1 de novembro de 2010

A nossa vida em direção a Cristo

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Não basta somente ter dons; antes, precisamos saber usá-los bem
Denis Duarte, nesse estudo dirigido, traz explicações sobre o primeiro capítulo da carta de São Paulo ao povo de Corinto e ensina como aplicar os resultados do estudo em sua vida.

Entendendo as cartas de São Paulo:

O apóstolo deixa claro que a Igreja de Corinto não é independente nem está isolada, pois mostra que a Igreja é formada por todas as comunidades que invocam Jesus (1,2).

Assim, ela já dá sinais do tema central da carta: as divisões internas. Por isso, inclusive, cita nove vezes, o nome de Jesus nos primeiros nove versículos da carta. Tudo deve estar direcionado ao Cristo para que, por Ele, se restabeleça a unidade da Igreja de Corinto.

As palavras de São Paulo aos Coríntios, na abertura da carta, demonstram a força dessa comunidade, uma vez que nela não faltava nenhum dom (1,5 e 1,7). Ao mesmo tempo, como veremos, o uso de tanta graça divina também trazia dificuldades, mas Paulo deixa claro que os dons são de serviço à Igreja e não para causar contendas e divisões. Os dons são para favorecer a comunhão da comunidade (1,9), por isso esses mesmos dons devem estar orientados e submetidos para a volta do Cristo (1,7-8).

Através do site http://www.portrasdaspalavras.com você poderá também fazer seu estudo bíblico

Ouça dicas de como aplicar o texto na vida:




Foto Denis Duarte
contato@denisduarte.com

27 de outubro de 2010

Dizer não é também amar

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Limites são necessários para qualquer ser humano
Amar não é e nunca será tarefa fácil, exige de nós empenho e decisão. O amor sincero comporta o sofrimento e a doação em favor do outro. Pelo bem do outro, inúmeras vezes, enfrentamos dificuldades que nos causam dor e pesar.

Existem situações nas quais temos de desagradar a quem amamos em virtude de seu próprio bem. Tais decisões são difíceis e doem mais em nós do que naqueles que são objetos de nossa repreensão. Porém, é importante salientar que corresponder sempre e irrefletidamente aos desejos de quem se ama pode se tornar algo negativo, que tende a deformar e não formar. Dentro dessa perspectiva, afirmo que: "Dizer 'não' também é uma forma de amar".

Limites são necessários para qualquer ser humano, pois, por meio deles, alcançamos equilíbrio e maturidade. Pais que não impõem limites aos filhos acabam criando pequenos reis e rainhas e, conseqüentemente, tornando-se seus súditos.

Somente quem já recebeu um "não" na vida consegue compreender a especificidade da palavra humildade. Somente aqueles que não foram correspondidos no que queriam, em algum momento de sua história, sabem compreender que sua vontade não é absoluta e que nem sempre estão certos.

É no "não" e no "sim", no equilíbrio das possibilidades, que se forma uma pessoa, é assim que o orgulho se ausenta e o ser humano consegue entender que os outros também são bons.

Nem tudo o que queremos é o melhor para nós, porém, nem sempre conseguimos enxergar assim. É aí que descobrimos quem nos ama, pois os que sinceramente se interessam por nós não têm medo de nos dizer a verdade e de nos corrigir quando necessário.

Não é fácil corrigir e dizer 'não'; seria mais fácil e conveniente dizer sempre 'sim' e estar sempre sorrindo, pois quem diz 'não' se expõe e, muitas vezes, atrai sobre si a ira do outro. Quem corrige, mesmo querendo o bem do outro, corre o risco de ser mal interpretado, contudo, demonstra um grande amor e cuidado com o outro.

Só quem nos ama nos diz 'não'. Só quem se interessa por nós tem a sensibilidade de cuidar de nós, através da poda.

Precisamos ter sensibilidade para detectar e aceitar o amor que se manifesta em uma multiplicidade de formas e que nos encontra também naquilo que tanto nos desagrada.

Se enxergarmos assim, sentiremo-nos mais amados e cuidados, evitaremos muitas contrariedades, além de descobrirmos belezas antes não contempladas. Faça essa experiência!

Foto Adriano Zandoná
verso.zandona@gmail.com

25 de outubro de 2010

Dependência tecnológica

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Quando o computador se torna mais importante
Aceitamos plenamente que a realidade em nosso tempo é o uso cada vez mais frequente, e nas mais diferentes culturas, das tecnologias como forma de comunicação, informação, formação e entretenimento; embora seja um grande desafio gerenciar a quantidade do tempo que passamos diariamente frente a estas máquinas. Muito do nosso trabalho está ligado a equipamentos e softwares que facilitam nossa vida, mas diminuem o contato e o relacionamento humano.

Quando falamos em crianças em plena fase de desenvolvimento, podemos pensar no seguinte: quanto tempo elas ficam on-line, jogando? Qual a frequência de tempo frente ao computador? Já parou para analisar estas questões de família? O tempo é apenas uma forma de "medir" se estamos ou não dependentes, mas há outros fatores a serem considerados.

Há alguns indicadores para saber o quanto uma criança (e até mesmo um jovem) está com dificuldade de trocar o computador [por outra atividade] ou até mesmo tem um comportamento de dependência [ao equipamento], são:

- Quando o jogo ou o uso de mídias sociais como MSN, Orkut etc., torna-se a atividade mais importante da vida da criança, dominando seus pensamentos e comportamentos.

- Modificação de humor/euforia: experiência subjetiva de prazer, euforia ou mesmo alívio da ansiedade quando está no ato de jogar.

- Necessidade de usar o computador por períodos cada vez maiores para atingir a mesma modificação de humor, ou seja, para "sentir-se bem".

- Fase de Abstinência: estados emocionais e físicos desconfortáveis quando ocorre descontinuação ou redução súbita do uso do computador (intencional ou forçada).

- Vivência de conflitos: pode ser entre aquele que usa o computador excessivamente e as pessoas próximas (conflito interpessoal), conflito com outras atividades (trabalho, escola, vida social, prática de esportes etc.) ou mesmo do indivíduo com ele mesmo, relacionado ao fato de estar jogando excessivamente (conflito intrapsíquico).

Não podemos negar as maravilhas oferecidas pela tecnologia, a facilidade de acesso, a disponibilidade de informações e a realidade que se encontra com este tipo de acesso e relacionamento, porém, cada vez mais frequente se torna a realidade das famílias dividas pela individualidade gerada no uso de tecnologia. Enquanto um fala ao telefone no quarto fechado, o outro está ligado no computador horas sem falar com ninguém, e a outra prende-se à TV, sem parar.

Quantas vezes as crianças, além do uso em casa, deixam de comprar lanche para jogar nas lan houses? São capazes de passar dias inteiros, finais de semana longe do relacionamento interpessoal. O uso do computador e seus jogos, que era reservado apenas como lazer, torna-se praticamente a atividade principal delas. O sono é prejudicado, a alimentação também, pois as crianças comem em frente ao computador sem ao menos saber quanto e o que, gerando obesidade. O isolamento continua e a irritação, por não usar o computador ou imaginar que vão ficar sem ele, se torna imensa, com um grande desconforto emocional.

Como família, é muito importante que possamos voltar nossa atenção para este assunto para que possamos desenvolver crianças e jovens com uma vida mais saudável, favorecendo as relações humanas mais sadias.

Foto Elaine Ribeiro
psicologia01@cancaonova.com

22 de outubro de 2010

Sexo virtual: carências e consequências

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Como vencer esse vício ou essa tentação?
O sexo virtual começou pelo uso do telefone há bastante tempo; algumas agências até se especializaram em oferecer esse tipo de atividade com moças e rapazes "de programa" contratados para isso. Foram os famosos "Teles": telefantasia, tele-erótico, telesexy, telegay, tele-horóscopo, teletarô, enfim... "telepecado".

É incrível a capacidade do ser humano para descobrir novas formas de satisfazer a sede de prazer dos seus mais baixos instintos. Seduzido pelo "anjo das trevas" ele se deixa seduzir e põe os mais sofisticados recursos da inteligência e da técnica a serviço do mal; isto é, daquilo que ofende a dignidade da criatura e atenta contra o Criador.

No entanto, a Internet superou tudo isso; primeiro por causa da privacidade, comodidade e forma anônima com que oferece a fantasia; segundo porque quase sempre é gratuita. Para ser sincero, nunca vi o Sexto Mandamento tão violado e Deus tão ofendido.

Nunca se viu tanta permissividade moral invadir os nossos lares! Nunca foi tão avassaladora a onda de lama a nos atingir. O Criador é ofendido e desprezado pela criatura mais bela que Ele criou à Sua "imagem e semelhança", para ser a maior glória d'Ele na face da terra.

A luxúria de Sodoma e Gomorra, e também da antiga Pompéia consumida pelo Vesúvio, se globalizaram pela internet. Mas, o que mais nos entristece, e até revolta, é constatar que tudo isso é promovido com a complacência e a conivência das autoridades públicas, que deveriam ser as primeiras a impedir tais absurdos.

Esses meios de comunicação tão úteis e práticos como o telefone e a internet jamais poderiam, por razões éticas e morais, ser transformados em instrumentos de promiscuidade moral. A nossa sociedade vive o neopaganismo; isto é, o Evangelho, que até alguns anos atrás era a referência para o comportamento da sociedade, não passa agora de letra morta para muitos.

Definitivamente eliminou-se o "temor de Deus" no meio da sociedade, que, dessa forma, se torna mais individualista, narcisista, hedonista, pecadora. O ateísmo que se vive hoje é um ateísmo prático, selvagem, não mais filosófico. Não mais se pergunta se Deus existe; apenas se age como se Ele não existisse, e pronto. Apesar disso, 95 por cento dizem acreditar em Deus, mas ignoram as leis divinas...

Pior do que o pecado cometido sob o peso da fraqueza da carne, é aquele cometido quando se explora comercialmente aquilo que é imoral, que atenta contra a dignidade do ser humano, transformando-o em um meio de lucro. Sem dúvida, estamos aqui diante de um pecado dobrado, praticado não pela fraqueza da natureza humana, mas pelo amor desenfreado pelo dinheiro, como disse São Paulo "razão de todos os males" (cf. 1Tm 6,10).

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) fala sobre o escândalo:

"Quem usa os poderes de que dispõe de tal maneira que induzam ao mal torna-se culpado de escândalo e responsável pelo mal que, direta ou indiretamente, favorece. 'É inevitável que haja escândalos, mas ai daqueles que o causar' (Lc 17,1)" (CIC §2287).

É incrível constatar que há pessoas que consigam dormir em paz sabendo que "faturaram" às custas do pecado dos outros e da morte das suas almas. É incrível observar que a sede de dinheiro possa ser maior que o respeito à verdade, à pureza, ao amor ao próximo...

É incrível notar que Cristo continua a ser vendido por "trinta moedas"! Tenho acompanhado e orientado vários jovens mergulhados no vício de assistir à pornografia na Web que me pedem ajuda para sair dele. Tenho também recebido e-mail de esposas que se desesperam quando pegam seus maridos vendo sites pornográficos. A tentação é enorme e a facilidade é muito grande. Outros se enveredam pelos "chats" variados e acabam se complicando.

Tentei ajudar uma jovem e bela mãe que acabou deixando seus dois filhos pequenos e seu esposo para ir morar com outro homem que conheceu pela internet. É claro que essa moça trazia sérios problemas no casamento e carências que não foram resolvidas. Mas, o pior é assim que complicou ainda mais as coisas.

Sem dúvida, esse tipo de relacionamento virtual atinge em cheio as pessoas mais carentes e que lutam contra uma afetividade não bem controlada nem bem equilibrada. Por outro lado, a carne é fraca e pode arrastar qualquer um, mesmo as pessoas espiritualizadas e que vivem um bom relacionamento com Deus. Muitas vezes, embaladas pela conversa virtual, muitas acabam se expondo a perigos de vários tipos, que não imaginam.

É preciso dizer também que a atividade sexual virtual diante da internet pode se transformar em vício; e o pior de tudo é que muitas vezes leva o cristão ao pecado da masturbação, fornicação, adultério ou mesmo a uma vivência sexual pervertida com a (o) esposa (o). E tudo isso prejudica a pessoa; em primeiro lugar porque ofende a Deus e polui a alma e a mente com cenas eróticas que desvirtuam o sexo; em segundo lugar essa pessoa fomenta em si mesma o sexismo; isso prejudica o namoro, o noivado e o casamento.

Nota-se hoje que práticas condenadas há muito tempo, e que antes não eram aceitas, como sexo anal e oral, começam a se tornar de certa forma aceitos por casais cristãos. Isso é fruto da pornografia que foi anestesiando suas mentes. Nem a pessoa solteira e nem o casal cristão podem se entregar à perversidade da pornografia.

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) é bem claro ao afirmar que:

"A pornografia (...) ofende a castidade porque desfigura o ato conjugal, doação íntima dos esposos entre si. Atenta gravemente contra a dignidade daqueles que a praticam (atores, comerciantes, público), porque cada um se torna para o outro objeto de um prazer rudimentar e de um proveito ilícito. Mergulha uns e outros na ilusão de um modo artificial. É uma falta grave. As autoridades civis devem impedir a produção e a distribuição de materiais pornográficos" (CIC § 2354).

Como vencer esse vício ou essa tentação?

Em primeiro lugar é preciso ter calma; não desanimar nem se desesperar diante dele; mas lutar com fé e perseverança, mesmo que se caia um milhão de vezes. Deus quer mais a nossa determinação de lutar contra o pecado, "até o sangue" se for preciso, como manda a Carta ao Hebreus (Hb 12,4): "Ainda não resististe até ao sangue na luta contra o pecado".

Jesus deixou-nos a receita básica para vencer qualquer pecado: "vigiai e orai". Estar sempre em estado de oração, com a alma sempre ligada a Deus, sempre suplicando ao Senhor o auxílio de Sua graça para não cairmos na tentação. "Não nos deixeis cair em tentação..." Ele nos manda pedir essa graça ao Pai na grande oração do Pai-Nosso. "Mosca só assenta em prato frio"; então, não deixe sua alma esfriar pela falta de oração, comunhão, meditação da Palavra, reza do Terço, etc.

Em segundo lugar é preciso "vigiar", fugir das ocasiões de pecado é uma fuga heroica; se você não se controla diante da internet e do sexo virtual, então, não tenha acesso à rede mundial de computadores em seu computador enquanto não aprender a se dominar. Ou então, diante do computador, reze e prometa a Deus não acessar um site de pornografia ou de relacionamento perigoso por amor a Jesus, que, para o salvar, morreu na cruz. Só por amor a Deus podemos deixar de vez o pecado, nunca por medo d'Ele. Escreva sob a tela do monitor do seu computador: "Eu não vou pecar hoje por amor a Jesus; Ele merece isso". Sem dúvida, o Senhor ficará muito feliz.

E se eu cair?

Levante-se imediatamente; não fique nem um minuto na lama do pecado; peça perdão a Deus e prometa se confessar tão logo seja possível. Sim, é importante a confissão para que a graça divina lhe dê o perdão e a força para não voltar a pecar. Por outro lado, uma orientação psicológica e uma terapia de oração podem ajudá-lo a vencer o vício do sexo virtual.

O cristão tem que viver a castidade porque é lei de Deus; e isso só será possível se fechar as janelas da alma (olhos, ouvidos, boca, nariz, mãos) para tudo o que o excita e traz o pecado para seu interior. Com a graça de Deus e a força de vontade isso é possível.

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

21 de outubro de 2010

A importância do tempo

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É necessário priorizar nossas atividades
O melhor presente é o tempo presente, por isso é preciso aproveitá-lo bem. Há uma ciência para utilizar o tempo. Não se trata de fazer as coisas correndo, mas de não desperdiçá-lo com coisas sem sentido.

Para viver bem é preciso saber usar o tempo; é nele que construímos a nossa vida. Cada momento de nossa existência tem consequências nesta vida e na eternidade. Por isso, não podemos ficar "matando o tempo"; pois seria o mesmo que estar matando a nossa sua vida aos poucos.

Na verdade, o presente é a única dádiva que temos, porque o passado já se foi e o futuro a Deus pertence. Viva intensamente o presente e tenha sempre em mente que a pessoa mais importante é essa que está agora na sua frente. O trabalho mais importante é este que você está fazendo agora; o dia mais importante da vida é este que você está vivendo hoje; o tempo mais importante é o agora.

Alguns me perguntam como consigo fazer tantas coisas; a resposta é simples: se não perder tempo, pode-se para fazer tudo que é importante. É claro que precisamos priorizar as atividades.

Viver é como escrever um livro, cujas páginas são nossos atos, palavras, intenções e pensamentos.

As coisas pequenas, mas vividas com amor, assumem um valor elevado; enquanto muitos momentos aparentemente brilhan­tes são comparáveis a bolhas de sabão.

Abrace com toda força as oportunidades que você tiver para crescer nos estudos e numa profissão. A vida não nos dá muitas chances, e se você não as aproveitar bem, poderá chorar mais tarde.

Nunca fique sem fazer nada, ainda que você esteja desempregado ou de férias; pois sabemos que "mente vazia e desocupada é oficina do diabo". Descansar não quer dizer ficar sem fazer nada, é mudar de atividade. Mesmo no campo ou na praia de férias, você pode fazer algo que o descanse e que seja útil.

Se fizermos as contas, veremos que todas as manhãs são creditados 86.400 segundos para cada um de nós; e todas as noites este saldo é debitado como perda e não nos é permitido acumulá-lo para o dia seguinte. Todas as manhãs a sua conta é reiniciada, e todas as noites as sobras do dia anterior se evaporam.

Não há volta. Você precisa aplicar, vivendo o presente, o seu depósito diário. Invista, então, no que for melhor, em bens definitivos e não fugazes. Faça o melhor cada dia.

Para você perceber o valor de um ano, pergunte a um estudante que repetiu de ano. Para perceber o valor de um mês, pergunte para uma mãe que teve o seu bebê prematuramente.

Para você perceber o valor de uma semana, pergunte a um editor de jornal semanal. Para perceber o valor de uma hora, pergunte aos namorados que estão esperando para se encontrar.

Para você perceber o valor de um minuto, pergunte a uma pessoa que perdeu o ônibus. Para perceber o valor de um segundo, pergunte a uma pessoa que conseguiu evitar um acidente.

Para você perceber o valor de um milésimo de segundo, pergunte a alguém que conquistou a medalha de ouro em uma Olimpíada.

Lembre-se: o tempo não espera por ninguém. O dia de ontem é história, o de amanhã é um mistério, o de hoje é uma dádiva; por isso é chamado Presente!

Não deixe que o tempo escorra por entre os dedos abertos de suas mãos vazias. Segure-o de qualquer maneira para que ele vire eternidade.

Por que esperar amanhã para viver?

O presente está cheio do passado e repleto do futuro. O bom aproveitamento do dia de hoje é a melhor preparação para o dia de amanhã. O tempo é sagrado, porque o evento da salvação se inseriu no seu histórico; mas é preciso ter uma noção correta do uso do tempo. Alguns pensam que "tempo é dinheiro" e não conseguem parar. Não é assim.   

Emmir Nogueira tem uma bela reflexão baseada em Jacques Phillippe, autor de "Liberdade Interior" (Ed. Shalom, 2004), o qual nos ensina que há dois tempos: um exterior (contato pelo relógio) e outro interior (contado pelo amor). Transcrevo aqui uma reflexão desse livro:

"O tempo exterior é o tempo do fazer, do trabalhar, estudar, produzir, produzir, produzir. É o tempo das horas marcadas, das agendas lotadas, dos compromissos importantes e inadiáveis. É o momento que estressa, envelhece, desgasta e irrita. Período que me fecha em mim mesmo, que me leva a pensar mais em mim do que nos outros, tempo de receber e acumular. Tempo de usura."

"O tempo interior é o de ser, de trabalhar com gratuidade, estudar com extasiamento, produzir para o bem de todos, ainda que me 'prejudique'. É o momento de esquecer o relógio diante da necessidade do outro. Tempo das agendas, em cujas páginas sempre cabe mais uma horinha, tempo dos importantes e inadiáveis compromissos com a vontade de Deus."

"Tempo interior é o tempo que pacifica ao ser doado e rejuvenesce, porque tudo espera; tempo que refaz, porque tudo crê; paciente, porque tudo suporta. É quando me abro para o outro e para as boas surpresas de Deus, tempo de dar e partilhar; de gratuidade. É aquele tempo que se chama "paciência histórica", ciente de que Deus tem o comando de tudo; por isso não se apressa em julgar e se recusa a imprimir sentenças."

"Tempo interior é momento de quem ora, de amor registrado pelos relógios da eternidade, sem ponteiros nem dígitos; tempo que sempre sobra. É o tempo em que Deus vive, quando se partilha com Ele carregado dos seus segredos de amor. Tempo que "guarda tudo em seu coração", submete-se inteiramente à vontade do Senhor. O tempo da eternidade vivido no espaço que se chama hoje."

Usamos tanto a palavra URGENTE, que ela perdeu sua força. O que é urgente de fato? As nossas correrias? Não. Urgente é saber perguntar: qual o sentido de tudo o que estou fazendo? O mais iminente é saber agradecer a Deus o nascer do Sol que se repete a cada dia, é o relacionamento com os filhos, o abraço na esposa, é saber gastar o tempo com os outros. Urgente é não se esquecer de viver a vida.

As pessoas não se tornam grandes por fazerem grandes coisas. Fazem grandes coisas por serem grandes pessoas. Para ser grande é preciso, pacientemente, construir-se a cada dia.

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

19 de outubro de 2010

Quem não sabe perder, perde sempre

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Ninguém é obrigado a fazer o que queremos
Nem sempre as coisas são como queremos e idealizamos, e é bom que isso seja assim, pois nem sempre o que queremos é o melhor para nós. Toda existência humana é marcada pela "condição de contradição", ou seja, pela fraqueza, pecado e, conseqüentemente, pela queda.

Perder faz parte da vida e aceitar a própria condição limitada é sinal de sabedoria. É horrível conviver com alguém que crê ser absoluto e acredita que todos têm o dever de satisfazer suas vontades.

Há muitos pais que estragam seus filhos, porque não lhes ensinam que o "não" também faz crescer, e que a queda pode também ensinar. Há filhos que não aprendem, em casa, que na vida nós também perdemos. Precisamos aprender a lidar com nossos fracassos. Muitos não suportam os fracassos próprios da vida, porque foram educados somente para ganhar.

Para superarmos as quedas impostas pela vida precisamos ter a humildade de saber perder.

As pessoas não são obrigadas a ser e a fazer o que queremos; elas não são obrigadas a corresponder às nossas expectativas.

A maturidade se expressa quando o coração consegue deixar livre um outro coração que não quis pertencer a ele nem corresponder a seus desejos.

O fato de sermos contrariados é uma experiência que nos faz mais fortes, pois, compreendemos que nossa maneira de pensar não é a única nem a melhor, e que não estamos sempre certos. Precisamos saber perder e sair de cena quando erramos, quando não estamos com a razão.

Perfeição cristã não significa ausência de erro, mas capacidade de perdoar e recomeçar sempre. Não temos a obrigação de acertar sempre, mas temos sim o dever de aprender com nossos erros. Quem não sabe perder perde sempre, pois acaba sendo humilhado pelo fato de não aceitar a própria fraqueza; querendo, assim, ser o que não é e fazer o que ainda não é capaz.

Quem não sabe perder busca sempre levar vantagem sobre tudo e todos, tornando-se alguém insuportável e arrogante.

A humildade é escola da virtude, e grandeza é aceitar com ternura aquilo que se é.

A vida não diz sempre "sim", e a alma se torna grande quando é capaz de sorrir também diante do "não". Aceitar que nem todos nos amam, que não somos bons nem os melhores em tudo, são expressões de um coração que compreendeu verdadeiramente o que significa "viver bem". A derrota é sempre uma possibilidade de recomeço e crescimento para quem sabe bem aproveitá-la. Que esta não seja para nós motivo de paralisia, mas um trampolim a nos lançar nos braços da vitória.

Deus o abençoe!

Adriano Zandoná

Foto Adriano Zandoná
verso.zandona@gmail.com

15 de outubro de 2010

O dia em que a salvação foi manchete

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Arriscar-se para salvar a outros
Olhos fixos naquele apertado e longo túnel que leva até o coração da terra onde estavam os mineiros presos a mais de 40 dias. Tempo longo. Um dia já seria demais. Toda a tecnologia e inteligência foi utilizada neste resgate histórico, no deserto do Atacama, no Chile.

O que mais me impressionou, porém, foi a coragem do primeiro resgatista que entrou na cápsula para descer até onde estavam os mineiros soterrados. Uma coisa é ser surpreendido no meio de um dia de trabalho por uma avalanche e ficar preso a quase um quilômetro abaixo da terra. Dezessete dias sem comunicação é algo somente imaginável para quem passou.

Mas coloque-se no lugar de alguém que hoje está jantando com sua mulher e filhos, sabendo que amanhã vai entrar terra abaixo para prestar sua solidariedade e preparar os mineiros para o resgate.

Por mais seguros que sejam os procedimentos, aquele homem sabia muito bem que nenhum humano havia testado ainda aqueles equipamentos inventados especialmente para a ocasião.

Que valores e convicções motivam este homem a arriscar a própria vida para salvar a dos companheiros?

Esta atitude me faz entender melhor o Coração de Jesus que, sendo Deus, não se apegou à sua divindade, mas esvaziou-se de si mesmo e desceu até nós para nos resgatar! (cf. Filipenses 2,5-11).

Foto Padre Joãozinho, SCJ
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