18 de setembro de 2009

Coração de Jesus, uma porta aberta

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Refúgio e abrigo para todos os pecadores

"Chegando, porém, a vez de Jesus, como o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água" (João 19, 33-34).

Jesus foi transpassado quando já estava morto. Seu Corpo estava frio e rígido. Diferente de um corpo que está vivo. Tocando nosso corpo percebemos o calor que dele sai e que não está rígido. Quando se corta um cadáver ele não volta a "colar-se". Os cortes "não fecham". O que foi aberto, assim fica. Se são forçadas, as partes até se encostam, mas não "colam" mais. Cadáver aberto fica aberto para sempre.

Jesus quis que Seu Coração fosse aberto, justamente, depois que Ele estava morto. Assim não poderia fechar-se mais. Depois de transpassado pela lança continuou e continuará para sempre aberto. É uma porta aberta. Casa com porta aberta é como se não tivesse porta. Quem quiser entra e sai na hora que bem entender. Casa com porta aberta passa a ser casa de todos, indistintamente.

Qualquer pessoa pode ir a uma praia. São tantas! A praia é uma "porta aberta". Vai quem quer e quando quer. Assim também é o Coração de Jesus: praia de todos. Está aberto para todos, indistintamente. Porta aberta que nunca mais se fechou. Refúgio e abrigo para todos os pecadores.

Nossa sociedade, a cada dia, ergue muros mais altos e reforça a segurança para que não entrem "pessoas de má índole". Jesus adotou outra "política": "Quando eu for levantado da terra, atraírei todos os homens a mim" (João 12, 32). E disse mais "Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores" (Mateus 9,13).

Que bom que esta é a "estratégia" de Jesus Cristo: "Olharão para aquele que transpassaram" (cf. João 19, 37). Ele nos manda olhar para o Transpassado. No perigo, na chuva, na agonia, na aflição, no desespero… que bom encontrar uma porta aberta. Melhor ainda: a porta de um Amigo. Ainda melhor se a porta é a do Coração do próprio Deus, que morreu na cruz por todos nós.

"Aproximemo-nos, pois, confiadamente do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e achar a graça de um auxílio oportuno" (Hebreus 4, 16). Entremos como miseráveis pecadores nesta casa e sairemos de lá com a graça de termos cada dia mais um coração semelhante ao de Jesus. Quem entra e permanece nessa casa, certamente tem seu coração curado e renova as suas forças para amar sempre mais intensa e efetivamente aos irmãos.

Coragem, adentremos! A porta está aberta. O Dono está nos convidando e atraindo!

Foto Padre Alir Sanagiotto, SCJ

Pe. Alir Sanagiotto Ordenado sacerdote em 19/09/87, é membro da Congregação dos padres do Sagrado Coração de Jesus. Dedica-se de forma preferencial na escuta, no aconselhamento e no trabalho psicoespiritual dos fiéis. blog: http://blog.cancaonova.com/padrealir

17 de setembro de 2009

Símbolos Religiosos

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Quem se atreveria a tirar o Cristo do alto do Corcovado?

O dia 14 de setembro, no calendário eclesial, é dedicado à memória da cruz de Cristo. A recente polêmica em torno da presença de símbolos religiosos em locais públicos, suscitada por um promotor no Estado de São Paulo, oferece ensejo para abordar esta questão, com os enfoques que lhe são inerentes. A cruz serve de bom exemplo para nos alertar sobre a importância do equilíbrio a ser observado nesta questão.

Como sabemos, a história registra episódios lamentáveis, decorrentes do mau uso do símbolo da cruz.  Ela foi indevidamente empregada para justificar uma pretensa "guerra santa", por ocasião das "Cruzadas" empreendidas para conquistar o domínio dos lugares onde Cristo tinha vivido.

As consequências disso duram até hoje. A cruz ainda é malvista no mundo muçulmano. Há episódios históricos que deixam feridas profundas, difíceis de cicatrizar. Neste contexto, tanto maior deve ser a discrição no uso de símbolos religiosos, para não reacender polêmicas ou desencadear reações violentas.

As próprias Nações Unidas dão exemplo desta discrição, chegando a mudar o símbolo de uma obra com evidentes intenções humanitárias, como é a organização da "Cruz Vermelha".  No mundo muçulmano, a "Cruz Vermelha"  é substituída pela meia lua identificada como "Crescente Vermelho"!.

Pois bem, deste episódio resulta um duplo alerta. Tanto de moderação do uso, como de tolerância diante de quem utiliza símbolos religiosos.

Os preconceitos também podem ter dupla procedência. Podem estar presentes no ato de usar, como igualmente no abster-se de usar. E são mais sutis quando se pretende que os outros adotem o mesmo critério que usamos pessoalmente. Como parece ser o caso do referido promotor. Ele acabou dando um péssimo exemplo de intolerância ao propor que se proíba o uso público de símbolos religiosos. Se tivesse se limitado a não dar importância aos símbolos, teria ficado dentro do seu direito. Mas querer que todos tenham a mesma atitude, aí começa o preconceito, que pode se revestir de prepotência ao invocar a ação do Estado para impor o seu ponto de vista.

Acresce outra constatação importante a ser trazida para iluminar esta questão e oferecer critérios adequados para o uso de símbolos religiosos. Acontece que eles acabam se inserindo na vida através da história e, sobretudo, através da arte. E se tornam portadores de sentido e de valores evidentes, independentemente da procedência religiosa que possam ter.

Quem se atreveria a tirar o Cristo do alto do Corcovado? No contexto maravilhoso da Baía da Guanabara, ele se tornou componente indispensável para o panorama da cidade. Se alguém fica intrigado ao olhar para o Corcovado, que olhe um pouco para dentro de si mesmo e tente remover o entulho preconceituoso que pode ter se aninhado no seu subconsciente.

Acresce também que cenas religiosas servem de inspiração para os artistas, que têm o dom de captar seu simbolismo e traduzi-lo em obras de arte dos mais diversos gêneros. Diante da imagem da "Pietà", de Michelangelo, ou diante do famoso quadro de Rembrandt, retratando o Filho Pródigo, quem tem a palavra é a força da arte, e seria mesquinho demais achar que estas obras, por terem inspiração religiosa, não devam ser expostas em público.

Trazida a questão para o nosso cotidiano, na região da Diocese de Jales as cidades tiveram seu início na plantação do seu cruzeiro de fundação. Preservar estes cruzeiros é respeitar a história e demonstrar abertura de espírito para a sadia convivência humana.

Dom Luiz Demétrio Valentinni
Bispo Diocesano de Jales

14 de setembro de 2009

Exaltação à Santa Cruz

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A cruz tornou-se motivo de glória

A Festa da Exaltação da Santa Cruz é celebrada no dia 14 de setembro, recordando a doação definitiva de Jesus Cristo. A Cruz de Jesus é um mistério de Deus desde toda a eternidade e já foi manifestada a nós. A cruz, antes de tudo, é uma manifestação de amor, o grande mistério do derramamento do Espírito Santo. Quando o fiel olha para a Cruz de Cristo, ele vê o sacrifício. Não compare sacrifício com tristeza; o sacrifício é reflexo de Cristo.

A Festa da Exaltação da Santa Cruz é a Festa da Exaltação do Cristo vencedor. Para nós cristãos, o lenho sagrado é o maior símbolo de nossa fé. Quando somos apresentados à comunidade cristã, na cerimônia batismal, o primeiro sinal de acolhida é o sinal da cruz traçado em nossa fronte pelo ministro, pais e padrinhos, sinalando-nos para sempre com Cristo.

Celebrando a Festa da Santa Cruz, juntamente com o Crucificado somos elevados para o alto. Tão grande é o valor do madeiro sagrado, que quem o possui, possui um tesouro. Eu chamo-o justamente de tesouro, porque é, na verdade, de nome e de fato, o mais precioso de todos os bens. Nele está a plenitude da nossa salvação e por ele regressamos à dignidade original.

Foi na Cruz que Jesus Cristo ofereceu ao Pai o Seu Sacrifício. Por isso, é justo que veneremos o sinal e o instrumento da nossa libertação. Objeto de desprezo, patíbulo de infâmia, até o momento em que Jesus, obediente até a morte, nela foi suspenso. A Cruz tornou-se, desde então, motivo de glória, pólo de atração para todos os homens.

Ao celebrarmos essa festa, nós queremos proclamar que é da Cruz, sinal do amor universal de Deus, fonte de toda a graça (N.A., 4) que deriva toda a vida de Igreja. Queremos também manifestar o nosso desejo de colaborar com Cristo na salvação dos homens, aceitando a Cruz, que a carne e o mundo fizeram pesar sobre nós (G.S. 38).

A lenho sagrado não é uma divindade, um ídolo, feito de madeira, barro, bronze, mas ele é para nós santo e sagrado, porque dele pendeu o Salvador do mundo. Ele é o símbolo universal do cristão. Com orgulho e devoção ele é a nossa marca, o sinal de nossa identidade, vocação e missão. Traçando o sinal da cruz em nossa fronte, a todo o momento, nós louvamos e bendizemos a Santíssima Trindade, Pai e Filho e Espírito Santo, agradecendo o tão grande bem e amor que, pela Cruz, o Senhor continua a derramar sobre nós.

A Cruz é também a exaltação de Cristo; leia o que Ele próprio diz: "Quando Eu for exaltado, então atrairei todos a Mim" (João 12,32). Como você vê, o madeiro sagrado é a glória e a exaltação de Cristo. Celebrando a Festa da Exaltação da Santa Cruz, celebramos a vitória de Cristo, que nos possibilita desde agora celebrar a nossa futura glória no céu. Pois, se morremos com Cristo, cremos também que viveremos com Ele (cf. Romanos 6,9).

Eduardo Rocha Quintella - Bacharel em Teologia
www.eduardoquintella.com.br

9 de setembro de 2009

Idoso, quando tudo parece conspirar

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Qualquer coisa que se faça parece estar errado

Todos têm algo para oferecer, independentemente da idade. As crianças, ainda que não cooperem com sua força física, contribuem com a alegria em uma casa. E com o passar dos dias, os nossos pequenos irão fazer novas descobertas, adquirindo uma nova percepção a respeito do mundo. Após alguns anos, eles passarão pela puberdade, entrarão na vida adulta e, pouco a pouco, a presença deles se tornará mais participativa na sociedade.

No ciclo da vida, como todas as coisas, aquelas crianças, que um dia encantaram a família com sua destreza, também vão adentrar na terceira fase da vida e já não chamarão mais a atenção como antes. Por terem se tornado pessoas "velhas", nem o conhecimento absorvido ao longo dos anos as tirará do "exílio" social.

Vivemos numa sociedade utilitarista, na qual aquele que não produz parece não ter direito de participação. E, assim, a importância da pessoa mais vivida, experiente, para a sociedade, começa a se inverter. Dessa forma, por conta de mais um aniversário, o censo transfere alguém, que antes pertencia ao quadro das estatísticas dos indivíduos economicamente ativos, para o quadro da população improdutiva.

A parcela mais insensata da sociedade acredita que a presença dos idosos em lugares públicos esteja "roubando" a vez de alguém que tem uma agenda repleta de compromissos; a lentidão dos seus passos, mesmo que eles [os idosos] tentem caminhar um pouco mais rápido, também lhes parece obstruir a passagem nas calçadas. Essas pessoas, ao depararem com a debilidade de nossos velhos, realizando uma atividade simples, como a de atravessar a rua, os condenam à morte social.

Por mais importante que seja o que eles têm a falar, poucos se detêm para ouvi-los. Pois, invariavelmente, em meio à conversa, a memória, já não tão eficaz, faz com que repitam o mesmo assunto várias vezes ou se percam em meio ao raciocínio… Tudo parece conspirar contra aqueles que já viveram mais da metade dos anos de seu ciclo de vida. O peso dos anos coopera para que seus olhos já não enxerguem tão bem, mesmo com a ajuda de óculos e as doenças já não são curadas com a mesma rapidez com que aparecem… Como se tudo isso não fosse o suficiente, qualquer coisa que façam parece estar errado diante do mundo.

Sabemos que, como consequência natural do tempo, o envelhecimento faz com que todas as pessoas sofram com a deterioração da saúde. Todavia, não precisamos retirar ou diminuir a dignidade daqueles que abriram e facilitaram o nosso acesso para um mundo melhor. Fazer uma sociedade mais justa para os mais idosos é um compromisso que exige de cada um de nós a coragem de derrubar os padrões estereotipados, os quais classificam o valor de uma pessoa de acordo com sua eficiência e vitalidade física.

(*) Dia 01 de outubro - Dia internacional do idoso

Um abraço

Foto Dado Moura
contato@dadomoura.com

8 de setembro de 2009

Não basta escolher

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É preciso mais para renovar e exigir a ética na política

Denúncias, investigações, excessos de discursos e bate-bocas; abertura de Comissões Parlamentares de Inquérito, as CPI's, e seus legisladores inquisidores de depoentes convidados, sabatinadores de réus. São alguns dos ingredientes que fazem o nauseante cardápio da mídia nacional, que imprime uma avalanche de notícias "nervosas" sobre todos os envolvidos, o que só faz acentuar – equivocadamente – a convicção de cada cidadão acerca de suas verdades, especialmente quando se trata de política.

A pouco mais de um ano para as eleições presidenciais, em que o povo terá, novamente, a oportunidade de escolher, além do presidente, governadores, senadores e deputados, o horizonte político está cinzento, apesar de alguns avanços positivos na detecção de irregularidades, e o tempo em Brasília nublado com as inúmeras delações e acusações entre os "atores", que se projetam negativamente na superfície midiática, o que é profunda e tristemente lamentável.

Com tudo isso acontecendo, precisamos questionar o papel da imprensa neste processo, observando como os meios de comunicação noticiam tais temas.

Estamos mesmo bem informados acerca dos fatos e das ocorrências no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto?

Como cidadãos, por que muitos se acomodaram? Será omissão ou conivência?

Obviamente, sem a efetiva participação dos indivíduos e a necessária perseverança na busca pela verdade dos acontecimentos e a exigência – de nossa parte – com "o bom uso do dinheiro público" não há conquistas nem direitos!

Por que muitos afirmam que, infelizmente, as coisas são assim mesmo e, à menor dificuldade, não agem para transformar o mundo à sua volta?

Sob inúmeros escândalos, vergonhosamente proporcionados por aqueles em quem confiamos o voto para nos representar, a população brasileira se vê, de novo, às margens da verdade sobre as decisões políticas que ocorrem nos bastidores do Planalto, do parlamento na capital federal e em muitos palácios estaduais.

Em 2010, teremos de escolher candidatos para ocupar cargos que exigem preparo, bem como a perspicácia dos eleitores, sobretudo, queremos retidão de caráter daqueles que se propõem a ocupar um lugar no Executivo ou Legislativo. As eleições do próximo ano serão um duro teste que teremos (outra vez!) de enfrentar com coragem, sem desanimar!

O pensador Reitor Inge nos ensina que "fazer o que está certo não é o problema; o problema é saber o que está certo". Definir exatamente o que é certo e errado nos dias atuais, em que a contradição humana torna-se cada vez mais evidente, é árdua e complexa tarefa destinada a nós, até mesmo para os especialistas. Entretanto, necessitamos repensar nossa vida, nossa realidade, para imprimirmos a ousadia e a audácia a fim de buscar as transformações que a sociedade almeja.

Durante toda a vida percorremos caminhos sinuosos e buscamos com todas as forças acertar nas nossas escolhas, visto que é preciso decidir para seguir e enfrentar os desafios que a caminhada nos oferece. Todavia, é preciso agir positivamente, a fim de promovermos transformações na estrutura sociopolítico-econômica em favor da solidez da democracia e o consequente resgate da eticidade e da moralidade no parlamento.

E não nos esqueçamos de cobrar a reforma política – sobre a qual tanto se comenta e nada foi feito –, que certamente vai oxigenar a mentalidade de nosso povo para a construção de uma nova realidade.

Que este tempo de tantas incertezas nos inspire vigorosamente a uma busca incansável pela edificação de uma política possível e viável, isto é, a um exercício pela equidade na política em que a prevalência ético-moral se manifeste positivamente nas pessoas, nos cidadãos de bem, para que as árvores não deixem secar suas folhas e as flores no futuro não murchem nem apodreçam.

E não citar Santo Agostinho quando afirma que "o dom da fala foi concedido aos homens não para que eles enganassem uns aos outros, mas sim para que expressassem seus pensamentos uns aos outros" seria omitir o bom exemplo de quem optou pela verdade e a quem todas as pessoas – especialmente aqueles revestidos de poder e autoridade – deveriam imitar.

Não basta escolher, é preciso exercer a cidadania em plenitude, participando com disposição para restaurar a consciência, quebrar a rigidez mental que alimenta o pessimismo, para exigir a ética na política e, consequentemente, em todos os demais segmentos institucionais.

Reinaldo Cesar
http://blog.cancaonova.com/jornalistareinaldo

3 de setembro de 2009

Valorize o sofrimento

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É preciso lembrar que não há sucesso sem luta

Nenhum de nós gosta de sofrer, mas o sofrimento faz parte da vida; não há uma pessoa sequer na face da terra que não tenha de conviver com a dor e a angústia; logo, aprender a sofrer é aprender a viver. A paz não consiste em não ter contrariedades, mas em saber, com humildade e resignação, aceitá-las e enfrentá-las. A primeira atitude diante de qualquer sofrimento é a atitude mental; muitas vezes, nós aumentamos o nosso sofrimento com um pensamento negativo e pessimista. Acho que você já notou que o mesmo sofrimento para um é muito pesado, enquanto para outro pode ser fácil de ser vencido.

Da mesma forma que não há montanhas altas sem névoas, assim também não há homem superior sem caluniadores. O que importa é não dar ouvidos a essas calúnias. Não pare a sua caminhada para atirar pedras nos cães que ladram, senão você pode atrasar a sua chegada. Sabemos que somente as árvores que têm frutos é que são sacudidas ou apedrejadas em busca de alimentos. Ninguém atira pedras em árvores sem frutos. As perseguições não atingem a alma quando são injustas ou falsas.

Frequentemente, as coisas que consideramos "más" são as que tornam boas as coisas boas. Como poderíamos reconhecer o prazer sem a dor? Sem o conforto, como poderíamos estar confortáveis? Se não houvesse escuridão, como saberíamos o que é a luz? Sem ignorância, qual seria o valor do conhecimento?

Em todas as direções e em todas as situações, a vida tem significado. Em todo lugar existe a oportunidade da realização. Em vez de amaldiçoar a escuridão, acenda um fósforo, aprecie a luz que as trevas tornam possível.

As únicas desgraças completas são aquelas com as quais nada aprendemos. Cada lágrima ensina-nos uma verdade.

É preciso sempre se lembrar de que não pode haver sucesso sem luta e, às vezes, sofrimento. O sofrimento não é obra de Deus; ele existe por causa de nossa fraqueza e dos pecados dos homens. Mas Cristo o transformou em matéria-prima de nossa salvação. Paul Claudel disse que "Cristo não veio abolir o sofrimento, nem mesmo explicá-lo; mas veio trazer-lhe a plenitude da sua presença". Por isso, quem sofre com Cristo, sofre em paz.

Deus nos fala pelas circunstâncias e pelos acontecimentos difíceis da vida. Quando analiso o meu passado, vejo que tudo o que me aconteceu foi para o meu bem. O sofrimento é inseparável do amor, como a rosa o é do espinho. Não tenha medo das adversidades nem das contrariedades.

É comum nos sentirmos desencorajados e até desesperados quando as coisas vão mal. Mas Deus age em nosso beneficio, mesmo nos momentos de dor e sofrimento.

"Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus" (Romanos 8, 29)

( Trecho extraído do livro "Para ser feliz" - Editora Cléofas)

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

1 de setembro de 2009

O tesouro

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Há muita gente triste porque ainda não encontrou o verdadeiro tesouro

Jesus afirmou haver um tesouro precioso, que carrega em si um grande desejo: produzir alegria em quem o encontra. Portanto, aqueles que o encontram podem encher-se de alegria.

O tesouro existe e a alegria é manifestada em quem o encontra. Ele contém a capacidade de produzir "automaticamente" essa alegria. Assim como quem tem uma habilidade quer prová-la através do que faz, este tesouro demonstra quem é pela alegria produzida em quem o encontra.

Mas, afinal quem é este precioso tesouro e como encontrá-lo? Como é possível ter a garantia de que ele, de fato, produz alegria? Essa certeza nos foi dada pelo próprio Jesus.

"O Reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo" (Mateus 13,44).

Cristo garante que quem o encontra fica "cheio de alegria". Como e quando ele produz alegria? O próprio Senhor responde: Quando é encontrado. Caso não o seja, não consegue dar o fruto da alegria desejada. Esse tesouro é o Reino dos céus. Esse tesouro é Jesus Cristo.

Quantos ainda não O encontraram! Quantos ansiosamente vivem buscando a alegria. Encontram outros falsos tesouros, com aparência de verdadeiros, mas falsos. Alegram-se quando os encontram, mas essa alegria é efêmera, passageira. São tesouros ocos, vazios. São os ídolos. Tesouros que não são capazes de preencher o vazio, mesmo depois de terem sido encontrados. São os tesouros do prazer, do dinheiro, do ter a roupa ou tênis de marca. Assim como, os tesouros da droga, da bebida, do sexo. A alegria produzida por eles, logo a seguir pode transformar-se em tristeza.

A possibilidade de sentirmos tristeza foi Deus mesmo quem nos deu. A tristeza deveria despertar nas pessoas a saudade e o desejo de retornarem ao Senhor, assim como fez o filho pródigo. Ele retornou ao verdadeiro tesouro, onde estava a verdadeira alegria: Junto do Pai, do qual jamais deveria ter se afastado.

Há tanta gente triste porque ainda não encontrou o verdadeiro tesouro. Entremos nessa e aproveitemos as oportunidades que temos de apresentar a quem não conhece o Maior de todos os Tesouros: Nosso Senhor Jesus Cristo.

Tarefa do missionário

Esta é a tarefa do missionário: apresentar o verdadeiro tesouro: JESUS.

Tesouro verdadeiro que produz a verdadeira e permanente alegria. Alegria esta que acontece com quem é apresentado ao tesouro (o evangelizado). E alegria que experimenta o que apresenta tesouro (o evangelizador). "Porque eis que se pode dizer com toda verdade: Um é o que semeia outro é o que ceifa" (João 4,37).

Essa é a graça da missão. Este é o privilégio do missionário: ver rostos se encherem de alegria por terem encontrado o precioso tesouro: Jesus Cristo.

Entre neste grupo. Seja um missionário e experimente esta alegria!

Reze pelos missionários.

Foto Padre Alir Sanagiotto, SCJ