3 de outubro de 2014

Quem é o meu anjo da guarda?

"O anjo do Senhor acampa ao redor dos que o temem e os salva" (Sl 33,8).

O Catecismo da Igreja diz que "a existência dos seres espirituais, não-corporais, os anjos, é uma verdade de fé". O testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tradição (n.328). Nenhum católico pode, então, negar a existência dos anjos. Eles são criaturas pessoais e imortais, puramente espirituais, dotados de inteligência e de vontade e superam em perfeição todas as criaturas visíveis (cf. Cat. n.330). São Gregório Magno disse que quase todas as páginas da Revelação escrita falam dos anjos.

Qual é o meu anjo- 940x500

A Igreja ensina que, desde o início até a morte, a vida humana é cercada pela proteção (Sl 90,10-13) e pela intercessão dos anjos. "O anjo do Senhor acampa ao redor dos que o temem e os salva" (Sl 33,8).

São Basílio Magno (†369), doutor da Igreja, disse: "Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida" (Ad. Eunomium 3,1). Isto é, temos um Anjo da Guarda pessoal. Jesus disse: "Não desprezeis nenhum desses pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus veem continuamente a face de meu Pai que está nos céus" (Mt 18,10).

A liturgia de 2 de outubro celebra os Anjos da Guarda desde o século XVI, festa universalizada por Paulo V. Ora, se a Igreja celebra a festa dos Anjos da Guarda é porque, de fato, eles existem e cuidam de nós, nos protegem, iluminam, governam nossa vida, ajudam-nos como ajudou Tobias. Mas para isso é preciso crer neles, respeitá-los, não afugentá-los pelo pecado. Um dia, um rapaz me disse: "Eu não vejo pornografia na internet, porque tenho vergonha de meu Anjo da Guarda!". A melhor homenagem a nosso anjo é viver uma vida sem pecados, buscando, com a ajuda dele, fazer a vontade de Deus.

A Tradição da Igreja acredita que nosso Anjo da Guarda tem a tarefa de oferecer ao Senhor as nossas orações, apoiar-nos e proteger-nos dos ataques do diabo, que tenta nos fazer pecar e perder a vida eterna. Então, nada mais importante do que ter uma vida de intimidade com nosso anjo, invocando-o constantemente e colocando-nos debaixo de sua proteção. Desde criança, aprendi com minha mãe esta oração: "Santo anjo da minha guarda, a quem eu fui confiado por celestial piedade, iluminai-me, guardai-me, regei-me, governai-me. Amém." Nunca deixei de rezar essa oração.

Então, o melhor a fazer é não fazer nada sem pedir a luz, a proteção, o governo do bom anjo que o Senhor colocou como guarda e custódio de nossa vida, do batismo até a morte. É por isso que muitos Papas, como João XXIII, revelaram a sua profunda devoção pelo Anjo da Guarda, sugerindo, como também disse Bento XVI, que expressemos nossa gratidão pelo serviço que ele presta a cada um de nós e o invoquemos todos os dias com o Angelus Dei.

O Santo Padre Pio teve um relacionamento profundo com o Anjo da Guarda. São inúmeras as passagens da vida desse santo com seu anjo e com o anjo dos outros. Certa vez, ele disse a uma pessoa: "Nós rezaremos pela sua mãe, para que o seu anjo da guarda lhe faça companhia". Invoque o seu Anjo da Guarda, pois ele o iluminará e o guiará no caminho de Deus.

Alguns perguntam se é possível saber o nome do nosso Anjo da Guarda. A Igreja não fala sobre isso, ela apenas conhece o nome dos três grandes Arcanjos: Miguel, Rafael e Gabriel. Portanto, se alguém sabe o nome do seu anjo é uma revelação particular que não tem a confirmação da Igreja.

O mais importante é termos um relacionamento vivo e fervoroso com o nosso bom anjo protetor durante toda a vida.


Felipe Aquino

Prof. Felipe Aquino, é viúvo, pai de 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos". Site do Professor: http://www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/santos/quem-e-o-meu-anjo-da-guarda/

1 de outubro de 2014

Você já sabe em quem vai votar?‎

Nós cristãos, se quisermos refletir e agir na nossa sociedade com coerência, precisaremos ter consciência em quem votamos e conhecer a Doutrina Social da Igreja

Mais uma vez, estamos às portas das eleições. Nosso envolvimento com a política é uma obrigação como cidadãos, mas também como cristãos. Na Encíclica Populorum Progressio, o Papa Paulo VI (1963-1978) afirma que a política é a forma mais elevada de exercício da caridade. Portanto, para colaborarmos com a construção do Reino de amor de Cristo, temos que aprender a lidar com as questões políticas.

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Política não se faz nem se vive somente em tempo de eleições. Ao contrário, é preciso que estejamos sempre atentos ao mundo político, acompanhando os acontecimentos e, de forma especial, verificando como o candidato que elegemos está gerindo o poder público, ao qual ele teve acesso com o nosso voto. As questões sociais, o bem comum e os problemas da sociedade também devem fazer parte do nosso dia a dia. Se isso não for possível por intermédio de um protagonismo social, ao menos, que o façamos ao acompanharmos as coisas que estão acontecendo no mundo ao nosso redor.

Nós cristãos, se quisermos refletir e agir na nossa sociedade com coerência, precisaremos ter algum conhecimento da Doutrina Social da Igreja. A fé não é – e não pode ser! – um baú enterrado dentro de nós! A fé cristã ilumina e orienta tudo aquilo que o cristão vive e faz. Portanto, a fé tem grande significado na forma como o cristão reflete sobre a sociedade e no modo como ele vê e lida com a política.

Sem dúvida, o tempo das eleições é um tempo privilegiado de viver a cidadania, e, sobretudo, de escolher aqueles que vão nos representar nos poderes públicos do Legislativo e do Executivo.

Contudo, precisamos ter algumas referências básicas, seja para a escolha de um candidato, seja quanto à cobrança de suas ações depois de eleitos. Sugiro as seguintes referências:

- O primeiro requisito é a honestidade e a transparência do político. Nisso se inclui uma vida social e moral íntegra; o respeito às leis e às normas sociais.

- É preciso ver o que motiva o candidato a exercer um mandato político, ou seja, se realmente está interessado no bem comum ou se sua preocupação central é consigo mesmo e com interesses pessoais. Exercer um mandato público não pode ser uma aventura pessoal, mas sim uma missão que se assume visando ao bem comum.

- Observar se o candidato tem uma história pregressa de dedicação à sociedade e seus problemas. É estranho que uma pessoa que nunca tenha se importado com isso e que nunca tenha dedicado seus esforços ao bem comum, agora queira exercer um poder público que existe para gerir questões da sociedade…

- O preparo do candidato quanto à capacidade de fazer política, ou seja, verificar se ele é preparado para se relacionar politicamente, sendo capaz propor e realizar projetos. Também é relevante a competência para representar o povo nas diversas questões da sociedade e do Estado e, desse modo, não ser um joguete nas mãos dos interesses de grupos organizados.

- Capacidade intelectual e cultural. Tanto no Legislativo quanto no Executivo, os políticos lidam com questões complexas, e a linguagem utilizada nos Projetos de Lei nem sempre é fácil de entender. Vivemos em um momento em que grupos pequenos, mas organizados, articulam artimanhas sutis e, se o político não tiver capacidade de captar e responder a isso, ele vai repetir os jargões politicamente corretos; e sem querer, vai trabalhar para interesses contrários ao dele.

- Ponto fundamental são os valores do candidato. Para nós, católicos, é essencial que os princípios de nosso candidato sejam realmente cristãos. Em meio a tantas ideologias que penetram na cultura e na política, o político precisa ter firmeza na sua fé, tanto no conhecimento como no testemunho daquilo em que crê.

- É preciso considerar a coragem e a firmeza do candidato com relação a seus valores. Não se trata de ter uma concepção puritana da política, entendendo que, às vezes, é preciso abrir mão do que é periférico e acidental para garantir o essencial. Mas sim de que o político deve ter a coragem de enfrentar seus opositores e manter-se firme diante dos desafios da vida política e pública.

- Estou convencido de que um bom político não é somente aquele que ganha um mandato cheio de boas intenções. Sabemos que o sistema político brasileiro é altamente corruptor. Para que ele se mantenha nos seus ideais, é fundamental que seja cercado por uma estrutura que o oriente, o acompanhe e o ajude em todos os âmbitos: do aspecto espiritual à sabedoria de saber se posicionar de maneira correta diante das questões mais difíceis e complexas.

- Por fim, é preciso analisar o partido do candidato. Muitos partidos, especialmente os de esquerda, militam por ideologias anticristãs. Como nas eleições para o Legislativo (Vereador, Deputado Estadual, Deputado Federal, Senador) o voto é computado para o partido e não para o candidato, embora eu tenha votado no candidato "X", facilmente acabo elegendo o candidato "Y" do partido. Como o voto vai para o partido, não podemos votar naqueles que assumem ideologias que vão contra nossos princípios e valores.

Dia a dia, o bonde da história é conduzido, e a política é um dos trilhos que levam esse bonde para um lugar ou outro. A omissão dos cristãos, nessas questões, tem sido um grave erro, porque, na hora da encruzilhada das eleições, os cristãos têm dado autoridade política a pessoas que têm conduzido o Brasil a um neopaganismo. Os próximos 4 anos são estratégicos para nosso país, que vem sendo assolado pela corrupção e por injustiças, mas sobretudo por ideologias que destroem as bases fundamentais da sociedade, como a família, a dignidade da sexualidade e da vida humana, a liberdade religiosa e tantos outros. Que essas eleições sejam um tempo em que nosso país retome sua vocação primeira: a de ser a Terra de Santa Cruz! Esse é seu primeiro nome.

:: Nossos candidatos estão dispostos a servir?
:: O que é um voto consciente?
:: Anular o voto é pecado?
:: Podemos mudar os rumos da política

André Botelho

André L. Botelho de Andrade Casado, pai de três filhos. Com formação em teologia e filosofia Tomista, Fundador e Moderador Geral da Comunidade Católica Pantokrator, onde vive em comunidade de vida e dedica-se integralmente à sua obra de evangelização. http://www.pantokrator.org.br Contato: http://facebook.com/andreluisbotelhodeandrade


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/politica/voce-ja-sabe-em-quem-vai-votar%E2%80%8E/

29 de setembro de 2014

Qual a maior virtude do ser humano?

O ser humano é dotado de virtudes e dons, mas entre todos qual é a maior?

"Por hora subsistem a fé, a esperança e a caridade – as três. Porém, a maior delas é a caridade" (I Coríntios 13, 13). Nesta leitura da Carta de São Paulo aos Coríntios encontramos um belo e conhecido texto, o hino à caridade. O apóstolo não somente nos apresenta conceitos sobre essa virtude, como também é direto e prático ao falar desta riqueza da vida cristã, à qual ele se refere como a maior de todas as virtudes.

A maior das virtudes é a caridade - 940x500

Já o Catecismo da Igreja Católica, no número 1.822, descreve o amor desta forma: "A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas, por si mesmo, e a nosso próximo como a nós mesmos, por amor de Deus". Então podemos entender que o termo "caridade" resume o primeiro e o maior de todos os mandamentos: Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo.

Mas como praticar essa virtude?

- "A caridade é paciente". A paciência é a "virtude que nos faz suportar com resignação a maldade, as injúrias, as importunações. Esperar com calma". Como me comporto diante dos defeitos do outro? Julgo-o, condeno-o e comento com os demais? Ou me preocupo com ele, rezo por ele e busco ajudá-lo? Quando procuramos conhecer nossas fraquezas e limites temos um novo olhar para o outro. Observe seus pecados, veja o quanto você luta para não cometê-los; assim, quando vir o outro errar, pense que ele está na mesma luta que você.

- "A caridade é benfazeja". Benfazejo é a característica de quem pratica o bem, ou seja, de quem "põe a mão na massa". Pergunte-se agora se suas práticas com as pessoas são boas. Tenho algumas dicas para você: comece lavando a xícara que seu colega deixou suja, pegando a roupa do varal para sua mãe ou esposa, sendo educado e gentil com todos.

- "A caridade não é invejosa". Inveja não é somente desejar o que o outro tem, mas também quando não colaboramos para que o outro tenha algo. Quando ouvimos um elogio sobre alguém e começamos a expor as limitações desta pessoa ou quando somos pessimistas ao ouvirmos os sonhos e planos alheios. Promova o outro, busque sempre algo de bom nas pessoas ao falar delas, mesmo que elas tenham muitos defeitos; afinal, todos temos qualidades.

- "A caridade não é presunçosa". Muitas vezes, empolgados por uma conquista ou por futilidades que vivemos, achamos que somos poderosos, que não precisamos de ninguém. A presunção é um mal que corrói os relacionamentos. Reconhecer o esforço de nossos pais, permitir que amigos nos corrijam, e reconhecer que precisamos de ajuda é essencial. Ser caridoso também é permitir que o outro participe da nossa vida.

- "A caridade não é orgulhosa". Orgulho é quando nos achamos superiores ao outro. Enquanto a presunção é julgar que não precisamos do outro; o orgulho é nos exaltar de tal forma que acreditamos que nossas qualidades sejam sempre superiores às das outras pessoas. Aceite a opinião do outro, reconheça suas qualidades, mas também seus defeitos. Exponha suas ideias, mas aceite se a ideia do outro for melhor ou diferente.

- "A caridade não é interesseira". Por que me aproximo das pessoas? Por que as ajudo? Você já fez algo por alguém e na hora pensou em algo que essa pessoa poderia fazer por você depois? Eu já! O interesse é totalmente contrário à caridade por colocar em xeque a gratuidade do ato. O Evangelho de São Lucas 6, 32 nos alerta sobre esse mal: "Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis?". Amar os que nos amam já traz o pagamento no amor recebido de volta, porém, a real caridade é quando amamos aqueles que falam mal de nós ou não nos querem por perto.

- "A caridade não se encoleriza". Encolerizar-se é se encher de raiva e rancor; e um dos frutos da caridade é a mansidão. Ser manso, muitas vezes, é ser visto como uma pessoa boba e sem atitude; mas isso não é real. A mansidão é justamente saber o limite do que posso ou não em relação ao outro. É não responder às ofensas com a mesma moeda; é esperar o tempo do outro para conversar, não agredir ou alimentar o desejo de vingança. Não podemos viver uma vida reféns de um sentimento, peçamos que o Espírito Santo venha sobre nossos sentimentos. E queiramos agir de modo diferente, não nos orgulhemos de ter o "pavio curto", mas desejemos a mansidão, que é um fruto da caridade.

Enfim, a caridade é a porta para um verdadeiro relacionamento com Deus e com o próximo. Diante de tantas características apresentadas, você pode pensar como vai conseguir viver todas elas. Calma! A caridade é paciente, comecemos por isso, tenhamos paciência com nós mesmos. Com a ajuda desse texto, e tudo o que foi vindo ao seu coração, faça um bom exame de consciência e busque se dedicar a um aspecto da caridade, depois passe para outro; e assim por diante. O importante é que não paremos em nossos limites, pois viver a caridade é abrir espaço em nossa vida para as alegrias do céu.

Leia a vida dos santos da Igreja, cada um viveu de forma pessoal a caridade cristã. Certamente podemos aprender com eles as várias faces dessa virtude sublime.

Que São Vicente de Paulo, o santo da caridade, possa nos inspirar a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.

Paulo Pereira

José Paulo Neves Pereira nasceu em Nossa Senhora do Livramento (BA). É missionário da Comunidade Canção Nova e atua no setor de Novas Tecnologias da TVCN. Twitter: @paulopereiraCN


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/qual-a-maior-virtude-do-ser-humano/

26 de setembro de 2014

Pondere o que você diz, pois as palavras têm poder

Imaginem crianças crescerem ouvindo os pais lhes dizendo que elas são burras, desastradas, medrosas, relaxadas.

O capítulo 1, do livro de São João, começa nos dizendo que, no princípio, era a Palavra, e a Palavra era Deus, a qual se fez carne e habitou entre nós. Isso nos mostra que a palavra é poderosa para invocar o processo de criação, ontem, hoje e sempre.

Palavras tem poder, pondere o que você diz ao seu filho- 940x500

Há vários exemplos, na Bíblia, que confirmam isso, como quando Deus ordenou que a luz, a terra, a água e todas as outras coisas fossem criadas. Presenciamos o cumprimento do propósito da Palavra, pois ela cria, liberta, faz o mar se abrir, a montanha mudar de lugar e convence pessoas a mudarem hábitos.

Mas, se por um lado, vivenciamos o poder criador das palavras; por outro também temos exemplos bíblicos de palavras que destroem. O mundo está cheio de crianças e adultos com traumas provocados por ameaças, descontroles e situações de medo, que provocam inseguranças nas pessoas.

Estamos expostos a ambas, tanto a palavras boas como a más, precisamos ter cuidado com as que saem da nossa boca, pois podem ser bênçãos ou maldições lançadas na vida de nossos filhos. Existem pessoas que abençoam qualquer que seja a situação; outras reclamam de tudo o que lhes acontece.

Os pais influenciam na construção da identidade de seus filhos, dependendo das palavras podemos ajudá-los a ter uma visão positiva ou negativa de si mesmos. Falar a verdade reduz associações emocionais erradas.

Imaginem crianças crescerem ouvindo os pais lhes dizendo que elas são burras, desastradas, medrosas, relaxadas, entre outros adjetivos negativos. Elas vão crescer se vendo neste espelho e provavelmente vão se transformar em adultos com conhecimento pessoal inadequado e baixa autoestima. Se elas têm algum problema ajude-as, não adianta reclamar ao precisar dizer algo várias vezes a elas, porque a fixação na maioria das vezes vem com a repetição.

Por outro lado, crianças que escutam os pais falarem bem de suas habilidades em cantar, conversar, organizar e aprender, quando estes precisarem citar os pontos em que elas precisam melhorar, já criaram uma base positiva para que elas se sintam capazes de acertar aquilo que não está adequado.

Procurem observar quais são as habilidades naturais de seus  filhos. Incentivá-los vai encorajá-los a tentar desenvolver habilidades que não possuem naturalmente; ao passo que palavras negativas são desencorajadoras e destrutivas. Qual seu objetivo com seus filhos? Desencorajá-los ou fortalecê-los e criar comportamentos positivos neles?

Lembrem-se de usar palavras, na correção, que demonstrem que o problema é o comportamento do filho e não o filho em si, pois ele precisa se sentir amado e querido, mas também saber que existem limites que precisam ser respeitados. No seu processo educacional, você quer fortalecer ou abalar o estado emocional do seu filho?

Cuidado para não descontar a pressão do seu dia a dia nos filhos com palavras grosseiras ou que os façam ficar para baixo. É preciso estimular o relacionamento com outras pessoas em vez de sempre criticar os outros. E também evitar comparações entre irmãos, plantando semente de rivalidades entre eles e sentimento de superioridade ou inferioridade. Não reforce comportamentos negativos herdados ou construídos a partir da imagem de parentes ou amigos com comparações destrutivas.

Seja elogiando seja criticando, mostre-lhes que eles podem contar com você tanto para os aplaudir como para os redirecionar nos diferentes momentos da vida. Evite frases que possam fazê-los se lembrar do quanto você os fez se sentirem mal. Lembre-se de que sua palavra tem poder espiritual e emocional, por isso seja um profeta de coisas boas na vida dos seus filhos, parentes e amigos. Sempre que possível, aproveite para os abençoar e, assim, você também será abençoado, pois a palavra não volta para terra sem ter cumprido sua missão.

Ângela Abdo

Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. Atua como curadora da Fundação Nossa Senhora da Penha e conduz workshops de planejamento estratégico e gestão de pessoas para lideranças pastorais. Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial. Possui mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape. Atua como consultora em pequenas, médias e grandes empresas do setor privado e público como assessora de qualidade e recursos humanos e como assistente social do CST (Centro de Solidariedade ao Trabalhador). É atual presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) do Espírito Santo e diretora, gerente e conselheira do Vitória Apart Hospital.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/pondere-o-que-voce-diz-pois-as-palavras-tem-poder/

24 de setembro de 2014

Primavera é tempo de celebrar a vida!

A primavera chegou. É tempo de celebrar a vida que venceu a morte!

De repente os dias ficam mais claros, o sol brilha mais forte e as flores despontam trazendo uma explosão de cores e aromas que contagiam a terra. Então percebemos que já é primavera! Um bom momento para descobrirmos que a vida também é um constante renovar, entre perdas e ganhos que vão do semear ao florescer.

Primavera é tempo de celebrar

Aliás, a natureza é sábia, e conhecendo bem a importância de suas estações, procura vivenciá-las sem antecipar nem retardar nenhuma etapa. Como é belo compreender isso! Acredito que, por intermédio da contemplação da natureza, podemos também nos encontrar com o Criador e ser formados por Ele nos detalhes dos acontecimentos cotidianos.

Se observarmos as estações do ano, por exemplo, é fácil compará-las com a vida humana e com as transformações que esta nos proporciona, na qual perdas e ganhos; frio e calor; vida e morte; escuridão e brilho se entrelaçam dando sentido ao ciclo necessário da existência, que não nos permite parar em nenhuma etapa.

Quando o verão chega, é fácil perceber que o forte brilho do sol dá vida aos nossos sonhos, fazendo-nos ir mais longe do que imaginávamos. Até que, em certo momento, as cores se cansam e as folhas amareladas dão sinais de que as podas são necessárias… É o outono que nos visita chamando-nos ao desapego. Nesta hora, pode ser que nos sintamos pobres e desprotegidos, então o inverno acena e convida-nos ao recolhimento, à reflexão, ao silêncio e à espera. Assim, o tempo passa e, quando tudo parece imóvel, a semente, que descansava na terra fria, vem para fora com um misto de fragilidade e força e, aos poucos, contagia a terra.

Quando isso acontece, é hora de celebrar, pois a primavera chegou e "a vida venceu a morte!" (cf. I Cor 15,55), e segue seu rumo numa constante passagem. Já que é assim, e sabendo que o momento presente é a única coisa que realmente temos, devemos aproveitá-lo bem, amando e levando alegria e cor à vida das pessoas. A boa notícia é que agir assim custa pouco. Então que tal aproveitar o clima e partir para gestos concretos?

Quem sabe oferecer uma flor à pessoa que trabalha ou convive com você ou até mesmo enviar um sinal de vida àqueles que estão distantes desejando-lhes uma feliz primavera e falando o quanto eles são caros a você. Tenho certeza de que gestos simples como estes podem transformar o dia de muita gente e de que você encontrará felicidade ao fazer outros felizes. Por isso, não perca tempo à espera de que alguém se lembre de você, dê o primeiro passo. Desperte sua bondade e deixe-se envolver pelo amor divino, que já imprimiu em seu ser qualidades maravilhosas, talentos únicos e, principalmente, a grande capacidade de amar e promover o bem.

Contudo, se seu coração ainda está agarrado ao inverno e o frio da solidão o faz sofrer, não desanime. Busque no alto a força de que precisa para ir além! A natureza ensina que, no processo de transformação pelo qual todos passamos, nunca estamos sozinhos. Aquele que nos fez e nos enviou ao mundo está conosco, nos contempla passo a passo e nos dá a graça necessária para vencermos. É por isso que podemos florescer depois do inverno e deixarmos o outono levar o que já não nos pertence sem pararmos na dor.

Na natureza a vida renasce enquanto ela se doa, conosco não é diferente. Coragem! A primavera está batendo à sua porta, deixe-a entrar e viva-a concretamente doando o que você tem de melhor. Perdoe, acolha, sorria, abrace, vá ao encontro e ame! É tempo de exalar o perfume e a beleza que o Criador lhe deu.

É primavera, tempo de ser feliz!


Dijanira Silva

Dijanira Silva, missionária da Comunidade Canção Nova, atualmente reside na missão de São Paulo. Apresentadora da Rádio CN América (SP). E-mail: http:// dijanira@geracaophn.com


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/primavera-e-tempo-de-celebrar-a-vida/ 

22 de setembro de 2014

Como incentivar as crianças a gostar da Palavra de Deus?

Incentivar as crianças a gostarem da Palavra de Deus é um valioso investimento.

As crianças são de grande importância para o Reino de Deus. É prazer de Deus, por intermédio do Seu Filho Jesus Cristo, alcançar o coração delas. Conduzi-las a ter um encontro pessoal com Jesus é um grande desafio, mas também a mais doce esperança de um mundo melhor. Não foi por acaso que Jesus ordenou que deixassem as crianças irem a Ele. O Senhor estava diante de cristãos em potencial. Ao proferir essas palavras, diz a Escritura que Ele estendeu as mãos sobre as crianças e as abençoou.

Como incentivar os filhos a terem gosto pela palavra de Deus 940x500:foto: daniel mafra

O ensino bíblico para crianças deve ser valorizado por todos que fazem parte da vida delas. Este, sim, é um valioso investimento! Não vai existir fase mais adequada – para que sejam construídos e reconstruídos os pilares para uma vida saudável e comprometida com o mundo – do que a infância.

A figura da criança é apresentada, na Bíblia, desde muito cedo. Moisés e João Batista são exemplos de apóstolos que eram comprometidos com o mundo espiritual desde que eram crianças. Moisés recebeu um chamado, João Batista foi batizado no Espírito enquanto sua mãe, Isabel, recebia a visita de Maria.

A Palavra de Deus nos ensina por onde e como conduzir os filhos a este encontro com Deus, preservando a criança dos valores passageiros, impostos por ensinamentos que vêm de outras palavras. Como a palavra proferida pelas novelas, pelos excessos de desenhos animados, pelos colegas da escola e, também, pelo livre acesso a certos conteúdos da internet. É preciso deixar claro que a Palavra à qual me refiro está na Sagrada Escritura. Portanto, os filhos deverão ter a oportunidade de conhecê-la com a decisão da família de ser ou não ser uma família cristã. E a partir disso promover ações possíveis em que seus filhos consigam se aproximar da leitura bíblica.

Será primeiramente pelo testemunho dos pais que os filhos vão se deixar seduzir pela Palavra do Senhor. É comum ver pais ensinarem aos filhos quem é o Papai do Céu e a pedirem a Sua bênção, contudo, o tempo passa e este ensinamento não evolui. É uma fé tipicamente folclórica. A criança não frequenta a igreja, nunca viu os pais lendo a Palavra, não experimenta fazer caridade desde a mais tenra idade, não cresce habituada a reconhecer os seus pecados (mesmo tão mínimos) e cresce longe do costume de orar pelas pessoas que estão ao seu redor, em sua cidade e no mundo.

Incentivar um filho a gostar de ler e viver a Palavra de Deus é, antes de tudo, habituá-lo ao ambiente que tenha sinais de Deus. A criança é muito inteligente para perceber quando a família fala e não vive. Principalmente, aquelas que dizem crer em Deus, mas não testemunham esta crença com atos concretos de fé.

Seria muito bom que, antes de dormir, as crianças ouvissem histórias bíblicas ou assistissem a DVDs sobre os milagres e o amor de Jesus. É importante escolher um lugar da casa em que seja possível colocar algo que sinalize que, naquele ambiente, os seus proprietários são cristãos. As visitas, os vizinhos e os familiares precisam saber e respeitar essa decisão. É fundamental também educar os filhos dentro dos ensinamentos do Evangelho, mostrando-lhes sempre, com as leituras, como Deus gostaria que eles crescessem em graça e sabedoria.

Mesmo tendo a religião e a espiritualidade como base familiar, é necessário cautela, prudência, informação e inteligência para que nada saia diferente do que se espera. Várias são as passagens bíblicas que confirmam este querer de Deus com relação aos nossos filhos. Deuteronômio 6:4-9; Marcos 10:13-16; Josué 4:1-9  são passagens bíblicas que causam nas crianças a curiosidade sobre o mundo espiritual.

Como incentivar as crianças a gostar da Palavra de Deus?

Sendo pais que se lembrem do jeito de ser de Jesus! Caso contrário, os filhos terão aversão não só à Palavra como também a tudo que lembre o Divino. Em seguida, colocando em prática o que aqui foi proposto.

Os catequistas também precisam fazer uso de metodologias mais inovadoras e tecnológicas para esses ensinamentos ministrados nas paróquias. O sacerdote, por sua vez, ao perceber a presença de crianças nas Celebrações Eucarísticas, deverá referir-se a elas de forma especial, distante de uma linguagem complexa. Dentro desse contexto é muito bom ressaltar que nossa espiritualidade nos aproxima de Deus, com isso, contagiamos as pessoas que estão ao nosso redor sendo amáveis, dóceis e responsáveis com nossa família e com o mundo no qual estamos inseridos, usando uma linguagem decente e respeitosa. E demonstrando que queremos ser filhos de Deus amáveis e amados. Este será sempre um bom começo pra que os nossos rebentos possam entender a Palavra de Deus e gostar dela.

Judinara Braz

Administradora de Empresa com Habilitação em Marketing. Psicóloga especializada em Análise do Comportamento. Autora do Livro "Sala de Aula, a vida como ela é." Diretora Pedagógica da Escola João Paulo I – Feira de Santana (BA).


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/como-incentivar-as-criancas-a-gostar-da-palavra-de-deus/

19 de setembro de 2014

Como se aceitar

Quem não aprende a viver consigo mesmo dificilmente conseguirá conviver com o próximo.

A vida é uma difícil aventura de viver consigo mesmo. Muito daquilo que vemos no outro é apenas reflexo do que nossa alma insiste em não aceitar. A este sentimento denominamos "projeção". O outro, por vezes, se torna um espelho diante de uma realidade que não aceitamos em nós mesmos. A mais longa viagem que podemos fazer é para dentro do nosso próprio coração. Em territórios desconhecidos, os sentimentos, ainda não reconciliados com nosso coração, sempre são inimigos a serem combatidos em uma guerra sem fim. Entre o coração e a solidariedade há uma ponte de amor a ser atravessada.

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Quem não aprende a viver consigo mesmo dificilmente conseguirá conviver com o próximo. Encontrar-se é uma arte. Somente quando aprendemos a caminhar com leveza, por entre os espinhos de nossa alma, é que conseguimos observar que as flores também se encontram lá, por vezes escondidas entre as ervas daninhas de nossa pressa existencial. O fruto da vida só é doce quando temos a coragem de vivenciar os processos de amadurecimento dos sentimentos que amargam a nossa história.

Muitos se acostumaram a fazer da vida um eterno plantão de reclamações. Acordam pela manhã reclamando do trabalho e das pessoas com quem terão de conviver durante o dia. Passam o dia reclamando de pequenas coisas que já se tornaram, em sua vida, montanhas de aborrecimentos. Aquilo que não aceitamos cria raízes em nossa alma.

Pessoas que se encontram nesta etapa de intolerância geralmente não consideram ninguém digno de confiança, não possuem amigos nem suportam ninguém. Não têm confiança em ninguém, porque não confiam em si mesmas; não têm amigos, porque são inimigas de si mesmas; não suportam nenhuma pessoa, porque não suportam mais a condição existencial na qual se encontram.

Muito mais triste do que reclamar, é alguém ter que conviver com todos esses sentimentos que fazem da alma um espaço de trevas, no qual as luzes do amor, da bondade e da paz não conseguem entrar. Acostumou-se a viver na escuridão de seus próprios sentimentos. Enxergar a luz do sol do amor e da paz é tão doloroso quanto assumir os erros diante das realidades tão claras na vida.

A mudança interior começa quando assumimos a nossa responsabilidade diante das escolhas que fazemos na vida. Não adianta culpar o outro pelo mundo que criamos em nosso coração. Somos os artesãos de nossas dores e alegrias. Por vezes, será preciso nos aventurarmos na descoberta de nós mesmos e adquirirmos a consciência das trevas que habitam nosso coração, e lutarmos para vencer uma batalha, na qual a luz será sempre um caminho a ser reencontrado.

Quem deseja enganar a si mesmo, com as ilusões que cria diante dos próprios erros, faz da vida uma mentira e se perde nos territórios paganizados de sua alma.

Jesus conhecia o coração do ser humano, por isso mesmo o Seu olhar era sempre de misericórdia. Os erros de um tempo passado só poderiam ser deixados para trás se a pessoa aceitasse trilhar novos caminhos ao encontro de si mesma.

A cada dia somos chamados a fazer da vida a mais bela escola, na qual cada erro se torna oportunidade de crescimento humano e espiritual. O futuro é o presente que construímos em nós mesmos.

Padre Flávio Sobreiro

Padre Flávio Sobreiro Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP. Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre - MG. Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Cambuí-MG). Padre da Arquidiocese de Pouso Alegre - MG. Página pessoal: http://www.padreflaviosobreiro.com Facebook: http://www.facebook.com/flaviosobreiro 


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-e-libertacao/como-se-aceitar/