20 de abril de 2009

Como vencer a violência?

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Quando Deus é retirado de cena, o homem ocupa o lugar d'Ele

Neste ano, a Campanha da Fraternidade enfoca o problema da violência, suas causas e os meios para superá-la. O documento da Conferência Nacional dos Bispos da Brasil (CNBB) traz subsídios para essa reflexão: promover a cultura da paz, ampliar ações educativas, melhorar o sistema penal e judiciário, denunciar a gravidade dos crimes contra a ética, economia e gestões públicas, cuidar de quem sai das prisões, entre outros.

A Igreja ensina as razões profundas da violência; acima de tudo está num coração sem Deus, sem amor ao irmão, que não é visto como "imagem e semelhança de Deus". E quando Deus é retirado de cena, o homem ocupa o lugar d'Ele e a dignidade humana já não é mais respeitada. O "não" dito a Deus acaba se transformando em um "não" dito ao homem, por isso vemos hoje a pior de todas as violências, o aborto e a eutanásia, o sacrifício da vida humana; além dos assaltos, sequestros, roubos, corrupções de toda ordem, pedofilia, estupros, incestos, violência nos lares contra as crianças, etc.

Não basta encher as nossas ruas de policiais armados e bem equipados para acabar com a violência – embora isso seja necessário para lhe dar combate imediato –, é preciso mais. É preciso a "educação para a paz". Essa educação exige que se ensine às crianças e aos jovens, nos lares e nas escolas, a dignidade de todo e qualquer ser humano. A moral cristã tem como base essa dignidade. Tudo aquilo que a Igreja condena como imoral é porque fere a dignidade da pessoa. A base da violência está na falta da vivência moral e na relativização do que seja o bem; o mal tem gerado muitas formas de violência.

Um fator de importância máxima na questão da violência é a família, pois ela é a "escola de todas as virtudes", e é nela que a criança deve aprender com os pais e os irmãos a respeitar e a ser respeitada. Mas como vai a família? Infelizmente mal; a imoralidade tem destruído a família e seus valores cristãos. Muitas estão destruídas e muitos filhos sem a presença imprescindível dos pais para educá-las. Milhares de adolescentes e jovens ficam grávidas sem ao menos terem um lar para receber seus filhos. Como disse o saudoso Papa João Paulo II, no Brasil há milhares de crianças "órfãs de pais vivos". Que futuro terão essas crianças? Muitas delas acabarão na rua e no mundo do crime e da violência. Sabemos que quase a totalidade dos nossos presos são jovens.

E por que tantos jovens acabam no mundo do crime? Porque lhes faltam um pai e uma mãe que lhes ensinem o caminho da honradez, da virtude, da escola e do trabalho. O trabalho é a sentinela da virtude.

Hoje quase não faltam escolas para as crianças, nem mesmo catequese nas paróquias, mas faltam os pais que as conduzam à escola e à igreja. Portanto, sem a reestruturação da família, segundo o coração de Deus, na qual não existam o divórcio, a traição, o incesto, as brigas, o vício, o estupro, a pedofilia, etc., não se poderá acabar com a violência na sociedade.

Sem Jesus, sem o Evangelho, sem a vivência moral ensinada pela Igreja de Cristo, não haverá paz verdadeira e duradoura. Sem isso será inócuo lutar pela paz. Diz o salmista que "se não é Deus quem guarda a cidade, em vão vigiam os seus sentinelas" (Sl 126, 1).

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

15 de abril de 2009

O amor humano, sinal do Amor de Deus!

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O ser humano é chamado à existência e, pelo amor, à coexistência

O amor humano é algo fascinante. É símbolo do amor de Deus, amor este que, por sua vez, é modelo para todo amor humano. Dentre os amores humanos, o mais encantador é o do casal. Tanto é que o Senhor usa desse nobre sentimento para falar do Seu amor para conosco. Chega a dizer, por intermédio dos profetas, que o amor d'Ele por nós chega ao ciúme.

O amor de um casal nasce do que chamamos de harmonia pré-estabelecida, daí chegarmos a falar até em almas gêmeas. Somos tomados por um afeto inesperado com relação ao(à) outro(a). Somos como que roubados pelo(a) outro(a) e tudo só passa a ter sentido se ele(a) estiver junto. No começo é um desconhecido que se torna hóspede e de hóspede passa a ser dono da casa. É o amor mais forte do que a morte! Esse amor dá sentido à nossa história. O ser humano é chamado à existência e, pelo amor, à coexistência, na doação de si. É isso que dá sentido à vida. Bom, para algo tão importante é preciso se preparar. O matrimônio cristão envolve um para sempre. A união é pública, estável e indissolúvel. A graça de Deus vem em socorro do casal, pelo sacramento do matrimônio, para que sejam fiéis às promessas feitas e aos compromissos assumidos.

O que chamamos de "Encontro de Noivos", na Igreja, visa suprir qualquer deficiência nessa preparação para a vida conjugal e familiar. A preparação em si deve vir desde o berço; o momento com os noivos deveria ser só o coroamento de um caminho já feito. Nesse encontro procuramos interpretar o amor do casal como sinal do amor de Deus, a importância da família para a transformação da sociedade e para a edificação da comunidade eclesial, o responsável planejamento familiar, os desafios que serão enfrentados, enfim, uma série de temas que chega até à celebração religiosa. Uma experiência que vale a pena.

Num mundo marcadamente individualista e egoísta, o casal é o caminho do humano e o caminho do humano é a comunhão. Todas as promessas e compromissos daquele dia único e marcado pelo Eterno convidam à comunhão de vida. O compromisso é selado por um Deus que conhece as fraquezas do humano e o socorre com Sua graça. O amor é para sempre ou não é amor. Não é possível alguém dizer "eu te amo até daqui a pouco".

Amor não tem prazo de validade, se apresentar algum prazo, repito: não é amor, vai ser apenas um compromisso momentâneo para realizar a satisfação de um ou outro. O saudoso Papa João Paulo II dizia: "O futuro da humanidade passa pela família e por sua adequada preparação". Na prática, nós sabemos disso e experimentamos na pele seus efeitos.

Deus abençoe aos noivos que tiverem este artigo em suas mãos. Que este momento marcado pelo céu coroe o amor de vocês com o Amor-Doação-Comunhão do Deus, que nos criou à Sua imagem, segundo a Sua semelhança!

Pe. Rinaldo Roberto de Rezende
Cura da Catedral de São Dimas - S.J. Campos- SP

11 de abril de 2009

Deus não desiste de você

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O inimigo não quer que você retome sua caminhada

Apesar do seu pecado, Deus não desiste de você, nunca desistiu. Nas famílias, aquele filho, o mais arteiro, aquele que está bebendo, cheirando [cocaína]... o pior dos filhos é para quem a mãe dá mais amor, não é verdade? Pai e mãe não nos conhecem? Para eles precisamos falar que estamos tristes? Eles conhecem nossa voz ao telefone. Deus é igual a esse pai e a essa mãe e conhece todos os nossos erros; até os que nós fizemos na semana passada, eles já sabem, pois nos conhecem. Deus o ama e quando vê você o ama do jeito que é.

Quantas decepções em sua vida? Muitas vezes, em nossas vidas, as pessoas que mais amamos nos ofenderam e disseram: "Você não vale nada! Não presta! É um mau filho". Deus o acolhe do jeito que você está: você que perdeu o amor próprio e que se acha indigno do amor do Pai. Talvez você se veja hoje como a pessoa que menos mereça o amor do Senhor. Ninguém merece mesmo, isso prova de que maior é o amor.

Durante muito tempo eu ia comungar e ficava naquela crise, pensando: "Senhor, eu sou pecador. Eu confessei ontem e já pequei de novo". Mas, mesmo assim, eu ia para a procissão da comunhão, rezando: "Não comungo porque mereço, isso eu sei, ó meu Senhor, comungo, pois preciso de Ti. Quando faltei à Missa, eu fugia de mim e de Ti. Mas agora eu voltei, por favor, aceita-me".

O demônio faz você sentir que não merece Deus e o afasta da Eucaristia. Na verdade, você está fugindo de sua consciência, fugindo do Senhor. Quando a pessoa está com anemia o que ela mais precisa fazer é comer, e é o que ela menos quer fazer. O pecado faz isso: você peca e não vai mais à Missa, é como dizer: "Eu não vou ao hospital, porque estou doente".

Deus nos dá sempre uma nova chance. Faz anos que acompanho monsenhor Jonas, e vendo meus erros, meus limites, muitas vezes, eu quis ir embora. E por causa do amor de Deus, por causa de um abraço de um irmão, eu não fui. O demônio vai querer isolá-lo, fazer com que você falte à Celebração Eucarística e não procure a Deus Mas é em comunidade que você vai crescer e amadurecer.

O Senhor quer uma atitude sua. Não o estou acusando, mas não posso negar que Deus está me usando para que você saia do marasmo que está sua vida. Jovens tão bonitos, mas sem vida, porque não perdoam, porque estão secos por dentro.

Deus está levando você a ter um encontro com a cruz. E, diante dela [cruz], coloque todas as pessoas as quais você precisa perdoar e também as que você matou em seu coração. Entregue sua vida para Jesus hoje!

(Artigo produzido a partir de pregação em 28/02/2008)

Diácono Nelsinho Corrêa

8 de abril de 2009

Como saber se tenho uma vida espiritual

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Vida espiritual se traduz em luta

"Não faço o bem que quero e faço o mal que não quero" (Rm 7,19).

São Paulo nos mostra, por meio desse versículo, muito claramente como funciona esse processo que todos nós necessitamos: uma vida espiritual. Veja bem: o apóstolo dos gentios afirma que em determinados momentos ele não consegue fazer o bem que quer fazer e que acaba fazendo o mal que não quer [fazer]. Há uma luta declarada aí. Uma luta interior entre fazer o bem ou fazer o mal. Nisso consiste, segundo Santo Inácio de Loyola, a nossa vida espiritual. Para o grande santo da Igreja se existe luta, há um conflito interior, por isso existe aí uma vida espiritual. Ou seja, a vida espiritual se traduz na luta.

Você pode se perguntar: "E eu? Como vou saber se tenho uma vida espiritual?" A partir das dicas de São Paulo e Santo Inácio você pode começar por identificar se, por vezes, acontece dentro de você essa luta, esses conflitos interiores. Se você, como o grande apóstolo, com certa freqüência, fica nessa briga entre fazer o bem ou o mal, então, você tem, sim, uma vida espiritual.

E caso você perceba que dentro de você não há essa luta, então é hora de começar a se questionar se possui realmente uma vida espiritual. Pois essa ausência de luta pode significar que, espiritualmente, sua vida está morna, parada, estagnada. A espiritualidade é peça fundamental para que nos realizemos como pessoas, como seres humanos.

Uma vantagem em saber que vida espiritual se traduz em luta é que dessa maneira você não irá mais cair no desânimo por causa das suas lutas interiores e dos conflitos que, às vezes, o atordoam.

Use isso a seu favor. Nessa hora é preciso perceber que – se existe essa luta – é porque você tem uma vida espiritual que o faz, sobretudo, experimentar e viver com o auxílio da graça de Deus. E essa graça é muito maior do que qualquer falha, defeito ou imperfeição que você possua. A graça de Deus é maior que tudo isso.

Que Deus nos abençoe!

Foto Denis Duarte
contato@denisduarte.com

3 de abril de 2009

Ser ouvido, mas não compreendido

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Quando não se chega a um termo satisfatório

Relacionamento, ao mesmo tempo em que é sentido de vida, preenchimento interior, é ponto de conflitos entre os seres humanos. Somos predispostos a viver próximos, mas quem nunca se desapontou na vida? É natural esse tipo de sentimento quando temos boa imagem de uma pessoa, seja à primeira vista ou pela impressão causada no convívio, mas que, de repente, se desfaz quando somos surpreendidos por uma atitude contrária à que causava nossa admiração.

Faz parte de um relacionamento maduro, fundamentado na verdade, quando houver essa ruptura no sentimento, o recorrer ao diálogo. Quanto maior a proximidade das pessoas, mais deveriam ser óbvias a transparência e a liberdade em dizerem o que não foi bom. Assim avançamos em diversos tipos de convívio: no trabalho, na amizade, no namoro, no casamento.

O problema é quando, mesmo com diálogo, ainda não se chega a um termo satisfatório para ambos os lados.

Você já teve a sensação de ser ouvido, mas não ser entendido? Por mais que fale, argumente e esteja certo, nada parece penetrar o entendimento, a razão e o perdão do outro.

Quando as partes dialogam, mas num primeiro instante não existe consenso, é imprescindível saber que ao se procurar entender com alguém é mais importante ouvir do que falar. Exercite a arte da escuta. Mesmo que seja você quem tenha de dar explicações, deixe que a outra parte primeiro esgote sua indignação.

Tanto para passar a sua ideia quanto para absorver o conteúdo do outro é importantíssimo notar o que as palavras não dizem. No desabafo de uma pessoa existe muito mais que argumentos, aí também estão seus sentimentos, os quais nem sempre são completamente expressos por palavras. É preciso buscar fora daquilo que simplesmente ela aparenta ser, quais os seus anseios, planos, cultura e até sua concepção e história de vida. Experiências do passado condicionam-nos a agir e a pensar segundo o que aprendemos, cada qual com seu conceito.

É preciso detectar os sentimentos presentes em você e no outro e nomeá-los, para saber o que está acontecendo no interior de quem está envolvido. Por vezes, será necessário simplesmente chegar a esta conclusão: "Suas emoções são diferentes das minhas diante do fato acontecido". E a partir daí buscar um meio-termo. Por fim, é normal que seres humanos não estejam de acordo em tudo.

A perfeição do amor não está em juntar o que é igual, mas em transcender a expectativa mesmo sabendo que se é diferente. O que é verdadeiro supera as barreiras da incompreensão, traz a certeza de ser assumido, mesmo sabendo que na alma da outra pessoa existe a consciência de que aquele com quem se caminha junto não é perfeito. Somos mais amados quando somos acolhidos, apesar de nossas deficiências, não pelas nossas belezas. Amar quem não está pronto é amar verdadeiramente, pois não busca compensações em dar de si.

Abra o coração para aqueles que você ama, vá disposto, no diálogo, a ouvir e a se desfazer dos próprios conceitos em favor da reconciliação.

E então? Está pronto a abrir os ouvidos?

Deus o abençoe.

Sandro Ap. Arquejada
sandroarq@geracaophn.com

30 de março de 2009

Autocontrole em casa

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Domine o seu jeito de ser

Caridade é o amor verdadeiro, de doação. Mas quando falamos em doação, não é só com relação ao se dar esmolas, mas o dar-se de si mesmo, o partilhar e ir ao encontro do outro. Quem não quer amar e se sentir amado?

Todo dia é dia de superar as adversidades, pois a santificação é a vontade de Deus para a nossa vida. Ele nos quer santos, onde quer que estejamos. Por isso, o Senhor nos quer livres das impurezas, sem que nos deixemos levar pelas paixões desregradas, pois quem O conhece, sabe que a Palavra d'Ele ensina que temos limites para viver. Paixão não é pecado. Pecado é deixar-se levar por ela. Deus nos fez com inteligência para que possamos escolher. Quem vive as paixões desregradas, não conhece e não vive a Palavra de Deus.

No momento em que você abandona os preceitos do Senhor, não está abandonando uma pessoa qualquer, mas o próprio Deus. Isso é muito sério, é preciso fazer um compromisso de vida para a sua família. No momento em que alguém, dentro da nossa casa, age com amor, percebemos que o ambiente é tomado por uma calmaria, muda o clima. Se você se propuser a reagir de forma amorosa, experimentará a paz. Não importa o problema, a reação tem de ser sempre a partir do amor. Ele é o antídoto contra a raiva e o rancor.

O perigo é cairmos no ressentimento. As mulheres são especialistas em guardar rancor, porque são movidas fundamentalmente pelo coração. Não alimente esse sentimento, porque ele fecha e tranca o seu coração. Cada pessoa tem um tipo de temperamento, mas Deus nos pede o autocontrole, para que não coloquemos a "explosão" que há dentro de nós para fora. É nessa hora que você deve deixar o Espírito Santo agir em você, curando as suas reações.

Tenha uma reação de fé, e dependendo da situação, aja com o silêncio, o perdão e a misericórdia. Deus lhe mostrará qual reação você deverá ter. Domine o seu jeito de ser. Quantos de nós temos reações descomedidas...

Você deve estar se perguntando por que eu estou dizendo isso a você? Quando deveria ser seu marido ou filhos que deveriam saber disso, mas Deus escolheu para que você vivesse isso hoje, para que desse o primeiro passo, aprendendo a dominar a si mesmo, principalmente, o "sangue quente" que corre em suas veias.

Construa uma família de paz dentro de casa e todos baterão à sua porta para saber qual é o segredo da felicidade. Se você quiser ter uma família cheia de vida, reaja!

"O fruto do Espírito Santo é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança. Contra estas coisas não há lei" (Gálatas 5, 22-23). Cuidado com suas emoções, tenha autocontrole e você terá uma família como fonte da vida e construtora da paz. Só fale em sua casa com a linguagem do amor. Se você quiser comunicar vida nova em seu lar, terá de expressar a sua fé, porque nenhum ser humano é capaz de ser feliz sem Deus.

Nós, seres humanos, procuramos, sem cessar, a felicidade e o amor, e essas virtudes estão na família. Fale a linguagem do amor e a sua família encontrará a paz e tudo o mais.

Adriana Pereira

27 de março de 2009

Os desafios da vida conjugal

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Para se viver uma nova vida, são exigidas novas atitudes

Entende-se por casamento a união legítima entre um homem e uma mulher que se dispõem a viver sob os mesmos princípios regidos pela Igreja. Isso não isenta o casal de viver os impasses e os desafios no exercício da vida comum. Viver um compromisso de profundos vínculos, como é o casamento, sem abdicar dos hábitos vividos enquanto solteiros, certamente, fará com que os casais enfrentem muitos problemas e complicações no convívio.


Motivos que fazem surgir uma crise são muitos; estabelecer equilíbrio entre a família, o trabalho e, de maneira especial neste artigo, a vida social, é um dos novos desafios da vida conjugal. Enquanto éramos solteiros ou não tínhamos um compromisso estabelecido com alguém, o tempo era nosso. Podíamos fazer o que desejávamos, ir aonde quiséssemos. De certa maneira, não precisávamos dar satisfação nem partilhar nossa agenda com ninguém. Contudo, podem ser incômodas, para quem ficou em casa, as famosas "esticadas" das sextas-feiras ou as intermináveis tardes dos finais de semana com os amigos. Ainda que estas sejam práticas inocentes, algumas pessoas, desatentas, se esquecem de que seu cônjuge tem sentimentos e também planeja aproveitar do tempo livre ao seu lado.

Para viver uma nova vida, há a necessidade de se adaptar também a novas atitudes.

Muitas coisas ao longo dos anos irão despontar exigindo pequenos ajustes no cotidiano do casal. E uma maneira de aprendermos a reeducação de nossos hábitos seria no sentido de melhor equacionar o tempo livre, considerando, também, a necessidade de estar com o cônjuge. Aliás, ninguém pode conhecer o outro em escassos e limitados momentos de convivência. Na prática do "conhecer e ser conhecido" os casais passam a se tornar parceiros, a ponto de identificar os medos, as aspirações e as insatisfações um do outro, tornando-se cada vez mais próximos e cúmplices.

Muitas pessoas, por não terem entendido tais princípios, se isentam dessas obrigações, argumentando que o casamento é uma instituição falida e antiquada. Para outras, a idéia que se passa sobre o casamento é a de prisão, entre outras definições.

Quando assumimos um relacionamento o fazemos por livre e espontânea vontade. Uma vez assumido o compromisso de vida a dois, e percebendo as possíveis e necessárias adequações de nossos antigos hábitos, podemos achar que estamos perdendo a liberdade ou que o novo estado de vida tenha nos "podado as asinhas".

Extrapolar nas experiências, sobre as quais se pensa ter direito, vivendo à mercê de todas as oportunidades, justificando que a vida é curta e por isso deve ser aproveitada – não convém àquele que se empenha em promover a felicidade do ser amado.

De certa maneira, a vida realmente parecerá curta para se viver os infinitos atos de carinho de casais apaixonados.

Ao enxergarmos a novidade de uma experiência a dois como um peso ou como uma clausura, na verdade, estaremos rotulando e expondo nosso cônjuge como alguém opressor ou egoísta. Assim, paciência e esforço serão atributos necessários para assimilar os desafios da vida conjugal, especialmente para aqueles que desejam nutrir a chama do amor entre si.

Deus abençoe a cada um pelo novo propósito.

Um abraço

Foto Dado Moura
dado@dadomoura.com