17 de novembro de 2008

A vocação é essa expressão magnífica do amor de Deus

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Deus pede aos sacerdotes a oblação de sua existência, da sua capacidade de amar

Deus pede aos sacerdotes a oblação de sua existência, da sua capacidade de amar. Sabe que pessoas Deus escolhe para a ordenação sacerdotal? Deus escolhe para serem ordenados homens que tenham duas vocações. A Igreja escolhe, porque vocação quem dá é Deus. Só Ele pode dar. Eles precisam ser chamados a ser padres e precisam com as suas vidas assegurar que são chamados a serem consagrados a Deus na oblação inteira do seu amor, o celibato.

Talvez o mundo se escandalize. Você pode pensar assim: 'Homens saudáveis poderiam ter família. Não poderiam também servir a Deus como casados?' Poderiam, mas não foi o chamado que Deus fez. Os sacerdotes não são incompletos por não se casarem. São inteiros e íntegros e felizes. Um padre ou diácono não são pessoas que abafam o seu coração e a sua capacidade de amar. Mas são homens que dilatam o seu coração na medida do coração de Jesus. Isso é ser celibatário.

Não são homens que reprimem sua capacidade de amar. Mas só dá para ser celibatário se forem capazes de amar mais do que todos os outros. Porque a medida que tem de existir no coração do padre é a medida do coração de Cristo. Nada menos.

Nosso Senhor lhes pede outra oblação. A oblação da sua liberdade. Eles são chamados a ser servidores, na pobreza.

O sacerdote também tem de viver a pobreza, a castidade e a obediência. Só pelo fato de serem ordenados eles já têm de ser modelos de pobreza, castidade e obediência, já dizia São Tomas de Aquino. Eles fazem essa entrega e uma forma linda para a qual o Senhor os chamou.

Nosso Senhor os faz servidores da Palavra, anunciadores do Evangelho. Nosso Senhor os faz servidores do Altar da Eucaristia e da caridade.

Vale a pena ser diácono, vale a pena ser padre, porque vale a pena seguir Jesus! Diácono, discípulos. E discípulos em nome d'Ele.

A vocação é essa expressão magnífica do amor de Deus por nós.

Trecho de homilia de Dom Alberto Taveira na ordenação diaconal do seminaristas da CN em 13 de janeiro de 2008

Dom Alberto Taveira Corrêa

10 de novembro de 2008

A chave do passado

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Nossos valores são maiores que nossos erros

A cada novo dia vivemos novas experiências e sempre temos decisões a tomar. Em razão dessas escolhas podemos acertar ou errar.

Na vida a dois, reconhecemos que algumas atitudes assumidas foram malsucedidas, contudo, não deixam de fazer parte da nossa história. Sem haver a menor possibilidade de apagar os erros do passado, deles só podemos tirar a lição de não reincidir nos mesmos enganos.

Ainda que as pessoas nos alertem sobre alguns cuidados para evitar os sofrimentos, em alguns momentos, estaremos arriscando a nossa liberdade – mesmo não sendo intencional – de também errar.


A cada dia, o casal participa mutuamente da história do outro, e não sendo possível apagar de nossa vida as más experiências, não será difícil, em certo momento, o (a) companheiro (a) tomar conhecimento dessas situações.

Diante dessas descobertas - que poderão não ser tão doces quanto gostaríamos – o desejo do cônjuge de continuar a jornada do convívio com aquele por quem se dizia estar apaixonado pode esfriar. Sob o domínio das decepções, pode-se rotular ou condenar o outro ao escárnio; difamando-o a fim de justificar o sentimento de decepção e recusando-lhe o direito da "boa fama". Pois, na sua natureza egoística, imagina não ser o único a saber da história do (a) parceiro (a) e considera vergonhoso partilhar a vida com alguém após tomar conhecimento do passado da pessoa amada.

Aceitamos e justificamos os nossos erros, mas não suportamos os deslizes do outro. Com memória curta ou anestesiada pela soberba deixamos perder em nossas lembranças o fato de que não somos irrepreensíveis. Esquecemos que também temos um "telhado de vidro" e por outras inúmeras vezes fomos objeto da misericórdia e da complacência de outras pessoas, quando nos víamos numa esparrela sem saída.

Na odisséia em que nos colocamos a viver no comum de um relacionamento, estará aquela pessoa que escolhemos para ser o nosso "co-piloto". Juntos, faremos novas descobertas sobre os segredos da convivência. Assim, ninguém poderá fazer do nosso passado uma arma, disparando-a quando quiser nos ofender, chantagear ou aprisionar.

A pessoa com quem nos relacionamos é muito mais que um simples produto que - uma vez "arranhado" ou com "data de validade vencida"- perde seu valor e sua integridade.

A beleza de cada ser humano está na sua capacidade infinita de desejar viver uma nova história. Mesmo que ele tenha vivido um passado maculado pelas contingências, nenhum de nós é íntegro o bastante para julgá-lo.

Apesar de termos caído em algumas armadilhas, a nossa vida e os nossos valores não ficaram presos às "arapucas" das quais fomos vítimas.

Um abraço,

Foto José Eduardo Moura
webenglish@cancaonova.com

4 de novembro de 2008

A preocupação com coisas fúteis

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Nós nos preocupamos com coisas que não trazem crescimento para a nossa alma

Estamos celebrando dois mil anos do nascimento do grande Apóstolo Paulo e o Canal de Formação preparou um conteúdo exclusivo para comemorar o Ano Paulino.

São Paulo, por meio da Carta aos Filipenses 4: 8, nos exorta quanto ao que, muitas vezes, é uma preocupação exagerada. Pois, nós nos preocupamos com muitas coisas que não trazem crescimento para a nossa alma. Convidando-nos para praticarmos tudo aquilo que, por intermédio das Sagradas Escrituras, temos aprendido.



Foto Pe. Reinaldo Cazumbá
padrereinaldo@cancaonova.com

28 de outubro de 2008

Viver o presente

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A nossa vida precisa ser construída a cada dia na presença de Deus

"A vontade de Deus está escrita no seu coração; ela não é inacessível". Esses dias eu fiquei pensando nessa frase que ouvi de uma grande pregadora e fui constatando que isso é uma grande verdade. Quantas vezes ficamos na dúvida se é ou não da vontade de Deus determinada decisão, projeto, e certos planos que temos. Dessa forma, ficamos vivendo num grande martírio e, muitas vezes, num grande marasmo na nossa vida espiritual, profissional e sentimental, não é verdade?

Toda decisão causa em nós muito medo, porque queremos ter a segurança de que estamos certos no que estamos fazendo naquele exato momento. Se não tivermos a coragem de ir em frente, de viver o que Deus nos aponta no presente, não teremos a certeza do amanhã...

A nossa vida precisa ser construída a cada dia na presença de Deus, e em cada situação necessitamos dar o nosso 'sim' ou o 'não', fazendo escolhas acertadas de acordo com a vontade do Senhor.

Não tem como querermos saber o que vai acontecer amanhã sem passarmos pelo hoje. É necessário treinar-nos no hoje, no momento presente, porque as resoluções do amanhã ainda não chegaram e não temos como vivê-las no agora.

Existem situações pelas quais sofremos à toa, porque não sabemos viver o presente e a descoberta de cada dia, não é mesmo? É sempre assim: mal começamos a namorar e já nos preocupamos se o casamento vai dar certo ou não, e, muitas vezes, nos esquecemos de viver o hoje, de descobrir e conhecer essa pessoa no hoje para poder constatar e tocar na vontade de Deus.

Viver o presente é uma arte e um dom de Deus, pois a Palavra de Deus nos diz: "A cada dia basta o seu cuidado" (Mt 6,34).

Aprendamos a viver o presente, pois há muitas descobertas a serem feitas se buscarmos não nos atropelar na nossa própria ansiedade e pressa de tocar no amanhã. Lembro-me de que quando era criança tinha muita curiosidade sobre o que aconteceria na minha vida quando crescesse e como ela seria (coisas de criança...). Hoje, constato que a melhor forma de descobrir isso é vivendo o cuidado de cada dia, pois Deus se comunica por inteiro no instante presente de nossas vidas.

Que possamos pedir essa graça de viver cada dia o seu cuidado para não nos perdermos em nossas próprias vontades.

Deus abençoe você!

Com carinhos e orações

Cicera Gonçalves
Missão de São José do Rio Preto/SP

22 de outubro de 2008

A missão dos leigos na Igreja

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O leigo precisa conhecer a doutrina que Cristo ensinou à Igreja

O Concílio Vaticano II resgatou de maneira iluminada o papel do leigo na Igreja; por isso, hoje, graças a Deus, homens e mulheres leigos, jovens e até crianças fazem um trabalho maravilhoso de evangelização. Em nosso Continente, onde há uma enorme falta de sacerdotes, o leigo pode e deve dar a sua grande contribuição à Igreja na missão de salvar almas. O nosso Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz que "todo leigo, em virtude dos dons que lhe foram conferidos, é ao mesmo tempo testemunha e instrumento vivo da própria missão da Igreja 'pela medida do dom de Cristo'" (Ef 4,7) [CIC§913].

Cada leigo deve repetir com São Paulo: "Ai de mim se eu não evangelizar" (1Cor 9,16).

Certa vez, falando aos bispos do Brasil em uma de suas visitas "ad limina" o Papa João Paulo II disse a eles: "O fiel leigo, na sua própria vida cristã e em sua atuação na Igreja, não é um mero auxiliar do Bispo ou do Padre. O Batismo lhe dá direito e, portanto, também o dever de realizar em sua existência a ação sacerdotal de Cristo. Daí a justa autonomia do fiel leigo naquilo que lhe é próprio: em qualquer estado ou condição de vida, cada pessoa na sociedade, independentemente da sua raça e cultura, tem o lugar que lhe é devido e é chamada 'a exercer a missão que Deus confiou à Igreja para esta realizar no mundo' (Código de Direito Canônico, 204)."

São Paulo nos lembra: "Vós sois o Corpo de Cristo, e cada um de vós é um dos seus membros" (1Cor 12,27).

"A área específica do leigo é o apostolado no mundo secular, inserido nas realidades temporais, na escola, na indústria, na economia, política, artes, música, etc, participando, como cristão, das atividades do seu estado de vida e trabalho social" ( "Christifideles laici", 17). O mundo é o campo de trabalho do leigo.

Por outro lado, o Concílio Vaticano II ensinou que: "O sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial ou hierárquico, embora se diferenciem essencialmente e não apenas por grau, ordenam-se mutuamente um ao outro; pois um e outro participam, cada um a seu modo, do único sacerdócio de Cristo" (LG, 10).

Assim, o leigo faz e complementa a ação do sacerdote; ele não ministra os sacramentos, não o substitui, mas prepara os irmãos para isso. Mas, para que o leigo cumpra bem a sua missão, ele precisa conhecer bem a Igreja que Jesus instituiu e nos deixou com a Sua doutrina. Muitas vezes, há erros e desvios graves porque alguns leigos querem prescindir da Igreja hierárquica como se essa não fosse da vontade de Jesus. O entusiasmo pelo novo pode ser danoso se a hierarquia e o Magistério da Igreja não forem respeitados.

A estrutura hierárquica da Igreja foi estabelecida por Cristo, como seu fundamento e não se confunde com outras formas de governo: monarquia, oligarquia, democracia, etc.. A Igreja está muito além desses paradigmas sociais, porque ela "não nasceu do povo", mas de Deus, de Jesus Cristo, ela veio do céu, e não da terra. Somente vindo do céu ela pode salvar a terra. Uma igreja que nascesse da terra não teria esse poder. A autoridade da verdadeira Igreja não é fundada na vontade popular, mas na vontade de Deus.

Nós leigos queremos a Igreja conforme Jesus a instituiu e a organizou e não segundo o parecer e a vontade dos homens. Toda doutrina que destoa do que vem do Senhor - através do Magistério - deve ser abandonada e corrigida. Às vezes, se fala perigosamente de "Uma Igreja, Povo de Deus", sem uma autêntica hierarquia; esta é uma igreja falsa. A nossa segurança é estar em comunhão com o Magistério, obedecer às diretrizes do Papa, a quem Cristo confiou a sua Igreja: "Sobre ti edificarei a minha Igreja..." (Mt 16,17). "Pedro (...) apascenta minhas ovelhas" (Jo 21,17).

Por outro lado, o leigo precisa conhecer a doutrina que Cristo ensinou à Igreja e que está de modo especial muito bem sintetizada no Catecismo da Igreja Católica. O Papa Bento XVI disse a um grupo de bispos ucranianos que: "A formação de um laicado que saiba dar a razão da sua fé é mais necessária que nunca em nossos tempos e representa um dos objetivos pastorais que terá que se perseguir com empenho" (acidigital.com – Vaticano – 27 set 07). Uma vez que o trabalho do leigo cresce hoje na Igreja, assim também a sua formação precisa ser cada vez mais esmerada. Ele não pode ensinar o que quer, mas o que a Igreja ensina.

Para ser firme no cumprimento de sua missão de batizado e missionário, o leigo precisa ter uma vida espiritual sadia. O Papa João Paulo II disse um dia que: "A eficácia do trabalho apostólico do fiel leigo está intimamente associada à sua base espiritual, à sua vida de oração pessoal e comunitária, à freqüência na recepção dos Sacramentos, sobretudo a Eucaristia e a Penitência e à sua reta formação doutrinária". O leigo que não reza, não se confessa, não comunga, não lê e não medita a Palavra de Deus, não tem perseverança na missão, e como acontece com muitos sacerdotes também, acaba sendo afastado dela.

Mais do que nunca a Igreja precisa hoje dos leigos no campo de batalha do mundo; pois hoje ela é magoada, ofendida, perseguida e tida por muitos como a culpada de todos os males. Escândalos e blasfêmias se repetem a cada dia. Uma escala de valores pagã tenta insistentemente substituir a civilização cristã por uma cultura de morte (aborto, eutanásia, destruição de embriões, contracepção, prática homossexual...); e Deus vai sendo eliminado na sociedade como se fosse um mal, e a religião católica vai sendo atacada por um laicismo agressivo anticristão.

É hora de saber quem é verdadeiramente cristão, quem ama a Deus de verdade, a Jesus Cristo e a Sua Igreja.

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

17 de outubro de 2008

A Palavra de Deus na vida e missão da Igreja

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Anunciar e transmitir Cristo por meio da nossa conduta de vida

Em toda a história da Igreja e do povo de Deus a Palavra de Deus sempre ocupou um lugar fundamental, a começar pelos princípios de nossa existência, ou seja, pela nossa própria criação. Deus criou o mundo e o edificou através da Palavra, ao longo do tempo. Ela foi comunicada aos homens e transmitida a eles - por intermédio dos que foram escolhidos e enviados pelo próprio Deus - para que se comunicassem entre si conduzindo e orientando a humanidade ao longo da história. No tempo oportuno, a própria Palavra: "O Verbo se fez carne e veio habitar no meio de nós" (Jo 1,14).

Mediante essa revelação, portanto, o Deus invisível, levado por Seu grande amor, fala aos homens como amigos e com eles se entretém. Assim chegamos ao longo dos tempos e percursos da história, guiados e orientados por esta Palavra, que constitui sustentáculo e vigor para a Igreja e para seus filhos firmeza da fé, alimento da alma, pura e perene fonte da vida espiritual.

"Nós queremos confirmar uma vez mais ainda que a tarefa de evangelizar todos os homens constitui a missão essencial da Igreja!" (Trecho da Declaração dos padres sinodais ao final do Grande Sínodo de 1974).

"Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura!" (Mc 16,15).

O mandato e o envio de Jesus aos Seus apóstolos é bem claro e evidente. Eis a grande missão da Igreja. São Mateus o completa: "Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado" (Mt 28,19-20).

Todo esse anúncio está contido em Jesus. Ele é a Palavra, o Verbo de Deus (cf. Jo 1). Toda a missão e o ministério de Cristo partem da Palavra do Pai, a Palavra de Deus. Aí está expresso, para nós, o princípio da missão. "O espírito do Senhor está sobre mim, porque me conferiu a unção; a anunciar a Boa Nova" (Lc 4,18).

Ao longo da história do Povo de Deus, o próprio Deus se comunica com os Seus escolhidos e os envia a falar aos homens: "Vai, portanto, que eu estarei com tua boca e te ensinarei o que deverás dizer" (Ex 4,12).

A missão parte da Palavra. Ela continua a ser sempre atual, sobretudo, quando ela é portadora da força divina, assim também como mantêm todo o seu vigor as mesmas palavras do apóstolo Paulo: "Logo a fé vem pela pregação e a pregação, pela palavra de Cristo" (Rm 10,17).

E o que nos apresenta a Palavra de Cristo? A grande Boa Nova do Reino de Deus, um programa de vida, um estilo de vida, "pois não haverá humanidade nova, se não houver em primeiro lugar homens novos, pela novidade do batismo e da vida segundo o Evangelho" (Paulo VI, Evangelli Nuntiandi).

Esse programa de vida nos apresenta um caminho: a verdade e a própria vida contida em Jesus e apresentada por Ele e por todos aqueles que são enviados em Seu nome. Vivemos novos tempos e conseqüentemente desafios novos provenientes do tempo em que vivemos, no qual a busca e a sede pelo conhecimento tornam-se a cada dia mais intensos. Novas linhas de pensamento e mentalidades nas quais, muitas vezes, a "verdade" é transmitida por conveniência e a mentira se camufla e se disfarça de verdade.

Atual continua a ser o envio de Jesus a nós, os discípulos de hoje, "Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações". Precisamos dar e ser essa resposta aos desafios e necessidades atuais desta grande missão, nos tempos de hoje, dentro do contexto no qual estamos inseridos, não temendo os desafios e tudo aquilo que vier por conseqüência da missão. Precisamos anunciar a Palavra com a nossa vida: "Para que se alguns não obedecem a Palavra venham a ser conquistados sem palavras, pelo procedimento. Será, pois, pelo seu comportamento, pela sua vida, que a Igreja , antes de mais nada, evangelizara este mundo; ou seja, pelo seu testemunho vivido com fidelidade ao Senhor Jesus (...)" (Paulo VI).

Há muitos lugares onde a Boa Nova, isto é, a Palavra de Deus, já foi anunciada e o está sendo; mas também há muitos aos quais ela ainda não chegou. E há outros nos quais, por motivos políticos e religiosos dominantes, não se pode expressar a fé. Muitos são os homens e mulheres que têm dado a sua vida e a estão transformando num anúncio, sem palavras, da própria Palavra. Estão anunciando o Reino de Deus com a própria vida. Eis o grande desafio para os discípulos de hoje e a grande necessidade para o tempo em que vivemos: transmitir a Palavra de Deus por meio do nosso testemunho de vida. Como discípulos e missionários essa é a nossa grande resposta à missão dada e orientada por Cristo-Palavra: anunciá-Lo e transmiti-Lo por meio da nossa conduta de vida.

André Felipe - Com. Obra de Maria
andre@obrademaria.com.br

13 de outubro de 2008

Igreja e interpretação da Bíblia

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Sínodo reúne representantes de todo o mundo em Roma

Em tempos como estes, aparece de tudo. Há quem apresente Jesus como um revolucionário; outros prometem apartamentos e gordas contas bancárias a partir de tratos com Deus; outros ainda apregoam a aceitação de Deus sem necessidade de participação na Igreja. E assim vai.

Com tantas vozes, ficam as perguntas: "Afinal, quem é Deus? O que Ele quer do ser humano? Como devemos nos relacionar com Ele e com nós mesmos? O que Ele é? O que Ele não é?"

Muitos desconhecem que nem tudo o que se diz com a Bíblia, de fato, a Bíblia diz; nem tudo com o nome de Deus, de fato, Deus aprova.

Ao abordar o episódio da tentação de Jesus no deserto (cf. Mt 4, 1-11), no livro "Jesus de Nazaré" (São Paulo, Planeta, 2007), Bento XVI cita que o demônio se apresentou como teólogo. Na segunda investida, satanás usurpou versículos do salmo 90 e instigou o Filho de Deus a se lançar de um precipício – o que forçaria o Pai a socorrê-Lo. "Ele deu a seus anjos ordens a teu respeito; proteger-te-ão com as mãos, com cuidado, para não machucares o teu pé em alguma pedra". O Senhor se defendeu, citando o livro do Deuteronômio: "Não tentarás o Senhor teu Deus".

O Papa avança ainda mais e aponta: "De aparentes resultados da exegese científica [ou seja, da interpretação da Bíblia] se entreteceram os piores livros que destruíram a figura de Jesus, que desmontaram a fé".

Esses fatos dão importância ao 12º Sínodo que acontece em Roma, até o dia 26 deste mês, com 253 bispos, dezenas de peritos e auditores tratando de um mesmo assunto: "A Palavra de Deus na vida e missão da Igreja".

No turbilhão de idéias e interpretações, a Igreja quer continuar como porto seguro. Representantes do mundo inteiro refletem, dialogam e rezam durante 21 dias, não para chegar em "achismos". A Mãe, com cerca de dois mil anos, não brinca nem quer brincar com a interpretação da Sagrada Escritura.

Nesses momentos, o católico pode ver que não é ovelha sem pastor. A Igreja fundada por Jesus perpassa os séculos sabendo-se portadora da verdade que ela não tem o direito de modificar e tampouco de permitir deformar-se.


Maurício Rebouças
Comunidade Canção Nova