Em minha caminhada de Cristão dentro da Igreja Católica, tudo começa com a igreja doméstica onde aprendi a rezar junto com minha saudosa mãe Aparecida de Fátima da Silva, teve-se o fato curioso, quando ainda menino, fui a Missa e comunguei mesmo sem tem a preparação para a Comunhão, mas tudo isso na inocência, pois não sabia, nesta mesma igreja teve o momento de encontro com Arcebispo Emérito de Goiânia Dom Antônio Ribeiro de Oliveira que com o seu cajado bateu em minha cabeça num gesto simples para descontrair, houve ainda os momentos de reza do terço juntamente com a Dona Suzana no período em que morei em São Sebastião-DF, quando todas as crianças da rua se reuniam para lembrar-se de Nossa Senhora, passei por algumas pastorais e movimentos, desde a Pastoral do Batismo a Pastoral da Juventude, sempre atuante dentro da comunidade. No ano de 2001 junto com a juventude conheci a Sociedade de São Vicente de Paulo-SSVP através do convite de minha amiga Maria de Lourdes a conhecer uma Conferência Vicentina de jovens que estava sendo formada aqui no centro da cidade de Trindade, seu nome era Conferência Santo Afonso, eu estando com a idade de 19 anos, vindo de um momento muito triste da minha vida, quando perdi minha mãe. Mesmo que esta conferência não tenha continuado o seu trabalho, senti o chamado a caminhar nesta espiritualidade, depois comecei a participar da Conferência São Miguel Arcanjo, que tem como local de reuniões semanais a Capela de São Vicente de Paulo, no Jardim das Tamareiras, aqui mesmo em Trindade. Local onde fiz grande amigos como Cfd. Sandro Garcia, Cfd. Thiago Martins entre muitos outros.
"Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade." 1Cor 13,13. Idealizado e Criado em 13/05/2006.
13 de agosto de 2008
Testemunho - Chamado a Servir
Em minha caminhada de Cristão dentro da Igreja Católica, tudo começa com a igreja doméstica onde aprendi a rezar junto com minha saudosa mãe Aparecida de Fátima da Silva, teve-se o fato curioso, quando ainda menino, fui a Missa e comunguei mesmo sem tem a preparação para a Comunhão, mas tudo isso na inocência, pois não sabia, nesta mesma igreja teve o momento de encontro com Arcebispo Emérito de Goiânia Dom Antônio Ribeiro de Oliveira que com o seu cajado bateu em minha cabeça num gesto simples para descontrair, houve ainda os momentos de reza do terço juntamente com a Dona Suzana no período em que morei em São Sebastião-DF, quando todas as crianças da rua se reuniam para lembrar-se de Nossa Senhora, passei por algumas pastorais e movimentos, desde a Pastoral do Batismo a Pastoral da Juventude, sempre atuante dentro da comunidade. No ano de 2001 junto com a juventude conheci a Sociedade de São Vicente de Paulo-SSVP através do convite de minha amiga Maria de Lourdes a conhecer uma Conferência Vicentina de jovens que estava sendo formada aqui no centro da cidade de Trindade, seu nome era Conferência Santo Afonso, eu estando com a idade de 19 anos, vindo de um momento muito triste da minha vida, quando perdi minha mãe. Mesmo que esta conferência não tenha continuado o seu trabalho, senti o chamado a caminhar nesta espiritualidade, depois comecei a participar da Conferência São Miguel Arcanjo, que tem como local de reuniões semanais a Capela de São Vicente de Paulo, no Jardim das Tamareiras, aqui mesmo em Trindade. Local onde fiz grande amigos como Cfd. Sandro Garcia, Cfd. Thiago Martins entre muitos outros.
Os furacões em nossas vidas
Precisamos perseverar, porque as paredes podem cair de novo
O Furacão Katrina foi uma das mais fortes tormentas tropicais que atingiu a região do Golfo americano. Com ventos de até 240 km por hora, o furacão deixou um rastro de mortes muito elevado e um prejuízo imenso para as seguradoras americanas devido à destruição dos lugares onde passou.
Desabamentos com inúmeras vítimas, pessoas ilhadas tentando fugir das águas são imagens que vão ficar gravadas em nossas mentes.
E os furacões que assolam as nossas vidas, os furacões das decepções, traições, calúnias, doenças graves na família, que conseqüências eles trazem à nossa alma, à nossa psique e até ao nosso físico? Uma imensa sensação de estar perdido, abandonado até por Deus, um imenso desânimo, uma dor lancinante de angústia no peito latejam diariamente sem cessar. Uma falta de esperança que tudo pode mudar e voltar a ter cor de novo são sintomas quando vivemos essas experiências dolorosas. A ausência de vontade de rezar é maior que tudo, mas a necessidade é estimulada pelas fortes dores na alma.
Correr para Deus, correr para Aquele que faz com que o furacão pare e rogar para a ressurreição chegar é essencial. A pedagogia divina não é paternalista, mas paternal, ela exige que nos levantemos, dando os passos para começar a reconstrução da alma e das outras áreas da nossa humanidade que estão destruídas ou bem danificadas.
E que passos são esses? O perdão renovado às pessoas que nos fizeram mal, demonstrado em atitudes de bondade para com elas.
Pequenas atitudes, um sorriso, um "como vai?", perguntar sobre o dia da pessoa, sobre o que é importante para ela.
Acredite que ser bom para as pessoas será excelente para nós. E parte daquilo que foi destruído pelo furacão começa a ser
reconstruída lentamente.
Muitas vezes, vamos entrar no ciclo de relembrar as coisas ruins, mas precisamos pedir o Sangue de Jesus para lavar a nossa memória, as nossas lembranças.
Não podemos parar quando não somos correspondidos com amabilidade nas tentativas de reconstrução, pois o terreno depois de um furacão não é favorável para a implantação de um novo alicerce.
Precisamos perseverar, porque, muitas vezes, as paredes podem cair de novo, e precisamos recomeçar. E acredite: a cura para a reconstrução da alma, da psique e até do nosso corpo físico vem da oração e da atitude amável.
Você não está só! Deus o convida para reconstruir tudo com Ele.
11 de agosto de 2008
Vida religiosa
Muitos estão sendo vencidos pelo medo de seguir, até o fim, o projeto de Jesus
"O hábito não faz o monge", diz o provérbio, mas, sem dúvida, chama um pouco, ou muita, atenção. Talvez uma criança curiosa tenha nos incomodado com perguntas inocentes querendo saber: "Por que aquela pessoa estava vestida daquele jeito?" Claro que podemos sair da pergunta com uma resposta curta e grossa: "É uma freira" ou "É um frei". E se a criança insistir, querendo saber mais, saberíamos responder à altura e com gosto? Ou nos esconderíamos atrás do banal "deixa pra lá", equivalente a não saber ou ao não querer responder?
Tenho certeza: digam o que quiserem, finjam não ver, ignorem a presença deles e delas, mas os religiosos e as religiosas chamam atenção. Não porque queiram isso. Mas - ou por usarem o hábito ou pelo jeito - obrigam-nos a perguntar por que eles e elas escolheram aquela forma de viver. Por quê?
Insisto sobre os questionamentos pelo fato de a vida religiosa também ter mudado. A freira que anda pelas casas do bairro pobre é formada em Pedagogia e está estudando Ciências Sociais. O monge, que abre a porta do convento e acolhe os mendigos é mestre em Letras pela PUC de São Paulo. O frei que anda de bicicleta, evitando os buracos e a lama da periferia, é advogado. A irmãzinha que cuida da creche é enfermeira diplomada e continua estudando Medicina de noite. O irmão que está no acampamento dos sem-terra é doutor em Teologia. E assim poderíamos continuar.
Quem tem uma imagem dos irmãos e das irmãs como de "coitadinhos" meio perdidos e fora do tempo está muito enganado. Não somente porque eles e elas, hoje, estudam mais, mas porque continuam sabendo muito bem o que querem. Eles têm um grande projeto de vida. Querem ser felizes vivendo o Evangelho. Querem contribuir com a sociedade de hoje seguindo as pegadas de Jesus Cristo.
Se a vida religiosa podia parecer, no passado, um refúgio para ter uma "certa" tranqüilidade, ou uma fuga por medo das coisas perigosas do mundo, hoje é exatamente o contrário. Vida religiosa não é para pessoas fracas. É cada vez mais exigente. Dizem que o celibato para o Reino de Deus e a virgindade consagrada são coisas para sexualmente frustrados. A pobreza é considerada excesso de loucura e inaptidão administrativa. A obediência, uma inútil inibição dos projetos pessoais, uma afronta à liberdade individual. Essas coisas são bobagens, claro, mas só para os acomodados, os que ficam alucinados e iludidos pelas coisas do mundo, para os que adoram encontrar defeitos nos outros e só sabem criticar. Por isso, a vida religiosa sempre será questionada e sempre chamará atenção. O caminho é difícil e a porta estreita. É preciso empurrá-la para entrar, não é para todos.
Se não entendemos tudo isso, ou não sabemos responder bem às perguntas acima, tenhamos ao menos o bom senso de não falar à toa e, quem sabe, aprendamos a agradecer a essas pessoas, que pagam com a própria vida as suas escolhas. Se não fosse assim, a Irmã Dorothy Stang não teria morrido. O padre Bossi, do PIME, não teria sido seqüestrado lá nas Filipinas. Os religiosos e as religiosas podem ter muitos defeitos, como todos, mas não são nem bobos nem ingênuos.
A chamada crise da vida religiosa pode ser pela quantidade; mas com certeza não o é pela qualidade. Talvez aos jovens, hoje, falte coragem. Estão sendo vencidos pelo medo de seguir, até o fim, o projeto de Jesus. Sentem medo de parecer diferentes ou de incomodar aos outros; de começar a mudar a história, mudando a própria vida. Por isso Jesus repetiu tantas vezes aos discípulos: não tenham medo… E o repete ainda em nossos dias. Para nós todos.
Dom Pedro José Conti
Bispo de Macapá
7 de agosto de 2008
Pai, uma missão sem fim
Aquilo que não foi semeado não poderá ser colhido
A missão confiada aos pais não é assegurada somente quando nossos filhos são apenas crianças. Precisamos ser bons mestres tanto nos ensinamentos como em atitudes, e isso não cabe a nenhuma escola. Muitas vezes, o acúmulo de coisas e outras preocupações pertinentes aos genitores fazem passar despercebido o fato de que a formação do caráter dos filhos depende deles.
Numa casa, nos finais de semana, sempre há muitas coisas para ser resolvidas; outras para ser consertadas, entre outros. E quase sempre, na tagarelice de criança, estará o filho rodeando o pai simplesmente para estar junto dele, ou para espalhar suas ferramentas. O filho – sem ter conhecimento - dispõe ao pai uma oportunidade de fortalecer vínculos e de fazer de uma simples tarefa doméstica uma experiência inesquecível para ambos; mesmo quando ele [o filho] inventa brincadeiras no mesmo local onde o pai está trabalhando.
São esses momentos que propiciam maior intimidade entre pais e filhos, por mais breve que sejam eles. Certamente, em pouco tempo, já não estarão mais interessados em ajudar a apoiar uma escada, nem a lavar o carro ou arrumar uma antena...
Nossas crianças não crescem já conhecendo sobre o que é certo e errado, tampouco têm idéia sobre a necessidade de se esperar o momento adequado para ganhar o presente que desejam ou ainda fazer aquilo que bem entendem como se o mundo girasse ao redor delas. Por outro lado, a missão de pai não termina com a chegada da juventude do filho. Rapidamente outras atividades vão tomar parte da vida de nossos jovens e não permanecerão eternamente sob as sombras dos pais. Dentre as novas ocupações, também vão estar o "compromisso" de responder e-mails, atualizar seus contatos em sites de relacionamentos, entre outras coisas.
Lembro-me de que na minha adolescência, pouco a pouco, fui estimulado a buscar trabalho, me fazendo assim conquistar o próprio dinheiro. Isso me permitiu experimentar a sensação de alcançar a minha "independência financeira" e de aprender como controlar meus próprios gastos. A sensação de ser dono do "próprio nariz", ainda que não tivesse maturidade suficiente para enfrentar as próprias responsabilidades, já me estimulava a firmar meus propósitos naquilo que achava estar correto.
Na atitude natural daqueles que procuram proteger e defender seus objetivos e diante do parecer contrário dos pais a respeito de seus interesses, o jovem pode replicar questionando: "Por que não?". Certamente, uma simples resposta de "porque sim" ou "porque eu quero assim" já não mais será suficiente para convencer o filho. De outro modo, abrir mão da responsabilidade e das regras estabelecidas em casa, deixando o jovem viver segundo seu bel-prazer, não deverá ser o caminho mais fácil para se evitar conflitos.
Podemos enfrentar algumas dificuldades para assimilar as possíveis diferenças de opiniões e de comportamento de nossos filhos. Mas a constância nas observações das normas e a perseverança na vivência das virtudes não permitirão que os laços de amizade e de confiança da família se tornem infecundos. Assim, o respeito mútuo será o sustentáculo que permitirá o diálogo, no qual, poderão encontrar - juntos - a melhor maneira para se equacionar possíveis impasses.
Lembremos que aquilo que não foi semeado não poderá ser colhido, nem sob a condição de uma autoridade opressora.
Deus abençoe a todos que abraçaram essa missão.
webenglish@cancaonova.com
6 de agosto de 2008
O poder da palavra
A palavra tem o poder de fazer uma pessoa recuperar a alegria
Queria falar para você sobre o poder da palavra. Há palavras de amor, como: "Seja bem-vindo", "Estava com saudade", "Te amo tanto!", "Que bom que você está aqui"... Com as quais nos exercitamos no cotidiano. São pequenas palavras de amor, mas que têm um poder de fazer as pessoas melhores.
E como os jovens e as crianças estão carentes de palavras de amor! Os filhos aprendem com os pais a utilizá-las, com a pessoa que trabalha em suas casas, por meio das gentilezas. A palavra tem o poder de fazer uma pessoa acreditar nela mesma e a faz recuperar a alegria.
Há também palavras de desamor. A palavra pode ser um veneno que traga maldição para a vida das pessoas. Essa palavra que tem poder quando utilizada com amor, também destrói quando é usada com desamor; pois podemos dizer coisas que destroem as pessoas. Há palavras de desamor como: "Você não!", "Você não serve para nada!", "Não te perdôo!", "Eu te odeio!"...
Outro tipo de palavra é a da indiferença, que não é nem palavra de amor e nem desamor. Como, por exemplo, se você trabalhar em um consultório médico e as pessoas chegarem preocupadas e você ser indiferente com elas. Cristão não pode ser indiferente! Esse é o mal do século, porque as pessoas estão transformando tudo em "Eu"; "Tudo é para mim!"...
Não existe filho de Deus de segunda categoria; você é filho de Deus de primeira categoria! Você não é pequeno nem incapaz, mesmo algumas que pessoas tenham dito palavras de desamor para você. Todos nós somos carentes e não precisamos de palavras de desamor, precisamos é de palavras de amor!
Deus nos cerca com palavras de amor. Por isso, não use palavras de desamor e de indiferença. Permita-se ser um espelho de amor. Transborde amor, com gestos e palavras! Mas para isso você precisa sentir o amor maior, que é o Amor de Deus.
Falando sobre o poder da palavra, pegando esse mesmo conceito palavra de "amor", de "desamor" e de "indiferença", um grego diz que devemos atentar para as seguintes palavras antes dizer algo, elas são:
- Credibilidade: se eu for um mentiroso as pessoas não vão acreditar em mim. Nós não devemos mentir para ter credibilidade.
- Fragilidade: quando uso palavras de amor para chegar ao ponto fraco do outro. Todos nós temos um ponto fraco, ou seja, o nosso lugar frágil. Jamais podemos fazer do ponto fraco do outro motivo de humilhação, pois tudo que humilha o outro não edifica.
- Razão: é se preparar para levar a palavra, ter discernimento para saber o que a pessoa precisa ouvir. Pense um pouco na palavra de desamor que você profere: "Não gosto de gente assim", "Você não me agrada", "Saia daqui!", "Eu te odeio!"...
Hoje peça aos anjos para retirar de você todas essas palavras [negativas], e tome mais cuidado com o que você fala.
4 de agosto de 2008
Dia do Padre
Chamado para ser um servo de Deus, um sacerdote, um 'pai'
O Dia do Padre é celebrado oficialmente em 4 de agosto, data da festa de São João Maria Vianney, desde 1929, quando o Papa Pio XI o proclamou "homem extraordinário e todo apostólico, padroeiro celeste de todos os párocos de Roma e do mundo católico".
Padroeiro é o representante de uma categoria de pessoas, cuja vida e santidade comprovadas estimulam a uma vida de fé em comunhão com a vontade de Deus. Tendo em vista essa explicação, vamos entender por que a Igreja o escolheu como exemplo a ser seguido pelos sacerdotes, na condução de seus rebanhos.
Esse santo homem nasceu na França, no ano de 1786, e depois de passar por muitas dificuldades, por conta das poucas habilidades, foi ordenado sacerdote. Mas o bispo que o ordenou acreditou que o seu ministério não seria o do confessionário, entendendo que sua capacidade intelectual seria muito limitada para dar conselhos.
Então, ele foi enviado para a pequenina Ars, no interior da França, como auxiliar do padre Balley, o mesmo que vislumbrou, por santa inspiração, seu dom de vocação, e por confiar nele o preparou para o sacerdócio. E esse pároco, outra vez inspirado, acreditou que o dom dele [São João Maria Vianney] era justamente o do conselho e o colocou servindo no confessionário.
Assim, padre João Maria Vianney, homem justo, bom, extremado penitente e caridoso, converteu e uniu toda Ars. Amado e respeitado por todos os fiéis e pelo clero da Igreja, sua fama de conselheiro correu por todo o mundo cristão. Assim, ele se tornou um dos mais famosos confessores da história da Igreja. Conhecido também como "Cura d'Ars", mais tarde, foi o pároco da cidade, onde morreu em 1858, sendo canonizado em 1925.
Sem dúvida, São João Maria Vianney é o melhor exemplo das palavras profetizadas pelo apóstolo Paulo: "Deus escolheu os insignificantes para confundir os grandes". Ser padre é isso, exatamente a vida inteirinha do seu padroeiro.
Ele entende o chamado para ser um servo de Deus, um sacerdote, um "pai" (padre) à semelhança de Cristo, que amou e deu a vida ao povo pobre, simples e marginalizado. Nunca hesita. Tudo aceita, confia e acredita em Deus e na sua Providência, e caminha seguro para missão que lhe é designada.
A vida simples e a simplicidade dos ensinamentos Jesus Cristo são o fundamento do seu ministério, único parâmetro e exemplo a seguir. A sua tarefa é continuar a missão de Jesus Cristo, o único e eterno Sacerdote. É o padre, que através do Evangelho, leva os homens a Deus, pela conversão da fé em Cristo. Por isso, são pessoas que nascem com esse dom e, logo cedo ou no momento oportuno, ouvem o chamado de Deus para se consagrarem a servir à comunidade, nos assuntos que se referem a Ele.
Ser padre é ser "pai" de uma comunidade inteira. Como tal, é o homem da Palavra de Deus, da Eucaristia, do perdão e da bênção, exemplo de humildade, penitência e tolerância; o pregador e conversor da fé cristã. Enfim, um comunicador e entusiasta da Igreja, que luta por uma vivência cristã mais perfeita. Dessa Igreja missionária, que não sobreviveria sem o sacerdote, como indicou o próprio Jesus Cristo, seu fundador pela Paixão por nós.
Sua missão é construir comunidades, entender a alma humana e perdoar os pecados, evangelizar, unir e alimentar a comunidade pela Eucaristia. Entendem, como diz Lucas 21, 15: "Eu vos darei eloqüência e sabedoria, às quais nenhum de vossos adversários poderá resistir nem contradizer" , e são verdadeiras testemunhas da fé, por sua oração, sacrifício e coragem cristã.
Dom Demétrio Valentini
Bispo Diocesano de Jales (SP)
1 de agosto de 2008
A pessoa é o mais importante
Quando se trata de se relacionar com pessoas o desafio torna-se ainda mais exigente
Somos naturalmente atraídos pela beleza, pelo que nos encanta à primeira vista e só depois é que a razão nos permite pensar se o que nos atraiu é tão bom quanto belo. Acredito que como cristãos, um dos maiores desafios que travamos diariamente é este: não pararmos nas aparências. Mas quando se trata de conviver e de se relacionar com pessoas o desafio torna-se ainda mais exigente. Morando em comunidade e trabalhando com os meios de comunicação, como é o meu caso, é inevitável não me relacionar com diversas pessoas. Cada uma com sua história, suas lutas e seu jeito de ver a vida e de viver. Então, constantemente, vejo-me frente ao desafio de acolhê-las como um mistério que vai além do que vestem, dizem ou fazem.
Outro dia, vivi uma situação interessante; uma de minhas amigas pediu-me que analisasse sua postura diante do que vive e lhe dissesse o que eu pensava ao seu respeito. Demonstrava certa preocupação com sua popularidade, não se sentia acolhida e muitas vezes era mal interpretada nas atitudes e palavras. Percebia que algo estava errado, mas não conseguia identificar o erro, nem admitir que ele fosse seu. Compreendi que com a partilha ela já expressava desejo de mudar, de ser melhor, mas via também sua dor por não se sentir valorizada naquilo que era, independentemente do que fazia.
Confesso que fiquei um tanto embaraçada na resposta que deveria dar naquela hora, mas tentei explicar que ela era muito mais importante do que o que vivia no momento e tinha mais valor do que conseguia transmitir com suas palavras e atos. Conhecendo-a bem, sabia que suas atitudes daquele momento não determinavam o que estava em sua essência. Daí, lembrei-me de uma parábola na qual o autor fala sobre isso e expliquei-lhe o quanto Deus a amava, independentemente da "estação" da vida em que ela se encontrava.
Concluída a partilha fiquei pensando: Talvez em outras épocas eu não teria dado essa resposta, seria antes uma oportunidade para - em nome da transparência - apontar seus defeitos. Mas o que me fez agir diferente? Acredito que quem muito recebe, naturalmente deve dar muito e talvez tenha sido um fio dessa lembrança que me fez agir assim. Não consigo contar as vezes em que fui acolhida, perdoada e incentivada a dar uma resposta diferente. Jesus é o primeiro Mestre nessa lição. Ele está sempre pronto a nos acolher a partir do que somos na essência e nos incentiva a ser e a agir como Ele.
Fico pensando nas inúmeras oportunidades que temos para optar por ajudar a pessoa a ser o que ela é ou afastá-la ainda mais de sua essência. E esse pensamento me fez escrever na intenção de lhe propor uma reflexão sobre isso. Deus nos deu muitos dons e nos capacitou a optarmos pelo bem, mas nos fez livres para escolhermos, a cada dia, a maneira de lidarmos com a nossa vida e com a vida de quem se aproxima de nós.
A parábola, a que fiz referência à minha amiga, é esta: Conta-se que um homem tinha quatro filhos e queria que eles aprendessem a não julgar as coisas precipitadamente. Um dia resolveu mandar cada um deles, por turnos sucessivos, a observar uma árvore que se encontrava a uma considerável distância da sua propriedade. O primeiro filho foi no inverno; o segundo; na primavera; o terceiro, no verão e o quarto foi no outono. Depois de todos terem ido observá-la e regressado, o pai juntou os quatro filhos e pediu a cada um que descrevesse o que vira.
O primeiro comentou que a árvore era torta, despida de folhagem e muito feia. O segundo, diferentemente, afirmou que a árvore estava repleta de rebentos verdes e promissores. O terceiro não concordou e disse que a árvore era rica em flores de inebriante perfume e de uma beleza como nunca vira igual. O último filho manifestou o seu total desacordo com os seus três irmãos e declarou que a árvore estava carregada de excelentes frutos maduros em tal quantidade que os ramos quase tocavam no chão. Então, não obstante opiniões tão divergentes, o pai afirmou-lhes:
- Meus filhos, todos vós tendes razão!
E, perante a grande surpresa expressa no rosto dos quatro irmãos, o pai explicou-lhes por que todos tinham razão.
- É que cada um de vós viu apenas uma das quatro estações da vida da árvore.
Quantas vezes também nós não agimos assim? Vemos as coisas e as pessoas em uma "estação" e determinamos precipitadamente o que ela é. Dizem os sábios que nunca se deve julgar um homem fixando-se apenas em um ato entre tantos de sua vida. E aconselha-nos a esperar um pouco mais, para que vendo os frutos da ação, constatemos o heroísmo do autor.
Faço minhas as palavras do Pe. Fábio de Melo quando diz de maneira tão poética quanto sabia:
"Olha devagar para cada coisa. Aceita o desafio de ver o que a multidão não viu. Em cascalhos disformes e estranhos diamantes sobrevivem solitários".
Que tenhamos a coragem de seguir os passos de Jesus. Ele, por excelência, foi um grande lapidador de diamantes que estavam escondidos em cascalhos disformes... Sabe por quê? Porque Ele nunca parava no que ouvia dizer da pessoa nem diante do que ela dizia de si. Ele ia sempre além, buscava o coração, a verdade que estava na essência da alma de cada um que se aproximava d'Ele. Foi assim com a samaritana que encontrou no poço de Jericó (cf. João, capítulo 4: 4 a 30) e com tantas pessoas com as quais Ele se relacionou no cumprimento de Sua missão.
Hoje é dia de contemplarmos o que a multidão não vê e acolher os que se aproximam de nós, independentemente da "estação" em que se encontram.
dijanira@geracaophn.com