A palavra tem o poder de fazer uma pessoa recuperar a alegria
Queria falar para você sobre o poder da palavra. Há palavras de amor, como: "Seja bem-vindo", "Estava com saudade", "Te amo tanto!", "Que bom que você está aqui"... Com as quais nos exercitamos no cotidiano. São pequenas palavras de amor, mas que têm um poder de fazer as pessoas melhores.
E como os jovens e as crianças estão carentes de palavras de amor! Os filhos aprendem com os pais a utilizá-las, com a pessoa que trabalha em suas casas, por meio das gentilezas. A palavra tem o poder de fazer uma pessoa acreditar nela mesma e a faz recuperar a alegria.
Há também palavras de desamor. A palavra pode ser um veneno que traga maldição para a vida das pessoas. Essa palavra que tem poder quando utilizada com amor, também destrói quando é usada com desamor; pois podemos dizer coisas que destroem as pessoas. Há palavras de desamor como: "Você não!", "Você não serve para nada!", "Não te perdôo!", "Eu te odeio!"...
Outro tipo de palavra é a da indiferença, que não é nem palavra de amor e nem desamor. Como, por exemplo, se você trabalhar em um consultório médico e as pessoas chegarem preocupadas e você ser indiferente com elas. Cristão não pode ser indiferente! Esse é o mal do século, porque as pessoas estão transformando tudo em "Eu"; "Tudo é para mim!"...
Não existe filho de Deus de segunda categoria; você é filho de Deus de primeira categoria! Você não é pequeno nem incapaz, mesmo algumas que pessoas tenham dito palavras de desamor para você. Todos nós somos carentes e não precisamos de palavras de desamor, precisamos é de palavras de amor!
Deus nos cerca com palavras de amor. Por isso, não use palavras de desamor e de indiferença. Permita-se ser um espelho de amor. Transborde amor, com gestos e palavras! Mas para isso você precisa sentir o amor maior, que é o Amor de Deus.
Falando sobre o poder da palavra, pegando esse mesmo conceito palavra de "amor", de "desamor" e de "indiferença", um grego diz que devemos atentar para as seguintes palavras antes dizer algo, elas são:
- Credibilidade: se eu for um mentiroso as pessoas não vão acreditar em mim. Nós não devemos mentir para ter credibilidade.
- Fragilidade: quando uso palavras de amor para chegar ao ponto fraco do outro. Todos nós temos um ponto fraco, ou seja, o nosso lugar frágil. Jamais podemos fazer do ponto fraco do outro motivo de humilhação, pois tudo que humilha o outro não edifica.
- Razão: é se preparar para levar a palavra, ter discernimento para saber o que a pessoa precisa ouvir. Pense um pouco na palavra de desamor que você profere: "Não gosto de gente assim", "Você não me agrada", "Saia daqui!", "Eu te odeio!"...
Hoje peça aos anjos para retirar de você todas essas palavras [negativas], e tome mais cuidado com o que você fala.
Chamado para ser um servo de Deus, um sacerdote, um 'pai'
O Dia do Padre é celebrado oficialmente em 4 de agosto, data da festa de São João Maria Vianney, desde 1929, quando o Papa Pio XI o proclamou "homem extraordinário e todo apostólico, padroeiro celeste de todos os párocos de Roma e do mundo católico".
Padroeiro é o representante de uma categoria de pessoas, cuja vida e santidade comprovadas estimulam a uma vida de fé em comunhão com a vontade de Deus. Tendo em vista essa explicação, vamos entender por que a Igreja o escolheu como exemplo a ser seguido pelos sacerdotes, na condução de seus rebanhos.
Esse santo homem nasceu na França, no ano de 1786, e depois de passar por muitas dificuldades, por conta das poucas habilidades, foi ordenado sacerdote. Mas o bispo que o ordenou acreditou que o seu ministério não seria o do confessionário, entendendo que sua capacidade intelectual seria muito limitada para dar conselhos.
Então, ele foi enviado para a pequenina Ars, no interior da França, como auxiliar do padre Balley, o mesmo que vislumbrou, por santa inspiração, seu dom de vocação, e por confiar nele o preparou para o sacerdócio. E esse pároco, outra vez inspirado, acreditou que o dom dele [São João Maria Vianney] era justamente o do conselho e o colocou servindo no confessionário.
Assim, padre João Maria Vianney, homem justo, bom, extremado penitente e caridoso, converteu e uniu toda Ars. Amado e respeitado por todos os fiéis e pelo clero da Igreja, sua fama de conselheiro correu por todo o mundo cristão. Assim, ele se tornou um dos mais famosos confessores da história da Igreja. Conhecido também como "Cura d'Ars", mais tarde, foi o pároco da cidade, onde morreu em 1858, sendo canonizado em 1925.
Sem dúvida, São João Maria Vianney é o melhor exemplo das palavras profetizadas pelo apóstolo Paulo: "Deus escolheu os insignificantes para confundir os grandes". Ser padre é isso, exatamente a vida inteirinha do seu padroeiro.
Ele entende o chamado para ser um servo de Deus, um sacerdote, um "pai" (padre) à semelhança de Cristo, que amou e deu a vida ao povo pobre, simples e marginalizado. Nunca hesita. Tudo aceita, confia e acredita em Deus e na sua Providência, e caminha seguro para missão que lhe é designada.
A vida simples e a simplicidade dos ensinamentos Jesus Cristo são o fundamento do seu ministério, único parâmetro e exemplo a seguir. A sua tarefa é continuar a missão de Jesus Cristo, o único e eterno Sacerdote. É o padre, que através do Evangelho, leva os homens a Deus, pela conversão da fé em Cristo. Por isso, são pessoas que nascem com esse dom e, logo cedo ou no momento oportuno, ouvem o chamado de Deus para se consagrarem a servir à comunidade, nos assuntos que se referem a Ele.
Ser padre é ser "pai" de uma comunidade inteira. Como tal, é o homem da Palavra de Deus, da Eucaristia, do perdão e da bênção, exemplo de humildade, penitência e tolerância; o pregador e conversor da fé cristã. Enfim, um comunicador e entusiasta da Igreja, que luta por uma vivência cristã mais perfeita. Dessa Igreja missionária, que não sobreviveria sem o sacerdote, como indicou o próprio Jesus Cristo, seu fundador pela Paixão por nós.
Sua missão é construir comunidades, entender a alma humana e perdoar os pecados, evangelizar, unir e alimentar a comunidade pela Eucaristia. Entendem, como diz Lucas 21, 15: "Eu vos darei eloqüência e sabedoria, às quais nenhum de vossos adversários poderá resistir nem contradizer" , e são verdadeiras testemunhas da fé, por sua oração, sacrifício e coragem cristã.
Dom Demétrio Valentini Bispo Diocesano de Jales (SP)
Quando se trata de se relacionar com pessoas o desafio torna-se ainda mais exigente
Somos naturalmente atraídos pela beleza, pelo que nos encanta à primeira vista e só depois é que a razão nos permite pensar se o que nos atraiu é tão bom quanto belo. Acredito que como cristãos, um dos maiores desafios que travamos diariamente é este: não pararmos nas aparências. Mas quando se trata de conviver e de se relacionar com pessoas o desafio torna-se ainda mais exigente. Morando em comunidade e trabalhando com os meios de comunicação, como é o meu caso, é inevitável não me relacionar com diversas pessoas. Cada uma com sua história, suas lutas e seu jeito de ver a vida e de viver. Então, constantemente, vejo-me frente ao desafio de acolhê-las como um mistério que vai além do que vestem, dizem ou fazem.
Outro dia, vivi uma situação interessante; uma de minhas amigas pediu-me que analisasse sua postura diante do que vive e lhe dissesse o que eu pensava ao seu respeito. Demonstrava certa preocupação com sua popularidade, não se sentia acolhida e muitas vezes era mal interpretada nas atitudes e palavras. Percebia que algo estava errado, mas não conseguia identificar o erro, nem admitir que ele fosse seu. Compreendi que com a partilha ela já expressava desejo de mudar, de ser melhor, mas via também sua dor por não se sentir valorizada naquilo que era, independentemente do que fazia.
Confesso que fiquei um tanto embaraçada na resposta que deveria dar naquela hora, mas tentei explicar que ela era muito mais importante do que o que vivia no momento e tinha mais valor do que conseguia transmitir com suas palavras e atos. Conhecendo-a bem, sabia que suas atitudes daquele momento não determinavam o que estava em sua essência. Daí, lembrei-me de uma parábola na qual o autor fala sobre isso e expliquei-lhe o quanto Deus a amava, independentemente da "estação" da vida em que ela se encontrava.
Concluída a partilha fiquei pensando: Talvez em outras épocas eu não teria dado essa resposta, seria antes uma oportunidade para - em nome da transparência - apontar seus defeitos. Mas o que me fez agir diferente? Acredito que quem muito recebe, naturalmente deve dar muito e talvez tenha sido um fio dessa lembrança que me fez agir assim. Não consigo contar as vezes em que fui acolhida, perdoada e incentivada a dar uma resposta diferente. Jesus é o primeiro Mestre nessa lição. Ele está sempre pronto a nos acolher a partir do que somos na essência e nos incentiva a ser e a agir como Ele.
Fico pensando nas inúmeras oportunidades que temos para optar por ajudar a pessoa a ser o que ela é ou afastá-la ainda mais de sua essência. E esse pensamento me fez escrever na intenção de lhe propor uma reflexão sobre isso. Deus nos deu muitos dons e nos capacitou a optarmos pelo bem, mas nos fez livres para escolhermos, a cada dia, a maneira de lidarmos com a nossa vida e com a vida de quem se aproxima de nós.
A parábola, a que fiz referência à minha amiga, é esta: Conta-se que um homem tinha quatro filhos e queria que eles aprendessem a não julgar as coisas precipitadamente. Um dia resolveu mandar cada um deles, por turnos sucessivos, a observar uma árvore que se encontrava a uma considerável distância da sua propriedade. O primeiro filho foi no inverno; o segundo; na primavera; o terceiro, no verão e o quarto foi no outono. Depois de todos terem ido observá-la e regressado, o pai juntou os quatro filhos e pediu a cada um que descrevesse o que vira.
O primeiro comentou que a árvore era torta, despida de folhagem e muito feia. O segundo, diferentemente, afirmou que a árvore estava repleta de rebentos verdes e promissores. O terceiro não concordou e disse que a árvore era rica em flores de inebriante perfume e de uma beleza como nunca vira igual. O último filho manifestou o seu total desacordo com os seus três irmãos e declarou que a árvore estava carregada de excelentes frutos maduros em tal quantidade que os ramos quase tocavam no chão. Então, não obstante opiniões tão divergentes, o pai afirmou-lhes:
- Meus filhos, todos vós tendes razão!
E, perante a grande surpresa expressa no rosto dos quatro irmãos, o pai explicou-lhes por que todos tinham razão.
- É que cada um de vós viu apenas uma das quatro estações da vida da árvore.
Quantas vezes também nós não agimos assim? Vemos as coisas e as pessoas em uma "estação" e determinamos precipitadamente o que ela é. Dizem os sábios que nunca se deve julgar um homem fixando-se apenas em um ato entre tantos de sua vida. E aconselha-nos a esperar um pouco mais, para que vendo os frutos da ação, constatemos o heroísmo do autor.
Faço minhas as palavras do Pe. Fábio de Melo quando diz de maneira tão poética quanto sabia:
"Olha devagar para cada coisa. Aceita o desafio de ver o que a multidão não viu. Em cascalhos disformes e estranhos diamantes sobrevivem solitários".
Que tenhamos a coragem de seguir os passos de Jesus. Ele, por excelência, foi um grande lapidador de diamantes que estavam escondidos em cascalhos disformes... Sabe por quê? Porque Ele nunca parava no que ouvia dizer da pessoa nem diante do que ela dizia de si. Ele ia sempre além, buscava o coração, a verdade que estava na essência da alma de cada um que se aproximava d'Ele. Foi assim com a samaritana que encontrou no poço de Jericó (cf. João, capítulo 4: 4 a 30) e com tantas pessoas com as quais Ele se relacionou no cumprimento de Sua missão.
Hoje é dia de contemplarmos o que a multidão não vê e acolher os que se aproximam de nós, independentemente da "estação" em que se encontram.
Ter o coração de Jesus é agradecer a Deus por aquilo que somos
Toda a criação louva a Deus por Sua existência, mas nós, homens e mulheres, podemos louvá-Lo usando a nossa boca, nossa mente e nosso coração.
Deus disse a Moisés: "(...) que Aquele é está o enviando". E "Eu sou Aquele que é!" O Senhor não muda e jamais mudará. Então, o fato de O estarmos louvando não mudará a Pessoa que Ele é, mas pelo nosso louvor Ele transforma a cada um de nós.
Somos muito felizes por Deus aceitar o nosso louvor a Ele, porque por meio desse ato nós estamos sendo transformados e libertos. No entanto, muitas vezes, não temos a dimensão do poder que há no louvor ao Senhor. Às vezes, dizemos que não temos o que dizer para louvá-Lo porque não sabemos nos expressar. Não se preocupe com isso, porque Deus não precisa de palavras, Ele precisa de um coração amoroso. O louvor a Ele já é suficiente para nos abrir à cura, por isso que ele [louvor] é muito importante num encontro de cura e libertação; porque louvar ao Senhor já é cura e libertação. O que temos de fazer é abrir o nosso coração para sermos curados e libertos.
Lembra quando Jesus, na Bíblia, falava com Nicodemos sobre o "renascer de novo"? E Nicodemos respondia: "Mas como eu posso nascer de novo sem entrar no ventre da minha mãe?" Mas Jesus falava de algo mais, um renascimento físico e espiritual, renascer n'Ele. São Paulo especifica isso de forma melhor dizendo que dentro de nós existe um "homem velho", e é muito importante que esse homem seja morto em nosso interior para que o "novo homem" possa nascer.
Quem é esse "homem velho" dentro de você? É que aquele homem que tem medo, raiva, que é agressivo... É o homem solitário, é aquela pessoa que foi rejeitada e que não foi amada. É a pessoa ambiciosa, orgulhosa, invejosa.
O "homem velho" dentro de você é a pessoa depressiva, estressada, desmotivada... Passamos a nossa vida lutando contra ele, lutando para que venha o "homem novo", que é gentil, generoso, é a pessoa boa, humilde, pacífica, paciente, fiel, feliz, alegre. Esse é o "homem novo", que o Espírito Santo que fazer em nossos corações.
Jesus continuamente diz no Evangelho: "Siga-me!", pois somente se O seguirmos é que conseguimos ser pessoas novas, curadas e libertas. Se não seguirmos Jesus facilmente poderemos retornar àquilo que éramos antes de ser curados e libertos.
Peçamos várias vezes que Jesus cure nossa mente e coração. E curar a nossa mente significa pensar com a mente de Cristo e não com a nossa.
Muitas vezes, falamos sobre a cura física: ataque cardíaco, a cura de uma dor nas costas, entre outras. Tudo isso é importante, mas muitas vezes nos esquecemos da cura da nossa mente, e a cura desta acontece quando ela começa a ser transformada e a ser como a mente de Jesus Cristo.
Não basta ter a mente do Senhor, mas precisamos ter o coração d'Ele. Ter o coração de Cristo significa olhar para as coisas sempre do lado positivo e não do negativo. Ter o coração do Senhor é agradecer a Deus por aquilo que nós somos: nosso caráter, pela plenitude do nosso corpo, pela língua que falamos, pela família na qual nós nascemos, pelos nossos pais, pela nação, pelos carismas que temos. É uma questão de apreciar o que Deus nos deu. Ser curado significa ser uma pessoa cheia de amor. Lembre-se de que cura é amor.
Vida sem sabor é uma vida sem perspectivas de quem se cansou de tentar
A esperança corresponde à aspiração de felicidade existente no coração de cada pessoa. Interessante observar que quem perde a esperança mais profunda perde o sentido de sua vida; sem esperança viver não tem sentido. O próprio antônimo dessa palavra é DESESPERO, ou melhor, a perda quase que em estado definitivo da esperança. E este [desespero] é capaz de corroer o coração.
A esperança é a vacina contra o desânimo e contra a possibilidade de invasão do egoísmo, porque apoiados nela nos dedicamos à construção de um mundo melhor. A perda da esperança endurece nossos sentimentos, enfraquece nossos relacionamentos, deixa a vida cinza, faz a vida perder parte do seu sabor. Porém, todos os dias somos atingidos por inúmeras situações que podem nos desesperar.
A esperança é o combustível da vida, a forma de mantê-la viva é não prender os olhos nas tragédias, pois a cada desgraça que contemplamos corremos o risco de perdê-lo [combustível]. Existe na mitologia grega a presença de uma figura interessante: uma ave chamada fênix, que quando morria entrava em autocombustão e passado algum tempo renascia das próprias cinzas. A fênix, o mais belo de todos os animais fabulosos, simbolizava a esperança e a continuidade da vida após a morte. Revestida de penas vermelhas e douradas, as cores do sol nascente, possuía uma voz melodiosa que se tornava triste quando a morte se aproximava.
A impressão causada em outros animais por sua beleza e tristeza chegava a lhes provocar a morte. Nossa vida passa por este processo várias vezes num único dia, ou seja, sair das tragédias para contemplar a beleza que não morreu, a vida que existe ainda, como fazia essa ave mitológica. Alguns historiadores dizem que o que traria a fênix de volta à vida seria somente o seu desejo de continuar viva, depois de completar quinhentos anos elas perdiam o desejo de viver e aí se morressem não mais reviviam. O desejo de continuar a viver era sua paixão pela beleza, que é a vida.
Vida sem sabor é uma vida sem perspectivas; quem cansou de tentar, cansou de lutar e desistiu de tudo, uma vida que apenas espera o seu fim, por pensar que nada que se faça pode mudar coisa alguma. Quem perdeu a capacidade de sonhar, o desejo de felicidade confundiu-se com a utopia. Felizmente não existe motivo para desanimar, lembrando as palavras de São Paulo: "A esperança não decepciona" (Rm 5,5). Não falamos aqui de qualquer esperança, mas da autêntica esperança, que não se apóia em ilusões, em falsas promessas, que não segue uma ilusão popular em que tudo se explica.
A esperança verdadeira, vinda de Deus, é uma atitude muito realista, que não tem medo de dar às situações seu verdadeiro nome e tem sempre Deus como fator principal. Não tem medo de rever as próprias posições e mudar o que deve ser mudado.
À medida que perdermos ilusões e incompreensões temos o espaço real no qual pode crescer a esperança, que nada mais é do que a certeza de que tudo pode ser melhor do que o que já vemos. E o desejo de caminhar na direção da vida, atraídos pela sua beleza que no momento pode somente ser sonhada, mas é contemplada pelo coração.
O homem pode ser resistente às palavras, forte nas argumentações, mas não sobrevive sem esperança. Ninguém vive se não espera por algo bom, que seja bem melhor do que o que já conhece, já possui ou já experimentou. Deus alimenta nossa vida por meio da esperança!
Ela teve a coragem de se aproximar de Cristo e assim experimentou todo o amor e a misericórdia de Deus
"Eu vi o Senhor!" Essa foi a grande proclamação de Maria Madalena. E é maravilhoso ver quem ela é, sabendo quem ela era. O próprio nome com o qual era chamada "Maria de Magdála" ou "Madalena" significa "fortaleza". Houve um momento em que ela já estava enojada da vida que vivia. Ela, que ganhava muito dinheiro, tinha tudo que desejava, seus desejos eram satisfeitos, mas em seu coração havia um vazio.
Ela, que controlava os oficiais e era muito conhecida, praticamente tinha tudo em suas mãos. Mas o coração dela não tinha paz, pois lhe faltava algo muito importante. Quando ouviu falar de Jesus o coração dela começou a estremecer. "O que esse Homem está dizendo? Será que é disso que eu preciso?" Deve ter pensado. E Madalena começou, de longe, às escondidas, a buscar saber mais sobre o senhor. E pouco a pouco foi se aproximando de Jesus. E se perguntou: "Será que não é de um Deus assim de que estou precisando?"
Irmãos, estamos não simplesmente recordando algo do passado, mas o Evangelho de hoje se torna real em nosso meio. E suscita em nós essa mesma busca e desejo: "Eu quero vida nova!" É pela Palavra do Senhor que você vai deixar essa vida velha e vir para a vida nova. Avance cada vez mais alto!
Até que um dia ela não agüentou mais e se aproximou de Cristo para ouvi-Lo de perto e, teve a coragem de se aproximar d'Ele e assim experimentou todo o amor e a misericórdia de Deus. Jesus não a reprovou, por isso ela sentiu misericórdia divina e viu a possibilidade de ser diferente. Deixou tudo para trás porque viu que Ele era o Messias, anunciado pelos profetas desde Moisés.
Você também tem essa chance. O seu coração sempre buscou isso, mesmo na vida errada que andava vivendo, desde as coisas do sexo, da mentira, falsidade, orgulho, até as da vaidade, etc... Você tem agora a oportunidade de deixar tudo isso e buscar a vida nova. Hoje o Senhor está lhe dando a graça de romper com a medriocridade.
Reze: "Jesus, eu Te reconheço com meu único Senhor, hoje, Te aceito como meu Senhor e Salvador. Só Jesus Cristo é o meu Senhor e a ninguém mais servirei e seguirei. Só Tu és meu amado Senhor. E Te entrego toda a minha vida, entrego tudo o que eu tenho, a minha vida inteira está em Tua mão". Eu também quero dizer "Eu vi o Senhor", vê-Lo face a face; um dia, eu direi: "Eu vi o Senhor!"
Depois que Maria Madalena teve seu encontro com Jesus ela mudou de vida totalmente. Ela inaugurou uma coisa que naquela época não existia. Tantas histórias absurdas foram faladas sobre ela, e sabe por quê? Ela está ocupando lá no céu um lugar de privilégio, por isso o inimigo tem pavor dela. E também ela abriu um caminho para vocês mulheres, ela rompeu uma barreira, porque naquele tempo discípulos eram só homens, os mestres só tinham discípulos homens e Maria Madalena rompeu com tudo isso. Ela abriu um caminho, mesmo no tempo de Jesus a mulher não tinha nenhum valor e nem discípula poderia ser. Ela O serviu junto com as outras mulheres.
Erramos em tantas coisas, mas Jesus rompe com a vida velha, basta que você também queira romper com ela. "Eis que tudo se faz novo, passou o que era velho" nos diz o Senhor.
Ninguém a chamava com tanta ternura, só Jesus, e na hora em que Ele a chamou ela O reconheceu e respondeu "Rabôni", que quer dizer "Mestre" em hebraico (cf. João 20.16). E Ele a enviou para ser a grande anunciadora da ressurreição d'Ele. Em primeiro lugar, Jesus ressuscitou você e lhe deu uma vida nova. Agora é o dia da salvação, para você é o dia favoravél! Decida-se! E a decisão é só sua, ninguém pode decidir por você. Escreva no seu caderno, na sua Bíblia: "Hoje eu me decido por Jesus".
Construir a vida sobre Cristo, acolhendo com alegria a Palavra e pondo em prática a doutrina
"Construir a vida sobre Cristo, acolhendo com alegria a Palavra e pondo em prática a doutrina: eis aqui, jovens do terceiro milênio, o que deve ser o vosso programa!
É urgente que surja uma nova geração de apóstolos enraizados na palavra de Cristo, capazes de responder aos desafios do nosso tempo e dispostos a difundir o Evangelho por toda a parte.
Isto é o que o Senhor vos pede, a isto vos convida a Igreja, isto é o que o mundo - ainda que não saiba - espera de vós! E se Jesus vos chama, não tenhais medo de responder-lhe com generosidade, especialmente quando vos propõe seguí-lo na vida consagrada ou na vida sacerdotal. Não tenhais medo; confiai n'Ele e não ficareis decepcionados" (Trechos de discursos de Papa Bento XVI - Resumo feito por "Mensagem Cristã".
1 - Conversar com Deus
"Algum de vós poderia, talvez, identificar-se com a descrição que Edith Stein fez da sua própria adolescência, ela, que viveu depois no Carmelo de Colônia: 'Tinha perdido, consciente e deliberadamente, o costume de rezar'. Durante estes dias podereis recuperar a experiência vibrante da oração como diálogo com Deus, porque sabemos que nos ama e, a quem, por sua vez, queremos amar".
2 - Contar-lhe as penas e alegrias
"Abri o vosso coração a Deus. Deixe-vos surpreender por Cristo. Dai-lhe o 'direito de vos falar' durante estes dias. Abri as portas da vossa liberdade ao seu amor misericordioso. Apresentai as vossas alegrias e as vossas penas a Cristo, deixando que ele ilumine, com a Sua luz, a vossa mente e toque com a sua graça o vosso coração".
3 - Não desconfiar de Cristo
"Queridos jovens, a felicidade que buscais, a felicidade que tendes o direito de saborear tem um nome, um rosto: o de Jesus de Nazaré, oculto na Eucaristia. Só ele dá plenitude de vida à humanidade. Dizei, com Maria, o vosso 'sim' ao Deus que quer entregar-se a vós. Repito-vos, hoje, o que disse no princípio de meu pontificado: 'Quem deixa entrar Cristo na sua vida não perde nada, nada, absolutamente nada do que faz a vida livre, bela e grande. Não! Só com esta amizade se abrem de par em par as portas da vida. Só com esta amizade se abrem realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só com esta amizade experimentamos o que é belo e o que nos liberta'. Estai plenamente convencidos: Cristo não tira nada do que há de formoso e grande em vós, mas leva tudo à perfeição para a glória de Deus, a felicidade dos homens e a salvação do mundo".
4 - Estar alegres: querer ser santos
"Para além das vocações de consagração especial, está a vocação própria de todo o batizado: também é esta uma vocação que aponta para um 'alto grau' da vida cristã ordinária, expressa na santidade. Quando encontramos Jesus e acolhemos o seu Evangelho, a vida muda e somos impelidos a comunicar aos outros a experiência própria. A Igreja necessita de santos. Todos estamos chamados à santidade, e só os santos podem renovar a humanidade. Convido-vos a que vos esforceis nestes dias por servir sem reservas a Cristo, custe o que custar. O encontro com Jesus Cristo vos permitirá apreciar interiormente a alegria da sua presença viva e vivificante, para testemunhá-la depois no vosso ambiente".
5 - Deus: tema de conversa com os amigos
"São tantos os nossos companheiros que ainda não conhecem o amor de Deus, ou procuram encher o coração com sucedâneos insignificantes. Portanto, é urgente ser testemunhos do amor que se contempla em Cristo. Queridos jovens, a Igreja necessita de autênticos testemunhos para a nova evangelização: homens e mulheres cuja vida tenha sido transformada pelo encontro com Jesus; homens e mulheres capazes de comunicar esta experiência aos outros".
6 - Ir à Missa no Domingo
"Não vos deixeis dissuadir de participar na Eucaristia dominical e ajudai também os outros a descobri-la. Certamente, para que dela emane a alegria que necessitamos, devemos aprender a compreendê-la cada vez mais profundamente, devemos aprender a amá-la. Comprometamo-nos com isso, vale a pena! Descubramos a íntima riqueza da liturgia da Igreja e a sua verdadeira grandeza: não somos os que fazemos uma festa para nós, mas, pelo contrário, é o próprio Deus vivo que prepara uma festa para nós. Com o amor à Eucaristia, redescobrireis, também, o sacramento da Reconciliação, no qual a bondade misericordiosa de Deus permite sempre que a nossa vida comece novamente."
7 - Demonstrar que Deus não é triste
"Quem descobriu Cristo deve levar os outros para Ele. Uma grande alegria não se pode guardar para si mesmo. É necessário transmiti-la. Em numerosas partes do mundo existe hoje um estranho esquecimento de Deus. Parece que tudo anda igualmente sem Ele. Mas, ao mesmo tempo, existe também um sentimento de frustração, de insatisfação de tudo e de todos. Dá vontade de exclamar: Não é possível que a vida seja assim! Verdadeiramente não."
8 - Conhecer a fé
"Ajudai os homens a descobrir a verdadeira estrela que nos indica o caminho: Jesus Cristo. Tratemos, nós mesmos, de conhecê-lo cada vez melhor para poder conduzir também os outros, de modo convincente, a Ele. Por isso é tão importante o amor à Sagrada Escritura e, em conseqüência, conhecer a fé da Igreja que nos mostra o sentido da Escritura."
9 - Ajudar: ser útil
"Se pensarmos e vivermos inseridos na comunhão com Cristo, os nossos olhos se abrem. Não nos conformaremos mais em viver preocupados somente conosco mesmo, mas veremos como e onde somos necessários. Vivendo e atuando assim dar-nos-emos conta rapidamente que é muito mais belo ser úteis e estar à disposição dos outros do que preocupar-nos somente com as comodidades que nos são oferecidas. Eu sei que vós, como jovens, aspirais a coisas grandes, que quereis comprometer-vos com um mundo melhor. Demonstrai-o aos homens, demonstrai-o ao mundo, que espera exatamente este testemunho dos discípulos de Jesus Cristo. Um mundo que, sobretudo mediante o vosso amor, poderá descobrir a estrela que seguimos como crentes."
10 - Ler a Bíblia
"O segredo para ter um 'coração que entenda' é edificar um coração capaz de escutar. Isto é possível meditando sem cessar a palavra de Deus e permanecendo enraizados nela, mediante o esforço de conhecê-la sempre melhor. Queridos jovens, exorto-vos a adquirir intimidade com a Bíblia, a tê-la à mão, para que seja para vós como uma bússola que indica o caminho a seguir. Lendo-a, aprendereis a conhecer Cristo. São Jerônimo observa a este respeito: 'O desconhecimento das Escrituras é o desconhecimento de Cristo'"