21 de junho de 2013

A natureza do sofrimento

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Sofremos e assim nos firmamos como humanos

Quando o sofrimento bater à sua porta, é melhor abri-la. Resistir ou negá-lo é apenas um jeito de fugir do que, mais cedo ou mais tarde, você terá de enfrentar.

Sofrimentos são naturais na vida humana. Eles acontecem no percurso dos fatos que nos envolvem.

Quando dizemos que algo é "natural", nós o fazemos para demonstrar que não foi acrescentado, mas faz parte da vida. É natural, porque pertence ou refere-se às leis que nos regem e configuram a nossa condição humana. É natural, porque pertence à ordem das coisas que nascem espontaneamente.

Um dos grandes nomes da filosofia contemporânea, o filósofo Schopenhauer, num ensaio intitulado "Dos Fundamentos da Moralidade", faz a seguinte pergunta: "Como é possível que o sofrimento, que não é meu nem me interessa, afete-me de imediato como se fosse meu e com força tal a ponto de impedir-me a ação?

A pergunta do filósofo é instigante. Para ele, o contato com o sofrimento do outro nos recorda quem somos. O sofrimento é uma espécie de espelho, por meio do qual nos enxergamos a partir daquele que sofre. Nele, o nosso sofrimento está refletido em sua totalidade. Ao encontrarmos o outro e sua precariedade, nele descobrimos a nossa verdade fundamental, nossa condição expressa e viva em toda criatura.
O filósofo teoriza aquilo que todos experimentamos na prática. O sofrimento é uma das molduras que dão sustento à nossa existência. É o tecido que envolve a vida.

Nós o experimentamos desde o momento de nossa concepção. Pesquisas comprovam que muitas crianças, no processo de gestação, já sofrem com a ansiedade e com alguma forma de sofrimento da mãe. Muitos medos e inseguranças, manifestados ao longo da vida, parecem ter raízes em rejeições acontecidas ainda na vida intra-uterina. Nem mesmo na proteção de nossa primeira morada estamos livres do sofrimento.

O nascimento também é uma experiência de sofrimento. O parto não é doloroso somente para a mãe, mas também para o filho.

Nascemos a partir de movimentos de contrações, isto é, em movimentos de estreitamentos, compressões, encolhimentos. As contrações proporcionam o movimento do ato de nascer. É por meio delas que a criança se encaminha para o mundo. A mãe sofre o processo de expulsar o filho de seu ventre. Toda a musculatura trabalha num mesmo objetivo – encaminhar a criança para o nascimento.

Ao perceber o movimento que a retira do ventre, a criança também inicia um processo de dor. Terá que sair da tranquilidade do útero, do lugar da segurança, para passar pelo estreito caminho materno que a conduzirá ao novo mundo.

Nascer já é uma forma de sofrer. Sofrimento físico e psicológico. Físico, porque envolve o movimento de esforço muscular, rompimentos, sangramentos. Psicológico, porque representa mudanças de fases para a mãe e para a criança.

O caminho estreito, por onde chegamos ao mundo, já parece ser uma metáfora do que será a nossa vida. Nem sempre as passagens são amplas, facilitadas.

Outra questão que já nos coloca diante de sofrimentos inevitáveis é a nossa condição de seres inacabados. Os especialistas nos ensinam que o ser humano é o ser vivo que nasce mais incompleto. Nossa incompletude nos expõe a muitos sofrimentos naturais, próprios de quem precisa de cuidados para sobreviver.

Nascemos incapazes de ficar eretos por nós mesmos, diferente de tantos outros animais que já se equilibram sozinhos logo após o nascimento.

Sofremos cólicas terríveis nos primeiros meses de nossa vida. São os movimentos de ajuste que a natureza faz aos poucos, conduzindo-nos às adaptações necessárias para cada fase.

Sofremos quando vivemos as distâncias dos que amamos. Sofremos com os afastamentos temporários, as primeiras experiências de solidão, quando, por necessidade comum à vida de todos nós, temos de ser cuidados por estranhos.

Sofremos e assim nos firmamos como humanos. Homens e mulheres que recolhem, diariamente, o sentido de ser o que são e de sentir o que sentem.

O inegável é o sofrimento humano, pois este é natural.

(Extraído do livro "Quando o sofrimento bater à sua porta")
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Padre Fábio de Melo

Padre Fábio de Melo, sacerdote da Diocese de Taubaté, mestre em teologia, cantor, compositor, escritor e apresentador do programa "Direção Espiritual" na TV Canção Nova

19 de junho de 2013

É proibido proibir?

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Precisamos repensar alguns valores

Um dos ecos mais fortes que o Iluminismo francês fez chegar aos nossos tempos é a reivindicação da liberdade. Nesse sonho cultivado por muitas gerações, a regra era clara: é proibido proibir!


Todos deveriam simplesmente aceitar esse novo dogma sem questionar. A Igreja Católica era vista por muitos como símbolo da proibição, do pecado, da culpa. Filmes mostraram isso sem que os monges pudessem sequer se defender. Dogma é dogma. Está certo, mas qualquer um vê que essa verdade é contraditória. Quem proíbe de proibir já está proibindo. Não faz sentido, mas é a regra de ouro que ainda está em voga nos nossos dias.

Arrisque-se a pedir que as TVs deixem de passar algum programa que prejudique crianças ou adolescentes. É proibido censurar! Arrisque-se a dizer que este ou aquele filme é um desrespeito a milhões de pessoas que cultivam uma determinada fé. É proibido proibir!

Mas agora a situação está ficando catastrófica. Nem vamos perder tempo em comentar o romanceado Código da Vinci. Pode ser até um passatempo para quem quer se distrair com algum tipo de fantasia; a humanidade sempre gostou do surreal. Não me parece honesto colocar a fantasia muito próxima da realidade. Jogos de morte mutilam a mente de muitos adolescentes que passam a odiar seus avós, porque aderiram à lógica de um joguinho de computador. Deixe pra lá! Temos uma outra urgência.


A ciência sempre se vangloriou da liberdade de pesquisa em nome de seus avanços. É desconfortável para a ciência ser limitada pela consciência. Muitos pesquisadores que manipulam embriões humanos preferem dizer: é proibido proibir. Há laboratórios que reproduzem, silenciosamente, o holocausto da Segunda Guerra Mundial.

Mas alguém poderia dizer que nada disso o atinge no dia a dia. Nem os transgênicos que acabamos comendo sem saber? Bem... Vai levar algum tempo para começarem os efeitos. Por que proibir? Lembre-se de que Deus perdoa sempre, nós perdoamos às vezes (deveria ser pelo menos 70 x 7!), mas a natureza não perdoa nunca.

Está começando um novo tempo em que o século das luzes vai mostrando suas penumbras e a célebre liberdade vai deixando claros seus limites. Estamos finalmente descobrindo que é necessário proibir. Não se pode permitir ao alcoolizado pegar no volante. Proíba-se! Quem se atreveria a colocar limites ao celular? Já recebi milhões de e-mails dizendo que as ondas desses aparelhinhos provocam doenças terríveis que começam com dor de cabeça. Pensei que seria câncer. É pior. Por meio deles, torna-se possível a organização de facções criminosas capazes de aterrorizar milhões de pessoas em questão de horas. Não sei se a bomba atômica fez tanto estrago. Nem mesmo o terrorismo clássico, que derrubou os prédios e mudou a cultura nos Estados Unidos da América, teve tanto poder. Um pequeno celular. Por que proibi-lo?

Precisamos repensar alguns valores. Não sou favorável a nenhum tipo de totalitarismo. Nasci em 1964, assisti ao golpe da barriga de minha mãe. Faço parte da geração do silêncio, a qual teve de engolir as aulas de Educação Moral e Cívica, OSPB (lembra o que é isso?) e cantar: "Eu te amo meu Brasil, eu te amo...".

Esse tempo já vai tarde! Não pode mais voltar. Mas não podemos ficar sentados em utopias ocas de liberdade, feito uma avestruz com a cabeça enterrada em suas ideologias, sejam quais forem! É necessário colocar limites!

Alexander Sutherland Neill (1883-1973), o fundador de Summerhill, aquela escola-modelo de liberdade na Inglaterra, escreveu empolgado o livro Liberdade sem medo. Quando sua escola não tinha mais vidros nas janelas, ele escreveu um livro corretivo: Liberdade sem excesso. Pense nisso!

 

(Extraído do livro "Pronto, Falei!")

 

14 de junho de 2013

Sinais de amor

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A porta está aberta!

"Muitos tentaram escrever a história dos fatos ocorridos entre nós, assim como nos transmitiram aqueles que, desde o início, foram testemunhas oculares e, depois, se tornaram ministros da palavra. Diante disso, decidi também eu, caríssimo Teófilo, redigir para ti um relato ordenado, depois de ter investigado tudo cuidadosamente desde as origens, para que conheças a solidez dos ensinamentos que recebeste" (Lc 1,1-4). São características que fazem de São Lucas escritor caprichoso ao apresentar o modo de ser e agir de Nosso Senhor. Uma das vertentes mais atraentes de seus escritos são os gestos de misericórdia de Jesus. Pérolas do Evangelho, como as parábolas da Misericórdia, o encontro do Senhor com pessoas destinadas à rejeição na sociedade ou a atenção aos pobres e enfermos.


Tudo nos chega com beleza indescritível pela pena daquele que, provavelmente, teve contato com uma testemunha privilegiada, chamada Maria de Nazaré. Dificilmente, alguém poderia descrever episódios como os da infância de Jesus sem um contato com quem os viveu tão de perto. Aliás, além de Maria, Mãe do Senhor, várias mulheres encontram lugar privilegiado no terceiro Evangelho, como "Maria, chamada Madalena, de quem saíram sete demônios, Joana, mulher de Cuza, alto funcionário de Herodes, Susana, e muitas outras mulheres, que os ajudavam com seus bens" (Lc 8,2-3). Também outros evangelhos as reconhecem presentes: Salomé (Mc 15,40), Maria, mãe de Tiago (Mc 15,40), Maria, mulher de Cléofas (Jo 19,25).


Lucas médico, artista, evangelista! Sua narrativa nos faz acompanhar Jesus em situações intrigantes e recolher, a partir da própria cultura do tempo, as lições que se tornam roteiro de vida para quem quer que faça a escolha da vida cristã. Uma cena aparentemente prosaica como a do fariseu que convidou Jesus para jantar é carregada de sentido. Um homem chamado Simão, uma mulher conhecida na cidade como pecadora, mesa, óleo, beijo, lágrimas, perdão, sinais de amor (Lc 7,36-8,3). Tudo compõe a pintura que a Igreja proclama como "Evangelho", "Palavra da Salvação" também para hoje.

A hospitalidade judaica acrescentava ao convite feito para uma refeição a água para as abluções, o refrescante óleo perfumado e o ósculo de paz. Provavelmente, o anfitrião, curioso diante do Mestre que acolhera seu convite, descuidou-se de gestos correntes de civilidade. Quem cobriu sua falta de cortesia foi justamente uma mulher pecadora. Rompidas todas as barreiras, soltou seus cabelos, numa surpreendente manifestação de liberdade, e transbordou seu coração em lágrimas e beijos. Tendo pecado tanto, amou muito mais e saiu dali com os preciosos tesouros do perdão e da paz.

Os traços de tais gestos se encontram presentes na Igreja nos sinais com os quais se celebram os sacramentos da Iniciação Cristã. Água do Batismo, Óleo da Unção na Crisma e Mesa preparada na Eucaristia. Assim, fomos acolhidos com amor por Cristo no coração da Igreja, para darmos testemunho dele onde quer que estejamos. Entrar na Igreja não é inscrever-se numa associação ou clube, quem sabe com título de sócio proprietário! É antes acolher a expressão do amor de Deus que recebe em sua família os que dele se aproximam, ao escutarem seu provocante convite.

Como Deus tem uma só palavra e seus dons são irrevogáveis (Cf. Rm 11,29), Ele não volta atrás quando uma pessoa é recebida na Igreja, feita filha e templo do Espírito Santo no Batismo e na Crisma. Mesmo quem abandonar a prática da fé cristã, lá dentro de seu coração se encontra latente a graça de Deus. São impressionantes as descrições da segunda conversão: pessoas que deixaram a prática religiosa, depois de um tempo e muitos acidentes de percurso, reencontram o amor de Deus e o seio materno da Igreja. É que a Mãe Igreja não pode abandonar ninguém. Saibam todos que a Igreja ora por eles e os aguarda, como aves viajoras que ao pôr do sol retornam ao seu ninho.

A desculpa será sempre o pecado! Se assim for, bendito seja Deus, pois o mais grave é não ter consciência dele, quando a consciência se relaxa de tal forma, como tão corrente em nossos dias, que do mal se faz propaganda e os crimes, aberrações de todo gênero e insensibilidade se espalham.

Quem se reconhece pecador ou pecadora, parabéns! A porta está aberta. Revista-se de lágrimas, solte seus cabelos, irrompa nos ambientes mais seletos, venha com o Óleo perfumado dos sentimentos mais autênticos plantados pelo Espírito Santo em seu coração! Os que se encontram "em casa" se desdobrem para receber de braços abertos os pecadores de toda ordem. Confessionários a postos, para jornadas de reconciliação, estruturas pastorais mais acolhedoras, templos de portas abertas, braços preparados para abraçar e não para apartar! Agentes de Pastoral, discípulos missionários, em suas mãos e em seus passos se encontra a chance que muitos esperam para voltar à casa paterna. A porta está aberta! Inaugurou-se a estação da misericórdia e do perdão. Que todos tenham o direito de ouvir, através da Igreja, a voz do Senhor: "Teus pecados estão perdoados... Tua fé te salvou. Vai em paz!" (Cf. Lc 7,48-50)

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Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

12 de junho de 2013

É namoro ou amizade?

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Tenha a coragem de entregar um pouco sua história

A vida é uma experiência que, a cada momento, nos oferece infinitas escolhas, e temos sempre de escolher uma ou duas, ou até não escolher. Desde o momento em que acordamos, estamos escolhendo. Já pensou nisso? Não? Pensemos juntos, então!

Ao acordar, você já vive um enorme drama: abrir os olhos ou deixá-los fechados e, assim, curtir mais um pouco a cama? Tomar um banho ou primeiro escovar os dentes? Ou os dois ao mesmo tempo? Enquanto você toma banho, já ganha tempo escovando os dentes! Ir com aquela camisa azul ou com a branca? Escolhas, escolhas e mais escolhas!

Toda escolha gera angústia e até mesmo certa dúvida! Agora, pense escolher alguém para entregar seu coração e sua alma... Difícil, não? 


Aqui, abro um parênteses: ficar não é um primeiro passo para quem quer um amor maior. Ficar não é a antessala do namoro. Ficar é para quem se contenta em levar uma vida sem compromissos, experimentando e sendo experimentado. Desculpe-me se peguei pesado, mas cabe a mim e a você escolher o estilo de vida que queremos ter!

Cristão não fica, mas namora! Sobre isso, falei no livro 'Nasci pra dar certo!'. Se quiser saber o quanto ficar nos descaracteriza, leia-o. Mas se você está a fim de encarar uma vida autêntica, aventure-se no amor, o qual tem um tempo maravilhoso de descobertas! Fecho parênteses. Continuemos nossa busca pelo "Amor Maior".


Escolher alguém para entregar nosso coração soa até romântico, não? Mas se levarmos em conta que, segundo a Palavra de Deus, o "coração" é a sede dos sentimentos, podemos dizer que namorar é escolher alguém para entregar nossos sentimentos, aquilo que somos e temos de melhor. Essa não é uma tarefa fácil, principalmente em um tempo no qual o "descartável" está em alta, e, infelizmente, as pessoas não só consomem coisas descartáveis como querem pessoas descartáveis. Usar e depois jogar fora! Não deve ser assim para quem quer ter uma vida de valer a pena. Precisamos escolher a quem entregar o presente de nosso coração, nossos segredos, nossos sonhos!

Não é um peso, mas uma decisão. Por isso, a amizade é um primeiro passo para quem quer uma (um) namorada (o) de valer a pena. Ter a coragem de, antes de entregar seus carinhos, abraços e beijos, entregar um pouco sua história. Será ela (e) capaz de receber você com aquilo que, de mais lindo, você traz em si? Também será capaz de receber o seu "pior" e, mesmo assim, ter a disposição de construir com você algo de bom?

A amizade nos pontualiza frente àquela (e) que apareceu em nosso caminho. Neste momento, somos provocados a responder algumas perguntas: "É com essa pessoa que estou disposto a caminhar, lado a lado, na estrada de uma vida feliz? Será que meu coração bate na sintonia do coração dela? Será que tenho disposição de ir além do sentimento e decidir-me a amá-la com seus limites e imperfeições?

Sei que parece meio estranho a palavra "escolha", e você deve não concordar comigo, pois eu não mando no coração. Ele gosta de quem quiser e na hora que quiser! E ainda você deve dizer: "É algo que vem de dentro e não tenho muito controle sobre isso!".

Concordo que vem de dentro, mas descordo do fato de que não se tem controle sobre ele, pois a grande beleza está em você se controlar, pois isso nos difere dos animais. Devemos agir além de nossos sentimentos e instintos. A beleza mais profunda está em nossa liberdade de assumir a vida e com ela também o coração. Sempre você poderá escolher. Assim, o caminho de amizade será bem oportuno para você se decidir, com sentimento e razão, se vale a pena entrar em determinado relacionamento ou não.

Se eu disse que para começar um namoro deve se partir de um coração amigo, quero enfatizar que, nesta hora, você precisa também ser inteligente o bastante para ir se percebendo, dando e colhendo sinais de que o amor, ali presente, vai além de uma mera amizade.

Sei que nem preciso falar, pois, quando estamos apaixonados, tudo muda, não é? A cor do nosso rosto, o brilho dos nossos olhos, nosso corpo vai reagindo também. No momento certo, não tenha medo de dar o passo. Lógico que nós homens temos, por excelência, essa missão e precisamos assumir nosso papel. Mulheres, não tenham medo de serem encontradas! Um coração ancorado em Deus sabe o momento certo.

Não curto muito a ideia de as pessoas deixarem a parte humana, ou seja, a nossa, para Deus executar. Tais como fazer novena para este santo ou aquele em troca de "favores" para conseguir um namoro ou fazer da oração um momento de colocar Deus na parede para que mostre se é ou não aquela a pessoa certa.

Um coração ancorado em Deus sabe ler, nos acontecimentos e na oração, o momento e a hora, mas isso não tira a parte que nos cabe! Afinal de contas, quem vai namorar somos nós.

O Pequeno Príncipe nos ensina muito quando diz: "O essencial é invisível aos olhos, só se vê bem com o coração!" Esteja atento àquilo que você não consegue ver, pois, geralmente, é isso que permanece. O que vemos, como a beleza ou os bens que o outro tem, podem passar, mas aquilo que se tem dentro só tende a melhorar!

E aí, é namoro ou amizade?

 

(Extraído do livro "Quero um Amor Maior")

 

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Adriano Gonçalves
adriano@geracaophn.com

10 de junho de 2013

As 12 promessas do Sagrado Coração de Jesus

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Essa devoção tem sua origem na Sagrada Escritura

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus tem sua origem na própria Sagrada Escritura. O coração é um dos modos para falar do infinito amor de Deus por cada um de nós. Este amor encontra seu ponto alto com a vinda de Jesus.


A devoção ao Sagrado Coração, de um modo visível, aparece em dois acontecimentos fortes do Evangelho: o gesto de São João, discípulo amado, encostando a sua cabeça em Jesus durante a Última Ceia (cf. Jo 13,23); e, na cruz, onde o soldado abriu o lado de Jesus com uma lança (cf. Jo 19,34).

Em um acontecimento temos o consolo de Cristo pela dor na véspera de Sua morte. No outro, o sofrimento causado pelos pecados da humanidade.


Estes dois exemplos do Evangelho nos ajudam a entender o apelo de Jesus feito em 1675 a Santa Margarida Maria Alacoque: "Eis este Coração que tanto tem amado os homens... Não recebo da maior parte senão ingratidões, desprezos, ultrajes, sacrilégios, indiferenças... Eis que te peço que a primeira sexta-feira depois da oitava do Santíssimo Sacramento (Corpo de Deus) seja dedicada a uma festa especial para honrar o Meu Coração, comungando, neste dia, e dando-lhe a devida reparação por meio de um ato de desagravo para reparar as indignidades que recebeu durante o tempo em que esteve exposto sobre os altares. Prometo-te que o Meu Coração se dilatará para derramar com abundância as influências de Seu divino Amor sobre os que tributem esta divina honra e que procurem que ela lhe seja prestada."


O beato João Paulo II sempre cultivou esta devoção e sempre a incentivou a todos que desejam crescer na amizade com Jesus. Em 1980, no dia do Sagrado Coração, ele afirmou: "Na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a liturgia da Igreja concentra-se, com adoração e amor especial, em torno do mistério do Coração de Cristo. Quero, hoje, dirigir, juntamente convosco, o olhar dos nossos corações para o mistério desse Coração. Ele falou-me desde a minha juventude. Cada ano, volto a este mistério no ritmo litúrgico do tempo da Igreja."

Conheça agora as 12 promessas do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque:

1ª Promessa: "A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de Meu Sagrado Coração";

2ª Promessa: "Eu darei aos devotos de Meu Coração todas as graças necessárias a seu estado";

3ª Promessa:
"Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias";

4ª Promessa:
"Eu os consolarei em todas as suas aflições";

5ª Promessa: "Serei refúgio seguro na vida e principalmente na hora da morte";

6ª Promessa: "Lançarei bênçãos abundantes sobre os seus trabalhos e empreendimentos";

7ª Promessa: "Os pecadores encontrarão, em meu Coração, fonte inesgotável de misericórdias";

8ª Promessa: "As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas pela prática dessa devoção";

9ª Promessa: "As almas fervorosas subirão, em pouco tempo, a uma alta perfeição";

10ª Promessa: "Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais endurecidos";

11ª Promessa:
"As pessoas que propagarem esta devoção terão o seu nome inscrito para sempre no Meu Coração";

12ª Promessa: "A todos os que comunguem, nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna".

7 de junho de 2013

A fórmula do fracasso

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Quer montar uma equipe de sucesso?

Quer montar uma péssima equipe de trabalho, um grupo de derrotados? Escolha apenas pessoas maleáveis e fáceis de liderar. Quer montar uma equipe de sucesso? Escolha pessoas difíceis. Elas têm um potencial de liderança que está aplicado no campo errado. Jesus escolheu uma equipe de doze pessoas muito, mas muito difíceis. Com seu jeito amoroso e amável, o Mestre modificou o comportamento de cada um deles, dando início ao maior empreendimento de todos os tempos: o Cristianismo. Procure seguir este exemplo e reconhecer o grande potencial que está escondido por trás das pessoas difíceis. Meus melhores alunos, certamente, não foram os mais calados e disciplinados. Não raro tive alunos difíceis, que hoje reconheço como grandes líderes. 

Você pode transformar aquele fofoqueiro num ótimo relações-públicas. Deixe-o falar, mas ensine a falar a palavra certa, na hora certa, para a pessoa certa. Transforme o ambicioso em um gerente de sucesso. Deixe-o tomar as iniciativas, mas purifique suas motivações e seu egocentrismo. Você pode transformar o vaidoso, o rancoroso, o invejoso... Busque o potencial positivo deles e você terá uma equipe de sucesso, ou seja, uma equipe de líderes.

Sobre este potencial positivo dos "difíceis", encontrei uma dessas simpáticas parábolas da internet, que vale a pena reproduzir aqui. É a "Fábula do porco-espinho":

"Conta-se que, durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos. Assim, agasalhavam-se e protegiam-se mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor. Por isso, decidiram se afastar uns dos outros e voltaram a morrer congelados. Precisavam fazer uma escolha: ou aceitariam os espinhos dos companheiros ou desapareceriam da Terra. Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos. Aprenderam, assim, a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro. E assim sobreviveram. Moral da história: o melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele no qual cada um aprende a conviver com os defeitos do outro e admirar suas qualidades."

Se estiver procurando formar uma equipe de liderados, prepare-se para a falência. Sua liderança se confirma quando gera outros líderes. Quando todos lhe obedecerem sem questionar, não se iluda pensando que construiu uma grande equipe. Você atingiu o grau máximo da mediocridade. Tenha pelo menos uma atitude honesta e peça demissão.


6 de junho de 2013

As fases do namoro

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O ser humano tem vocação ao amor

A grande maioria das pessoas, quando imaginam um namoro, consideram como essencial para o êxito desse relacionamento o constante sentimento de paixão. Tanto para iniciar quanto para mantê-lo, essa emoção é valorizada demais, como maior referência para que a pessoa oriente suas futuras decisões em comprometer-se "para sempre" com o outro ou desligar-se dele.


Embora saibamos que o intuito do namoro é se dispor em conhecer e amar uma pessoa especial para eternizar um compromisso com ela, outros aspectos devem pautar o relacionamento amoroso. Comumente, ouvimos de casais, que resolveram terminar o namoro, os comentários: "O amor acabou!", "Incompatibilidade de gênios!", "Não era para ser!", "Tantas diferenças tornaram impossível continuarmos".


Tudo isso porque, depois de um tempo, as emoções do início diminuem e não enxergamos a chance de, a partir daí, incluir, no relacionamento, as dimensões mais elevadas como a disposição da vontade e da doação ao outro.

Por que as pessoas se veem tão atraídas por alguém, e ao invés de conseguirem cultivar cada vez mais o que de bonito havia em seus corações, terminam por colher decepção? O que faz o amor acabar? O que torna tão pesado lidarmos com as diferenças?

É certo que não existe uma "fórmula do amor" ou uma cartilha de como proceder. Talvez por isso, ficamos tão atrelados e norteados somente pelos sentimentos.

Felizmente, o ser humano tem vocação ao amor e por isso é capacitado para superar, a dois, as dificuldades para realizarem-se. Só que isso não acontece de imediato, mas por uma gradualidade. É processual. Vamos aprendendo a amar a outra pessoa, por isso podemos pensar nessa caminhada em estágios.

A primeira fase é a do "sentimento". A segunda fase será do "conhecer". Terceira fase: "decisão". A quarta fase será a de "unir os corações". E a última fase é o "noivado".

Contudo, não basta saber da existência das fases, é preciso aprofundar-se, estudar, conhecer o significado de cada uma delas e analisar-se mediante esses conceitos. Só assim, envolvendo-se e comprometendo-se com aquilo que comporta um namoro virtuoso é que estas etapas indicarão um caminho, um roteiro, de como atingir e superar cada nível. Por estas fases poderemos identificar manias e erros mais comuns em namoros, além de possíveis falhas em seu último relacionamento, principalmente, você se perceberá capaz de ultrapassar barreiras, verá que pelo respeito e amor é possível vencer os desafios de casal e transformá-los em decisão e felicidade.

Deus abençoe você!

 

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Sandro Ap. Arquejada