31 de março de 2020

Refeição em família traz benefícios ao lar

Em vez de desperdiçar tempo no celular, aproveite a refeição para viver momentos agradáveis e fortalecer vínculos.

Mããããe….. paaaaaai….. Baaaaaa (é assim que ela chama o irmão). É dessa maneira que a Serena, nossa filha de um ano e meio, chama na expectativa de despertar alguém ainda antes das seis da manhã. Toda feliz, ela desperta com fome. A adrenalina começa logo cedo lá em casa. Tobias, o mais velho de cinco anos e meio, já está todo independente, mas precisa de direções bem objetivas para não se distrair nem perder a hora da escola.

O café da manhã, ele ajuda a preparar, mas, de repente, em um segundo que a gente se distrai, surge um tsunami: o leite com chocolate se transforma em uma onda, cai sobre a mesa toda, se espalha pelo chão, suja sua roupa, a roupa da irmã. Um caos está prestes a acontecer… Respiramos fundo. Agimos com calma [quando possível]. Tudo isso, para montar o cenário de uma refeição em família. Sem contar, a criança que resolve transformar o prato em chapéu ou o bolo em confete espalhando-o pela casa inteira.

Refeição em família traz benefícios ao lar

Foto ilustrativa: monkeybusinessimages by Getty Images

Usufrua da refeição em família

Além dessa agitação, tomar refeição em família pode ser muito especial, divertido, além de estimular uma alimentação saudável. Alguns pais, no entanto, com o objetivo de manter os filhos quietinhos e conseguirem fazer as refeições mais tranquilos, optam por oferecer celular às crianças. Os pais não estão isentos dessa tentação. Recentemente, Papa Francisco chamou à atenção para esse assunto: "devemos retomar a comunicação em família: os pais, os pais com os filhos, com os avós, mas se comunicar com os irmãos, entre eles…".

A comunicação familiar pode se tornar um círculo virtuoso; e o hábito cultivado em casa se tornará um importante aliado nos encontros com amigos. "Tu, em tua família, sabes te comunicar, ou és como aqueles jovens na mesa, cada um com um telefone celular, [que] estão [trocando mensagens] em chats? Naquela mesa, parece um silêncio, como se estivessem na Missa… Mas não se comunicam", alertou o Papa Francisco num dos últimos compromissos públicos de 2019.

"Maria, José e Jesus, a Família de Nazaré, representa uma resposta uníssona à vontade do Pai. Os três componentes dessa família singular se ajudam reciprocamente a descobrir e realizar o plano de Deus. Eles rezavam, trabalhavam, comunicavam-se", disse o Papa, indicando o exemplo da Sagrada Família.


Comunicação familiar

Caso sua família enfrente obstáculos para fazer juntos as refeições, comece criando hábitos aos poucos, sem se preocupar com a perfeição. Primeiro, identifique os obstáculos; depois, estipule metas realistas. Aos poucos, percebendo os benefícios, vocês podem avançar. Como temos um ritmo bem intenso, por conta de nossa opção por uma vida missionária, buscamos aproveitar bem as ocasiões em que estamos reunidos, envolvendo a família na preparação da mesa.

A sacralidade do domingo, por exemplo, é transmitida por meio da frequência à missa, de atividades em família como um passeio no parque. No domingo, chocolate é permitido, e chega como uma surpresa ao final do almoço. O trabalho realizado com empenho e alegria desperta nos filhos o apreço e o interesse por contribuir na edificação da sociedade. A comunicação familiar é em constante. Até mesmo as palavras não ditas podem ser assimiladas pelas crianças. Sugiro uma avaliação do que e do como está acontecendo a comunicação em sua casa. "A família é um tesouro precioso: é preciso sempre apoiá-la, protegê-la, em frente!", afirma o Papa Francisco.



Rodrigo Luiz dos Santos

Missionário na Canção Nova, Rodrigo é, atualmente, responsável de missão da Canção Nova em São Paulo (SP). Apresentador da TV Canção Nova, estudou Filosofia e formou-se em Jornalismo pela Faculdade Canção Nova. É casado com Adelita Stoebel, também missionária na mesma comunidade.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/refeicao-em-familia-traz-beneficios-ao-lar/

26 de março de 2020

Faça da sua casa uma casa de oração

Não há como negar, estamos vivendo um tempo difícil, o inimigo é invisível e corremos o risco de nos desesperamos frente às provas que a humanidade está vivendo. No entanto, é importante termos uma certeza: não estamos sozinhos!

Intercessão da Virgem Maria

São João Paulo II, em sua carta encíclica Redemptoris Mater nos diz: "A Virgem Maria está, constantemente, presente na caminhada de fé do povo de Deus" (n. 35). Essa presença de Nossa Senhora, como Mãe que nos direciona para Cristo, é real e concreta. Ela viveu com fidelidade sua missão, foi fiel ao seu 'sim', ao seu fiat (faça-se) , e não desviou o olhar da vontade de Deus em sua vida, mesmo nos tempos de adversidades.

Faça da sua casa uma casa de oração

Foto ilustrativa: ThitareeSarmkasat by Getty images

O que a humanidade vive, neste tempo, precisa nos alicerçar ainda mais em nossa fé, num olhar atento para o céu: "Elevo os meus olhos para os montes: de onde me vem o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra" (Salmos 121,1).

E para o alto a Mãe da Humanidade nos aponta. Sim, Nossa Senhora é feliz (bem-aventurada), porque acreditou, porque caminhou na estrada com fé, sem vacilar. Ao olhar a Virgem Santa Mãe de Deus aos pés na cruz, podemos aprender com ela a confiar.

Em Fátima, aos pequenos pastores do Aljustrel, a Virgem mais brilhante que o sol disse, em nosso idioma, na aparição de 13 de junho de 1917: "E tu, sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus" (In Memórias da Ir. Lúcia p 175).

Eis a voz que deve ecoar em nossos corações. Não estamos sozinhos, essa mão materna está segurando a nossa. Sim, ela pode nos tocar, pois nada pode deter seu amor de Mãe, essa presença amorosa que tem acompanhado o mundo em tempos difíceis de guerras, de pestes, de frieza, indiferença… Essa presença amorosa nos ensina que Cristo é a luz nos tempos de escuridão, e que não há estrada que o Filho de Deus não possa iluminar.


Oração do terço em família

Vamos, então, fazer da nossa casa uma casa de oração? Crie um ambiente oracional, acenda uma vela, coloque uma imagem de Nossa Senhora. Ambiente pronto? Pegue o terço nas mãos e reúna os que estão com você (só os da sua casa, obedecendo os direcionamentos para este tempo). Rezem o terço, contemplem os mistérios, deixem este lar ser visitado pelo Amor, pelo consolo e pela esperança.

Você, talvez, não saiba contemplar os mistérios (nós os apresentaremos aqui), mas não deixe de fazer da sua casa uma casa de oração. Ah! Motive seus amigos, vizinhos e quem está longe de você neste tempo; use as redes sociais, os meios que estão a sua disposição, e firme, em seu coração, esta certeza: "O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus", pois a minha casa é uma casa de oração.

Cristiane Henrique, missionária  da Comunidade Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/faca-da-sua-casa-uma-casa-de-oracao/

Tempo de penitências e orações

Estamos na Quaresma, quarenta dias em que a Igreja nos pede uma dedicação especial ao jejum, esmola e oração, como remédios contra os nossos pecados. É tempo de conversão, é o tempo favorável, é o tempo da salvação, e da graça de Deus que não podemos deixar passar em vão.

É tempo de oração. Sem oração é impossível caminhar na fé e fazer a vontade de Deus. Ela é a nossa força; por ela os santos chegaram à santidade; e sem ela ninguém experimentará a glória e o poder de Deus. O Senhor Jesus nos manda "orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo" (Lc 18,1), e São Paulo nos recomenda: "Orar sem cessar" (I Tess
5,17).

A oração é para a alma o que o ar é para o corpo. Uma alma que não reza é uma alma que não respira; não tem vida. Ninguém pode servir a Deus sem muita oração, pela simples razão de que é Ele, e somente Ele, que realiza todas as coisas; Ele nos capacita, nós somos apenas seus instrumentos. Quanto mais comungamos com Ele pela oração, mais nos tornamos um instrumento útil em suas santas mãos.

Tempo de penitências e orações

Foto ilustrativa: Bruno Marques/cancaonova.com

É uma grande ilusão querer fazer algo por Deus, e para Deus, sem antes muito rezar. Essa é a maior tentação que sofremos: rezar pouco, não rezar ou rezar mal. Jesus é muito claro sobre tudo isto: "Sem Mim nada podeis" (Jo 15,5).

É tempo de conversão!

A oração pode mudar todas as coisas; pois, o próprio Anjo Gabriel disse à Maria: "Para Deus nada é impossível" (Lc 1,37). "Tudo é possível ao que crê" (Mc 9,23), nos garantiu o Senhor. E mais, "pedi e vos será dado" (Lc 11,9), "Tudo o que pedirdes na oração, crede que o tendes recebido, e ser-vos-á dado" (Mc 11,24).

São Paulo recomenda com insistência: "Orai em todo o tempo" (Ef 6,18), "perseverai na oração" (Col 4,2), "orai sempre e em todo o lugar" (1 Tim 2,8). "Antes de tudo recomendo que se façam súplicas, orações, petições, ações de graças por todos os homens…" (1 Tim 2,1).

Nesta Quaresma, como todos vemos, o efeito dessa pandemia do Coronavírus nos remete a uma Quaresma especial, já que todos estamos em quarentena, em nossas casas. O trabalho profissional foi suspenso para a maioria das pessoas. Então, temos mais tempo para rezar em nossas casas, não só como tempo de Quaresma, mas também para que Deus tenha compaixão de nós e nos livre logo desta tormenta.

E, por si só, este tempo já será um tempo de penitência de muitas formas, variando de pequenos sacrifícios de termos de ficar em casa sem sair, até mesmo a internação e até morte pela infecção do vírus. Então, nossa penitência, em qualquer grau que seja, deve ser a de oferecer a Deus o nosso sofrimento e o de nossos entes queridos para a salvação nossa e do mundo, com resignação e amor a Deus.


Dica de penitência para esta Quaresma

São Paulo disse: "Completo na minha carne o que falta à paixão de Cristo pelo seu corpo que é a Igreja" (Col 1,24). E ele pede na Carta aos romanos: "Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito" (Rom 12,2-3).

Essa, então, será a nossa melhor penitência nesta Quaresma, oferecer a Deus o nosso sacrifício como um culto espiritual. São Francisco de Sales, doutor da Igreja do século XVII, dizia que a melhor penitência não é a que escolhemos para fazer, mas a perfeita aceitação do sofrimento que Deus permite que nos atinja. É o médico que deve prescrever o remédio e não o paciente. Sabemos que Deus não é o autor do mal, mas Ele pode permitir – em sua sabedoria e bondade – que o sofrimento nos atinja para nossa purificação, para o exercício das virtudes: pureza, paciência, desprendimento, caridade, temperança, bondade, mansidão… E para a salvação nossa e da humanidade.

Monsenhor Ascânio Brandão, em seu inspirado livro "Breviário da Confiança" (Ed. Cléofas), diz que, Deus, muitas vezes, precisa "ferir o corpo para salvar a alma". Tenhamos fé e confiança em Deus!



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/tempo-de-penitencias-e-oracoes/

20 de março de 2020

Não somos super-heróis, somos humanos!

Fiz questão de conversar com você sobre um assunto muito importante, mas que, muitas vezes, é esquecido: somos seres humanos. Você é ser humano, não é anjo, super-homem nem supermulher.

Muitos acham que para serem aceitos ou reconhecidos, precisam, de certa forma, negar sua humanidade, assumindo uma caricatura de "super", de "herói". Você sabia que o ser humano é a obra-prima, a pupila dos olhos de Deus? Não somos pouca coisa, por isso, não precisamos assumir outra realidade.

O que é ser humano?

Ser humano é ser amor, afinal, Deus é amor. Como filhos d'Ele, só podemos ser amor também. Ser humano é assumir nossas qualidades, que não são poucas, e nossas limitações também. É saber que temos fraquezas, mas que as podemos superar pela graça de Deus. É dizer 'sim', a cada dia, ao desafio de Deus, de sermos plenamente homens e mulheres sarados, curados, livres a ponto de optarmos pelo bem.

Não somos super-heróis, somos humanos!

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Os seres humanos possuem a capacidade de amar

Muitas teorias afirmam que a racionalidade distingue o ser humano dos outros animais. Eu diria que sim, mas não só. Na ótica cristã o que mais nos distingue é a capacidade de amar a Deus e amar ao próximo.

O  que vem a ser amor no contexto bíblico? Tomemos a Palavra de Deus em 1 Coríntios 13,4-7: "O amor é paciente, é benfazejo, não é invejoso, não é presunçoso nem se incha de orgulho, não faz nada de vergonhoso, não é interesseiro, não se encoleriza, não leva em conta o mal sofrido; não se alegra com a injustiça, mas fica alegre com a verdade. Ele desculpa tudo, crê tudo, espera tudo, suporta tudo".


Acredito que, com esses versículos, deu para percebermos um pouco do que é o amor. Mas cá entre nós, quem conseguir viver esse amor é ou não mais do que super-herói? Esse é o seu chamado, esse é o chamado de cada cristão. Que possamos, com toda alegria, abraçarmos a esse chamado de Deus, sabendo que o amor é um dom gratuito que nos é dado se o pedirmos. Deus abençoe nosso bom propósito!

Padre Clóvis A. Melo
Comunidade Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/nao-somos-super-herois-somos-humanos/

18 de março de 2020

Não permita que seu casamento se afunde!

No casamento, a dor de muitas mulheres é não ter um marido formado pelo Espírito Santo, confiante na Palavra, homem de oração, fiel a Deus.

É tempo de resgatar seu casamento

Talvez, as situações que elas atravessam são tão difíceis, justamente por não terem um marido santo. É hora de empenhar-se, de lutar, sofrer, de orar com fervor. É tempo de resgatar seu lar, seu marido, seu casamento. Que São José a ajude e a faça semelhante a Maria. Creio que, para muitas mulheres falta essa entrega, pois querem o esposo em Deus mas o seguram…

É certo que, todo homem é bastante independente. A cabeça tem de ser independente! O coração é diferente, está preso dentro do tórax e bem defendido! Mas a cabeça tem de ficar fora, ser autônoma. O homem é a cabeça; a mulher é o coração. Cada um no seu lugar. Ciúmes não resolve. Deixe seu marido livre para Deus. É a melhor maneira de garanti-lo para si.

Seu casamento não pode afundar

Foto ilustrativa: Bruno Marques/cancaonova.com

Os homens precisam de coração. Graças a Deus, as mulheres, que são o coração, têm "batido" bem. Sim, felizmente são elas que têm sustentado tanto os homens como também as famílias. Mas é preciso que a cabeça esteja unida ao coração, desempenhando a função que lhe cabe.

Com razão, o anjo disse a Maria: "Ave Cheia de Graça!". E Isabel disse a ela: "Bendita és tu entre as mulheres!". Não resta dúvida de que ela foi "bendita entre as mulheres". Mas Deus colocou José para ser a cabeça de Maria, e respeitou esta hierarquia, confiando-lhe Suas ordens. O canal da graça, da bênção, da santidade para Maria era José.

O segredo é a oração

Este é o segredo para você, mulher: querer o seu marido cada vez mais santo. Para isso, pedir, rezar, suplicar, jejuar. Quanto mais ele for santo, mais ele será canal para você ser de Deus. O Pai não a quer santa sozinha; você precisa do seu marido e ele precisa de você. Deus quer marido e mulher caminhando juntos para a santidade.

Há dois tipos de caiaque: um é o individual, no qual uma pessoa sobe, segura os remos e vai remando… O outro é o caiaque duplo. Neste, não dá para ir sozinho: ele foi fabricado para duas pessoas. A distribuição de forças e de peso no caiaque é para duas pessoas e, sendo assim, não adianta apenas um esmerar-se no remo e deixar que o outro "se vire".

No caiaque duplo, a sincronia dos remos é o mais importante. Não adianta um remar bem e o outro mal. Se um rema e o outro não rema, se um rema rápido e o outro rema devagar, o caiaque afunda. Esse "jogo de forças" sem sincronia faz com que o caiaque vá para o fundo.

O matrimônio é um caiaque de dois. Se Deus chamou você para o matrimônio, não há outro jeito: é preciso remar em sincronia. É preciso que homem e mulher andem em sintonia. É preciso aprender. E, muitas vezes, vai ser preciso ensinar. Um ensina o outro. Mas é preciso que os dois aprendam, pois é o único jeito de levar em frente o caiaque do casamento.


Se você, mulher, já está mais adiante no processo da santificação, saiba que não adianta sair na frente, como na "Corrida de São Silvestre". Sua vocação é andar no caiaque duplo. É ter sincronia, é ensinar o marido a remar junto.

Sua função é preparar seu companheiro, para que ele também aprenda e entre no ritmo. Você precisa começar com seu marido bem devagarinho, treinando bastante, até que ele se habitue e vocês adquiram sincronismo.

No casamento, a santidade, o caminho para Deus é conquistado a dois

Homens, é hora de deixar de covardia! Remem com suas mulheres, pois elas já remaram demais sozinhas. O barco afundou porque vocês, infelizmente, não tinham assumido suas responsabilidades.

Não basta dizer: "Minha esposa já vai à Igreja, reza, comunga, conta os pecados dela e os meus para o padre. Eu já nem preciso me confessar". Isto é desculpa! É preciso que você também assuma seu caminho de santidade. Não há outro jeito!

Maria foi tão santa porque José foi muito santo. E, ao mesmo tempo, (aí está o bonito), José foi tão santo porque Maria foi muito santa.

Monsenhor Jonas Abib


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/relacionamento/casamento/nao-permita-que-seu-casamento-se-afunde/

16 de março de 2020

Suas mentiras se tornaram suas verdades?

Você conhece alguém ou se encontra nessa situação em que as mentiras se tornaram verdades por começar a acreditar nelas?

Aquelas mentiras, simples e inofensivas, que inicialmente eram criadas para não se sentir humilhado ou para sair de uma situação constrangedora, agora já se tornou tão grande, que até você acredita nela. Mesmo sabendo que é mentira! Infelizmente, esse quadro tem crescido muito em nosso meio.

As mentiras, geralmente, não começam grandes

Algumas pessoas começam, desde pequenas, a contar histórias mirabolantes de sua vida; porém, irreais, com o único objetivo de passar por aquele momento em que se sente inferior. Normalmente, isso acontece com pessoas que apresentam quadros depressivos, de baixa autoestima, baixa autoimagem, complexo de inferioridade por não possuir nenhum atributo físico, status ou material, que desejaria naquele momento e não o têm.

Suas mentiras se tornaram suas verdades?

Foto ilustrativa: Daniel Mafra/cancaonova.com

Vou dar um exemplo para ficar claro. Você se encontra com um amigo, hoje, e pergunta como ele vai. Logo, ele responde: "Cheguei ontem de Paris. Você acredita que minha bagagem foi extraviada e eu tive de comprar algumas roupas lá? Não tinha nada para vestir até que minha bagagem chegasse. Foi um constrangimento! Mas nada que atrapalhasse a beleza da cidade luz!". Ao fim de todo o discurso, você fica embasbacado com tamanha história contada, pois havia visto essa mesma pessoa, de longe, há dois dias, no shopping da cidade. Então, fica na dúvida se, realmente, você o viu há dois dias, se ele confundiu a data de desembarque ou se, realmente, inventou toda essa história. Até que você se lembra que essa não é a primeira vez que passa por essa situação com ela, e que já houve outras histórias.

O que é mentira de mitômanos?

A mentira dos mitômanos difere dos mentirosos compulsivos e demais classificações dessa área, e a mesma não tem intenção de prejudicar o outro. A mentira é mesmo na intenção de não se sentir inferior, de exibir algo que não tem e gostaria de ter; gostaria de ser e não é. Daí, podem surgir novas histórias como casamentos que não existem ou um determinado curso que não fazem; até sai, todos as noites, falando que está indo para faculdade, mas, na verdade, a pessoa faz outra coisa e sustenta toda essa história por vergonha daquilo que realmente é.

Contar mentiras, muitas vezes, leva a pessoa a criar uma vida fantasiosa

A mitomania, normalmente, se desenvolve por não tolerarem seus reais limites e frustrações, o que, consequentemente, os obriga a criar uma história fantasiosa suportável. Tal comportamento é semelhante ao das crianças; nesse caso, podemos comparar que em adultos temos um quadro de pessoas emocionalmente imaturas. Existe uma outra possibilidade também bem comum, que são os casos das pessoas que acreditam que o mundo só aceita aqueles que possuem algum valor, por isso criam seus valores para serem aceitos.

A grande dificuldade para as pessoas que desenvolvem essa patologia, ou seja, a mentira/mitomania, é que para ele se torna algo habitual, contam histórias criadas, inventadas, para se safarem de situações e sentirem bem. E à medida que não descobrem suas "falsas verdades", continuam criando novas, pois percebem que essa é a melhor saída. Para eles, enfrentar a verdade é duro e sofrível.


O grande prejuízo dessa patologia é a desconstrução dos relacionamentos devido à falta de confiança, pois percebem o comportamento incoerente e não suportam viver no mar de mentiras e ilusões criadas por essa pessoa.

As formas de tratamento, atualmente, são psicoterapia e, se necessário, acompanhamento com psiquiatra. No entanto, o melhor suporte é o da família, pois, normalmente, não se reconhece a doença e, assim, raramente se chega ao consultório de psicologia para tratamento.



Aline Rodrigues

Aline Rodrigues é missionária da Comunidade Canção Nova, no modo segundo elo. É psicóloga desde 2005, com especializações na área clínica e empresarial e pós-graduada em Terapia Cognitiva Comportamental. Possui experiência profissional tanto em atendimento clínico, quanto empresarial e docência.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/suas-mentiras-se-tornaram-suas-verdades/

13 de março de 2020

O trabalho vale mais que a nossa qualidade de vida?

Tanto no trabalho quanto na vida, nunca se correu tanto como nos dias de hoje

"De fato, que se aproveita ao ser humano de todo o seu trabalho, e da aflição do coração com a qual labutou debaixo do sol? Todos os seus dias são dores, e sua ocupação sofrimento. Nem de noite repousa o seu coração, e também isso é vaidade" (Eclesiastes 2,22-23).

Diga a verdade: quantas vezes você já se questionou sobre a utilidade da nossa vida? Quantas pessoas se sentem deprimidas por se acharem inúteis! Nunca se trabalhou tanto, nunca se correu tanto. Tantas coisas para resolver, ruas lotadas de gente (que tem emprego, trabalho, ocupação etc.) e que não são satisfeitas, porque, mesmo assim, se acham inúteis. Perguntam-se: "Qual a finalidade de tudo isso se vou morrer?".

O trabalho vale mais que a nossa qualidade de vida?

Foto ilustrativa: AndreyPopov by Getty Images

Existe ainda o caso dos que se submetem às piores condições (de saúde e até de dignidade!) para ter um "trabalho". Mas a vida vale mais que o trabalho?

Será que você é ativista?

No fundo, todos os questionamentos anteriores têm uma resposta aparentemente simples: perda da visão de Deus e queda no ativismo. Mesmo Jesus, que cheio de ocupações estava indo às pressas ressuscitar a filha de Jairo (Mc 5,21s), parou no meio da confusão e percebeu: "Alguém me tocou?". Na atividade, na confusão do dia a dia, Ele não perdeu Seus objetivos (salvar cada um!) e também não se deixou levar pela agitação cotidiana.


Caímos em três pecados básicos:

1 – Sempre tenho algo para fazer. Nunca paro!
2 – O que faço nunca é suficiente. Sempre falta algo.
3 – Isso causa uma certa opressão; perco metas e reclamo da vida.

É como um cão, que tenta morder o rabo dando voltas em si mesmo. Ele corre, corre, corre, mas nunca alcança seu objetivo. Precisamos acabar com esse círculo vicioso do ativismo.

Na casa de minha avó Gioconda (Percioli, buona gente de Montealto!), quando acabávamos de traçar aquele "bifão" apimentado com polenta, algumas pessoas (muito solícitas!) corriam para a cozinha e já se dispunham a lavar as louças, passar pano, limpar o fogão. Aí, a doce velhinha ficava uma fera! E dizia para todos: "Parem! Calma! A louça não vai fugir. Vamos conversar. Sentem-se aí! Isso também é almoço!".

Mangia che te fa bene, peró parli anche! (Coma, que lhe faz bem, mas também fale!) Ela tinha razão.

Ali, geravam-se relacionamentos, aprendia-se a conversar (você sabia que precisamos aprender a conversar?), e o tão famoso (nossa, como eu evitei usar esta palavra!) estresse vai todo embora no convívio e no bate-papo.

Como vencer o ativismo

1 – Ação de resposta (Tiago 4,15): "Se o Senhor quiser, estaremos vivos e faremos isto ou aquilo", ou seja, sair do 'se Deus quiser' passivo como quem apenas vai levando a vida.

Existem algumas pessoas que pensam que a finalidade, o fim da nossa vida, é o louvor, quando, na realidade, o louvor não é o fim apenas, mas o meio, a maneira de viver, o como viver. Lembra-se daquelas pessoas tristes na rua? Imagine se todas soubessem louvar, porque o meio de vida delas é o louvor? Essa é a tal ação de resposta. Tudo o que faço deve ser um meio de glorificar a Deus. Em vez de ser o fim de minha vida, é o meu meio e o modo de viver: o louvor. 'Na verdade, tudo é d'Ele, por Ele e para Ele. A Ele a glória para sempre. Amém!' (Romanos 11,36)

2 – A paz de resposta: paz inquieta é o Sabath-Shalom dos Judeus! É tomar uma atitude de paz, praticar atos de paz, mas não ser passivo, não sentar no sofá em paz e esperar o que Deus vai fazer. É tomar uma atitude.

Deus abençoe você, e que a finalidade de sua vida se cumpra no louvor.

Seja feliz!



Paulo Victor e Letícia Dias

Cirurgião-dentista de formação, Paulo Victor foi membro da Comunidade Canção Nova como apresentador, locutor e radialista. Atualmente, ele mora em Campo Grande (MS). É empresário e casado com Letícia Dias.

Letícia Dias é Gerente de Conteúdo e estudante de Letras/Libras com foco na Educação Especial. Foi membro da Comunidade Canção Nova como apresentadora de programas. Hoje, ela mantém uma agitada rotina familiar. Letícia tem um filho caçula que nasceu com Síndrome de Down, e isso a refaz todos os dias.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/o-trabalho-vale-mais-que-nossa-qualidade-de-vida/