11 de junho de 2008

Saudades...

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Sinto saudades de muitas coisas: situações e pessoas

Saudade, sentimento tão falado e cantado em prosa e verso. Que vai nascendo devagarinho no coração daqueles que amam.

Sinto saudades de muitas coisas: situações e pessoas. Mas hoje, vou contar-lhes a minha vivência em relação à saudade de uma filha que saiu de casa para estudar.

Neste momento, passam-se "flashs" de situações que vivemos juntas: a gravidez tranqüila, o nascimento – dor que explode em alegria - , a ansiedade da mãe desajeitada dos primeiros meses, os primeiros passos, as crises de bronquite, o primeiro dia no maternal, o nascimento da irmã, as mudanças de casa e de cidade, as brigas com a irmã, seu carinho com os pais e avós, a 1ª menstruação, as "festas" com os amigos, o primeiro namorado, a orientação vocacional, os vestibulares, a espera do resultado, o enfim... "passei", a "arrumação" das coisas, o dia da partida,....

Como bons pais fomos levá-la, deixamos milhares de recomendações e etc. Já ao entrar no carro para voltar para casa, olhei para trás e cadê ela? Pensei: tudo bem é só por um tempo. A viagem foi calada. Creio que seu pai assim como eu, veio rezando para Deus não desamparar-nos neste momento, para protegê-la e todas aquelas orações que pais que amam sabem fazer.

Cheguei em casa e o mesmo ritmo de vida continuou, isto é, uma "correria". Mas, em alguns momentos, passando por seu quarto, vendo uma peça de roupa sua, à mesa para o almoço, encontrando com suas colegas, a lembrança vinha tão forte que parecia como um soco no estômago, aí eu pensava: como ela está? Será que comeu? Está dormindo bem? Não ficou doente? E a rinite alérgica? Está gostando do curso, da casa, das colegas? Nas conversas pelo telefone tudo era respondido, mas dentro de mim ficava uma tristeza tão grande depois que desligava o telefone; então compreendi que era saudades e que precisava diferenciar as preocupações da saudade. A preocupação sempre existiu e sempre vai existir e só alivia quando se tem confiança em Deus.

Mas, a saudade deixa um buraco no coração, é como se algo faltasse e nada nem ninguém diferente dessa pessoa pode preencher. O lugar dela está ali e é só ela quem cabe naquele espaço.

Compreender isso me ajudou a lidar com a saudade, pois entendi que quem ama sofre e sofre muito mais de saudades. Mas o amor é maior que tudo, maior que a dor da separação a até maior que a morte. Então, se sofro por amor, este próprio amor preenche o espaço deixado pela falta.

Muitas vezes me questiono: "porque deixei que ela fosse?" e penso que esta era a decisão certa, não poderia prender aquela que criei para ser livre, para realizar a missão à ela destina, para ser aquilo que deve ser.

Já se passaram mais de 2 anos. Faço um "balanço": sou mais mãe, ela é mais filha, estamos mais maduras, aprendemos uma com a outra e Deus está realizando uma oração que faço todos os dias para minhas filhas: "que elas sejam felizes!"

Foto Mara S. Martins Lourenço
maralourenco@geracaophn.com

A carência de um amor

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Sentir-se amado parece ser a fórmula para resolver nossos problemas

A vida parece ficar mais leve e colorida quando temos o apoio de alguém do nosso lado. Amar e se sentir amado ajuda em nossos trabalhos, melhora nossa qualidade de vida e nossos relacionamentos. Sentir-se amado parece ser a fórmula para resolver nossos problemas; contudo, na contramão da nossa vida poderá surgir a falta desse amor: a carência!

Infelizmente, muitos de nós já sofremos, temos sofrido ou ainda sofreremos os efeitos malévolos desse sentimento. Quem já não presenciou histórias de alguém que – por estar vivendo um período de carência – buscou suprir o amor que não consegue encontrar em si mesmo? Em muitas ocasiões, relacionamentos assim se iniciaram numa noite em que – cansada de estar sozinha, a pessoa sai literalmente à caça de alguém. Animada com a ajuda de algumas doses de bebida alcoólica e com os estímulos de alguns "amigos", ela se atira nos braços daquele cujas verdadeiras intenções poderiam ser questionadas. Não desejando terminar a noite sozinha, inicia-se ali um relacionamento que poderá durar apenas alguns dias; quem sabe alguns meses ou até a alvorada do dia...

O que todos nós procuramos é um relacionamento estável, que nos propicie segurança, amor recíproco e cumplicidade, os quais, juntos, trazem luz para nossas vidas. A pessoa, que desejamos encontrar, certamente não é aquela que nos rouba um beijo ou que tenta preencher o vazio de nossas carências com um prazer efêmero, o qual somente vai aumentar ainda mais o sentimento de dependência.

Em alguns relacionamentos, o carente vive como se quisesse comprar a companhia do outro, colocando-o num pedestal e fazendo dele o "sol" da sua vida.... Doa-se inteiramente a este, abrindo mão de sua própria vida apenas para viver em função da pessoa que julga poder suprir suas necessidades. Família, amigos, trabalho, estudo e outras atividades vêm em segundo plano, simplesmente para se ter mais tempo dedicado à pessoa que acredita ser "a ajuda adequada". Ainda que perceba no "namorado" algum comportamento desagradável, falta-lhe coragem para exigir a mudança de alguns hábitos, satisfazendo-se com a frieza da indiferença.

A baixa auto-estima o ilude, fazendo-o acreditar que pior seria se não tivesse a companhia do outro. Acredita que quanto mais fizer pelo companheiro, tanto mais poderá se sentir amado. No começo, a pessoa – que é objeto da carência – pode até gostar dos carinhos, mimos e tempo dispensados a ela, mas logo se cansará, perdendo o interesse pelo relacionamento. E na tentativa de conseguir escapar dos tentáculos sufocantes de alguém assim começará a maltratar aquele que acabou se anulando.

Com medo de não ter a companhia do outro, a pessoa carente, muitas vezes, se sujeita ao menosprezo e até aos maus-tratos do companheiro. Faltando-lhe coragem para romper com a dependência dispõe-se ao outro até que este se canse e tome a iniciativa de abandonar a relação, a qual jamais deveria ter acontecido sob os efeitos de um coquetel de emoções desordenadas.

Para se evitar cair nas teias da carência é importante ter clareza dos objetivos que almejamos e buscamos viver. Somente dessa forma poderemos dar início à conquista de um relacionamento seguro e sadio. A pessoa – com quem buscamos partilhar nossas vidas – precisa manifestar maturidade e disposição para manter um relacionamento estável – no qual cresçamos juntos. E isso certamente não encontraremos num encontro casual e sem compromisso de uma noite.

Não podemos esquecer que num relacionamento vivemos numa via de mão dupla, ou seja, se podemos nos doar ao parceiro com gestos de carinho e atenção, procurando melhorar a saúde do relacionamento, a recíproca tem de ser verdadeira. Se faltar alguns desses valores em nossos relacionamentos, precisamos nos questionar se não estamos vivendo também às margens de nossa própria carência.

Deus abençoe, um abraço

Foto José Eduardo Moura
webenglish@cancaonova.com

Família, muito mais que um conjunto de pessoas

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O futuro da sociedade e da Igreja passam inexoravelmente por ela

A família é muito mais do que um simples grupo de pessoas, unidas de qualquer jeito, e vivendo juntas na mesma casa. É muito mais do que isso, ela é a "célula mãe" da humanidade. Quando Deus quis que a humanidade existisse, a projetou baseada na família; por isso ela é sagrada. Não foi um Papa, um Bispo ou um Cardeal que a instituiu, mas o próprio Deus, para que ela fosse o berço e o escudo de proteção da vida humana na terra.

Marcada pelo sinete divino, a família, em todos os povos, atravessou os tempos e chegou até nós no século XXI. Só uma instituição de Deus tem esta força. Ninguém jamais destruirá a força da família por ser ela uma instituição divina. Para vislumbrar bem a sua importância basta lembrar que o Filho de Deus, quando desceu do céu para salvar o homem, ao assumir a natureza humana, quis nascer numa família.

O Papa João Paulo II, na "Carta às Famílias", chamou a família de "Santuário da vida" (CF, 11). Santuário quer dizer "lugar sagrado". É ali que a vida humana surge como de uma nascente sagrada e é cultivada e formada. É missão sagrada da família guardar, revelar e comunicar ao mundo o amor e a vida.

Na visão bíblica, homem e mulher são chamados a – juntos – continuar a ação criadora de Deus e a construção mútua de ambos, gerando os seus filhos amados.

Este é o desígnio de Deus para o homem e para a mulher: juntos, em família: "crescer", "multiplicar", "encher a terra", "submetê-la". Vemos aí também a dignidade, baseada no amor mútuo, a qual leva o homem e a mulher a deixar a própria casa paterna, para se dedicarem um ao outro totalmente. Este amor é tão profundo, que dos dois faz um só, "uma só carne", para que possam juntos realizar um grande projeto comum: a família.

Daí podemos ver que sem o matrimônio forte e santo, não é possível termos uma família forte, segundo o desejo do coração de Deus. Isso nos faz entender também que a celebração do sacramento do matrimônio é a garantia da presença de Jesus na família que ali começa, como nas Bodas de Caná.

Como é doloroso perceber hoje que muitos jovens, nascidos em famílias católicas, já não valorizam mais esse sacramento e acham, por ignorância religiosa, que já não é importante subir ao altar para começar uma família!

Ao falar da família no plano de Deus, o Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz que ela é "vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Sua atividade procriadora e educadora é o reflexo da obra criadora do Pai" (CIC §2205).

Essas palavras indicam que a família é, na terra, a marca ("vestígio e imagem") do próprio Deus, que, através dela continua a sua obra criadora. É muito mais que um mero grupo de pessoas.

O futuro da sociedade e da Igreja passam inexoravelmente por ela. É ali que os filhos e os pais devem ser felizes. Quem não experimentou o amor no seio do lar, terá dificuldade para conhecê-lo fora dele. Os psicólogos mostram quantos problemas surgem com as pessoas que não experimentaram o amor do pai, da mãe e dos irmãos.

"A família é a comunidade na qual, desde a infância, se podem assimilar os valores morais, em que se pode começar a honrar a Deus e a usar corretamente da liberdade. A vida em família é iniciação para a vida em sociedade" (CIC §2207). Ela é a "íntima comunidade de vida e de amor" (GS, 48).

Toda essa reflexão nos leva a concluir que cada homem e cada mulher que deixam o pai e a mãe para se unir em matrimônio e constituir uma nova família, não podem fazer isso levianamente, mas devem fazê-lo somente por um autêntico amor, que não é uma entrega passageira, mas uma doação definitiva, absoluta, total, fiel, madura, responsável, até a morte... Se destruirmos a família, destruiremos a sociedade. Por isso, é fácil perceber, cada vez mais claramente, que os sofrimentos das crianças, dos jovens, dos adultos e dos velhos, têm a sua razão na destruição dos lares.

Cabe aqui uma pergunta: Como será possível, num contexto de grande imoralidade de hoje, insegurança, ausência de pai ou mãe, garantir aos filhos as bases de uma personalidade firme e equilibrada, e uma vida digna, com esperança?

Fruto da permissividade moral e do relativismo religioso de nosso tempo, é enorme a porcentagem de famílias destruídas e de pseudofamílias, gerando toda sorte de sofrimentos para os filhos. Muitos crescem sem o calor amoroso do pai e da mãe, carregando consigo essa carência afetiva que se desdobra em tantos problemas e frustrações.

Podemos resumir toda a grandeza, importância e beleza da família, nas palavras do saudoso Papa João Paulo II, na Encíclica Evangelium Vitae: "No seio do 'povo da vida e pela vida', resulta decisiva a responsabilidade da família: é uma responsabilidade que brota da própria natureza dela - uma comunidade de vida e de amor, fundada sobre o matrimônio - e da sua missão que é 'guardar, revelar e comunicar o amor'" ( FC,17).

Muito mais do que um simples grupo de pessoas, unidas de qualquer forma e vivendo juntas, a família, o berço da humanidade segundo o desejo de Deus; é o fruto da união de um homem e de uma mulher, unidos pelo matrimônio e pelo amor para sempre, vivendo a fidelidade, indissolubilidade e gerando os filhos de Deus.

9 de junho de 2008

O Amor caminha pela Verdade

Como é interessante notar que o processo do Cristianismo em nossas vidas é o tempo todo um convite pra contemplar o Deus que é Amor, que é Verdade, e que criou os homens a fim de fazê-los comungar desse mistério. Um convite que dobra as esquinas da vida e se desdobra na fantástica história do coração de Deus que desce ao encontro do coração do homem por meio do Amor e da Verdade. Duas vias e um único fim. Dois rios que fluem e que se encontram num único e mesmo mar.

A vida humana pautada pelo Cristianismo é o resultado dessa constante experiência de conjugação do Ágape, isto é, do Amor com a o exercício da Alétheia, da verdade. Já me explico: ao contemplarmos, por exemplo, o mistério da Comunhão Trinitária, somos levados a perceber que o Amor é a linguagem que os envolve. O Ágape faz cada um dispor de si sem, no entanto deixar de ser o que é. Devolve a cada um aquilo que lhe é próprio. Ele é o ponto mais alto do amor, que mais profundamente anelamos. O Ágape não deseja nada do outro, ama o outro por causa dele mesmo. E é tão sagrado o processo, que nos ensina desta forma que a construção de nossa humanidade deve ter o Amor como viga de sustentação.

E porque o Amor neste sentido comunga da experiência da Verdade? Alétheia é um vocábulo grego cujo sentido é não estar escondido, não estar velado. A imagem sugerida para esta palavra é a de um véu que tudo encobre. Muitas vezes temos a impressão de não vermos a realidade tal como ela é; está tudo debaixo de um véu. Outras vezes não queremos ver as coisas do jeito que são. Torcemos a realidade do jeito que a queremos. O tema da mística da verdade é levantar o véu e enxergar o que há por trás de tudo, reconhecendo a essência das coisas. Na linguagem do Amor o Cristo dá testemunha da Verdade. Ele se traduz na Verdade. Ele é a Verdade. É pela lente da Verdade que Deus se faz enxergar no Cristo aos homens. A Verdade é aquilo que dá sentido, é tudo aquilo que atribui coerência, liga, orienta. É a partir deste horizonte de sentido que somos e estamos significando algo e avançamos nos territórios da nossa existência.

Tenho aprendido que na vida prática do âmbito de nossos relacionamentos, o Amor e a Verdade devem ser vistos não apenas como caminhos ao longe, distantes. Ao contrário, devem ser traduzidos constantemente em vias que nos possibilite a fazer o êxodo, a travessia para o mais profundo de nossa natureza, para o mais profundo encantamento de nossa relação com o Divino. Um deslocamento que nos faça sair das margens, das regiões periféricas de nossas relações interpessoais e que nos faça amar ao outro de mim na verdade e através dela.

A vida inteira é, pois esse universo de possibilidades de ter que passar pelo processo de atribuir coerência, sabor, beleza e significado real às realidades que vivemos, aos amores que nutrimos, aos amigos que geramos... Portanto, quando a verdade é aí estabelecida, logo o Amor é traduzido na sua mais ínfima essência. Não porque ele careça, mas porque queira que ela o revele tal como aconteceu com Deus e sua história de Amor pela humanidade.

Grato, Sem. Jerônimo Lauricio.

Sem. Jerônimo Lauricio
www.jeronimolauricio.com

Palavras a um jovem homossexual

As pessoas homossexuais são chamadas à castidade

Tenho recebido muitas correspondências de jovens cristãos que lutam bravamente contra a tendência homossexual e querem viver vida de castidade segundo a vontade de Deus. Eles me pedem ajuda e conforto. Por isso, escrevo essas palavras, com muito amor, a todos aqueles que travam essa luta difícil contra o homossexualismo, cujas causas são complexas.

Comecemos dizendo que a posição da Igreja (que é a da Bíblia e da sagrada Tradição); assistida e guiada pelo Espírito Santo, como Jesus prometeu (cf. Jo 14, 15.25; 16,12-13; Mt 28,20), é que a "tendência homossexual não é pecado" e tem suas causas desconhecidas, mas diz que a PRÁTICA DOS ATOS SEXUAIS é uma "depravação" (cf. Catecismo §2357ss ); é pecado grave.

O que diz o Catecismo da Igreja

§2357 – "A homossexualidade designa as relações entre homens e mulheres que sentem atração sexual, exclusiva ou predominante , por pessoas do mesmo sexo. A homossexualidade se reveste de formas muito variáveis ao longo dos séculos e das culturas. A sua gênese psíquica continua amplamente inexplicada. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves (Gn 19,1-29; Rm 1,24-27; 1Cor 6,9-10; 1Tm 1,10), a tradição sempre declarou que "os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados" (CDF, decl. Persona humana, 8). São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados".

Homossexuais – não discriminá-los

§2358 – "Um número não negligenciável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais inatas. Não são eles que escolhem sua condição homossexual; para a maioria, pois a maioria, pois, esta constitui uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus na sua vida e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa da sua condição".

Homossexuais – viver a castidade

§2359 – "As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes de autodomínio, educadores da liberdade interior, às vezes pelo apoio de uma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem se aproximar, gradual e resolutamente, da perfeição cristã."

Há quem defenda que o homossexualismo é um "terceiro sexo"; e, portanto, algo natural e legítimo. Mas isso entra em conflito com a lei natural; um homem com um homem não podem gerar um filho… Existem dois sexos diferentes para se completarem mutuamente. Cada um dos dois tem predicados que o outro não tem. A tendência homossexual tanto pode ser congênita como pode ser adquirida; todavia ela nunca é normal, porque não é natural. Não é porque alguém tenha a tendência homossexual que é certo dizer que isso é "normal e correto", e que ele pode viver a homossexualidade, discordando até de Deus e das suas Escrituras. Se for assim, o alcoólatra também poderá dizer: "eu tenho naturalmente a tendência a beber, então, é correto e natural eu beber"; o drogado poderia dizer o mesmo; e assim, outros casos. Então, não poderíamos combater nenhum vício.

A cruz da tendência homossexual é pesada, mas o cristão sabe que é da cruz que nasce a ressurreição. Se você souber conviver com a tendência homossexual, mas sem viver os atos homossexuais, você estará como que "subindo a escada da santidade". Para isso é preciso a graça de Deus, a Confissão quando cair, a Eucaristia freqüente, a leitura e meditação da Palavra de Deus. Não é o que todos nós precisamos fazer?

Cristo carregou na Sua Cruz esta sua tendência homossexual; e nas santas chagas do Senhor você pode buscar o remédio para elas. São Pedro diz que "Ele carregou as nossas enfermidades"; então, você pode procurar na oração a cura desse mal. Peça a pessoas de oração, e bem maduras, que orem por você, e busque também um bom tratamento psicológico com um profissional cristão. Sugiro também que você leia o livro "A BATALHA PELA NORMALIDADE SEXUAL" escrito pelo Dr. Gerard van den Aardweg (Editora Santuário Aparecida), Ph.D. em Psicologia pela Universidade de Amsterdam (Holanda). Ele escreve tendo como base mais de trinta anos de terapia com homossexuais.

É preciso também tomar consciência de que você não é o único a carregar um problema difícil. Todo ser humano tem o seu; pode ser até o extremo oposto ao seu, ou seja, uma excessiva atração pelo outro sexo. Isso nos proporciona a ocasião de lutar contra tendências desregradas; é precisamente na luta que alguém se faz grande. Não fora a luta, ficaríamos sempre com nossa pequena estatura espiritual. Por conseguinte, assuma corajosamente sua tarefa de não ceder aos desvios sexuais.

Convido-o, como amigo e irmão em Cristo, para viver a Lei Divina, e você será feliz, mesmo que isso custe muito; quanto mais for difícil, mais mérito você terá diante de Deus. Você, tal como é, é chamado por Deus à santidade. Ele tem as graças necessárias para levar você à perfeição cristã. Os Santos não foram de linhagem diferente da nossa, tiveram seus momentos difíceis, mas conseguiram vencer com o auxílio de Deus.

Pode ser que você não deixe de ter a tendência homossexual, como o alcoólatra não deixa de ter a tendência ao alcoolismo, mas você pode, com o auxílio da Graça de Deus, vencer-se a si mesmo sempre. E receberá de Deus a recompensa, pois você vai agradar muito ao Senhor. E assim você será feliz, mesmo já aqui neste mundo, porque a Palavra de Deus não falha. Não há outro caminho verdadeiro de felicidade para você, esteja certo disso. Mesmo que você caia, não pode desanimar nem se desesperar. Você deve também buscar a Confissão com um padre amigo e que o ajude; e vá em frente. Mais importante do que vencer para Deus, é lutar sempre sem nunca desanimar.

Busque ajuda num amigo em quem você confia e também procure ajuda nos seus pais e na sua família; abra-se com eles se eles podem entendê-lo e ajudá-lo.

Procure sublimar seus impulsos naturais dedicando-se ao esporte e à arte (poesia, música, pintura…) ou a uma tarefa que lhe interesse ou mesmo ao trabalho profissional. Lembre-se de que sentir tendências homossexuais não é pecaminoso, desde que não se lhes dê consentimento. O mal consiste em consentir nessa prática.

Não se feche em si mesmo ou no isolamento. A solidão, no caso, é prejudicial. Se você leva uma vida digna, tenha a cabeça erguida e aborde a sociedade com normalidade. E jamais abandone a sua prática religiosa. Sem Deus todo fardo se torna mais pesado. Não há por que abandonar a prática religiosa se o homossexual se afasta das ocasiões de pecar. A Igreja recomenda aos seus pastores especial atenção aos homossexuais. Eles precisam de sua ajuda.

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 fihos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de Aprofundamentos no país e no exterior, já escreveu 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Conheça mais em www.cleofas.com.br

3 de junho de 2008

O homem e o rio

Havia um homem apaixonado por um rio, gastava longas horas
vendo suas águas a passar, carregando em seu dorso suave folhas e histórias
das cidades acima e isto dava felicidade.

Sua grande alegria era quando chegava a tarde, depois do
trabalho ele ia correndo para o rio, pulava uma cerca e ficava lá em uma
prainha, com os pés mexendo nas areias grossas, bem embaixo de um velho
ingá.

Falava muito, confidenciava segredos, dava gargalhadas,
nunca ia embora, enquanto houvesse luz e por muitas vezes só se deu conta
que era noite quando a lua ladrilhava de prata as águas do rio.

Ficava lá, remoendo lembranças, indo para o futuro em
sonhos. Seus olhos eram rio. O rio passeava com suas águas amigas em seus
olhos, como em nenhum outro. Ambos pareciam ter nascido para ser daquele
jeito, nunca sem o outro, a unidade de almas.

Dizia o homem:

- Amor pra toda vida.

Porém, um dia, o céu escureceu. Nuvens cobriram a terra a
chuva desabou sobre o mundo. A cabeceira do rio foi enchendo e logo tudo
virou correnteza. Árvores foram arrancadas. folhas deram lugar aos galhos
pesados, estes arranhavam tudo o que encontravam, as barrancas desmaiavam e
sumiam devoradas pela fúria das águas.

O rio cresceu, ultrapassou as margens, derrubou cercas,
foi crescendo até chegar na casa do homem da história e destruiu tudo o que
encontrou.

Avançou o jardim... margaridas e rosas desapareceram,
entrou porta adentro com as mãos cheias de lama.

Apagou o fogo no velho fogão a lenha, tudo ficou
destruído.

Quando veio o sol, veio também a desolação. Tinha que
recomeçar e como é difícil recomeçar. Fez o que pôde, sem olhar em direção
ao rio. Seu peito era uma amargura só. Sua cabeça não ficava em silêncio. Só
pensava no que iria dizer. Então falou:

- Por quê? Por que fez isto? Eu confiava em você, tinha
certeza que isto não iria acontecer, não conosco. Havia muito amor entre
nós, amor que não merecia acabar assim. Não é só a lama que está no jardim,
é a confiança que nunca mais será confiança, o amor que nunca mais será
amor, é o adeus que será para sempre adeus...

Foi inútil o rio tentar explicar. Nunca mais tarde se
encontraram. Nunca mais a lua cantou naquele lugar e as águas daquele rio,
como o coração daquele homem, nunca mais foram os mesmos.

O homem mudou-se para muito longe e o rio, quando passava
por lá, tentava não olhar... mas sonhava, bem dentro, em suas águas mais
profundas, um dia ver ali, debaixo do ingá, quem nunca deveria ter ido
embora...

.......................................

Assim também agimos muitos de nós.

Quando somos magoados, feridos ou ofendidos por alguém que
amamos, ficamos revoltados, indignados, decepcionados com essa pessoa e não
lhe damos uma segunda chance.

Viramos as costas e negamos alguma oportunidade de
reconciliação.

Devemos refletir sobre essas atitudes e aprender a perdoar
mais, a amar mais!

Mensagem enviada por: Vera

29 de maio de 2008

Eucaristia: fonte de milagres, sinais e prodígios

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Podemos viver a experiência dos discípulos de Emaús

Tenho apenas um ano e cinco meses de sacerdócio, mas confesso a você que sempre fui um apaixonado pela Eucaristia. Desde quando tive meu encontro pessoal com Jesus, há mais ou menos 14 anos, nunca deixei de ir à Missa diária, fazendo todo esforço para vivenciar a maior manifestação de Deus na nossa terra: a Eucaristia!

Foram poucas as vezes em que não participei da Celebração Eucarística nesses anos todos. E agora como padre, luto bravamente para celebrá-la todos os dias, pois "O Altar de Deus é a alegria da minha juventude". Realizo-me plenamente no altar, a Eucaristia é o presente de Deus que acontece todos os dias na minha vida de sacerdote.

Na narrativa de São Lucas que fala dos Discípulos de Emaús, podemos contemplar a experiência que eles tiveram: "Depois que se sentou à mesa com eles, tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu-o e deu a eles. Neste momento, seus olhos se abriram, e eles o reconheceram. Ele, porém, desapareceu da vista deles. Então um disse ao outro: Não estava ardendo o nosso coração quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?" (Lc 24, 30-32).

Podemos fazer a mesma experiência que esses discípulos viveram. O segredo é estar atentos a cada instante ao milagre que se renova no altar em cada Eucaristia, pois temos a presença real do Senhor e essa experiência também pode acontecer conosco: o coração arder, os olhos se abrirem, e o reconhecimento – com toda a força e fé do coração – que Jesus é o Senhor: estamos diante d'Aquele que pode todas as coisas. É o Deus do impossível que acontece diante dos nossos olhos, por isso, tudo aquilo que, com fé, pedirmos a Ele, nesta hora, Ele faz, Ele realiza.

Tenho experimentado esse poder em cada Eucaristia que celebro e em cada adoração que conduzo. O Senhor tem me permitido ver pessoas sendo curadas de câncer; pessoas que não andavam voltarem a andar; cegos têm começado a enxergar; pessoas oprimidas por satanás estão sendo libertas; pessoas em depressão têm encontrado a perfeita e duradoura alegria, e tantos outros milagres, sinais e prodígios, que me fazem afirmar: A EUCARISTIA É FONTE DE MILAGRES, SINAIS E PRODÍGIOS!

Muitos estão participando da comunhão indignamente, não se confessam mais, não se preparam devidamente para o dom e a força que cada comunhão traz em si. Outros freqüentam a igreja trajando roupas muito decotadas, bermudas ou outros trajes que não condizem com o momento que estamos vivendo: a Santa Missa.

Os que vivem com intensidade, com zelo, com profundidade cada Eucaristia, experimentam no corpo e na alma as graças do momento sublime, único e eterno de cada Missa. Porém, São Paulo diz aos relaxados, aos que não dão o devido valor ao mistério do qual participam: "É por isso que há entre vós muitos enfermos e doentes, e não poucos têm morrido" (1 Cor 11,30).

Afirmo: A EUCARISTIA É FONTE DE MILAGRES, SINAIS E PRODIGIOS! Por isso, ainda é tempo de nos auto-avaliar sobre a nossa participação no Santo Sacrifício da Missa e usufruirmos de toda bênção que cada Eucaristia pode nos oferecer.

Deus o abençoe!

Pe. Roger Luis