20 de junho de 2010

O caminho da felicidade

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Os mandamentos do Senhor são caminhos de vida e liberdade
Quando você visita um judeu ortodoxo, as portas de sua casa estão marcadas com os mandamentos. Deus quer, no dia de hoje, gravar os mandamentos no seu coração.

O 1° mandamento é: "Amarás o Senhor teu Deus com toda a tua força e com toda a tua alma". E não só no seu coração, mas no coração dos seus filhos, de toda a sua família e em toda a sua casa. Nós, hoje, precisamos marcar as nossas portas com o sinal da salvação e marcar nosso lar ao Senhor, pois não permitiremos que o inimigo entre em nossos lares.

Mas para que os mandamentos do Senhor tenham efeito na nossa vida, nós precisamos ouvir a voz e a vontade de Deus. É necessário ouvirmos, pois a Palavra de Deus é luz para nossos passos, é libertação. E quem quer ser liberto precisa ouvir a vontade do Todo-poderoso. E quem ouve a Palavra de Deus é semelhante a um homem sábio.

Quando entramos em uma livraria, vemos que as prateleiras estão lotadas de livros de "autoajuda", todos estão procurando ajuda, mas, na verdade, eles estão procurando sabedoria. E o homem sábio é aquele que firma a sua casa no Senhor. Você só será feliz se você praticar a Palavra de Deus. Ouvindo-a [Palavra de Deus], precisamos ter a intenção de praticá-la.

Existe uma passagem bíblica que diz que um pai tinha dois filhos. Ele chamou o primeiro e disse: "Filho, vai trabalhar na vinha". E este respondeu-lhe dizendo que "sim", mas não foi. O pai chamou o segundo, mas este respondeu que "não", mas no final acabou indo. Qual deles obedeceu ao pai? O segundo, porque fazer a vontade de Deus Pai, muitas vezes, não implica fazê-la com a boca, mas obedecê-la com o coração.

Os mandamentos do Senhor são caminhos de vida e liberdade. Quando nos afastamos dos caminhos do Senhor perecemos.

Santo Agostinho, no início da sua conversão, não conseguia dar passos, porque para tudo ele dizia: "Vou fazer amanhã". E quando ele se deu conta de que era necessário não deixar para amanhã, mas sim, fazer naquele exato momento, ele viu que era possível caminhar.

Conversão é agarrar o Reino de Deus, é decisão. O jovem rico encontrou o maior tesouro e Jesus só lhe pediu que desprezasse tudo por causa d'Ele. E a Palavra diz que o rapaz foi embora triste. E tudo porque ele não foi capaz de deixar tudo por causa de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Uma vez perguntaram para o Senhor o que era necessário para entrar no Reino de Deus e Ele disse que era necessário sermos como criancinhas, porque elas são desapegadas. O que nos salva é abandonarmos tudo como uma criança. Até quando vamos dizer "Amanhã, amanhã..."? Por que não agora!? Hoje estamos recomeçando a nossa vida. E vou dizer um segredo: você está começando a sua nova vida muito bem, porque você está entregando as rédeas dela nas mãos de Deus.

Texto produzido a partir da pregação de dezembro de 2005

Foto Márcio Mendes
marciomendes@cancaonova.com

17 de junho de 2010

Falar sobre liberdade

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Quantos de nós já não tivemos uma imensa vontade de sair voando
Vamos falar sobre liberdade? Parece encantador pensar em ser livre como um pássaro, não é mesmo?

Quantos de nós já não tivemos uma imensa vontade de sair "voando" por aí, vendo-nos livres das responsabilidades, das dificuldades, daquilo que nos aflige, daquela prova que não queremos fazer, daquela decisão que não queremos tomar ou, simplesmente, ser livre para não seguir regras de casa, dos pais, da sociedade.

Mas será que tudo é permitido? Nossa referência é da liberdade enquanto poder, ou seja, daquele desejo de ultrapassar limites e nesse sentido, quanto menos limites, restrições e regras, tanto maior é sensação de liberdade sentida pela pessoa. Porém, isso é uma visão distorcida do verdadeiro ser livre. Esta passagem bíblica nos traz esta recordação: "Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém" (cf. I Cor 6,12).

Não é possível negar uma realidade que sempre impõe regras a serem respeitadas e delas dependem a convivência saudável de uma comunidade. Assumir suas escolhas, analisar as possibilidades e observar os caminhos disponíveis de forma consciente são atos de liberdade; de liberdade responsável, especialmente, quando, de fato, tomamos um posicionamento definido.

O não escolher já é uma escolha. Porém, as escolhas podem ser mais ou menos conscientes. Quando ela não é clara para o homem, quando os motivos não estão explicitados, a escolha transforma-se em condenação – pois de qualquer maneira haverá uma escolha.

Liberdade é própria do homem; quando podemos ser livres nessas escolhas nos colocamos em papel de responsáveis pelos atos e pelas consequências destes. Fugindo e deixando que os outros pensem por nós, decidam por nós, ou ainda que atribuamos a responsabilidade para o outro, isso também é um ato livre, mas, talvez, não o mais consciente.

Ser livre é assumir responsabilidade por cada momento de seu viver, cuidando de suas escolhas da maneira mais autêntica possível, encarando os desafios e a angústia de estar lançado em um mundo que não oferece nenhum tipo de garantia de sucesso ou felicidade. Essas conquistas irão depender da maneira como cada um constrói seu caminho para a realização de seus projetos e como cada um de nós assume o projeto de liberdade responsável em nossas vidas, conduzindo nossa existência, porque "Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém".

Foto Elaine Ribeiro
psicologia01@cancaonova.com

15 de junho de 2010

O Evangelho é miséricordia; o mundo é cruel

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Se perdermos a misericórdia, o mundo nos terá vencido
A marca central e constante pregada por Jesus, presente em todas as páginas do Evangelho, é a misericórdia. Tirá-la dos ensinamentos do Senhor seria como tirar o combustível do automóvel.

Mas, o mundo não é misericordioso. O mundo é cruel!

Enquanto a misericórdia ensina a estender a mão ao fraco e ao pobre, a crueldade delicia-se com a miséria, os erros e os pecados de quem errou.

Por nada Jesus não teria dito: "Se o mundo vos odeia, sabei que me odiou a mim antes que a vós" ( Jo 15,18). O mundo guia-se pelo "espírito de urubu": quanto maior a carniça, a sujeira, tanto maior a festa!

Mas, o cristão precisa ser diferente. Se perdermos a misericórdia e passarmos também à crueldade, o mundo nos terá vencido. Mas, diferentemente, se formos cada vez mais misericordiosos com os outros e com nossos próprios erros, venceremos.

Por maior que seja a carniça, um dia, ela acaba e, então, os corvos se dispersam. Mas onde há o amor e a misericórdia é exatamente o inverso: muitos vão se achegando. Até aqueles acostumados com a crueldade dar-se-ão conta de que a misericórdia "cheira melhor". Ela pode até não aparecer tão bem "empacotada", mas, que tem um conteúdo diferenciado, tem.

De que lado costumo, seguidamente, me posicionar: ao lado da crueldade do mundo ou da eterna e infinita misericórdia pregada por Jesus?

Não esperemos que o mundo se torne misericordioso. Não esperemos que os outros exerçam a misericórdia que nós podemos manifestar através de nossas palavras e gestos concretos.

Quanto mais nossa misericórdia se manifestar, tanto mais a crueldade do mundo vai diminuir!

Foto Padre Alir Sanagiotto, SCJ

13 de junho de 2010

As dúvidas durante o namoro

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É preciso perguntar: este namoro nos ajuda a crescer?
Há namoros complicados que se prolongam por muitos anos sem uma definição, havendo, às vezes, várias separações e voltas, sem que o relacionamento amadureça e chegue ao casamento. Então, é preciso examinar bem as razões pelas quais esses casais de namorados já se separaram tantas vezes. Os problemas que geraram as separações foram resolvidos ou será que ambos "taparam o sol com a peneira"? Se os motivos das separações foram importantes e eles souberam resolver em cada caso os problemas em suas raízes, e isso serviu até para uni-los mais, tudo bem, o namoro deve continuar. Mas, se os problemas são os mesmos, se repetem, e eles não conseguem resolvê-los, então é preciso pedir a ajuda de alguém que os oriente, no sentido de se tomarem uma decisão.

Não se pode ficar no namoro como um carro atolado no mesmo lugar; o carro pode até atolar, mas deve sair e continuar a viagem. Faço uma pergunta aos dois: este namoro os ajuda a crescer? Cada um de vocês sente falta da presença do outro? Toda crise, qualquer que seja, enfrentada com coragem, lucidez, trabalho e uma boa orientação, pode gerar crescimento para a pessoa e para o casal. Uma crise de relacionamento pode até ser um aprendizado para uma futura vida de casados, quando essas crises acontecem e com mais frequência.

O mais importante, repito, é não "tapar o sol com a peneira"; isto é, fingir que resolveram os problemas e irem empurrando o namoro com a barriga até o casamento. Quando um casal briga muito nesse período [namoro], pode estar certo de que vai brigar mais ainda depois de casados. Vale a pena isso? Então, se o relacionamento não vai bem e não melhora, então, é melhor terminá-lo. O namoro é para isso mesmo, para verificar se a outra pessoa é adequada para viver comigo para sempre, constituir família e ter filhos. Não caiam jamais no erro do "me engana que eu gosto"; que é a mesma coisa do avestruz que enfia a cabeça na areia para não ver a tempestade à frente; enfrente a tempestade ou então fuja dela.

Nenhum casal de namorados deve partir para o casamento com dúvidas sérias sobre o outro; há muitos casos de separações de casados por causa disso. Há problemas graves que podem ser resolvidos com um bom diálogo, compreensão de ambas as partes, oração, orientação, paciência, entre outros. Mas não se pode acomodar com um problema; o rato morto não pode ficar no porão da casa porque vai fermentar e exalar mau odor.

É preciso aprender a dialogar; tentar entender as razões do outro, saber se calar e esperar o outro falar tudo o que tem para falar. Um segredo que evita muitas brigas no namoro é saber combinar as coisas. Muitos brigam porque não combinam as coisas a fazer. Por exemplo, quando ir à casa de cada um, quando fazer um programa ou outro. Tudo deve ser combinado antes, com antecedência, para que as surpresas da vida não os leve a brigar. O povo diz, e com muita razão, que "o combinado não é caro". Então, se as coisas são combinadas antes, muitas brigas podem ser evitadas, isso vale inclusive para o noivado e casamento.

Se você tem consciência de que errou e machucou o outro, então a primeira coisa a fazer é pedir perdão e prometer-lhe que não fará mais isso. Esse ato de humildade fortalece o relacionamento e o torna mais humano. Mas mesmo assim, você terá de reconquistar a confiança que talvez tenha sido abalada quando você errou e magoou o outro.

Algumas vezes há coisas mal-entendidas no relacionamento. É preciso esclarecer isso muito bem; não deixe que a fofoca destrua o namoro; coloquem as coisas às claras, com sinceridade e honestidade. A humildade é a fortaleza dos que amam; aquele que tem maior amor deve dar o primeiro passo, vencer o orgulho e ir ao encontro do outro.

Reze e peça a Deus a graça de poder falar com clareza e sabedoria o que precisa ser dito. Consagre seu namoro a Deus e peça a Ele que os conduza.

Veja tambem: Relacionamento a dois é complicado?

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

10 de junho de 2010

Namorar é muito bom

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O namoro é uma grande conquista antes do casamento
Penso que toda pessoa deva ter alguém na vida para partilhar as suas alegrias e tristezas, conversar, brincar, descontrair-se. Algumas escolhem ter muitos amigos e por isso colocam nestas relacões de amizade estas possibilidades de partilha. Mas além dos amigos, outras se sentem atraídas por alguém em especial, que lhes causa certo desejo de estarem juntos, brotando sentimentos e emoções imotivadas quando se encontram, os olhos brilham, o coração bate mais forte: acontece o enamoramento, primeiro sintoma de um amor que pode amadurecer até um casamento feliz. Isso leva tempo e é preciso explorar bem todas essas emoções, cruzar isso com a razão, polvilhar com muito diálogo e uma partilha aberta e irrestrita de vida. A isso tudo podemos chamar de namoro, uma fase a vida de quem é chamado a viver com alguém, que começa e nunca termina, pois ao terminar o namoro, acabou o amor.

Muitos casamentos entram em crises profundas pela falta de namoro. Pensam que depois que estão casados, portanto, morando juntos, isso ficou para trás. Mas é exatamente o contrário, a fase mais extraordinária do namoro é o casamento. O matrimônio proporciona a melhor hora de namorar e namorar muito se os cônjuges buscam ocasiões para estarem juntos e apreciarem a presença um do outro, passear e conversar muito, fazer planos para o futuro e para os filhos, descontrair, beijar e amar-se profundamente.

Essa é uma leitura amadurecida de um relacionamento que não deixou as dificuldades próprias da vida colocarem sombras sobre toda luz que emana de duas pessoas que se amam, que cultivaram este amor e que querem crescer juntas e terem uma vida cheia de sentido e prazer. O prazer, sobretudo o sexual, é uma graça própria do sacramento do matrimônio, fonte de alegria, como diz a Encíclica Casti Connubbi, do Papa Pio XI, a qual citei em outro artigo sobre castidade conjugal (você pode ler neste Blog).

O namoro é uma grande conquista antes do casamento e depois do casamento. Podemos até fazer comparação com o amor de Deus, que é um amor apaixonado. Estamos chegando no Dia dos Namorados e eu quero convocar os casados a reconquistarem as suas esposas ou seus maridos, convidando-os a retomarem urgentemente o namoro. Namorar é tão bom que eleva a alma a Deus, produz efeitos positivos na saúde física e psíquica da pessoa. O amor começa no namoro e tende a acabar quando o namoro para. É tempo de retomada, caprichem!

Se você não é casado ainda, e não tem namorado(a), busque a pessoa certa, o que não quer dizer perfeita, e não tenha medo de namorar, deixando o sexo para depois do casamento. A pessoa é construída pelo amor que lhe damos, se ela for receptiva. O amor nasce de encontros, de olhares, perca o medo e deixe-se levar pelas emoções, invista e insista nos sentimentos.

Veja tambem:Os dez principios do namoro cristão

Boa semana a todos. Deus os abençoe.

Diácono Paulo Lourenço

8 de junho de 2010

A diferença de idade no namoro

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as atenções se voltam aos casais quando há disparidade de idade
Namorar é a maneira de identificar em alguém as qualidades que admiramos e sonhamos viver em comum na vida a dois. De modo geral, todos nós já fizemos alguma "triagem" sobre o outro, quando estávamos buscando por um(a) namorado(a). Nisso, estabelecemos pontos básicos para filtrar os possíveis pretendentes, que, de certa maneira, deveriam se enquadrar no nosso perfil e corresponder ao nosso estilo de vida. Por exemplo, a pessoa que gosta de uma vida noturna, certamente vai procurar por alguém que também aprecie esse tipo de lazer e, assim, sucessivamente.

Mas nem tudo que é importante para uma pessoa pode ser relevante para uma outra.

Quando se fala em namoro, normalmente trazemos à memória uma pessoa solteira ainda na juventude e que deseja estabelecer uma vida partilhada como casal. Mas esse desejo não é um privilégio apenas das pessoas mais jovens. Não há um limite de idade para alguém deixar de viver a troca de experiências dentro do namoro, pois sempre encontraremos pessoas mais velhas desejando encontrar a felicidade na companhia de alguém.

Embora a vivência de um relacionamento seja um direito de todos, há muita resistência por parte de algumas pessoas ao verem um casal de terceira idade namorando. Entretanto, as atenções se voltam aos casais, de maneira especial, quando a disparidade de idade entre eles corresponde a algumas dezenas de anos; independentemente, se essa diferença venha favorecer a mulher ou o homem. Qual seria a razão de uma pessoa se sentir interessada por outra mais jovem?

Sem desejar estabelecer aqui uma regra ou criar dados estatísticos, percebo que as pessoas mais velhas e solteiras buscam encontrar alguém da sua faixa etária. Para estas a maturidade e o interesse comum pelas coisas são altamente valorizados para a garantia do sucesso em seus relacionamentos. Noutro extremo há aquelas pessoas que se relacionam com um(a) namorado(a) mais jovem. Algumas moças se sentem atraídas por homens mais velhos, talvez, por terem vivido más experiências em namoros com pessoas da mesma idade. Elas se encantam com a maturidade do namorado mais velho. Nessa última comparação, muitas vezes, são homens que vêm de um casamento falido, viúvos ou separados, desejando encontrar na namorada a esposa para viver aquilo que, nem sempre, não conseguiram realizar no relacionamento anterior.

O inverso também pode acontecer, ou seja, uma mulher mais velha se interessar por um rapaz mais jovem. A vantagem que essas pessoas mais vividas levam sobre seus parceiros mais jovens está na experiência adquirida ao longo da vida. A maneira como elas veem o mundo, as suas expectativas quanto ao futuro, as descobertas realizadas e os desafios superados nos relacionamentos anteriores serão uma reprise quando o outro começar a viver as mesmas coisas.

A pessoa mais experiente deverá estar ciente da necessidade de moldar seus valores e hábitos agora na presença de alguém mais jovem, sem deixar de considerar que sua maturidade sempre estará defasada em 10, 15, 20 anos...em comparação ao outro. Pois, os interesses e o teor da conversa são diferentes, assim como a faixa etária dos amigos dos dois, as brincadeiras do convívio, por sua vez, também são peculiares à idade de cada um. Enfim, a perspectiva e a leitura que ambos fazem da vida têm outro significado, o que poderá ser motivo para gerar ciúme.

Sem tolher suas experiências e expectativas diante das descobertas próprias da idade, o casal vai precisar desenvolver a paciência para que o mais jovem amadureça diante das etapas da vida a dois, especialmente quando afloradas no desafio dos cismas próprios dos relacionamentos.

Todavia, não podemos julgar que um relacionamento com tais características seja impossível de dar certo. Percebemos que nesse "mix" de exemplos, os critérios que fazem alguém se interessar pelo outro são diferentes no grau de relevância. Seja qual for a escolha, há sempre a necessidade de estar ciente das exigências e das possíveis complexidades que uma diferença de idade poderá trazer para a vida do casal. Quanto maiores são as diferenças tanto maiores serão as renúncias, pois ainda que as pessoas mais velhas acreditem ser tão ativas quanto o(a) namorado(a) mais jovem, elas não poderão negar que são a idade que têm, tampouco poderão reduzir os números de anos com o passar do tempo.

Um abraço

Foto Dado Moura
contato@dadomoura.com

7 de junho de 2010

Maria: modelo de louvor

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O 'Magnificat' nos faz viver cheios do Santo Espírito
A mulher e homem de louvor têm total adesão ao Senhor. Deus, de toda a eternidade, chamou o homem para o Seu louvor; essa é a nossa vocação, o nosso chamado. Infelizmente, o homem se afastou da glória por conta do pecado; mas Deus, como é fidelidade, quer salvá-lo desse mal [pecado]. A nossa vida precisa se tornar um eterno louvor. Aquela pessoa, que é chamada por Deus para o louvor, deve escolher a melhor parte. Qual é parte que você tem escolhido? Qual é o centro da sua opção? Isso toca na base da nossa história, muitas escolhas são feitas para a superficialidade.

Só pode amar quem realmente faz uma experiência com Deus. Peça ao Altíssimo a graça de uma visão sadia da vida. Esse louvor que nos alcança nos abre para o relacionamento, no qual nós vivenciamos a sinceridade, a verdade e a gratuidade; daí a comunidade se torna uma expressão de louvor.

Só o "homem novo" conhece o "canto novo" de louvor. Quem está preso canta um "canto velho", mas o "homem novo" canta com sua vida um "canto novo", em toda e qualquer circunstância.

Você foi criado para o louvor da glória de Deus, por isso não jogue o dom da sua vida fora! Seja você casado, consagrado, solteiro, seja em qual realidade de vida estiver, que você busque um coração unido a Deus, pois é próprio da alma que ama estar com o Amado.

O místico é aquele que, na intimidade, vai eleger o absoluto de Deus em Jesus Cristo. O místico é alguém aberto ao Espírito Santo. O místico, pela ação do Espírito Santo, faz do fiel que fala com Deus um orante, um homem de oração; do que fala a respeito de Deus, um teólogo; do que fala no lugar de Deus o Espírito Santo torna essa pessoa um profeta; daquele que fala em Deus o Espírito Santo o torna um místico, aquele que faz todas as coisas em Deus. Essa é a obra do louvor.

Como viver tudo isso? Precisamos de um modelo e a Virgem Maria é o nosso modelo. Mergulhemos na vida de Nossa Senhora para entender como se manifesta esse louvor. A Santíssima Virgem é modelo porque ela é toda transparente a Deus; aquele que quer viver o louvor da glória de Deus precisa ser uma pessoa transparente. Maria é modelo do anúncio profético da Igreja e para a Igreja. O "Magnificat", cantado por ela, expressa tudo isso. O "Magnificat" é o verdadeiro kairós, um tempo novo instaurado na história.

"E Maria disse: Minha alma glorifica ao Senhor, 47. meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, 48. porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, 49. porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo. 50. Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem. 51. Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos. 52. Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. 53. Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos. 54. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, 55. conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre" (Lc 1,46-56)

Para onde está voltado o olhar da Virgem Maria? Totalmente fixado em Deus. Aquela, que acreditou, está com o olhar totalmente voltado para o Todo-poderoso. Você cantou o "Magnificat" com sua alma elevada ao Senhor? Se seu olhar está perdido é preciso colocá-lo sob o olhar d'Aquele que é o Absoluto, o Senhor; Ele recolhe sua alma e a lança no infinito, que é Ele.

Maria se volta para o Senhor, que é três vezes santo. É uma manifestação tão profunda que tudo silencia, por isso, para ser louvor, é preciso fazer a experiência do silêncio que nos cala. Maria é modelo de louvor porque está toda voltada para Deus Pai.

Diante do Altíssimo a criatura se conhece na verdade. Ela tem um coração que vivencia o autoconhecimento. É dessa forma que Nossa Senhora se sente no "Magnificat", olhada por Deus e ao mesmo tempo pequena. Permita hoje que o Senhor o olhe com amor. Maria se sente olhada e alcançada pelo amor de Deus, essa é a experiência do autêntico louvor. O conhecimento de si sem o conhecimento de Deus geraria o desespero. Quantas pessoas desesperadas há, porque experimentam a incapacidade diante da vida e por não conhecerem a Deus se desesperam.

A Santíssima Virgem Maria é a exaltação mais pura do conhecimento de Deus e de si. É a alegria, o júbilo da criatura amada pelo Criador. O "Magnificat" é um falar no Espírito, que não se pode compreender a não ser n'Ele mesmo [Espírito Santo de Deus].

O "Magnificat" não é apenas para ser recitado, mas vivido, é um cântico que nos faz viver cheios do Santo Espírito, cheios da graça de Deus! O caminho está vazio de si. Sem pequenez não existe o mais belo louvor de Deus. O belo louvor brota dessa experiência.

Seja livre e dócil. As palavras do Cântico de Maria ["Magnificat"] mostram o verdadeiro louvor e é decisivo porque o Messias chegou. O coração orante de Virgem Santíssima entoa tudo isso. Vamos orar como Nossa Senhora. Se o seu olhar hoje não está voltado para Deus é tempo de voltá-lo para o Senhor.

Padre Eliano
Fraternidade Jesus Salvador