28 de junho de 2012

O que é a Divina Providência?

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Em seu amor, o Senhor criou bem todas as coisas
Certamente, você já ouviu falar que Deus sustenta e conduz toda a criação, realizando Sua vontade por meio da Divina Providência; assim, para viver uma vida de santidade é necessário confiar inteiramente nela. Mas muitos ainda têm dúvidas sobre o que é e como viver dela.

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) define a Divina Providência como as disposições pelas quais Deus conduz a Sua criação em ordem a essa perfeição: "Deus guarda e governa, pela Sua providência, tudo quanto criou, atingindo com força, de um extremo ao outro, e dispondo tudo suavemente" (Sb 8,1), porque "tudo está nu e patente a seus olhos" (Hb 4,13), mesmo aquilo que "depende da futura ação livre das criaturas" (CIC 302).

Desta maneira, o Senhor criou o homem para a santidade e, por isso, Ele jamais o abandona; por isso o conduz, a cada instante, para uma perfeição última ainda a atingir pelos caminhos que só Ele conhece.

Por outro lado, mesmo conduzindo tudo, Ele jamais retira a liberdade do homem, uma vez que este não é marionete. "Em Deus, vivemos, movemos e existimos" (At 17,28). Ele está presente em todas as situações, mesmo nas ocorrências dolorosas e nos acontecimentos aparentemente sem sentido. Ele também escreve direito pelas linhas tortas da nossa vida; o que nos tira e o que nos dá, tudo constitui ocasiões e sinais da Sua vontade, afirma o Youcat (49).
 
Reconhecer, confiar nesta dependência total do Senhor é fonte de sabedoria e de liberdade, de alegria e de confiança (Sb 11,24-26). O próprio Jesus recomendou o abandono total à providência celeste, sendo Ele o próprio a testemunhar, com Sua vida, que o Senhor cuida de todas as coisas: "Não vos inquieteis, dizendo: 'Que havemos de comer?' 'Que havemos de beber?' [...] Bem sabe o vosso Pai celeste que precisais de tudo isso. Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça e tudo o mais vos será dado por acréscimo" (Mt 6,31-33).

Se Deus conduz todas as coisas, surge então o questionamento: Por que Ele não evita o mal?

Afirma o Catecismo da Igreja Católica que: "A esta questão, tão premente como inevitável, tão dolorosa como misteriosa, não é possível dar uma resposta rápida e satisfatória. É o conjunto da fé cristã que constitui a resposta a esta questão: a bondade da criação, o drama do pecado, o amor paciente de Deus que vem ao encontro do homem pelas suas alianças, pela Encarnação redentora de seu Filho, pelo dom do Espírito, pela agregação à Igreja, pela força dos sacramentos, pelo chamamento à vida bem-aventurada, à qual as criaturas livres são de antemão convidadas a consentir, mas à qual podem, também de antemão, negar-se, por um mistério terrível. Não há nenhum pormenor da mensagem cristã que não seja, em parte, resposta ao problema do mal" (CIC 309).

Santo Tomás de Aquino afirmava que: "Deus só permite o mal para fazer surgir dele algo melhor". Ora, o mal no mundo é um mistério sombrio e doloroso, por isso tão incompreensível; mas temos a certeza de que o Senhor é cem por cento bom, Ele nunca é o autor de algo mau. Ele criou o mundo bom, embora ainda não aperfeiçoado.
 
Olhando para a história, é possível descobrir que o Senhor, em sua providência, tirou um bem das consequências de um mal (mesmo moral) causado pelas criaturas: "Não, não fostes vós – diz José a seus irmãos – que me fizestes vir para aqui. Foi Deus. [...] Premeditastes contra mim o mal: o desígnio de Deus aproveitou-o para o bem [...] e um povo numeroso foi salvo" (Gn, 45,8; 50,20)

"Do maior mal moral jamais praticado, como foi o repúdio e a morte do Filho de Deus, causado pelos pecados de todos os homens, Deus, pela superabundância da sua graça, tirou o maior dos bens: a glorificação de Cristo e a nossa redenção. Mas nem por isso o mal se transforma em bem". (CIC 314)

O certo é que "Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus" (Rm 8,28). O testemunho dos santos não cessa de confirmar esta verdade: Santa Catarina de Sena afirmou: "Tudo procede do amor, tudo está ordenado para a salvação do homem e não com nenhum outro fim". São Tomás Morus, pouco antes do seu martírio, disse estas palavras: "Nada pode acontecer-me que Deus não queira. E tudo o que Ele quer, por muito mau que nos pareça, é, na verdade, muito bom" (CIC 315).

Portanto, o homem é chamado a confiar inteiramente na divina providência, pois esta é o meio pelo qual Ele conduz, com sabedoria e amor, todas as criaturas para o seu último fim, que é a santidade, mesmo sabendo que, muitas vezes, os caminhos da sua providência são desconhecidos. A resposta para aquele que deseja viver uma vida na vontade do Senhor é o abandono, pois esta é a ordem de Deus: "Lançai sobre o Senhor toda a vossa inquietação, porque Ele vela por vós" (1 Pe 5, 7).

Ricardo Gaiotti - Comunidade Canção Nova
@ricardogaiotti

27 de junho de 2012

Ressurreição

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Ressurreição (em latim: resurrectione, em grego: anastasis) significa literalmente "levantar; erguer". Esta palavra é usada com frequência nas Escrituras bíblicas, referindo à ressurreição dos mortos. No seio do povo hebreu, a palavra correlata designava diversos fenômenos que eram confundidos na mentalidade da época. O seu significado literal é voltar à vida; assim, o ato de uma pessoa considerada morta viver novamente era chamado ressurreição. Existe a conotação escatológicaadotada pela igreja católica para esse termo que é a ressurreição dos mortos no dia do juízo final.

17 de abril de 2012

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Estaremos sem atualizações para o Blog por tempo indeterminado.
Agradeço a compreensão.
Eder Silva

16 de abril de 2012

Insegurança, o desafio nosso de cada dia

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Não deixe esse sentimento tomar conta de você
Quando éramos apenas crianças, nossos pais assumiam a frente daquilo que precisávamos fazer. Eles eram nossos tutores e em todas as nossas necessidades ou dúvidas nós recorríamos a eles.

Hoje, muitas vezes, hesitamos diante de uma situação quando queremos nos arriscar em algo novo. Seja numa troca de emprego ou numa nova atividade profissional, seja na compra de uma casa ou em qualquer outra situação, que possa acarretar uma escolha definitiva, nossos temores certamente vão aflorar. Com isso, a preocupação e o medo de perder aquilo que já foi conquistado impedem a pessoa de viver uma nova experiência.

Quando consideramos algum tipo de mudança em nossa vida significa que não nos sentimos completamente felizes na condição atual. A falta de perspectiva ou algum outro tipo de insatisfação nos levam a cogitar a possibilidade de sair da comodidade que vínhamos vivendo. Mas, ainda assim, a nossa insegurança nos prende àquilo com o que estávamos acostumados ou nos fazia nos sentir seguros.

Dentro de um relacionamento, alguém inseguro nunca se sente confortável, pois o temor constante de perder a quem conquistou faz com que ele acabe tentando controlar, acirradamente, os passos de quem ama. Entretanto, há quem viva no extremo desse mal e, da sua insegurança exacerbada, nutre o ciúme. Na tentativa de proteger-se daquilo que assombra seus pensamentos, a pessoa insegura formula para a outra com quem se relaciona quase que um inquérito se a vê conversando com alguém ou se, por um contratempo, o encontro agendado é cancelado ou simplesmente adiado.

Acredito que todos nós, em vários momentos, já sentimos os efeitos da falta de segurança. Embora conheçamos o nosso potencial para realizar algo novo, sempre nos pegamos avaliando as possibilidades dos acontecimentos, caso estes não atinjam o resultado esperado. Pois, sabemos que, de alguma maneira, todas as nossas atitudes acabam apontando para um novo direcionamento de nossa vida.  Diante das incertezas ou do conhecimento sobre as consequências de uma ação  o medo nos freia.

Uma pessoa insegura se torna facilmente influenciada por outras por esperar delas a validação de seus atos. A insegurança talvez seja um dos maiores desafios que precisamos lutar para controlar.

Podemos nos aconselhar com pessoas mais experientes sobre determinado assunto, ou até mesmo saber a opinião daquele com quem nos relacionamos sobre nossos objetivos, mas cabe a nós assumirmos a responsabilidade dos compromissos que queremos abraçar.

A confiança é um processo gradual e lento
que vem acompanhada do amadurecimento. Precisamos trabalhar para conquistá-la, pois é com essa virtude que aprenderemos a enfrentar os desafios impostos pela vida.


Foto Dado Moura
contato@dadomoura.com

13 de abril de 2012

Aborto nunca!

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O anencéfalo é um ser humano
A grande maioria dos brasileiros continua sendo contrária à legalização do aborto. De acordo com recente pesquisa do Instituto Vox Populi – encomendada pelo Portal iG –  a grande maioria dos entrevistados (80%) é contra mudanças na normativa jurídica que regula o tema.


O aborto mata um ser humano em gestação; é um atentado contra um ser indefeso, uma covardia. Ainda que tenha havido uma concepção por estupro, não se justifica esse mal, pois a justiça deve punir o agressor e não a criança, tirando-lhe a vida. Ainda que uma criança esteja sendo gerada com alguma deficiência, não se justifica matá-la; ao contrário, as verdadeiras civilizações se caracterizam por proteger os mais fracos, e não por os matar.

O anencéfalo é um ser humano; é dotado de uma alma imortal, tem vida. Não importa quanto tempo vá viver, a sua existência tem de ser respeitada pela mãe e pelo Estado.

Desde o século XIX a ciência reconhece que a vida humana se inicia na concepção. O maior geneticista do século XX, Dr. Jerome Lejeune, descobridor da Síndrome de Down, atestou esta verdade. Não existem tratados de embriologia que neguem esse fato. O embrião cresce com autonomia, tem sexo definido, é completo e vai se desenvolver até a sua morte a partir de tudo o que já possui. Toda a mensagem de sua vida já está ali completamente definida. Ele só precisa de três condições para seguir sua vida: oxigênio, nutrição e tempo, o mesmo de que nós precisamos. A vida intrauterina é apenas uma das etapas do desenvolvimento do ser humano, eliminar qualquer etapa significa encerrar as demais fases futuras de uma vida.

A mãe jamais tem o direito de eliminar um filho que está em gestação; é uma vida independente dela; e a mulher, acima de tudo, foi criada para dar e gerar a vida. Ainda que o nascituro esteja temporariamente dentro do corpo de sua mãe, ele não é parte deste corpo. É um descalabro uma mãe matar o próprio filho, nem a cobra venenosa faz isso. 

Se damos à mãe o direito de matar um filho em seu ventre, porque é um "estorvo" para ela, teríamos de dar o mesmo direito a um filho de eliminar a sua mãe velha e doente que é um "estorvo" para ele. Se existe direito ao aborto, então, temos real direito de matar qualquer um, a diferença será apenas a idade da vítima. Mas assim, eliminamos o amor, a fé, a caridade.

Sabemos que 50% dos bebês abortados são mulheres, o que demonstra que o aborto não é instrumento de defesa do sexo feminino; é uma aviltação deste.

Todos aqueles que defendem o aborto já nasceram; vivem porque tiveram acesso primeiramente ao direito à própria vida. Nenhum direito humano ficará de pé se for eliminado "o direito de nascer".

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

12 de abril de 2012

Páscoa: Um tempo se inicia

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Ela renova todas as coisas
Com a Páscoa o mundo se renova e começa uma nova perspectiva de história, porque o Cristo Ressuscitado convoca os cristãos para construir uma humanidade diferente, convencida de que uma vida saudável é possível. Ela tem que ser construída tendo como base a fé e a visão otimista de futuro. Os critérios devem aqueles fundados no testemunho autêntico de vida.

No caminho da Páscoa é importante o desapego de ideias antigas, de antigos costumes e normas. É hora de pensar mais alto e olhar para frente com liberdade, com fermento novo e firmar os pés naquilo que é capaz de dar rumo certo aos nossos ideais. Isso é muito difícil quando nos abandonamos no próprio subjetivismo.

No âmbito da fé, sabemos que Deus dá novo sentido para os acontecimentos. Ele é o guia da história, que tira do fracasso um resultado de vitória para a vida. Não é fácil entender os mistérios de Deus Pai, mas eles estão a serviço do bem da criação, especialmente das pessoas, criadas à imagem e semelhança d'Ele e chamadas para construir o mundo.

Não podemos ficar numa situação de trevas, de incertezas, como aconteceu com os discípulos de Jesus após Sua Morte na cruz. Não sabiam ainda da Ressurreição do Senhor, mesmo sabendo que o sepulcro tinha sido encontrado vazio. Custaram a entender as promessas do Mestre, nas quais estava inscrito que a morte traria vida nova.

Deus vai sempre na contramão dos critérios humanos. O que para nós parece derrota, para Ele é vitória; o que nos parece fim é começo para Ele, e com muito mais força e vigor. A Ressurreição de Cristo é o recomeço da criação, que depende da continuidade da nossa parte como cocriadores com Deus.

Todos nós estamos em busca de um novo mundo, de uma sociedade transformada e ressuscitada para o bem e para a paz. A Páscoa deve ser vida nova, superior a todo o passado de imperfeições e maldades. É olhar para frente com esperança e na certeza de bons frutos de quem se convence do valor dos seus bons atos.


Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo eleito de Uberaba - MG

10 de abril de 2012

Maria e a ressurreição de Cristo

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"Rainha do céu, alegra-te. Aleluia!"
Depois da deposição de Jesus no sepulcro, Maria "é a única que permanece a ter viva a chama da fé, preparando-se para acolher o anúncio jubiloso e surpreendente da ressurreição" (Alocução da Audiência geral, L'Osserv. Rom. ed. port., 6/4/96, pág. 12). A espera vivida no Sábado Santo constitui um dos momentos mais altos da fé da Mãe do Senhor: na obscuridade que envolve o universo, Ela entrega-se plenamente ao Deus da vida e, recordando as palavras do Filho, espera a realização plena das promessas divinas.

Os Evangelhos narram diversas aparições do Ressuscitado, mas não o encontro de Jesus com a sua Mãe. Este silêncio não deve levar a concluir que, depois da Ressurreição, Cristo não tenha aparecido a Maria; convida-nos, ao contrário, a procurar os motivos dessa escolha por parte dos evangelistas.

Supondo uma "omissão", ela poderia ser atribuída ao fato de que tudo o que é necessário para o nosso conhecimento salvífico é confiado à palavra de "testemunhas anteriormente designadas por Deus" (At. 10, 41), isto é, aos Apóstolos que, "com grande poder", deram testemunho da Ressurreição do Senhor Jesus (cf. At. 4,33). Antes de aparecer a eles, o Ressuscitado apareceu a algumas mulheres fiéis por causa da sua função eclesial: "Ide dizer a Meus irmãos que partam para a Galileia, e lá Me verão" (Mt. 28,10).

Se os autores do Novo Testamento não falam do encontro da Mãe com o Filho Ressuscitado, isso talvez seja atribuível ao fato de que semelhante testemunho poderia ser considerado, por parte daqueles que negavam a Ressurreição do Senhor, muito interessado e, portanto, não digno de fé.

Os Evangelhos, além disso, referem um pequeno número de aparições de Jesus Ressuscitado, e não certamente o relatório completo de quanto aconteceu nos 40 dias após a Páscoa. São Paulo recorda uma aparição "a mais de quinhentos irmãos, de uma só vez" (cf. I Cor. 15, 6). Como justificar que um fato conhecido por muitos não seja referido pelos Evangelistas, apesar de seu caráter excepcional? É sinal evidente de que outras aparições do Ressuscitado, embora estivessem no elenco dos notórios fatos ocorridos, não tenham sido mencionadas. Como poderia a Virgem, presente na primeira comunidade dos discípulos (cf. At. 1, 14), ter sido excluída do número daqueles que se encontraram com o seu divino Filho, ressuscitado dos mortos?

É antes legítimo pensar que, de modo semelhante, a Mãe tenha sido a primeira pessoa a quem Jesus Ressuscitado apareceu. A ausência de Maria do grupo das mulheres que ao alvorecer se dirige ao sepulcro (cf. Mc. 16, 1; Mt. 28, 1), não poderia talvez constituir um indício do fato de Ela já se ter encontrado com Jesus? Esta dedução encontraria confirmação no dado que as primeiras testemunhas da ressurreição, por vontade de Jesus, foram as mulheres, que tinham permanecido fiéis ao pé da cruz e, portanto, mais firmes na fé. Com efeito, a uma delas, Maria de Mágdala, o Ressuscitado, confia a mensagem a ser transmitida aos Apóstolos (cf. Jo. 20,17-18). Também este elemento consente talvez pensar em Jesus que aparece em primeiro lugar à sua Mãe, Aquela que permaneceu a mais fiel e, na prova, conservou íntegra a fé.

Por fim, o caráter único e especial da presença da Virgem no Calvário e a sua perfeita união com o Filho, no sofrimento da cruz, parecem postular uma sua particularíssima participação no mistério da ressurreição. Sedúlio, um autor do século quinto, afirma que Cristo Se mostrou no esplendor da vida ressuscitada, antes de tudo, à própria Mãe. Com efeito, aquela que, na anunciação, tinha sido a via do Seu ingresso no mundo, era chamada a difundir a maravilhosa notícia da ressurreição, para se fazer anunciadora da Sua vinda gloriosa. Inundada assim pela glória do Ressuscitado, a Santíssima Virgem antecipa o "resplendor" da Igreja (cf. Sedúlio, Carmen Pascale, 5, 357-364, CSEL 10, 140 s.).

Sendo imagem e modelo da Igreja, que espera o Ressuscitado e que no grupo dos discípulos O encontra durante as aparições pascais, parece razoável pensar que Nossa Senhora tenha tido um contato pessoal com o Filho Ressuscitado, para gozar também ela da plenitude da alegria pascal.

Presente no Calvário durante a Sexta-Feira Santa (cf. Jo. 19, 25) e no cenáculo, no Pentecostes (cf. At. 1, 14), a Virgem Santíssima foi provavelmente testemunha privilegiada da Ressurreição de Cristo, completando desse modo a sua participação em todos os momentos essenciais do mistério pascal. Ao acolher Jesus Ressuscitado, Maria é, além disso, sinal e antecipação da humanidade, que espera obter a sua plena realização mediante a ressurreição dentre os mortos.

No tempo pascal a comunidade cristã, ao dirigir-se à Mãe do Senhor, convida-a a alegrar-se: "Regina caeli, laetare. Aleluja!", "Rainha do céu, alegra-te. Aleluia!". Recorda assim a alegria de Maria pela Ressurreição de Jesus, prolongando no tempo o "alegra-te" que lhe fora dirigido pelo Anjo na anunciação, para que se tornasse "causa de júbilo" para a humanidade inteira.

Beato João Paulo II