9 de junho de 2008

Palavras a um jovem homossexual

As pessoas homossexuais são chamadas à castidade

Tenho recebido muitas correspondências de jovens cristãos que lutam bravamente contra a tendência homossexual e querem viver vida de castidade segundo a vontade de Deus. Eles me pedem ajuda e conforto. Por isso, escrevo essas palavras, com muito amor, a todos aqueles que travam essa luta difícil contra o homossexualismo, cujas causas são complexas.

Comecemos dizendo que a posição da Igreja (que é a da Bíblia e da sagrada Tradição); assistida e guiada pelo Espírito Santo, como Jesus prometeu (cf. Jo 14, 15.25; 16,12-13; Mt 28,20), é que a "tendência homossexual não é pecado" e tem suas causas desconhecidas, mas diz que a PRÁTICA DOS ATOS SEXUAIS é uma "depravação" (cf. Catecismo §2357ss ); é pecado grave.

O que diz o Catecismo da Igreja

§2357 – "A homossexualidade designa as relações entre homens e mulheres que sentem atração sexual, exclusiva ou predominante , por pessoas do mesmo sexo. A homossexualidade se reveste de formas muito variáveis ao longo dos séculos e das culturas. A sua gênese psíquica continua amplamente inexplicada. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves (Gn 19,1-29; Rm 1,24-27; 1Cor 6,9-10; 1Tm 1,10), a tradição sempre declarou que "os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados" (CDF, decl. Persona humana, 8). São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados".

Homossexuais – não discriminá-los

§2358 – "Um número não negligenciável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais inatas. Não são eles que escolhem sua condição homossexual; para a maioria, pois a maioria, pois, esta constitui uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus na sua vida e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa da sua condição".

Homossexuais – viver a castidade

§2359 – "As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes de autodomínio, educadores da liberdade interior, às vezes pelo apoio de uma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem se aproximar, gradual e resolutamente, da perfeição cristã."

Há quem defenda que o homossexualismo é um "terceiro sexo"; e, portanto, algo natural e legítimo. Mas isso entra em conflito com a lei natural; um homem com um homem não podem gerar um filho… Existem dois sexos diferentes para se completarem mutuamente. Cada um dos dois tem predicados que o outro não tem. A tendência homossexual tanto pode ser congênita como pode ser adquirida; todavia ela nunca é normal, porque não é natural. Não é porque alguém tenha a tendência homossexual que é certo dizer que isso é "normal e correto", e que ele pode viver a homossexualidade, discordando até de Deus e das suas Escrituras. Se for assim, o alcoólatra também poderá dizer: "eu tenho naturalmente a tendência a beber, então, é correto e natural eu beber"; o drogado poderia dizer o mesmo; e assim, outros casos. Então, não poderíamos combater nenhum vício.

A cruz da tendência homossexual é pesada, mas o cristão sabe que é da cruz que nasce a ressurreição. Se você souber conviver com a tendência homossexual, mas sem viver os atos homossexuais, você estará como que "subindo a escada da santidade". Para isso é preciso a graça de Deus, a Confissão quando cair, a Eucaristia freqüente, a leitura e meditação da Palavra de Deus. Não é o que todos nós precisamos fazer?

Cristo carregou na Sua Cruz esta sua tendência homossexual; e nas santas chagas do Senhor você pode buscar o remédio para elas. São Pedro diz que "Ele carregou as nossas enfermidades"; então, você pode procurar na oração a cura desse mal. Peça a pessoas de oração, e bem maduras, que orem por você, e busque também um bom tratamento psicológico com um profissional cristão. Sugiro também que você leia o livro "A BATALHA PELA NORMALIDADE SEXUAL" escrito pelo Dr. Gerard van den Aardweg (Editora Santuário Aparecida), Ph.D. em Psicologia pela Universidade de Amsterdam (Holanda). Ele escreve tendo como base mais de trinta anos de terapia com homossexuais.

É preciso também tomar consciência de que você não é o único a carregar um problema difícil. Todo ser humano tem o seu; pode ser até o extremo oposto ao seu, ou seja, uma excessiva atração pelo outro sexo. Isso nos proporciona a ocasião de lutar contra tendências desregradas; é precisamente na luta que alguém se faz grande. Não fora a luta, ficaríamos sempre com nossa pequena estatura espiritual. Por conseguinte, assuma corajosamente sua tarefa de não ceder aos desvios sexuais.

Convido-o, como amigo e irmão em Cristo, para viver a Lei Divina, e você será feliz, mesmo que isso custe muito; quanto mais for difícil, mais mérito você terá diante de Deus. Você, tal como é, é chamado por Deus à santidade. Ele tem as graças necessárias para levar você à perfeição cristã. Os Santos não foram de linhagem diferente da nossa, tiveram seus momentos difíceis, mas conseguiram vencer com o auxílio de Deus.

Pode ser que você não deixe de ter a tendência homossexual, como o alcoólatra não deixa de ter a tendência ao alcoolismo, mas você pode, com o auxílio da Graça de Deus, vencer-se a si mesmo sempre. E receberá de Deus a recompensa, pois você vai agradar muito ao Senhor. E assim você será feliz, mesmo já aqui neste mundo, porque a Palavra de Deus não falha. Não há outro caminho verdadeiro de felicidade para você, esteja certo disso. Mesmo que você caia, não pode desanimar nem se desesperar. Você deve também buscar a Confissão com um padre amigo e que o ajude; e vá em frente. Mais importante do que vencer para Deus, é lutar sempre sem nunca desanimar.

Busque ajuda num amigo em quem você confia e também procure ajuda nos seus pais e na sua família; abra-se com eles se eles podem entendê-lo e ajudá-lo.

Procure sublimar seus impulsos naturais dedicando-se ao esporte e à arte (poesia, música, pintura…) ou a uma tarefa que lhe interesse ou mesmo ao trabalho profissional. Lembre-se de que sentir tendências homossexuais não é pecaminoso, desde que não se lhes dê consentimento. O mal consiste em consentir nessa prática.

Não se feche em si mesmo ou no isolamento. A solidão, no caso, é prejudicial. Se você leva uma vida digna, tenha a cabeça erguida e aborde a sociedade com normalidade. E jamais abandone a sua prática religiosa. Sem Deus todo fardo se torna mais pesado. Não há por que abandonar a prática religiosa se o homossexual se afasta das ocasiões de pecar. A Igreja recomenda aos seus pastores especial atenção aos homossexuais. Eles precisam de sua ajuda.

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 fihos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de Aprofundamentos no país e no exterior, já escreveu 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Conheça mais em www.cleofas.com.br

3 de junho de 2008

O homem e o rio

Havia um homem apaixonado por um rio, gastava longas horas
vendo suas águas a passar, carregando em seu dorso suave folhas e histórias
das cidades acima e isto dava felicidade.

Sua grande alegria era quando chegava a tarde, depois do
trabalho ele ia correndo para o rio, pulava uma cerca e ficava lá em uma
prainha, com os pés mexendo nas areias grossas, bem embaixo de um velho
ingá.

Falava muito, confidenciava segredos, dava gargalhadas,
nunca ia embora, enquanto houvesse luz e por muitas vezes só se deu conta
que era noite quando a lua ladrilhava de prata as águas do rio.

Ficava lá, remoendo lembranças, indo para o futuro em
sonhos. Seus olhos eram rio. O rio passeava com suas águas amigas em seus
olhos, como em nenhum outro. Ambos pareciam ter nascido para ser daquele
jeito, nunca sem o outro, a unidade de almas.

Dizia o homem:

- Amor pra toda vida.

Porém, um dia, o céu escureceu. Nuvens cobriram a terra a
chuva desabou sobre o mundo. A cabeceira do rio foi enchendo e logo tudo
virou correnteza. Árvores foram arrancadas. folhas deram lugar aos galhos
pesados, estes arranhavam tudo o que encontravam, as barrancas desmaiavam e
sumiam devoradas pela fúria das águas.

O rio cresceu, ultrapassou as margens, derrubou cercas,
foi crescendo até chegar na casa do homem da história e destruiu tudo o que
encontrou.

Avançou o jardim... margaridas e rosas desapareceram,
entrou porta adentro com as mãos cheias de lama.

Apagou o fogo no velho fogão a lenha, tudo ficou
destruído.

Quando veio o sol, veio também a desolação. Tinha que
recomeçar e como é difícil recomeçar. Fez o que pôde, sem olhar em direção
ao rio. Seu peito era uma amargura só. Sua cabeça não ficava em silêncio. Só
pensava no que iria dizer. Então falou:

- Por quê? Por que fez isto? Eu confiava em você, tinha
certeza que isto não iria acontecer, não conosco. Havia muito amor entre
nós, amor que não merecia acabar assim. Não é só a lama que está no jardim,
é a confiança que nunca mais será confiança, o amor que nunca mais será
amor, é o adeus que será para sempre adeus...

Foi inútil o rio tentar explicar. Nunca mais tarde se
encontraram. Nunca mais a lua cantou naquele lugar e as águas daquele rio,
como o coração daquele homem, nunca mais foram os mesmos.

O homem mudou-se para muito longe e o rio, quando passava
por lá, tentava não olhar... mas sonhava, bem dentro, em suas águas mais
profundas, um dia ver ali, debaixo do ingá, quem nunca deveria ter ido
embora...

.......................................

Assim também agimos muitos de nós.

Quando somos magoados, feridos ou ofendidos por alguém que
amamos, ficamos revoltados, indignados, decepcionados com essa pessoa e não
lhe damos uma segunda chance.

Viramos as costas e negamos alguma oportunidade de
reconciliação.

Devemos refletir sobre essas atitudes e aprender a perdoar
mais, a amar mais!

Mensagem enviada por: Vera

29 de maio de 2008

Eucaristia: fonte de milagres, sinais e prodígios

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Podemos viver a experiência dos discípulos de Emaús

Tenho apenas um ano e cinco meses de sacerdócio, mas confesso a você que sempre fui um apaixonado pela Eucaristia. Desde quando tive meu encontro pessoal com Jesus, há mais ou menos 14 anos, nunca deixei de ir à Missa diária, fazendo todo esforço para vivenciar a maior manifestação de Deus na nossa terra: a Eucaristia!

Foram poucas as vezes em que não participei da Celebração Eucarística nesses anos todos. E agora como padre, luto bravamente para celebrá-la todos os dias, pois "O Altar de Deus é a alegria da minha juventude". Realizo-me plenamente no altar, a Eucaristia é o presente de Deus que acontece todos os dias na minha vida de sacerdote.

Na narrativa de São Lucas que fala dos Discípulos de Emaús, podemos contemplar a experiência que eles tiveram: "Depois que se sentou à mesa com eles, tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu-o e deu a eles. Neste momento, seus olhos se abriram, e eles o reconheceram. Ele, porém, desapareceu da vista deles. Então um disse ao outro: Não estava ardendo o nosso coração quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?" (Lc 24, 30-32).

Podemos fazer a mesma experiência que esses discípulos viveram. O segredo é estar atentos a cada instante ao milagre que se renova no altar em cada Eucaristia, pois temos a presença real do Senhor e essa experiência também pode acontecer conosco: o coração arder, os olhos se abrirem, e o reconhecimento – com toda a força e fé do coração – que Jesus é o Senhor: estamos diante d'Aquele que pode todas as coisas. É o Deus do impossível que acontece diante dos nossos olhos, por isso, tudo aquilo que, com fé, pedirmos a Ele, nesta hora, Ele faz, Ele realiza.

Tenho experimentado esse poder em cada Eucaristia que celebro e em cada adoração que conduzo. O Senhor tem me permitido ver pessoas sendo curadas de câncer; pessoas que não andavam voltarem a andar; cegos têm começado a enxergar; pessoas oprimidas por satanás estão sendo libertas; pessoas em depressão têm encontrado a perfeita e duradoura alegria, e tantos outros milagres, sinais e prodígios, que me fazem afirmar: A EUCARISTIA É FONTE DE MILAGRES, SINAIS E PRODÍGIOS!

Muitos estão participando da comunhão indignamente, não se confessam mais, não se preparam devidamente para o dom e a força que cada comunhão traz em si. Outros freqüentam a igreja trajando roupas muito decotadas, bermudas ou outros trajes que não condizem com o momento que estamos vivendo: a Santa Missa.

Os que vivem com intensidade, com zelo, com profundidade cada Eucaristia, experimentam no corpo e na alma as graças do momento sublime, único e eterno de cada Missa. Porém, São Paulo diz aos relaxados, aos que não dão o devido valor ao mistério do qual participam: "É por isso que há entre vós muitos enfermos e doentes, e não poucos têm morrido" (1 Cor 11,30).

Afirmo: A EUCARISTIA É FONTE DE MILAGRES, SINAIS E PRODIGIOS! Por isso, ainda é tempo de nos auto-avaliar sobre a nossa participação no Santo Sacrifício da Missa e usufruirmos de toda bênção que cada Eucaristia pode nos oferecer.

Deus o abençoe!

Pe. Roger Luis

O Senhor nos aguarda para o banquete


O Senhor nos aguarda para o banquete "Chamem os coxos, os cegos, os mancos, os pobres, os esfarrapados, os doentes... Chamem a todos, sem exceção". E até disse: "Chamem a todos, bons e maus" (cf. Lucas 14,21-23; Mateus 22,8-10).

Isso nos causa espanto, pois ele mandou chamar bons e maus. E os servos assim fizeram. Vendo que ainda havia lugar, o senhor ainda mandou seus servos uma segunda vez, e inclusive disse: Obriguem-nos a entrar. Nós entendemos essa expressão como "forcem-nos a entrar": os servos foram e insistiram tanto que todos acabaram entrando na sala do banquete.

É isso que Deus está fazendo, hoje, conosco. Nós não fomos os primeiros convidados; pelo contrário, fomos tirados da sarjeta, da rua. O Senhor nos buscou, retirou, purificou, deu-nos "vestes novas", derramou sobre nós o Espírito Santo. Portanto, se hoje seguimos por Seu caminho é porque Ele teve misericórdia de nós.

Seu irmão,

Monsenhor Jonas Abib

27 de maio de 2008

Amar tem poder de renovação

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Como posso amar o próximo se ainda não me amo?

Se quiser ser de Deus, terá que viver as duas vias do Senhor: 'Amarás ao Senhor teu Deus e ao próximo como a ti mesmo'.

O que você entende por esta palavra 'amor'?

É impressionante o quanto o amor de Deus nos toca. Os poetas sempre tentaram decifrar esse sentimento, mas nunca conseguiram. Assim como Luiz de Camões em seu célebre poema: 'O amor é um fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer'.

O amor não se poetiza. Quantas vezes o sentimos e não sabemos onde realmente dói. O amor é revelação, inauguração, tem o poder de ser novo com aquilo que estava velho.

Jesus sabe da capacidade de olhar as coisas miúdas da vida, as que não damos valor e aquelas que ninguém havia visto antes. Colocando os pés no seguimento de Cristo, ouvimos a Palavra para olhar a vida diferente: 'Amar a Deus sobre todas as coisas'. E o que significa amar o meu próximo? O que significa olhar para o meu irmão e saber que nele tem uma sacralidade que não posso violar?

Como posso descobrir esse convite de Deus de abrir os olhos às pessoas? No dia de hoje, eu lhe proponho que acabe com os 'achismos' do amor. A primeira coisa que Deus precisa curar é o que nós achamos do amor. Pois, muitas vezes, em nome dele [amor], nós fazemos absurdos: seqüestramos, matamos, fazemos guerra, criamos divisões.

O amor nos dá uma força que nem nós mesmos sabíamos que tínhamos. É a capacidade que ele tem de nos costurar. Quantas vezes olhamos para a objetividade do outro que nos motiva a ser melhores. É o amor com suas clarezas e suas confusões...

Muitas vezes, em nome do amor tratamos as pessoas como 'coisas'.

Quando Deus entra em nossa vida e entramos na vida de outras pessoas, temos de entrar como Ele: agregando valores. Caso contrário é melhor que fiquemos de fora, porque você é um território que merece respeito.

Na passagem da sarça ardente (cf. Ex 3,2ss ) Deus se manifesta em uma árvore que pega fogo, mas não é consumida. Esse é o amor de Deus: Quanto mais nós amamos, mais somos consumimos; e se estamos esgotados é porque amamos 'de menos'. Vamos ficando sem o vigor; mas a sarça queima sem se consumir. O fogo do amor não queima, pois é um fogo que faz outro fogo, e a experiência do amor de Deus é feita pelo amor de um para o outro. Quantas vezes você passou noites inteiras acordado pelo seu filho? Quanto sono perdido? Isso é por amor... Amar o outro é levar prejuízo.

Você vai saber o que é o verdadeiro amor quando você se consome, mas não se esgota. Você nunca vai dizer que está cansado de amar o seu filho. Você está cansada dos problemas causados por ele, mas não de amá-lo.

Quantas pessoas que procuram e estão necessitadas do amor, mas em sua busca correm atrás das micaretas e baladas? A busca do amor está aguçada. Todos estão querendo saber o que é o amor e todos estão precisando de cura. Quantas pessoas foram amadas erroneamente, trazendo as marcas de um amor estragado.

Tenha coragem de tirar as histórias do passado que doem e que você as carrega até o dia de hoje. Nenhuma pessoa pode amar a Deus se não se ama. Nenhuma pessoa pode ter uma experiência com Deus se não for pelo amor a si própria, pelo respeito por si mesma. O amor a Deus passa o tempo todo pelo cuidado que eu tenho com a minha vida, com a minha história. Como sou capaz de amar o próximo como a mim mesmo se ainda não me amo?

Faça caridade a você primeiro. Os seus amigos irão agradecer por você se amar. Quando o amor nos atinge, somos mais felizes. Um povo que se ama é um povo que sabe aonde vai. Eu ainda acredito no que Deus pode em mim. Volte a gostar de você!

Foto Padre Fábio de Melo

Padre Fábio de Melo é professor no curso de teologia, cantor, compositor, escritor e apresentador do programa "Direção espiritual" na TV Canção Nova.

Abandonar a ociosidade

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Um mau trabalhador é também um mau cristão

"O trabalho é pois um dever: 'Quem não trabalhar , também não há de comer'(2Ts3,10). O trabalho honra os dons do Criador e os talentos recebidos. Suportando a pena do trabalho, unido a Jesus, o artesão de Nazaré e o crucificado do Calvário. O homem colabora de certa maneira com o Filho de Deus na sua obra redentora. Mostra-se discípulo de Cristo carregando a cruz de cada dia, na atividade que está chamado a realizar.

O trabalho pode ser um meio de santificação e uma animação das realidades terrestres no Espírito de Cristo" (Catecismo da Igreja Católica, n. 2427). Esse ensinamento da Igreja mostra bem o valor sobrenatural do trabalho do homem; e portanto, diz aos pais o quanto é importante introduzir os filhos no mundo do trabalho com uma correta mentalidade que lhes acompanhe a vida toda. O mundo da oficina deve ser tão sagrado quanto o seio da igreja onde entramos para celebrar o Santo Sacrifício.

Não podemos dividir a nossa vida numa parte profana e outra religiosa; o mesmo Deus é o autor da fé e do trabalho, e quer, que através de ambos cheguemos à santidade. São Domingos Sávio, modelo de santidade jovem, dizia que ser santo "é cumprir bem os deveres e ser alegre". Que receita simples, nascida no coração de uma criança santa!

Nós leigos somos chamados a santificar o mundo através do trabalho. Um mau trabalhador, preguiçoso, negligente, displicente, é também um mau cristão.

Temos de ensinar aos nossos filhos que o trabalho não deve ser bem realizado só quando o patrão está perto, ou quando o salário é gratificante. Em qualquer circunstância ele deve ser bem feito, para a maior glória de Deus. São Paulo, ao escrever aos colossenses, disse: "Tudo o que fizerdes, por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por Ele graças a Deus Pai" (Col 3,17). "Tudo o que fizerdes, fazei-o de bom coração, como para o Senhor e não para os homens. Sabeis que recebereis como recompensa a herança das mãos do Senhor. Servi ao Senhor Jesus Cristo" (Col 3,21).

Esses ensinamentos do Apóstolo mostram que "tudo" o que fazemos deve ser bem feito, por amor a Deus e para Deus; e, é d'Ele, de Suas Mãos que vamos receber o prêmio da fidelidade de ter trabalhado bem, por mais simples que seja o nosso ofício. Portanto, é preciso ensinar o filho a trabalhar como se o Senhor fosse o Patrão; e, na verdade, Ele é o grande Chefe desta oficina que é o mundo.

Não permitam que os filhos caminhem na ociosidade, para que não cheguem às moradas dos vícios.

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 fihos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de Aprofundamentos no país e no exterior, já escreveu 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Conheça mais em www.cleofas.com.br

17 de maio de 2008

Namorados que nasceram para ser amigos

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Namoros não são muletas para evitar solidão

Muitos namoros, por terem assumido propósitos diferentes, não conseguem fluir ou atingir o amadurecimento que deveriam ao longo dos anos, conforme o desejado. Talvez, sem perceber ou por falta de coragem em admitir a insatisfação diante do outro, alguns casais, no tempo em que estão juntos, limitam-se a poucas palavras ou até mesmo mal manifestam interesse pelo outro.

A insatisfação gera descontentamento e este pode ser refletido nas atitudes de grosseria, rispidez nas palavras e até de isolamento por parte dessas pessoas que não conseguem se encontrar no relacionamento. Quando isso acontece, como se costuma dizer, quem "paga o pato" são as pessoas mais próximas, neste caso: familiares e amigos.

Diante de alguma dificuldade ou quando os nossos projetos não estão se desenvolvendo como gostaríamos, pouco a pouco, a falta de estímulo e o ardor para assumir novas atitudes desaparece. Pode-se até admitir que foi diferente a maneira como se iniciou o relacionamento ou que a pessoa não seja tão romântico(a) como se gostaria que ele(a) fosse.

Quando os namoros começam a patinar, entrando numa rotina sem progresso, muitos acabam se limitando à superficialidade de uma amizade. Muitas vezes, seja por comodismo ou por alguma liberdade que se acredita ter adquirido no convívio, os namorados podem correr o risco de preferir continuar arrastando o relacionamento em vez de definir a situação, mesmo que os sinais vitais deste indiquem "falências múltiplas". Ainda que os casais se esforcem em simular uma alegria com este relacionamento, o olhar contesta com a falta do brilho de vigor. A situação se agrava ainda mais quando ambos caem na tentação de buscar a frieza do isolamento, evitando partilhar com alguém que possa oferecer ajuda sensata sobre aquilo que estão vivendo. Talvez a falta de coragem para definir o rompimento dessa relação débil é adiada pelo medo de não encontrarem outra pessoa por quem possam novamente se apaixonar.

Infelizmente, muitas pessoas tentando remediar a situação – e por julgarem que o sexo poderia mudar alguma coisa na relação –, acabam se complicando ainda mais com uma gravidez. Se o namoro já manifestava sinais de fraqueza, poderia o casal ser forte o bastante para suportar uma responsabilidade que o acompanhará por toda uma vida? Ou se a pessoa com quem estamos nos relacionando não parece ser o homem ou a mulher ideal, que se esperava encontrar, poderia ser agora uma muleta somente para não se ficar sozinho(a)?

Se entendemos que a nossa vida é composta de etapas, as quais vamos vencendo e aprendendo com cada uma delas, não podemos insistir na direção errada ao percebermos que as placas de nossa "estrada" indicam outra direção. Da mesma forma, se depois de algum tempo, percebemos que o namoro não corresponde com o que desejávamos, por que então insistir em "malhar em ferro frio"?

Deixar de acreditar na sua própria capacidade de decisão e escolha é fechar as portas das oportunidades para a felicidade que se almejava alcançar.

Que o Espírito Santo venha em auxílio de nossas fraquezas, e abrindo nossos olhos não corramos o risco de subestimar os toques d'Aquele que caminha conosco.


Foto José Eduardo Moura
webenglish@cancaonova.com
Missionário da Comunidade Canção Nova, trabalhando atualmente na na Fundação João Paulo II no Portal Canção Nova.
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