fundamenta a tolerância, valor este muito importante para a convivência em uma sociedade plural em que o respeito à pessoa e à sua liberdade deve ser uma lei indiscutível.



Mortificação

Por esta virtude somos interpelados a morrer para nós mesmos. É a virtude que pede que nos entreguemos totalmente, pensemos primeiro nos outros, pensemos especialmente nos Pobres antes de pensar em nós mesmos. Esta virtude educa-nos para o altruísmo em detrimento do nosso egocentrismo.


Assim nos diz São Vicente: "Os santos são santos porque seguem as pegadas de Jesus Cristo, renunciam a si mesmos e se mortificam em todas as coisas" (SV XII, 227).


Zelo Apostólico

Podemos identificar o zelo apostólico com paixão pela humanidade. O zelo é a conseqüência de um coração verdadeiramente compassivo. Trata-se da paixão por Cristo, paixão pela humanidade e paixão especialmente pelo Pobre. O zelo é uma virtude verdadeiramente missionária. Expressa-se em forma de disponibilidade, de disposição para o serviço e a evangelização, mesmo quando as forças físicas já estão decadentes.

Assim sendo, relacionado com o zelo está o entusiasmo, que leva à ação. Podemos entender o zelo como uma expressão concreta do amor efetivo, que é motivado pela compaixão, ou amor afetivo.


Referências

Família Vicentina no Brasil

Província Brasileira da Congregração da Missão

TERÇO DE SÃO VICENTE DE PAULO

Ó glorioso Vicente de Paulo, despertai em todas as pessoas a convicção profunda de que Jesus Cristo é nossa única esperança e salvação.


1º Mistério – Contemplamos a virtude da SIMPLICIDADE

Para São Vicente a virtude da simplicidade educa-nos na capacidade de desenvolver os valores da verdade, da sinceridade, da transparência. Viver plenamente a simplicidade nos ajudará a evitar ser falsos uns com os outros e muito menos com o povo, por esta virtude somos chamados a ser simples, a dizer as coisas como são, sempre com sinceridade em relação à outra pessoa.

Pai Nosso – 10 Ave-Maria – Glória e a seguinte oração:

Somente com os olhos a fé poderemos ver Jesus nos pobres. Alcançai-nos, ó glorioso Vicente de Paulo, de Deus a graça desta fé.

 

2º Mistério – contemplamos a virtude da HUMILDADE

São Vicente de Paulo define a Humildade com a virtude que já é característica essencial à nossa missão.

A Humildade é a virtude que nos torna capazes de reconhecer e admitir nossas fraquezas e limitações, criando assim a possibilidade de confiar mais em Deus e menos em nós mesmos. A humildade ajuda-nos a nos livrarmos da nossa autossuficiência, a reconhecermos nossa dependência do amor do Criador e nossa interdependência comunitária. Ao mesmo tempo, a humildade nos capacita para reconhecer nossos talentos, que dever ser postos a serviços das outras pessoas. È a virtude que permite aos pobres aproximar-se de nós. È a virtude que nos ajuda a ver com que todos somos iguais aos olhos de Deus. A vivencia desta virtude educa-nos e capacita-nos, em contrapartida, para aproximar-se nos progressivamente dos pobres.

Pai Nosso – 10 Ave-Maria – Glória e a seguinte oração:

Ajudai-nos, Vicente de Paulo, a libertamo-nos do amor próprio, para servirmos somente a Deus, quando servimos o pobre.


3º. Mistério – contemplamos a virtude da MANSIDÃO

Para São Vicente a mansidão se entende como a força, a virtude, que permite a pessoa moderar razoavelmente sua ira e indignação. A mansidão não é agressiva, raivosa, barulhenta. Certamente uma virtude chave na comunidade. É a virtude que ajuda a construir a confiança de uns nos outros, porque, quando somos amáveis, os que são tímidos se abrirão em relação a nós. Por estas razões podemos dizer que a mansidão é a virtude por demais vocacional, como constatou o próprio São Vicente ao escrever: "Se não se pode ganhar uma pessoa pela amabilidade e pela paciência, será difícil consegui-lo de outra maneira".

Pai Nosso – 10 Ave-Maria – Glória e a seguinte oração:

Alcançai-nos, Vicente de Paulo, a graça de compreendermos melhor a presença de Cristo no sacerdote e de tratarmos os ministros de Dês com respeito e dedicação, auxiliando-os na sua árdua missão.


4º. Mistério: contemplamos a virtude da MORTIFICAÇÃO

São Vicente afirma que por esta virtude somos interpelados a morrer para nós mesmos.  É a virtude que pede que nos entreguemos totalmente, pensemos primeiro nos outros, pensemos especialmente nos Pobres antes de pensar em nós mesmos. Esta virtude educa-nos para o altruísmo em detrimento do nosso egocentrismo.

Pai Nosso- 10 Ave Maria – glória e a seguinte oração:

Ajudai-nos, Vicente de Paulo, a libertarmo-nos do amor próprio, para servimos somente a Deus, quando servimos o pobre.

 

5º. Mistério – Contemplamos a virtude do ZELO APOSTÓLICO

Podemos identificar o zelo apostólico com paixão pela humanidade. O zelo é a consequência de um coração verdadeiramente compassivo. Trata-se da paixão por Cristo, paixão pela humanidade e paixão especialmente pelo pobre. O zelo é a virtude verdadeiramente missionária. Expressa-se em forma de disponibilidade, de disposição para o serviço e a evangelização mesmo quando as forças físicas já estão decadentes.

Pai Nosso – 10 Ave Maria – Glória e a seguinte oração:

Ajudai-nos, Vicente de Paulo, a alcançar na presença de Cristo na Eucaristia, as virtude que nos dão a tranquilidade de espírito, a paz de consciência e uma verdadeira caridade para com o pobres.

25 de setembro de 2013

Até o deserto floresce!...

24 de setembro de 2013

Padre Pio em minha vida

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Um coração livre de tudo por amor a Deus

Assim como muitos católicos, sempre tive o desejo de ser devota de algum santo, porém não tinha intimidade com nenhum a ponto de dizer: "Sou devota desse ou daquele santo". Até que, um dia, tive a graça de assistir ao filme de Padre Pio e fiquei encantadíssima com sua história: um homem que tinha traços de santidade desde criança e enfrentou terríveis batalhas contra o demônio por amor a Deus e a sua vocação. A partir daí, comecei a pesquisar mais sobre a história desse lindo santo através nos livros e devocionários.


Passei a cultivar uma experiência de amizade e intimidade com Padre Pio. Rezava muito com um devocionário, o qual continha diversas orações desse santo, de modo especial aquela oração que Celina Borges traduziu de uma forma tão bela na canção: "Fica, Senhor, comigo". O mais bonito é que eu o sentia muito próximo de mim.

Estava em discernimento vocacional no ano de 2008. Tinha o desejo de ingressar na Comunidade Canção Nova e sofri terríveis combates espirituais nesse tempo. Foi Padre Pio quem me ajudou a viver essa fase com sua presença e intercessão.

Nesse mesmo ano de 2008, tive a graça de conhecer a cidade que Padre Pio viveu a maior parte de sua vida religiosa: São Giovanni Rotondo. Por ocasião do Reconhecimento Pontifício da Canção Nova, fiz essa viagem com vários missionários da comunidade. Lembro-me que o meu coração estava cheio de dúvidas em relação a minha vocação, pois eu estava com uma vida profissional muito bem encaminhada, estava bem engajada na paróquia, minha família estava crescendo com o nascimento da minha sobrinha Luiza. Como deixar tudo isso para trás? Ao mesmo tempo que eu tinha o desejo de ser toda de Deus, meu coração ficava apertado ao saber que eu teria que abrir mão de pessoas e coisas tão preciosas para mim.


Nessa minha visita a São Giovanni Rotondo, tive a graça de conhecer a igreja onde Padre Pio viveu seu apostolado. Seus pertences se encontravam nela: túnicas, estolas, livros, escritos... Mas o que mais me encantou foi ver o quarto onde ele dormia. Era de uma simplicidade extraordinária! Lembro-me da cama, do seu chinelinho ao lado dela, uma escrivaninha, uma cadeira. Fiquei ali parada durante um bom tempo contemplando aquele lugar. De dentro de mim vinha a pergunta: "Como pode alguém viver de forma tão simples e ser tão feliz?".


Aquele lugar retratava um coração livre, desapegado de tudo por amor a Deus. Continuei a caminhar e vi o confessionário onde Padre Pio passava horas do seu dia a atender confissões, resgatando assim muitas almas para Deus. Mais adiante, o mais impactante momento: assisti a um vídeo que mostrava um pouco da história dele, com cenas reais de sua vida. Eram destacados momentos marcantes de sua história.

Esse vídeo nos preparava para irmos até o local onde estava o corpo do santo. Sim, havia sido feita a exumação do corpo de Padre Pio e, com isso, todos os peregrinos que por ali passavam podiam contemplar esse homem de Deus praticamente intacto. O clima do ambiente era sobrenatural. Contemplar o rosto de um santo, a serenidade que transfigurava naquela face, a paz que tomava conta daquele lugar me fez entrar numa profunda reflexão. Foi ali que pedi o socorro a ele, pedi que ele tomasse conta da minha vocação.

Mais tarde, na Santa Missa, ele respondeu ao meu pedido. Senti tão forte a presença deste santo ao meu lado que não pude conter as lágrimas. Foi na Santa Missa que ele me disse claramente que estava me assumindo como filha espiritual e que iria cuidar da minha vocação. Ele me deu a inspiração de que, todas as vezes que eu fosse receber Jesus Eucarístico, me colocasse de joelhos e rezasse sempre a sua oração: "Fica, Senhor, comigo. Preciso da Tua presença para não Te ofender. Sabes quão facilmente sou fraca e Te abandono, preciso de Ti para não cair..."

Desde então, passei a viver essa rica experiência de amizade e profunda admiração a esse tão lindo santo. Ingressei na Comunidade Canção Nova no dia 10 de janeiro de 2010. Como toda vocação é provada, é claro que comigo não seria diferente. Porém, com o auxílio de Padre Pio, aprendi a olhar para a cruz com amor e docilidade, pois ela é fonte de sabedoria. Se Padre Pio foi fiel até o fim, é porque ele aprendeu a amar a cruz.

Com alegria renovo o meu 'sim' a cada dia, no desejo sincero de ser fiel até o meu último suspiro, assim como Padre Pio.

São Padre Pio, rogai por nós!

Juliana Moraes
Missionária da Comunidade Canção Nova