23 de julho de 2008

Maria Madalena: de pecadora a discípula

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Ela teve a coragem de se aproximar de Cristo e assim experimentou todo o amor e a misericórdia de Deus

"Eu vi o Senhor!" Essa foi a grande proclamação de Maria Madalena. E é maravilhoso ver quem ela é, sabendo quem ela era. O próprio nome com o qual era chamada "Maria de Magdála" ou "Madalena" significa "fortaleza". Houve um momento em que ela já estava enojada da vida que vivia. Ela, que ganhava muito dinheiro, tinha tudo que desejava, seus desejos eram satisfeitos, mas em seu coração havia um vazio.

Ela, que controlava os oficiais e era muito conhecida, praticamente tinha tudo em suas mãos. Mas o coração dela não tinha paz, pois lhe faltava algo muito importante. Quando ouviu falar de Jesus o coração dela começou a estremecer. "O que esse Homem está dizendo? Será que é disso que eu preciso?" Deve ter pensado. E Madalena começou, de longe, às escondidas, a buscar saber mais sobre o senhor. E pouco a pouco foi se aproximando de Jesus. E se perguntou: "Será que não é de um Deus assim de que estou precisando?"

Irmãos, estamos não simplesmente recordando algo do passado, mas o Evangelho de hoje se torna real em nosso meio. E suscita em nós essa mesma busca e desejo: "Eu quero vida nova!" É pela Palavra do Senhor que você vai deixar essa vida velha e vir para a vida nova. Avance cada vez mais alto!

Até que um dia ela não agüentou mais e se aproximou de Cristo para ouvi-Lo de perto e, teve a coragem de se aproximar d'Ele e assim experimentou todo o amor e a misericórdia de Deus. Jesus não a reprovou, por isso ela sentiu misericórdia divina e viu a possibilidade de ser diferente. Deixou tudo para trás porque viu que Ele era o Messias, anunciado pelos profetas desde Moisés.

Você também tem essa chance. O seu coração sempre buscou isso, mesmo na vida errada que andava vivendo, desde as coisas do sexo, da mentira, falsidade, orgulho, até as da vaidade, etc... Você tem agora a oportunidade de deixar tudo isso e buscar a vida nova. Hoje o Senhor está lhe dando a graça de romper com a medriocridade.

Reze: "Jesus, eu Te reconheço com meu único Senhor, hoje, Te aceito como meu Senhor e Salvador. Só Jesus Cristo é o meu Senhor e a ninguém mais servirei e seguirei. Só Tu és meu amado Senhor. E Te entrego toda a minha vida, entrego tudo o que eu tenho, a minha vida inteira está em Tua mão". Eu também quero dizer "Eu vi o Senhor", vê-Lo face a face; um dia, eu direi: "Eu vi o Senhor!"

Depois que Maria Madalena teve seu encontro com Jesus ela mudou de vida totalmente. Ela inaugurou uma coisa que naquela época não existia. Tantas histórias absurdas foram faladas sobre ela, e sabe por quê? Ela está ocupando lá no céu um lugar de privilégio, por isso o inimigo tem pavor dela. E também ela abriu um caminho para vocês mulheres, ela rompeu uma barreira, porque naquele tempo discípulos eram só homens, os mestres só tinham discípulos homens e Maria Madalena rompeu com tudo isso. Ela abriu um caminho, mesmo no tempo de Jesus a mulher não tinha nenhum valor e nem discípula poderia ser. Ela O serviu junto com as outras mulheres.

Erramos em tantas coisas, mas Jesus rompe com a vida velha, basta que você também queira romper com ela. "Eis que tudo se faz novo, passou o que era velho" nos diz o Senhor.

Ninguém a chamava com tanta ternura, só Jesus, e na hora em que Ele a chamou ela O reconheceu e respondeu "Rabôni", que quer dizer "Mestre" em hebraico (cf. João 20.16). E Ele a enviou para ser a grande anunciadora da ressurreição d'Ele. Em primeiro lugar, Jesus ressuscitou você e lhe deu uma vida nova. Agora é o dia da salvação, para você é o dia favoravél! Decida-se! E a decisão é só sua, ninguém pode decidir por você. Escreva no seu caderno, na sua Bíblia: "Hoje eu me decido por Jesus".

Louvado seja o Senhor!

Foto Padre Jonas Abib
pejonas@cancaonova.com

21 de julho de 2008

Mandamentos dos amigos de Deus

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Construir a vida sobre Cristo, acolhendo com alegria a Palavra e pondo em prática a doutrina

"Construir a vida sobre Cristo, acolhendo com alegria a Palavra e pondo em prática a doutrina: eis aqui, jovens do terceiro milênio, o que deve ser o vosso programa!

É urgente que surja uma nova geração de apóstolos enraizados na palavra de Cristo, capazes de responder aos desafios do nosso tempo e dispostos a difundir o Evangelho por toda a parte.

Isto é o que o Senhor vos pede, a isto vos convida a Igreja, isto é o que o mundo - ainda que não saiba - espera de vós! E se Jesus vos chama, não tenhais medo de responder-lhe com generosidade, especialmente quando vos propõe seguí-lo na vida consagrada ou na vida sacerdotal. Não tenhais medo; confiai n'Ele e não ficareis decepcionados" (Trechos de discursos de Papa Bento XVI - Resumo feito por "Mensagem Cristã".

1 - Conversar com Deus

"Algum de vós poderia, talvez, identificar-se com a descrição que Edith Stein fez da sua própria adolescência, ela, que viveu depois no Carmelo de Colônia: 'Tinha perdido, consciente e deliberadamente, o costume de rezar'. Durante estes dias podereis recuperar a experiência vibrante da oração como diálogo com Deus, porque sabemos que nos ama e, a quem, por sua vez, queremos amar".

2 - Contar-lhe as penas e alegrias

"Abri o vosso coração a Deus. Deixe-vos surpreender por Cristo. Dai-lhe o 'direito de vos falar' durante estes dias. Abri as portas da vossa liberdade ao seu amor misericordioso. Apresentai as vossas alegrias e as vossas penas a Cristo, deixando que ele ilumine, com a Sua luz, a vossa mente e toque com a sua graça o vosso coração".

3 - Não desconfiar de Cristo

"Queridos jovens, a felicidade que buscais, a felicidade que tendes o direito de saborear tem um nome, um rosto: o de Jesus de Nazaré, oculto na Eucaristia. Só ele dá plenitude de vida à humanidade. Dizei, com Maria, o vosso 'sim' ao Deus que quer entregar-se a vós. Repito-vos, hoje, o que disse no princípio de meu pontificado: 'Quem deixa entrar Cristo na sua vida não perde nada, nada, absolutamente nada do que faz a vida livre, bela e grande. Não! Só com esta amizade se abrem de par em par as portas da vida. Só com esta amizade se abrem realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só com esta amizade experimentamos o que é belo e o que nos liberta'. Estai plenamente convencidos: Cristo não tira nada do que há de formoso e grande em vós, mas leva tudo à perfeição para a glória de Deus, a felicidade dos homens e a salvação do mundo".




4 - Estar alegres: querer ser santos

"Para além das vocações de consagração especial, está a vocação própria de todo o batizado: também é esta uma vocação que aponta para um 'alto grau' da vida cristã ordinária, expressa na santidade. Quando encontramos Jesus e acolhemos o seu Evangelho, a vida muda e somos impelidos a comunicar aos outros a experiência própria. A Igreja necessita de santos. Todos estamos chamados à santidade, e só os santos podem renovar a humanidade. Convido-vos a que vos esforceis nestes dias por servir sem reservas a Cristo, custe o que custar. O encontro com Jesus Cristo vos permitirá apreciar interiormente a alegria da sua presença viva e vivificante, para testemunhá-la depois no vosso ambiente".

5 - Deus: tema de conversa com os amigos

"São tantos os nossos companheiros que ainda não conhecem o amor de Deus, ou procuram encher o coração com sucedâneos insignificantes. Portanto, é urgente ser testemunhos do amor que se contempla em Cristo. Queridos jovens, a Igreja necessita de autênticos testemunhos para a nova evangelização: homens e mulheres cuja vida tenha sido transformada pelo encontro com Jesus; homens e mulheres capazes de comunicar esta experiência aos outros".

6 - Ir à Missa no Domingo

"Não vos deixeis dissuadir de participar na Eucaristia dominical e ajudai também os outros a descobri-la. Certamente, para que dela emane a alegria que necessitamos, devemos aprender a compreendê-la cada vez mais profundamente, devemos aprender a amá-la. Comprometamo-nos com isso, vale a pena! Descubramos a íntima riqueza da liturgia da Igreja e a sua verdadeira grandeza: não somos os que fazemos uma festa para nós, mas, pelo contrário, é o próprio Deus vivo que prepara uma festa para nós. Com o amor à Eucaristia, redescobrireis, também, o sacramento da Reconciliação, no qual a bondade misericordiosa de Deus permite sempre que a nossa vida comece novamente."

7 - Demonstrar que Deus não é triste

"Quem descobriu Cristo deve levar os outros para Ele. Uma grande alegria não se pode guardar para si mesmo. É necessário transmiti-la. Em numerosas partes do mundo existe hoje um estranho esquecimento de Deus. Parece que tudo anda igualmente sem Ele. Mas, ao mesmo tempo, existe também um sentimento de frustração, de insatisfação de tudo e de todos. Dá vontade de exclamar: Não é possível que a vida seja assim! Verdadeiramente não."

8 - Conhecer a fé

"Ajudai os homens a descobrir a verdadeira estrela que nos indica o caminho: Jesus Cristo. Tratemos, nós mesmos, de conhecê-lo cada vez melhor para poder conduzir também os outros, de modo convincente, a Ele. Por isso é tão importante o amor à Sagrada Escritura e, em conseqüência, conhecer a fé da Igreja que nos mostra o sentido da Escritura."


9 - Ajudar: ser útil

"Se pensarmos e vivermos inseridos na comunhão com Cristo, os nossos olhos se abrem. Não nos conformaremos mais em viver preocupados somente conosco mesmo, mas veremos como e onde somos necessários. Vivendo e atuando assim dar-nos-emos conta rapidamente que é muito mais belo ser úteis e estar à disposição dos outros do que preocupar-nos somente com as comodidades que nos são oferecidas. Eu sei que vós, como jovens, aspirais a coisas grandes, que quereis comprometer-vos com um mundo melhor. Demonstrai-o aos homens, demonstrai-o ao mundo, que espera exatamente este testemunho dos discípulos de Jesus Cristo. Um mundo que, sobretudo mediante o vosso amor, poderá descobrir a estrela que seguimos como crentes."

10 - Ler a Bíblia

"O segredo para ter um 'coração que entenda' é edificar um coração capaz de escutar. Isto é possível meditando sem cessar a palavra de Deus e permanecendo enraizados nela, mediante o esforço de conhecê-la sempre melhor. Queridos jovens, exorto-vos a adquirir intimidade com a Bíblia, a tê-la à mão, para que seja para vós como uma bússola que indica o caminho a seguir. Lendo-a, aprendereis a conhecer Cristo. São Jerônimo observa a este respeito: 'O desconhecimento das Escrituras é o desconhecimento de Cristo'"

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

18 de julho de 2008

O Poder de um Olhar

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Os olhos transmitem o que se passa na essência do nosso ser

O olhar é algo que me fascina, me encanta, às vezes até me perturba, mas sempre me atrai. É um mistério e uma revelação ao mesmo tempo. Carrego no arquivo das minhas lembranças o olhar sincero do meu pai, que sempre foi referência em minha vida. Muitas vezes, ele não precisava dizer nada para me aprovar ou repreender, bastava um olhar e eu entendia tudo. Aliás, meu pai era um homem de poucas palavras e poucos gestos, mas muito amor. Para compreendê-lo melhor, fui desde cedo treinada na arte de interpretar seu olhar.

Dizem que "o olhar é a janela da alma"... Uma expressão tanto repetitiva como verdadeira. É que os olhos transmitem o que se passa na essência, mesmo quando a boca diz o contrário.

As palavras têm sua importância, mas na arte de transmiti-las, muitas vezes, diminuímos o sentido do que realmente desejamos expressar, acabamos nos confundindo com os termos e sentindo falta da expressão certa que traduza a linguagem do coração. Além disso, existe um espaço entre o que falamos e o ouvido de quem nos escuta, e nesse espaço, nasce a interpretação, que nem sempre corresponde à realidade.

Hoje, enquanto apresentava um programa na Rádio Canção Nova onde trabalho (Rádio Canção Nova FM – Fátima PT), falava com os ouvintes sobre o poder do nosso olhar e li uma história que exalta a importância do olhar amoroso na vida de uma pessoa. Apresento-a aqui, pois acredito que nos ajudará a refletir sobre esse dom precioso e na maneira como o utilizamos no dia-a-dia.

Conta-se que Raoul Follereau, jornalista francês que dedicou sua vida ao cuidado dos leprosos, ao visitar um leprosário em uma ilha do Pacífico, ficou surpreendido ao encontrar, entre os rostos desfigurados e quase sem vida, um homem que conservava os olhos límpidos, vivíssimos, e com um sorriso que a todos iluminava sempre que lhe diziam uma palavra amável ou lhe davam alguma coisa.

Quando quis saber o que mantinha esse leproso tão agarrado à vida, disseram-lhe que observasse o que lhe sucedia todas as manhãs. E o jornalista descobriu que, todos os dias, o homem descia para o pátio e sentava-se diante do alto muro que cercava o leprosário. Esperava ali, paciente, até que, no meio da manhã, aparecia, durante alguns segundos por cima do muro, um rosto já idoso e cheio de rugas, que lhe sorria com um olhar de amor. Então o homem comungava aquele sorriso e sorria também.

Era o rosto de sua amada esposa que, com fidelidade, todos os dias vinha contemplá-lo. A seguir, a imagem da velhinha desaparecia, mas o doente resplandecia, já tinha alimento para agüentar mais uma jornada e aguardar que, no dia seguinte, regressasse o olhar sorridente que lhe garantia a existência.

O leproso comentava: "Ao vê-la, sei que ainda estou vivo!"

O olhar amoroso da esposa era, de fato, suficiente para transfigurar aquele homem dando-lhe esperança e vida.

É que um olhar de amor faz esquecer as dores e restaura o ânimo, tem uma poderosa força, pois é sinal visível do amor de Deus.

Jesus sabia disso e nos ensinou a lição. Ele mesmo transformou a vida de muita gente com apenas um olhar. Certa vez, quando os olhos d'Ele encontraram os de Zaqueu, o cobrador de impostos que estava em cima de uma árvore para vê-Lo passar, o olhar do Senhor causou tanto efeito na vida daquele homem, que ele nunca mais foi o mesmo. As palavras que vieram depois e até o convite para jantar em sua casa foram conseqüência do olhar com o qual Jesus o amou (Lc 19, 1-10).

Diante da mulher adúltera, condenada por todos, Jesus também a amou com o olhar. As poucas palavras a seguir completaram a mensagem, mas acredito que o milagre da restauração de sua integridade aconteceu primeiro através do olhar daquele Homem, a quem ela jamais deixaria de seguir (cf. Jo 8, 1-11).

Interessante pensar que o olhar tem o poder de vivificar ou matar, depende de quem o transmite. Jesus sabia disso e optava olhar com amor e assim transmitir vida nova a quem se deixava encontrar por Seus olhos. Seguindo os passos do Senhor, sejamos, hoje, portadores de um olhar de amor e façamos a diferença na vida daqueles cujos olhos se encontram com os nossos.

Foto Dijanira Silva
dijanira@geracaophn.com

17 de julho de 2008

Descobrir alguém leva tempo

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Pena que somos superficiais e desistimos facilmente frente ao primeiro desencanto

Como é bonito às vezes parar e analisar as pessoas, seus relacionamentos, suas atitudes, enfim, seus detalhes. A cada análise descobrimos novas dimensões do coração humano.

Partilho com você algo que descobri por meio do ofício de observar: percebi que cada vez mais as pessoas são intolerantes, impacientes e propensas a rotular as outras.

Poucas têm paciência com o outro e muitas, se não alcançam respostas imediatas, desistem da pessoa. Descobrir alguém leva tempo. Pena que somos superficiais e desistimos facilmente frente ao primeiro desencanto. Não é porque a pessoa não sorriu ou porque tenha um defeito latente, que temos o direito de encarcerá-la em um rótulo infeliz. Garanto que muitas vezes você também não conseguiu fazer o bem que queria, nem conseguiu sorrir como queria, tampouco conseguiu amar como desejava, e o que é pior: reagiu como não queria reagir e fez o que não queria fazer. Mas tentou. Mesmo que o resultado tenha sido o insucesso, você tentou acertar.

Acredito que todos querem ser bons e felizes, todos lutam por isso. Ninguém é infeliz porque quer, mas nem todos conseguem ser o que desejam.

Quem lhe garante que palavras ásperas não são um pedido de socorro de alguém que recebeu pouco amor na vida e que pede desesperadamente que você a ensine a amar. Pode ser que as atitudes que o irritam sejam prova do esforço mais profundo de um coração querendo sinceramente fazer o bem.

Mesmo que o amor que você recebe não seja aquele que você queria, nem do jeito que queria... é amor. Pode ser que os gestos de amor que são repugnantes para você seja o tudo que o outro pode lhe dar. Precisamos aprender a acolher o que o outro pode nos oferecer hoje, valorizando o que ele nos oferece.

Não podemos ser cruéis a ponto de destruir em nós aqueles que não nos agradam. O Cristianismo não funciona assim. Aliás, quais foram as pessoas amadas por Jesus, que mereceram o amor d'Ele? Ou melhor: você merece? Eu mereço?...

Foto Adriano Zandoná
artigos@cancaonova.com

16 de julho de 2008

O que é heresia

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As heresias sempre nos acompanharam desde o início da Igreja

Heresia não significa o mesmo que incredulidade, cisma, apostasia ou qualquer outro pecado contra a fé. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) define a heresia do seguinte modo:

"Incredulidade é negligenciar uma verdade revelada ou a recusa voluntária de lhe dar o próprio assentimento. Chama-se heresia a negação pertinaz, após a recepção do Batismo, de qualquer verdade que se deve crer com fé divina e católica, ou dúvida pertinaz a respeito dessa verdade; apostasia é o total repúdio total da fé cristã; cisma é a recusa de sujeição ao Romano Pontífice ou da comunhão com os membros da Igreja sujeitos a ele" (CIC 2089).

Para ser culpada de heresia uma pessoa deve estar obstinada (incorrigível) no erro. Uma pessoa que está aberta à correção ou que simplesmente não tem consciência de que o que está dizendo é contrário ao ensinamento da Igreja, não pode ser considerada como herética [herege].

A dúvida ou a negação envolvidas na heresia devem ser pós-batismal, ou seja, ocorrer depois do Batismo. Para ser acusada de heresia uma pessoa deve ser, antes de tudo, batizada. Isso significa que aqueles movimentos que surgiram da divisão do Cristianismo ou que foram influenciados por eles, mas que não administram o Batismo ou que não batizam validamente, não podem ser considerados heresias, mas apenas religiões separadas (exemplos incluem muçulmanos que não possuem batismos e testemunhas de Jeová que não batizam validamente).

E, finalmente, a dúvida ou a negação envolvidas na heresia devem estar relacionadas a uma matéria que deve ser crida com "fé católica e divina", em outras palavras, alguma coisa que tenha sido definida solenemente pela Igreja como verdade divinamente revelada (por exemplo, a Santíssima Trindade, a Encarnação de Jesus Cristo, a Presença Real de Cristo na Eucaristia, o Sacrifício da Santa Missa, a Infalibilidade Papal, a Imaculada Conceição e Assunção de Nossa Senhora).

As heresias sempre nos acompanharam desde o início da Igreja até os nossos tempos atuais. Geralmente elas sempre tiveram início por membros da hierarquia da Igreja, mas eram combatidas e corrigidas pelos Concílios e Papas. Felizmente temos a promessa de Cristo de que elas [heresias] jamais prevalecerão contra a Igreja: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mateus 16,18), pois a Igreja é verdadeiramente, nas palavras do Apóstolo Paulo, "coluna e sustentáculo da verdade" (1 Timóteo 3,15).

Artigo extraído do site www.cleofas.com.br - do tema 'Grandes heresias'

Gercione Lima

15 de julho de 2008

O que é amizade?

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'O amigo é a metade da minha alma'

É difícil dizer alguma coisa sobre algo tão maravilhoso que se vive, se sente e se experimenta; pô-lo em palavras é quase impossível. Só se aprende mesmo o que é amizade vivendo. Amizade significa criar laços. É uma fonte que não retém a água para si (seria poço se o fizesse), mas a dá espontaneamente. O amigo também vai ao encontro de quem precisa e não espera que venham até ele. É renovação para quem dá e para quem recebe. É a descoberta de corações.

No início, o nome do outro não é nada para nós. A vida dele, seus gestos, suas preferências, sua história… Mas, aos poucos, nosso egoísmo cai, o coração se abre e há o encontro dos corações, com inexplicável sensação. Nossa vida muda. Tornamo-nos felizes.

É um afeto (afeição, sentimento profundo) que a gente sente por alguém. Ele não tem barreiras de cor, sexo, idade, cultura, classe social, nação… Ser e ter amigos é muito bom, é um sentimento que ultrapassa todas as barreiras!

A amizade é concórdia de afetos e obras, implica certa unidade afetiva.

"O amigo é a metade da minha alma" diz o filósofo Giovani Cassiano ao definir um verdadeiro amigo. Alguns filósofos consideram a amizade um valor altíssimo, por isso, foram capazes de dizer: "Sem amizade a vida não é vida!"

"Amizade é a coisa mais necessária na vida!"


O que nos faz a amizade?

Dá novo sentido à vida. Quando tudo nos parece enfadonho, a presença do amigo quebra a solidão. Cresce a alegria de viver. A amizade torna a vida dos homens infinitamente mais bela e fecunda.

É ânimo novo para a luta. Quando nos pegam a fossa e o desânimo nada melhor que a compreensão de um amigo. Ela [amizade] nos torna solidários. A amizade é um partilhar de vida: preocupações, alegrias, tristezas, sucessos, fracassos… Por essa razão, torna-nos responsáveis. "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas" (Exupéry, autor de "O Pequeno Príncipe"). O amigo sincero fala não tanto o que o outro quer, mas o que ele precisa ouvir. Preocupa-se para que ele ande no caminho certo. E se o nota em perigo adverte-o.

Cria interesses comuns. Acaba com o individualismo. "Seus" problemas são "meus" problemas. Sou infeliz porque você [amigo] também é. Dar e receber. Cresço com você. Isso acontece tanto na favela como no Concílio dos Bispos. Minhas tristezas ensinaram-lhe a entender as tristezas de meus amigos.

Ela quebra a solidão. "Se tu vens às quatro da tarde, desde às três já sou feliz" (Exupéry).

Faz Crescer. São vidas que se transformam, ideais que se renovam, entusiasmo que volta, caminho que se abre.

Algumas características da Amizade:

A amizade é um amor de benevolência, reciprocamente conhecido e manifestado; é um encontro de afeto. É uma confiança mútua que supera a prova do tempo, isto é, as dificuldades. É nisso então que se vê se a amizade é autêntica. Os amigos bons desejam ser uma só alma e estarem juntos em todas as situações tanto de vida como de morte.

Podemos dizer que as principais características da amizade são:

A mútua benevolência;

Certa igualdade;

Comunhão de sentimentos;

Comunhão de vida, de amor, de ideais.

Uma amizade verdadeira não se pode estender a muitos porque exige experiência, intimidade e confiança. Pois requer convivência e familiaridade e isso não é possível com muitos. Aristóteles fala: "Quem tem familiaridade com muitos não é amigo de ninguém!". De forma que a amizade profunda é possível somente entre poucas pessoas.

Uma característica essencial da amizade é a reciprocidade: amar e ser amado. (não se esqueça de que estamos perto de comemorar o Dia do Amigo).

O seu comentário enriquece o nosso trabalho. Participe

Ritinha

11 de julho de 2008

Tenho medo do casamento

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Um sacramento que une sentimentos

Haverá momentos em que precisaremos assumir um compromisso mais sério com alguém, e o nosso dilema será saber se estamos fazendo a melhor escolha. Certamente, essa hesitação seria menor se fosse possível adivinhar as conseqüências de nossas opções; o que é praticamente impossível. Fica a nosso critério apenas tentar descobrir os procedimentos para melhor alcançar nossos propósitos.

Os bons resultados de um trabalho são alcançados por meio de boas ferramentas e de um plano de ação. Para alguém que deseja roçar um campo, mesmo possuindo os equipamentos necessários, ainda assim, poderá ser surpreendido com chuvas ou outras interferências, as quais não dependem de sua vontade. Da mesma maneira, na vida conjugal, por melhor que sejam os nossos projetos, precisamos estar cientes de que também estaremos sujeitos a certas situações que não foram previstas, mas que poderão ser solucionadas com o empenho de ambos.

Para quem vive o namoro há algum tempo, por vários momentos já deve ter conversado sobre o futuro do relacionamento. É no amadurecimento e no tempo de convívio que os casais obterão subsídios suficientes para acolher a proposta de uma vida matrimonial. Assumir a vida conjugal será sempre uma tarefa desafiadora, pois independentemente do estado social ou financeiro, este compromisso une as pessoas num único sentimento. É pensando nisso que, talvez, a maioria das pessoas hesite diante de uma proposta de firmarem para sempre seu relacionamento.

O medo de enfrentar o "desconhecido", as histórias de crises conjugais e o peso das responsabilidades somados às estatísticas, que apontam o crescimento de casais divorciados, podem realmente intimidar os nubentes. Isso não significa que as causas que justificaram os insucessos do casamento de outras pessoas estarão também condenando à falência o propósito do casal de enamorados.

O amor exige, de todos, disposição e coragem para romper com suas próprias limitações. Acreditar que o casal está isento de imperfeições ou que por toda a vida conjugal viverá, a cada segundo, em perfeita harmonia sem empreender esforço algum, pode ser um grande engano. Sabemos que, ao longo do convívio, nem sempre os elaborados planos vão dar certo; mas a decisão comum do casal em viver seus propósitos, a fim de alcançar seus objetivos, os fará assumir uma nova atitude diante de cada novo problema.

Decidir-se pelo casamento, entendendo que o relacionamento pode ser diferente, é o que diferenciará nossas opções e nos dará forças para lutar pela felicidade conjugal ao lado da pessoa que escolhemos para partilhar nossa vida.

Um abraço, sem medo de ser feliz.

Foto José Eduardo Moura
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