4 de junho de 2009

Permaneço na Igreja onde sou bem acolhido

Imagem de Destaque

...ou até não sofrer nenhuma decepção

Hoje em dia, a maioria da população vive na cidade. Cada vez mais aumenta o número dos que deixam os ambientes rurais e cidades pequenas para habitarem nos grandes centros urbanos. É indispensável que este dado seja considerado para que possamos nos dar conta da importância da acolhida em nossas igrejas e comunidades.

A vida no interior

No ambiente rural, nas vilas ou pequenas cidades, normalmente, todas as pessoas se conhecem. Podem não saber endereços, mas, com a maior facilidade, sabem indicar ou levar alguém aonde quer que este precise chegar. Estas localidades favorecem que as pessoas tenham muitas coisas em comum, que as aproximam e unem:

- Ali existe uma escola da qual se sabe o nome do diretor, professores e até dos funcionários;

- Ali pode existir um pequeno time de futebol para o qual todos torcem ferrenhamente;

- Existe uma igreja da qual todos se sentem membros e responsáveis;

- O dono da venda conhece, literalmente, todos os seus "fregueses de carteirinha";

- Quando alguém nasce, celebra-se um casamento ou uma festa na comunidade, todos ficam sabendo ou se sentem envolvidos.

- As pessoas têm amigos a quem recorrer na hora da necessidade.

- Em caso de morte, toda a vila para a fim de se juntar à família enlutada. E assim por diante…

A comunidade existe em toda a sua essência, ou seja, as pessoas têm muitas coisas em comum, conhecem e são conhecidas e acolhidas em qualquer casa e ambiente social.

A vida na cidade grande

No ambiente urbano há uma realidade totalmente distinta do ambiente rural:

- Pouquíssimos sabem quem é o diretor da escola, muito menos quem são os professores;

- Os pais dos alunos têm em comum apenas a pessoa que vai apanhar seus filhos na escola, mas poucos se conhecem e muito mal se cumprimentam;

- Não existe um time de futebol do bairro;

- Cada um faz suas compras em um local diferente, e muitas vezes de acordo com o que está em oferta. Ali é atendido por um caixa que no máximo pergunta: "Qual é a forma de pagamento?" Nas grandes cidades nada se adquire sem dinheiro. Nada de cadernetinha!…

E quanto à igreja da cidade?

Como é recepcionado um novo e desconhecido membro recém-chegado? É importante atentar para o fato de que, por sermos uma Igreja com muitos membros, podemos correr o risco de conhecer apenas os que participam do mesmo grupo de pastoral ou movimento. Quanto aos demais, quem conhecemos?

Infelizmente, não é raro acontecer de um fiel frequentar uma determinada igreja durante 20 anos e permanecer um anônimo no meio da multidão, por não estar engajado em nenhuma atividade que o torne conhecido. Assim, embora sua participação seja importante, pois está sempre presente nas celebrações, muitas vezes é dizimista, tem filhos na catequese, continua um desconhecido e sua ausência dificilmente será notada!…

Então, o que pode acontecer com o novato que timidamente chegou de fora, que tem dificuldade de relacionamento social ou se sente acanhado quando chega pela primeira vez em nossa comunidade? Habituado a um relacionamento caloroso e interpessoal na sua vila, roça ou cidade pequena, ao chegar à cidade grande e perceber a frieza do ambiente, fatalmente se sentirá deslocado. Então começa a girar de igreja em igreja à procura de uma acolhida melhor e mais calorosa.

Rodando pelas igrejas, num determinado dia, sente-se bem recebido e valorizado. A tendência é que diga: "Finalmente encontrei o que eu tinha no passado ou que sempre sonhei: pessoas com quem posso me relacionar e, junto, louvar e servir a Deus". A partir desse encontro, permanecerá ali. Passará a ouvir a Palavra e se tornará um membro ativo, ao menos enquanto não sofrer nenhuma decepção.

Este pode ser o caminho não apenas daquele que vem do interior, mas de muitos outros que sentem um vazio ou passam por momentos de crise em sua vida. Por isso procuram uma igreja. Mas também procuram pessoas com quem possam relacionar-se e ouvir palavras que possam dar um rumo em sua vida.

A vida na cidade é muito fria. As pessoas representam "perigo", "ameaça", são encaradas como "concorrentes" e não como amigas e companheiras em quem se possa acreditar e confiar. Por isso mesmo, ao encontrar irmãos que as acolham acabam ficando por ali mesmo. Muitas vezes, percebem que estar ali não é o mais correto, que doutrinalmente não é o melhor. Que há muitas coisas contra sua fé original e contra a Igreja a qual pertenciam. Mas, por causa do calor humano, permanecem ali. A acolhida e o calor humano acabam "falando mais alto" que as verdades teológicas e a fé recebida de berço e cultivada durante muitos anos numa Igreja. Eis, então, onde pode surgir nosso ardor missionário enquanto discípulos de Jesus: no acolher. Acolher com calor humano e com uma evangelização que faça com que cada católico tenha um encontro pessoal com Jesus Cristo, como nos foi pedido no Documento de Aparecida.

Nas cidades, o acolhimento passou a ser, para muitos, o primeiro e principal valor e referência. "Vou e permaneço onde sou bem acolhido", passou a ser a prática para muitos que foram batizados e permaneceram por um período na Igreja Católica. "Afasto-me e não volto mais quando ou onde sou mal acolhido, porque minha expectativa de ser bem recebido não foi correspondida".

Nas cidades não há mais a escola, o time de futebol, a venda, a igreja e os costumes que uniam essas pessoas aos outros. Nelas tudo é estranho e confuso. Não restaram mais os antigos valores. O que restou mesmo foi a acolhida. "Aqui cheguei. Aqui me encantei. Aqui ficarei. Porque aqui fui bem acolhido. Onde sou acolhido crio raízes"!

Portanto, conto com você: Reforçando o que foi citado no artigo anterior, "a acolhida faz a diferença" muitos deram suas sugestões, espero que você acolha este artigo e dê sugestões práticas de como cada um de nós, membros da Igreja Católica, independente do posto ou grau que ocupamos ou servimos, pode se tornar mais acolhedor.

Se este é o grande e esperado modo de conquistar nossos irmãos, cultivemo-lo!

A partir de ideias e sugestões prometo escrever um terceiro artigo visando aprofundar este assunto tão importante e pertinente.

Padre Alir

1 de junho de 2009

Tomar decisões fundamentadas

Imagem de Destaque

Aprender é uma experiencia que nos acompanha até o fim

Para que uma pessoa se relacione melhor com ela mesma, ela precisa compreender-se e aceitar-se. O melhor caminho para isso é ter um bom conhecimento do seu potencial, das suas capacidades e das suas limitações. No frontispício do Templo de Apolo, em Delphos, já estava escrito: "Conhece-te a ti mesmo". Essa é a condição básica para qualquer pessoa assumir a sua identidade, aquilo que a singulariza, que a torna única. Quanto mais conhecimentos alguém tiver de si, maior será a sua capacidade de se posicionar corretamente frente aos desafios impostos pela vida.

Para se tornar autônoma e traçar seu próprio caminho no mundo, a pessoa necessitará de critérios consistentes para avaliar situações e tomar decisões diante delas. As boas decisões são aquelas que se fundamentam em nossas crenças, valores, pontos de vista e interesses. Como fazer isso, porém, sem se conhecer bem, sem saber onde está e aonde quer chegar? Informações e dados confiáveis são as matérias-primas mais evidentes de todo o processo de tomada de decisão, embora elas jamais sejam inteiramente substitutas da percepção intuitiva e da visão abrangente do todo.

Aprender com a experiência acumulada nos planos individual e social foi sempre uma das grandes vias de crescimento do ser humano. Analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações do passado, e disso extrair lições e princípios orientadores sobre como conduzir no presente e no futuro, fez, faz e fará a diferença na vida das pessoas, das organizações, das sociedades, das nações e da própria humanidade. Em qualquer tempo e lugar, saber o que aconteceu outrora é uma fonte de elementos que nos ajudam a decidir sobre o que deve e o que não deve ser feito no presente e no futuro.

Quanto mais a pessoa for capaz de conhecer a si mesma, sua circunstância, onde se encontra e a trajetória a ser percorrida para chegar até aqui, tanto maior será a sua capacidade de visualizar aonde pretende ir e de traçar um caminho para chegar lá.

Quanto mais uma pessoa conhece aquilo que faz, tanto maior a sua capacidade de fazê-lo cada vez mais e melhor (produtividade e qualidade). A quantidade e a diversidade dos conhecimentos adquiridos por uma pessoa ao longo da vida tornam-na mais polivalente e flexível, aumentando suas possibilidades de se adaptar às mudanças e de aproveitá-las para seu crescimento pessoal e profissional.

Compartilhar o que se sabe com outras pessoas e exercer uma influência construtiva sobre suas vidas é o principal caminho de que dispomos para ajudar outros seres humanos a desenvolver o seu potencial. O nome dado a esse caminho é educação. Esta abrange todos os processos formativos que ocorrem nos diversos âmbitos da existência humana: família, trabalho, escola, movimentos sociais, meios de comunicação e atividades culturais. E tende, cada vez mais, a ampliar os seus meios e o seu raio de ação, ocupando um maior espaço na vida das pessoas e das organizações.

Para gerar novos conhecimentos, a pessoa apóia-se na sabedoria que já detém, pois lhe serve como matéria-prima nesse processo. Quanto mais uma pessoa aprende, mais aumentam as suas necessidades de aprendizagem e sua capacidade de adquirir novos conhecimentos. Não podemos mais pensar em pessoas formadas. Todos nós estamos em formação ao longo de toda a vida. Aprender, portanto, é uma exigência que nos acompanha do início ao fim de nossa existência. Quanto mais conhecimentos adquirimos, mais aumenta a nossa área de contato com o desconhecido e, assim, cada vez mais ampliam-se as nossas necessidades de aprendizagem. Aprender é crescer. E nenhum tempo é inadequado para isso.

Artigo extraído do livro Educação

Antonio Carlos G. Silva

29 de maio de 2009

Renovados pelo Espírito

Imagem de Destaque

Conhece-se uma árvore pelos frutos, e não pela casca

"Vós, porém, não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito, se realmente o espírito de Deus habita em vós. Se alguém não possui o Espírito de Cristo, este não é dele" (Romanos 8,9).

Se quero ser de Jesus, preciso ser conduzido pelo Espírito de Jesus, que é o Espírito Santo: Aquele que gerou Jesus no seio de Maria e conduziu toda Sua vida e que o mesmo Jesus nos deu na cruz, segundo São João, quando Sangue e Água saem do Seu coração. Aquele que Ele soprou sobre os discípulos no dia da ressurreição, num domingo de manhã, quando o Espírito caiu em Pentecostes, é esse mesmo Espírito que foi derramado.

"Se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dos mortos habita em vós, Ele, que ressuscitou Jesus Cristo dos mortos, também dará vida a vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós" (Romanos 8,11).

Nem quando caímos no pior pecado o Espírito Santo nos abandona. O terrível do pecado é que não foi só na cruz que Jesus se fez pecado por nós. Cada vez que pecamos, levamos o Espírito Santo e Jesus. Uma vez que comungamos, como receptáculos da Trindade, levamos o Espírito Santo, Jesus e o Pai a pecar.

Quem se deixa conduzir pelo Espírito produz os frutos do Espírito. Assim, é muito fácil para as pessoas com quem convivemos perceberem se somos ou não batizados no Espírito Santo. É pelos frutos que vemos se uma pessoa é batizada no Espírito Santo.

Conhece-se uma árvore pelos frutos, e não pela casca. Então, quais frutos que estamos deixando o Espírito Santo produzir na nossa vida? Aqueles que acolhem o Espírito produzem os frutos do acolhimento, enquanto aqueles que resistem ao Espírito produzem os frutos da resistência.

Nosso serviço, nossa vida, realiza-se conforme a renovação do Espírito, e não mais sob a autoridade envelhecida da letra. Renovação não é inovação, não é estar em busca de novidades e nunca estar satisfeito. Renovação é descobrir, a cada dia, esse novo que há em mim, é restaurar. E restaurar é dar novo vigor baseado no modelo original, o de Jesus Cristo e Maria Santíssima.

Para restaurar uma obra de arte é preciso conhecer o artista que realizou o trabalho. Jesus e o único ser entre nós que conhece o coração do Pai. Quando deixamos de lado o pecado e buscamos as coisas do alto (Col 3, 8), ocorre um processo de restauração, à imagem daquele que nos criou. Se quisermos ser felizes, também temos que ser cheios dessa graça.

(Artigo extraído do livro "Renovados pelo Espírito Santo")

Pe. Leo - SCJ

27 de maio de 2009

Libertos de nossas amarras

Imagem de Destaque

Às vezes, não compreendemos a maneira como Deus usa para nos curar

Numa montanha muito distante havia uma vila que era liderada por um chefe. Aconteceu que o filho desse líder estava com fraqueza nas pernas. Então, ele conseguiu duas muletas para o filho. Mas as pessoas que moravam na vila não sabiam o que eram muletas e por que o filho dele as estava usando. Eles achavam que era porque o líder era um homem rico – e olharam para o filho dele com inveja. E todos desejaram um dia também ter duas peças dessas.

Num belo dia, uma das pessoas da vila conseguiu para o filho duas muletas. Com esses objetos eles achavam que eram pessoas civilizadas. E, finalmente, todos os habitantes da vila andavam de muletas. Até que um dia um dos filhos mais jovens perguntou por que ele não poderia caminhar com as próprias pernas. E todos achavam que ele estava louco, porque todos achavam que a forma normal de caminhar era sempre com o apoio das duas peças. Mas esse jovem deseja ir contra aquela tradição daquele lugar e diante de todos deixou as duas muletas caírem. Mas ele não conseguia mais andar sem elas, pois suas pernas estavam fracas.

Às vezes, olho para as pessoas e sinto que elas não são livres, "andam de muletas". Muitas vezes, nós estamos curvados como escravos. Não estamos agarrados a muletas, mas aos nossos pecados, medos, raivas, solidão, ansiedade, tristeza, sentimentos de culpa, depressão, estresse. Somos escravos.

O problema é que muitas vezes achamos que o normal é viver assim. Vivemos num estado de escravidão.

Jesus, hoje, pergunta a você: "Você deseja ser curado? Ser liberto?" Cristo não vai tomar uma atitude se não dissermos "sim" para Ele.

Todos nós sabemos que ao usarmos um remédio errado ou uma terapia equivocada podemos causar um dano enorme a nós mesmos. Muitas vezes, estamos diante de Jesus e queremos dizer a Ele o que fazer. Mas não vai funcionar porque Ele nos conhece por dentro e por fora. Então, a questão é confiar no Senhor, dizer a Ele: "Eu confio em Vós. Cura-me da maneira que o Senhor achar que deve me curar".

Às vezes, não compreendemos a maneira que Deus Pai usa para nos curar. A questão é que o Senhor tem um plano diferente para cada um de nós. A minha cura total acontece no momento que eu me entrego totalmente nas mãos de Deus.

Muitas pessoas realmente rezam, leem a Palavra, mas esta não se torna vida em suas vidas. O que está acontecendo? Falta-lhes o "Ruah" – o Sopro que transforma a vida. Já temos o Espírito Santo por meio do Batismo e do Crisma, mas, muitas vezes, não permitimos que Ele aja. Por isso, Jesus falou a Nicodemos: "Você precisa ser batizado no fogo". Que fogo é esse? É exatamente o fogo que desceu sobre os apóstolos no dia de Pentecostes.

Eu preciso dessa força para não ser enganado pelo mal, para lutar contra o pecado, para continuar fazendo a vontade de Deus em tudo na minha vida. Mas quem é que vai me dar toda essa força de que eu preciso? Só se eu for batizado no Espírito Santo de Deus. Estarei, então, aberto para o Senhor realizar toda a cura em mim.

Frei Elias Vela

25 de maio de 2009

Vencendo aflições, alcançando milagres

Imagem de Destaque

O desespero torna pior o estado da pessoa

Em algumas situações específicas, em que duas pessoas eram condenadas à morte, os romanos costumavam aplicar uma pena extremamente cruel. Amarravam as duas pessoas uma à outra, rosto com rosto, braço com braço, mão com mão, perna com perna e assim por diante; depois matavam apenas um deles e colocavam a ambos no sepulcro, amarrados. À medida que o cadáver ia se decompondo, liberava substâncias que consumiam em vida o corpo daquele que com ele estava amarrado.

Dessa maneira, podemos entender melhor a que São Paulo aludia ao dizer: "Homem infeliz que sou! Quem me livrará deste corpo que me acarreta a morte?" (Romanos 7,24). Ele não falava de seu corpo físico, mas do corpo do pecado ao qual estava amarrado.

Qual aquele condenado, não temos forças para nos livrar deste corpo de pecado que nos consome; estamos de tal maneira amarrados a ele que parecemos formar um só corpo; e não estamos amarrados por fora, mas por dentro, em nosso coração.

Precisamos de alguém que nos desamarre e nos livre desse corpo que nos mata e que nos faz apodrecer em vida.

Os cristãos são o suave odor de Cristo, mas, quando se tem um corpo de pecado trancado no coração, o próprio coração se corrompe e começa a empestear, com o mau cheiro, o ar à sua volta. Em vez de ser causa de alegria e felicidade para si e para os outros, torna-se causa de sofrimento e infelicidade porque se afasta de Deus entrando em discórdia com as pessoas para defender interesses egoístas.

A verdade é que somos as primeiras vítimas desse mal; sentimo-nos tristes, abatidos e abandonados porque somos pecadores, porque, em nosso coração, vive uma lepra chamada pecado, que o insensibilizou à presença amorosa de Deus. E o pior é que não podemos fugir dele, como se foge de uma pessoa desagradável; não podemos fugir, porque o pecado nos fala de dentro do nosso coração (cf. Sl 36,2), nós o levamos conosco para onde vamos.

Tenha certeza: o pecado é o motivo de sua tristeza, e só Jesus pode lhe devolver a alegria verdadeira. É necessário que Ele o liberte desse mal, mate essa lepra e mude seu coração corrompido em um novo coração. Toda pessoa que pensa ser impossível que seus pecados lhe sejam perdoados, entra em desespero e com o seu desespero torna o seu estado pior do que era antes. Então, tenha confiança em Deus!

Se você alguma vez já se sentiu perdido e, por causa de alguma coisa que fez, teve medo de cair no inferno, sentiu-se desolado e sem forças, se depois de repetidas lutas contra um mesmo pecado mais uma vez você foi vencido e sentiu vontade de desistir, tenho uma ótima notícia para você: Só quem assim se sentiu pode experimentar o que é ser salvo pelo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, e este mesmo Jesus pode eliminar a sua tristeza na raiz.

.: Do livro: "Vencendo Aflições Alcançando Milagres"

Foto Márcio Mendes
marciomendes@cancaonova.com

20 de maio de 2009

Só em Deus encontramos repouso


Jesus quer nos dar muitas coisas, mas o mais importante é a vida eterna

No livro dos Números, Deus convocou o povo para reunir 80 homens na tenda de reunião. Enquanto isso, fora do acampamento, outros dois homens ficaram cheios do Espírito Santo e eles começaram a profetizar. Não há obstáculos para Jesus, mesmo quando Ele encontra as portas fechadas. Mesmo as pessoas que não estão aqui presentes, o Senhor vai a todos os lugares e você pode encontrá-Lo mesmo que as portas estejam fechadas.

Jesus disse: "Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve" (Mateus 11, 28-30).

Quantos de nós experimentamos o cansaço em meio ao mundo de hoje. O Senhor nos propôs uma cura nessa passagem bíblica, mas na dimensão da fé. Nosso Senhor Jesus Cristo, vivo e ressuscitado, está no meio de nós. D'Ele ouvimos o convite: "Vinde a mim!" Você pode se perguntar: devo ir aonde?

Hoje em dia, muitos se apresentam como a solução para os seus problemas. Por isso precisamos tomar cuidado para não sermos enganados por pessoas que estão pensando somente em seus próprios interesses. Jesus tem para nós algo muito melhor, porém, para isso, você tem que deixar aqui o seu "homem velho". Muitas pessoas deixaram de seguir o Senhor porque não foram atendidas na hora.

Jesus quer nos dar muitas coisas, mas o mais importante é a vida eterna. O restante é acréscimo, por isso, muitas vezes, não recebemos o que pedimos, porque para nós o mais importante é o Reio dos Céus. Santo Agostinho afirma que de nada adianta viver bem, se não viver eternamente.

A nossa presente tribulação, momentânea e passageira, nos proporciona um peso eterno de glória incomensurável. Porque não miramos as coisas que se veem, mas sim as que não se veem.

Há uns 800 anos, São Francisco disse: "Meus filhos, grandes coisas prometemos a Deus, mas muito maiores são as que Ele nos prometeu. Pequena é a pena, o sofrimento do tempo presente, mas a glória que nos espera é infinita".

Quando não acreditamos na vida eterna, qualquer sofrimento parece ser insuportável. Mas quando acreditamos nela, o que são os sofrimentos da vida diante dos bens eternos?

Faço um apelo para sua fé: as coisas visíveis são momentâneas, mas os que Deus quer nos oferecer é eterno. Vale a pena dar a vida por aquilo que é eterno!

Márcio Mendes
marciomendes@cancaonova.com

13 de maio de 2009

Uma caricatura de casamento

Imagem de Destaque

Inúmeras são as justificativas, mas pouco plausíveis os argumentos

Como acreditar na possibilidade de um casamento feliz ou na idoneidade de alguém quando encontramos testemunhos de relacionamentos malsucedidos? Após viver uma frustração, encontrar motivos para continuar a acreditar e a viver os projetos anteriores, certamente, vai exigir um esforço quase que sobrenatural de nossa parte. De nossa própria história, sabemos o quanto foi difícil realinhar nossos sonhos e projetos de vida face às amargas situações já vividas.


Tribulações e aflições sempre teremos em nossos relacionamentos, seja por um namoro rompido, seja por decepções de nubentes que viram os castelos de seus sonhos ruírem às vésperas do matrimônio ou por casamentos que acabaram em separação.

Talvez seja por conta disso que encontramos tantas justificativas por parte de pessoas que consideram mais fácil viver juntas ou viver um namoro sem compromisso alegando que certos princípios e valores morais estão ultrapassados, entre outros.

Alguns casais, ainda que reconheçam que o (a) namorado (a) seja sua alma gêmea, pouco cogitam na possibilidade de oficializar o relacionamento por acreditarem que o casamento é apenas a formalização, para a sociedade, daquilo que já estão vivendo. Outros não desejam se casar por imaginar que precisarão conviver pelo resto da vida com a mesma pessoa, tolerando seus hábitos, pajeando crianças, entre outras obrigações da vida conjugal.

Diante das circunstâncias, alguns casais alegam preferir viver um relacionamento – cujos (as) companheiros (as) não podem ser considerados como namorados (as), tampouco como esposos (as) – até se assegurarem de que tal envolvimento tem chances de sucesso, para depois se comprometerem "oficialmente". Assim, optam por viver uma caricatura do casamento. Isto é, vivem como casados sem o ser.

Muitos são aqueles que coabitam há anos, mas qual seria o tempo limite? Quando esses casais se sentirão prontos para "se desinstalar" do comodismo?

Inúmeras podem ser suas justificativas, entretanto, pouco plausíveis os argumentos. Pois, na maioria das vezes, a decisão de viver juntos quase sempre foi tomada no auge de uma paixão, assim como na intenção de minimizar despesas financeiras ou fundamentadas apenas nas más experiências de outros casamentos.

Se ao menos esses casais de namorados que dividem o mesmo teto não vivessem as mesmas dificuldades e desafios de um relacionamento [conjugal], como o processo de adaptação, ciúme, crises de desentendimentos... até poderíamos aceitar tal opção de vida como um forte argumento. Todavia, esses casais também vivem seus impasses, talvez até maiores que os demais.

Casar-se somente com o objetivo de oficializar um relacionamento diante da sociedade ou assegurar seus benefícios para a eventualidade do rompimento do relacionamento seria apenas firmar uma parceria de um contrato social.

Eu acredito que o sentimento que imbui alguém a viver o sacramento do matrimônio se fundamenta no testemunho de que ele tem sobre a família e seus valores. Esse desejo [de se viver o matrimônio] potencializado na certeza de viver um amor único e verdadeiro, ao longo do tempo de namoro, se consolida por meio das atitudes em tornar conhecido ao seu cônjuge aquilo que almeja sua alma.

Inverter o processo natural do conhecer-se dentro de um relacionamento, não evitará maiores sofrimentos, mas facilmente poderá ofuscar os verdadeiros sentimentos daqueles que desejam realizar seus anseios mais íntimos.

Para as pessoas que desejam formar família e percebem também que seu (sua) namorado (a) aspira pelo mesmo ideal, nada as impede de responder com fidelidade ao chamado para a vida conjugal, não somente na oficialização perante as leis dos homens, mas, também, na investidura do sacramento diante de Deus, o qual as capacitará espiritualmente a vencer os obstáculos que a vida sempre nos reserva.

Deus abençoe a todos.

Um abraço

Foto Dado Moura
dado@dadomoura.com