"Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade." 1Cor 13,13. Idealizado e Criado em 13/05/2006.
9 de agosto de 2011
Antônio Frederico Ozanam
São Vicente de Paulo
27 de Setembro
"Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e espírito e amarás ao teu próximo como a ti mesmo" (Mat 22,37.39).
Se não foi o lema da vida deste santo, viveu como se fosse. O santo de hoje, São Vicente de Paulo, nasceu na Aquitânia (França) em 1581. No seu tempo a França era uma potência, porém convivia com as crianças abandonadas, prostitutas, pobreza e ruínas causadas pelas revoluções e guerras.
Grande sacerdote, gerado numa família pobre e religiosa, ele não ficou de braços cruzados mas se deixou mover pelo espírito de amor. Como padre, trabalhou numa paróquia onde conviveu com as misérias materiais e morais; esta experiência lhe abriu para as obras da fé. Numa viagem foi preso e, com grande humildade, viveu na escravidão até converter seu patrão e conseguiu depois de dois anos sua liberdade.
A partir disso, São Vicente de Paulo iniciou a reforma do clero, obras assistenciais, luta contra o jansenismo que esfriava a fé do povo e estragava com seu rigorismo irracional. Fundou também a "Congregação da Missão" (lazaristas) e unido a Santa Luísa de Marillac, edificou as "Filhas da Caridade" (irmãs vicentinas).
Sabia muito bem tirar dos ricos para dar aos pobres, sem usar as forças dos braços, mas a força do coração. Morreu quase octogenário, a 27 de setembro de 1660.
São Vicente de Paulo, rogai por nós!
8 de agosto de 2011
A gratuidade
Há solução: melhor distribuição, maior solidariedade e partilha!
Entretanto, pode acontecer que muitos não voltem às suas lides com tanta tranquilidade. Se as férias foram feitas de vícios – e quanto custam! – ou de abusos desenfreados, não virá à tona o sorriso generoso de algumas crianças que me cumprimentaram recentemente, voltando de uma viagem feita com os pais. Abraços e histórias se misturavam, a ponto de uma pessoa estrangeira, que nos visitava, ficar edificada com a liberdade da meninada com o Arcebispo de Belém. A bonita algazarra ficou gravada em minha memória. Eram sorrisos felizes e gratuitos!
Quando os apóstolos se viram em apuros diante da multidão faminta (Cf. Mt 14, 13-21; Mt 15, 32-39; Mc 6, 33-44; Mc 8, 1-8; Lc 9, 10-17; Jo 6, 1-13), foi muito pouco o que tinham a oferecer: poucos pães e poucos peixes. O Evangelho de São João ainda diz que foi um menino a colocar à disposição uma oferta aparentemente tão insignificante. E pensar que as mulheres e crianças nem foram contadas no cálculo dos comensais! E menino dá de graça pão, peixe, sorriso, perdão e brilho nos olhos. Foi de graça que Jesus encheu-se de compaixão da multidão, curou suas enfermidades, anunciou-lhes a Boa Nova. E quando a criança lhe deu de graça pães e peixes, estes se multiplicaram, quando os discípulos, atônitos, viam o milagre passar pelas próprias mãos.
É de graça que a terra oferece dadivosa e generosa o alimento aos seres humanos. O milagre continua a acontecer, uma geração após a outra. Há períodos no ano em que se multiplicam entre nós açaí, peixe, camarão, farinha! Se estamos muito acostumados a ver estas maravilhas, é bom notar que se pode explicar diretinho "como" tudo isso acontece na terra ou na água, mas quem ordena à natureza manter este ritmo com uma regularidade tão incrível? O porquê está lá no alto, generoso e gratuito.
A multiplicação extraordinária dos pães e dos peixes, realizada por Jesus, é contata nos Evangelhos para ajudar-nos a operar muitas multiplicações no cotidiano. Há pouco tempo, um programa de televisão retratava o doloroso tema do desperdício. De fato, como podemos acusar Deus e não fornecer alimento para as multidões famintas, quando nossa geração joga fora comida? Pode parecer simplista, mas existe a solução: melhor distribuição, maior solidariedade e partilha! É a multiplicação acontecendo na gratuidade que brota da conversão.
Os quatro evangelistas descrevem a multiplicação de pães, o que não acontece com todos os milagres! Deve haver um sentido para tal insistência. E tamanha é a riqueza da narrativa que foi profecia e antecipação de outra multiplicação. Até as expressões são semelhantes: tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção de ação de graças, partiu os pães e os deu aos discípulos; e os discípulos os distribuíram às multidões. A maior multiplicação acontece quando Jesus dá Seu Corpo e Seu Sangue na Eucaristia, de graça, para a vida do mundo. Por isso as mais antigas representações pictóricas da Eucaristia nos mostram um cesto de pães e dois peixes, como no mosaico descoberto em Tabga, na Terra Santa, ou na Catacumba de Priscila, em Roma.
Como "todos comeram e ficaram saciados, e dos pedaços que sobraram recolheram ainda doze cestos cheios" (Cf. Mt, 14, 20), recebendo a Palavra, a partilha dos bens e a Eucaristia, reste-nos a responsabilidade de compartilhar com outras pessoas o que vivemos, a modo de missionários, de graça!
Arcebispo de Belém - PA
5 de agosto de 2011
A Sociedade de São Vicente de Paulo
Fonte: http://www.ssvpbrasil.org.br/?pg=sobre_a_ssvp
Frederico Ozanam nasceu em 1813. Aos 20 anos, ao lado de companheiros fiéis, em Paris, na França, deu início a uma obra que ajuda milhões de famílias há mais de 170 anos: a Sociedade de São Vicente de Paulo - SSVP.
A missão da Sociedade de São Vicente de Paulo é aliviar a miséria espiritual e material dos que vivem em situação de risco social, colocando em prática os ensinamentos de Cristo e da Igreja Católica.
Ozanam foi beatificado em agosto de 1997 pelo Papa João Paulo Segundo.
No Brasil já existe uma igreja em honra a Frederico Ozanam.
São Vicente de Paulo é considerado o patrono de todas as obras de caridade. Trilhou um caminho de dedicação radical aos pobres e as missões populares; foi a inspiração para a denominação da SSVP.
Atualmente a Sociedade de São Vicente de Paulo está presente em 143 países e tem mais de 700 mil membros espalhados pelo mundo.
O Brasil é o maior país vicentino do planeta; aqui a instituição nasceu em 1872, com a Conferência São José, no Rio de Janeiro. E conta com cerca de 250 mil voluntários, organizados em 20 mil Conferências e 33 Conselhos Metropolitanos.
As Conferências Vicentinas são grupos formados por homens e mulheres - e também por Crianças e Adolescentes. Quem faz adesão a SSVP é chamado de Vicentino.
Os grupos se reúnem semanalmente para debater e sugerir maneiras de atender as famílias carêntes, que são cadastradas após sindicância sócio-econômica.
As Confêrencias são coordenadas por Conselhos, que direcionam os trabalhos e atividades seguindo os princípios e fundamentos da Regra da Sociedade de São Vicente de Paulo.
A administração da Sociedade de São Vicente de Paulo no Brasil é de responsabilidade do Conselho Nacional do Brasil; e no mundo, do Conselho Geral Internacional, com sede em Paris, na França.
Os Vicentinos fazem do sonho Ozanam, que é "formar uma grande rede de caridade de ajuda ao próximo", uma realidade que alivia o sofrimento dos pobres e incentiva a promoção da dignidade humana.
A SSVP recebe colaboração de benfeitores, que contribuem financeiramente com a instituição.
A visita domiciliar é a principal atividade dos Vicentinos.
Semanalmente são feitas mais de 200 mil visitas, em diferentes bolsões de miséria. Assim, todos que são amparados pela instituição são incentivados a melhorar suas vidas em todos os sentidos.
O trabalho da SSVP abrange ainda as Obras Unidas. São creches, educandários, asilos, entre outras instituições - todas mantidas e administradas pela organização.
Diversas unidades Vicentinas promovem cursos que visam a inclusão social das famílias assistidas; como os de alfabetização e de geração de renda - são as Obras Especiais.
Atualmente, meio milhão de brasileiros recebe o apoio da SSVP.
Semanalmente a instituição distribui mais de 800 mil quilos de alimentos, arrecadados por meio de campanhas junto aos Colaboradores, além de remédios, roupas, materiais escolares e utensílios diversos.
A Sociedade de São Vicente de Paulo conquistou Parceiros como a Nestlé.
Os projetos mais grandiosos desta valiosa Parceria sao a Campanha "Torcer faz bem" e os Shows "Roberto Carlos pra sempre".
Em 2004, a instituição recebeu o Prêmio Direitos Humanos, na Categoria Idosos, oferecido pelo Governo Federal.
Em 2005, a SSVP assinou um termo de cooperação com o Ministério do Desenvolvimento Social no sentido de beneficiar famílias carentes ainda nao atendidas pelos programas sociais do Governo Federal.
A Sociedade promove anualmente a Romaria Nacional ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida, no interior de São Paulo. Uma ação que renova a fé e a amizade entre os vicentinos.
No Brasil, cerca de 100 mil jovens Vicentinos semeiam o futuro da SSVP.
Conferências compostas por crianças e adolescentes formam novos membros para a instituição. Atualmente, no Brasil, atuam cerca de 600 Conferências de Crianças e Adolescentes.
A instituição mantém também a Ecafo - Escola de Capacitação Frederico Ozanam - que visa a formação dos Vicentinos por meio de cursos, palestras, encontros e retiros.
A Sociedade São Vicente de Paulo une homens, mulheres e crianças num mesmo ideal: praticar o amor ao próximo.
Procure uma Confêrencia Vicentina na paróquia mais perto da sua casa e venha fazer parte dessa grande rede de caridade: a Sociedade São Vicente de Paulo.
4 de agosto de 2011
"Na Caridade, face a face com os Pobres - Mudar para Transformar"
Cfd. Donizetti Luiz - Conferência São Sebastião / Goiânia-GO
3 de agosto de 2011
É esforço, esperteza ou dom?
O melhor a fazer não é apenas 'dialogar', mas rezar
No campo ecumênico as tristezas são maiores do que as alegrias. Cinquenta anos depois do Concílio, continuamos marcando passo. Houve uns pequenos consolos, algumas aproximações positivas. Mas além disso, somos parecidos com os corredores da Fórmula Um, cujo veículo, uma vez caído na caixa de brita, não sai mais do lugar. Os anglicanos, algum dia, vão acertar os passos com os católicos? Humanamente falando, jamais. Os ortodoxos e os católicos vão abandonar as suas agruras históricas e procurar se acertar? Esqueçam. É inútil lembrar os uniatas, que reconhecem o Papa. Parece que não passarão da situação atual. Desnecessário lembrar os albigenses. É da natureza humana adorar uma boa briga e dar o troco por desaforos sofridos. Se depender do esforço de pessoas boas, ou até das espertezas e diplomacias humanas, estaremos desunidos para sempre (e com chance de aumentar a desunião). Mas o Eterno guarda uma carta na manga. Um dia mais, ou um dia menos, o Pai das Misericórdias nos concederá a unidade como um dom gratuito. O melhor que podemos fazer não é "dialogar", mas rezar. Pela humilde oração podemos antecipar os tempos. O que Jesus previu vai se cumprir: "Haverá um só rebanho e um só Pastor" (Jo 10, 16).
Dom Aloísio Roque Oppermann scj
domroqueopp@terra.com.br
1 de agosto de 2011
Sem o amor, tudo o que fazemos é inútil
Devemos lembrar que é importante fazer o bem
Amor fingido?! Isso existe?! Existe até demais! Nosso mundo prima pela aparência. Estamos numa sociedade muito frágil, que pôs os seus alicerces não na verdade, mas nas aparências.
Nesta sociedade, as coisas boas só valem a pena desde que sejam vistas, aplaudidas e tragam um retorno ainda maior para quem as fez. Isso não é amor, é comércio; e pode acontecer com cada um de nós se fizermos as boas obras esperando algo em troca.
O amor é gratuito. Não só é gratuito, mas nós o devemos a todos os que de nós se aproximam: "Não tenhais dívida alguma com ninguém, a não ser a de um amor mútuo, pois quem ama o seu semelhante cumpriu a lei" (Rm 13, 8-10).
Como termômetro da caridade devemos lembrar que é importante fazer o bem, mas ainda é mais importante querer o bem, que antes do "bem fazer" venha o "bem querer". Sem o amor, tudo o que fazemos é inútil; nossas boas obras podem até ser aproveitadas por alguém, mas a nós de nada servirão diante de Deus.
O amor precisa ser a raiz de tudo o que fazemos. Como é que Deus nos ensina a amar? Ele nos ensina muito concretamente: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo". Nosso Pai está nos dizendo que para amar sem falsidade devemos fazer às pessoas tudo o que gostaríamos que alguém fizesse a nós e que não façamos aos outros o que não gostaríamos que nos fizessem.
Parece simples, mas a nossa velha natureza, marcada pelo pecado, reage mal a essa proposta. Por isso, não podemos buscar as forças neste coração meramente humano, precisamos buscá-las no coração divino, que Deus plantou dentro de nós.
Para amar assim só com um novo coração. Todo batizado tem este "coração novo", o que precisa é usá-lo, exercitá-lo. "Que vossa caridade não seja fingida. Aborrecei o mal, apegai-vos solidamente ao bem. Amai-vos mutuamente com afeição terna e fraternal. Adiantai-vos em honrar uns aos outros" (Rm 12,9).
Quando amamos de coração, o Espírito Santo, que em nós habita, é quem ama em nós. Por nosso intermédio passa o amor do próprio Deus. Nisso o nosso amor é diferente dos demais, por ser amor de Deus: Já não sou eu que amo, mas Cristo que ama em mim!
marciomendes@cancaonova.com