28 de fevereiro de 2014

Você sabe o que é a Doutrina social da Igreja?

doutrinaA Igreja Católica tem uma visão muito clara do mundo e de suas necessidades; e por isso oferece a solução cristã para os graves problemas da humanidade segundo a Luz do Evangelho de Jesus Cristo. Mas, infelizmente muitos católicos desconhecem esta Doutrina.

Ela afirma que: “Não cabe aos pastores da Igreja intervir diretamente na construção política e na organização da vida social. Essa tarefa faz parte da vocação dos fiéis leigos, que agem por própria iniciativa com seus concidadãos…  Terá sempre em vista o bem comum e se conformará com a mensagem evangélica e com a doutrina da Igreja. Cabe aos fiéis leigos “animar as realidades temporais com um zelo cristão e comportar-se como artesãos da paz e da justiça” (SRS 42). (CIC §2442)

As propostas da Igreja não são soluções ideológicas com ênfase capitalista e nem comunista, mas cristãs, baseadas na dignidade da pessoa humana, filha de Deus.

Para a Igreja o homem é o autor, o centro e o fim de toda a vida econômica e social. “O ponto decisivo da questão social é que os bens criados por Deus para todos de fato cheguem a todos conforme a justiça e com a ajuda da caridade. (CIC §2459)

De um lado a Igreja não aceita o lucro idolatrado como um Deus, que explora o ser humano como se fosse uma máquina insensível; e por outro lado condenou muitas vezes o marxismo que faz do Estado uma instituição todo-poderosa que elimina a liberdade dos filhos da nação.

De forma alguma a Igreja aceita a violência, a revolução, o terrorismo e a guerrilha para resolver o problema social, e muito menos a luta de classes, o incitamento dos pobres contra os ricos. Todas essas práticas são anti-evangélicas e não resolvem o problema social, ao contrário, o agravam.

A “Gaudium et Spes” do Concilio Vaticano II diz que a Igreja emite um juízo moral, em matéria econômica e social, “quando o exigem os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas” (GS 76,5). É uma missão distinta da missão das autoridades políticas. A Igreja se preocupa com o bem comum, e procura ensinar as atitudes justas na relação com os bens terrenos e nas relações sócio-econômicas.

Por isso, desde Leão XIII (1878-1903) com a “Encíclica Rerum Novarum” a Igreja tem se pronunciado sobre a questão social. A doutrina social da Igreja se desenvolveu desde o século XIX com o encontro do Evangelho com a sociedade industrial que surgia, suas novas estruturas para a produção de bens de consumo, sua nova concepção da sociedade, do Estado e da autoridade, suas novas formas de trabalho e de propriedade.

De um lado a Igreja ensina que “todo sistema segundo o qual as relações sociais seriam inteiramente determinadas pelos fatores econômicos é contrário à natureza da pessoa humana e de seus atos” (CA, 24).

Ela ensina que: “uma teoria que faz do lucro a regra exclusiva e o fim último da atividade econômica é moralmente inaceitável. O apetite desordenado pelo dinheiro não deixa de produzir seus efeitos perversos. Ele é uma das causas dos numerosos conflitos que perturbam a ordem social” (GS 63,3; LE 7; CA 35).

Por outro lado, o “Catecismo da Igreja” afirma que “um sistema que “sacrifica os direitos fundamentais das pessoas e dos grupos à organização coletiva da produção” é contrário à dignidade do homem (GS 65). Toda prática que reduz as pessoas a não serem mais que meros meios que têm em vista o lucro escraviza o homem, conduz à idolatria do dinheiro e contribui para difundir o ateísmo. ” (CIC, §2424)

“A Igreja tem rejeitado as ideologias totalitárias e atéias associadas, nos tempos modernos, ao “comunismo” ou ao “socialismo”. Além disso, na prática do “capitalismo” ela recusou o individualismo e o primado absoluto da lei do mercado sobre o trabalho humano (CA 10).

A regulamentação da economia exclusivamente através do planejamento centralizado perverte na base os vínculos sociais; sua regulamentação unicamente pela lei do mercado vai contra a justiça social, “pois há muitas necessidades humanas que não podem ser atendidas pelo mercado” (CA 34). É preciso preconizar uma regulamentação racional do mercado e das iniciativas econômicas, de acordo com uma justa hierarquia de valores e em vista do bem comum.” (CIC §2425)

Confira mais vídeos sobre Doutrina da Igreja:http://www.youtube.com/user/editoracleofas/videos?sort=dd

A Igreja valoriza sobretudo o trabalho. Ensina que o valor primordial do trabalho depende do próprio homem, que é seu autor e destinatário. Por meio de seu trabalho, o homem participa da obra da Criação. Unido a Jesus Cristo, o trabalho pode ser redentor.

O Papa João Paulo II disse na  “Centesimus Annus”, que: “A atividade econômica, sobretudo a da economia de mercado, não pode desenvolver-se num vazio institucional, jurídico e político. Ela supõe que sejam asseguradas as garantias das liberdades individuais e da propriedade, sem esquecer uma moeda estável e serviços públicos eficazes. O dever essencial do Estado, no entanto, é assegurar essas garantias, para que aqueles que trabalham possam gozar do fruto de seu trabalho e portanto sentir-se estimulados a realizá-lo com eficácia e honestidade… O Estado tem o dever de vigiar e conduzir a aplicação dos direitos humanos no setor econômico; nessa esfera, porém, a primeira responsabilidade não cabe ao Estado mas às instituições e aos diversos grupos e associações que compõem a sociedade” (CA 48).

A Igreja ensina que os responsáveis pelas empresas têm perante a sociedade a responsabilidade econômica e ecológica pelas suas operações (CA 37). Eles “têm o dever de considerar o bem das pessoas e não apenas o aumento dos lucros. Entretanto, estes são necessários, pois permitem realizar os investimentos que garantem o futuro das empresas, garantindo o emprego”. (CIC ,§2432)

Sobre o salário justo a Igreja ensina que ele é o fruto legítimo do trabalho, e que recusá-lo ou retê-lo pode constituir uma grave injustiça (cf. Lv 19,3; Dt 24,14-15; Tg 5,4). Para se determinar o salário justo é preciso levar em conta ao mesmo tempo as necessidades e as contribuições de cada um.

“Levando-se em consideração as funções e a produtividade, a situação da empresa e o bem comum, remuneração do trabalho deve garantir ao homem e aos seus familiares os recursos necessários a uma vida digna no plano material, social, cultural e espiritual” (GS 67,2). “O acordo das partes não é suficiente para justificar moralmente o montante do salário”. (CIC §2434)

A Igreja também fala sobre a greve; e diz que ela é moralmente legítima “quando se apresenta como um recurso inevitável, e mesmo necessário, em vista de um benefício proporcionado. Torna-se moralmente inaceitável quando é acompanhada de violências ou ainda quando se lhe atribuem objetivos não diretamente ligados às condições de trabalho ou contrários ao bem comum.” (CIC §2435) “É injusto não pagar aos organismos de seguridade social as cotas estipuladas pelas autoridades legítimas”. (CIC §2436) No plano internacional, a Igreja ensina que a desigualdade dos recursos e dos meios econômicos é tão grande que provoca entre as nações um verdadeiro “fosso” (SRS 14). “De um lado, estão os que detêm e desenvolvem os meios de crescimento e, de outro, os que acumulam as dívidas”. (CIC §2437) A Igreja entende que diversas causas, de natureza religiosa, política, econômica e financeira, conferem hoje “à questão social uma dimensão mundial” (SRS 9), e que a solidariedade é necessária entre as nações cujas políticas já são interdependentes.

Antes de falecer o Papa João Paulo segundo pedia ao mundo, insistentemente, uma “globalização da solidariedade”. Ela é ainda mais indispensável quando se toma preciso deter “os mecanismos perversos” que impedem o desenvolvimento dos países menos avançados (SRS,17).

A Igreja afirma que “é urgente substituir os sistemas financeiros abusivos e mesmo usurários” (CA, 35), as relações comerciais iníquas entre as nações e a corrida armamentista por um esforço comum no sentido de mobilizar os recursos e objetivos de desenvolvimento moral, cultural e econômico, “redefinindo as prioridades e as escalas de valores” (CA, 28)”. (CIC §2438)

As nações ricas são chamadas pela Igreja a assumir a responsabilidade moral de ajudar as nações pobre as se desenvolverem. “È um dever de solidariedade e caridade; é igualmente uma obrigação de justiça, se o bem-estar das nações ricas provém de recursos naturais não foram eqüitativamente pagos”. (CIC §2439)

Além da ajuda direta  às nações mais pobres nas necessidades imediatas, extraordinárias, causadas por catástrofes naturais, epidemias etc., a Igreja ensina que é necessário também “reformar as instituições econômicas e financeiras internacionais, para que elas promovam melhor as relações eqüitativas com os países menos desenvolvidos” (SRS, 16).

“É preciso apoiar o esforço dos países pobres trabalhando para seu desenvolvimento e libertação” (CA, 26). E a Igreja alerta que esta doutrina deve ser aplicada de maneira muito especial no campo do trabalho agrícola. Os camponeses, sobretudo dos países menos desenvolvidos, constituem a grande massa dos pobres. (cf CIC §2440) Por outro lado a Igreja insiste que é necessário “aumentar o senso de Deus e o conhecimento de si mesmo”, pois ai esta a base de todo desenvolvimento completo da sociedade humana. Este desenvolvimento completo multiplica os bens materiais e os põe a serviço da pessoa e de sua liberdade. Diminui a miséria e a exploração econômicas. Faz crescer o respeito pelas; identidades culturais e a abertura para a transcendência ( cf. SRS 32; CA51).

Sobretudo a caridade é o eixo da Doutrina Social da Igreja; ela nos pergunta: “Na multidão de seres humanos sem pão, sem teto, sem terra, como não reconhecer Lázaro, mendigo faminto da parábola? Como não ouvir Jesus, que diz: “Foi a mim que o deixastes de fazer” (Mt 25,45)?

Este breve resumo da Doutrina Social da Igreja mostra que ela nunca se omitiu diante do problema social que se agravou no mundo a partir do século XIX com a revolução industrial. Ao contrário, a Igreja tem uma proposta sólida, que recentemente foi muito bem explanada no “Compêndio de Doutrina Social da Igreja”, publicado em 2004 pelo Pontifício Conselho de “Justiça e Paz” da Santa Sé. (Editora Paulinas, 2005)

Cabe aos católicos conhecerem esta Doutrina e a colocarem em prática, rejeitando tudo que não se coaduna com ela, pois esta vem do Espírito Santo.

Prof. Felipe Aquino

Referências Bibliográficas: RN – Carta Enc. Rerum Novarum (15 de Maio de 1891) de Leão XIII, 1892.QA – Carta Enc. Quadragesimo Anno (15 de Maio de 1931): Papa Pio XI ,1931.MM – Carta Enc. Mater et Magistra (15 de Maio de 1961): Papa João XXIII, 1961.AO – Carta Apost. Octogesima Adveniens (14 de Maio de 1971) – Papa Paulo VI, 1971.PP – Carta Enc. Populorum Progressio (26 de Março de 1967) – Papa Paulo VI, 1967.CIC – Catecismo da Igreja Católica, Papa João Paulo II, 1992.GS – Gaudium et Spes – Concilio Vaticano II, 1965CS – Centesimus Annus, Carta Encíclica de João Paulo II, 1991LE – Laborem Exercens – Carta Encíclica de João Paulo II, (14 set 1981)SRS – Solicitudo Rei Socialis, 1987


Fonte: http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2014/01/30/voce-sabe-o-que-e-a-doutrina-social-da-igreja/#more-4941

27 de fevereiro de 2014

Quero mais é ser feliz!

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Busque a felicidade dentro dos planos de Deus

Antes da vida de cada um de nós acontecer, Deus pensou em nos dar um propósito, uma meta, à qual também chamamos de "vocação". "Pois todas as coisas foram criadas para uma finalidade" (Eclo 39,26). Assim, nossa existência passa a ter um sentido, algo que impulsiona o nosso interior.

Só é feliz quem realiza a sua vocação, pois alinha a sua dimensão social, psicológica, espiritual e física com o propósito maior para o qual a pessoa foi criada. Essa pessoa encontrará mais facilmente uma finalidade para suas lutas e dores; além da alegria de ver seus esforços produzindo frutos. Tudo isso ressoando, acertadamente, com seu interior, porque Deus tem um plano de felicidade para a vida de cada um de nós. Ele não nos chamaria à existência para sermos infelizes, e esse projeto não é para ser realizado apenas no Céu, mas começa neste mundo. “Embora estejam chamados à plenitude eterna, sabemos que Deus deseja a felicidade de seus filhos também nesta terra” (Papa Francisco, Exort. Apost. Evangelii Gaudium, Ed. Paulinas, 2013 – 1ª ed., pág 151).

Ultimamente, ouvimos muito a frase “eu quero é ser feliz” como expressão de meta máxima, pela qual um grande número de pessoas tem depositado seus esforços e o sentido de sua vida. Muitos pensam na felicidade como um padrão de sucesso profissional, com muitos bens e influência social; também a chamada “sorte no amor”, que designa talvez o acerto na vida afetiva. Outros empregam suas energias em ter o dinheiro suficiente para viajar, para conhecer o mundo ou adquirir alguns aparatos de entretenimento. Há ainda aqueles que pensam apenas em curtir a vida. Realmente, como já vimos, a felicidade é um dom que o Senhor proporciona ao ser humano, portanto, é justo e louvável que a busquemos. Porém, a maioria das pessoas, quando canaliza suas forças no empenho pela felicidade e diz “eu quero mais é ser feliz”, geralmente projeta sua vida em um relativismo mundano.

É óbvio que uma pessoa que não teve contato com o Cristianismo ou se declara ateia não terá a preocupação em ser feliz à luz dos ensinamentos de Cristo. Vemos, num mundo culturalmente secularizado, em muitos países abastados, o crescente número de suicídios e depressão. Isso demonstra um sinal de que seus conceitos de liberdade, moral e riqueza não proporcionam tanta felicidade assim.

Quero dirigir-me aos católicos, porque muitos praticantes do Cristianismo se deixaram envolver pelo relativismo religioso. Eles podem viver 95% de suas ações e práticas fundamentadas nos ensinamentos de Jesus, mas, quando alguma coisa não lhes convém ou não é o modo mais fácil para eles, vivem os 5% restantes fora dos desígnios divinos. Ainda assim, essas pessoas não serão felizes, porque “vinho novo não se põe em odres velhos” (cf. Mt 9,17).

Tomemos como exemplo as uniões ilícitas, os delitos contra a ética e a moral, os vícios; enfim, as contrariedades aos sacramentos e aos mandamentos de Deus, as ações de rebeldia e de contrariedade ao que pede Nosso Senhor. Esses feitos, além de manchar nossa alma por completo, terão consequências nas outras dimensões de nosso ser.

É triste, mas as pessoas estão dispostas a buscar felicidade fora dos planos de Deus.
Por vezes, elas se justificam dizendo: “Não acredito que Deus vá me condenar por buscar a felicidade! Faço tudo certo, mas, nesse caso, discordo da Igreja. Isso é coisa dos homens e não de Deus!”.

Uns planejam esse seu infortúnio, trilhando, conscientemente, para o abismo. Levados por sua conveniência, vão caminhando e discordando da Igreja e do Senhor; outros reagem por impulso para sentir um conforto imediato, não consideram os fatores à sua volta nem possíveis consequências de suas medidas impensadas, tomam decisões movidos pela ansiedade e pela falta de paciência com eles mesmos e com o processo dos outros. Tanto num caso quanto em outro, existe muita gente 'batendo cabeça', e para se livrar do que não deu certo, embarca em outra atitude que, no futuro, a levará à infelicidade.

Para todas essas pessoas quero dizer que ninguém será feliz se viver fora de Deus. “Se me amais, guardareis os meus mandamentos. Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é que me ama” (Jo 14,15.21). Jesus mesmo deixou os mandamentos para os apóstolos e lhes deu autoridade para que estes os levassem adiante. “Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou” (Lc 10,16).

Não são os nossos sentimentos os condutores da felicidade, mas Deus, que é o centro de tudo e Senhor de todas as coisas. Nele, nossa vida pode ser ordenada e acertada, somente n'Ele a casa será construída sobre a rocha (cf. Mt 7, 24-27), e nossa felicidade terá bases sólidas.

É importante sabermos que, na lei de Deus, não existe opressão, privação da liberdade, muito menos infelicidade. Pelo contrário, são essas regras que balizam o caminho para construirmos a nossa felicidade já neste mundo. Não é Deus quem Se afasta de nós ou nos prejudica quando pecamos, mas nós mesmos, quando geramos o próprio mau, escolhermos o lado contrário à felicidade e nos afastamos do Senhor.

Deus nos ama. E para sermos felizes, o primeiro passo é nos sentirmos amados por Ele. Ele nos pede coisas que, a princípio, podem parecer difíceis demais, mas se formos persistentes, assim como fomos no erro, com certeza o sentido da nossa vida se revelará. O Senhor nos chamou à existência e nos ama, nos sustenta e dá tudo o que é preciso para alcançarmos nossa felicidade. Não tenha medo de se entregar a Ele!

Deus o abençoe. Bom carnaval!


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Sandro Ap. Arquejada

Sandro Aparecido Arquejada é missionário da Comunidade Canção Nova. Formado em administração de empresas pela Faculdade Salesiana de Lins (SP). Atualmente trabalha no setor de Novas Tecnologias da TV Canção Nova. É autor do livro "Maria, humana como nós" e "As cinco fases do namoro". Também é colunista do Portal Canção Nova, além de escrever para algumas mídias seculares.

25 de fevereiro de 2014

RELIGIÃO SALVA?

Diálogo ecumênico:

RELIGIÃO SALVA?

Em síntese: A Religião, entendida como instituição, não salva. Só Jesus Cristo, segundo o protestantismo, salva... Salva, porém, (dizem os católicos) mediante seu Corpo Místico que é a Igreja-instituição. A Religião, que consiste em aderir à Igreja, vem a ser o sacramento pelo qual passa a salvação que vem de Cristo. A instituição, que goza da assistência de Cristo, resguarda os fiéis contra o subjetivismo, que tende a destruir amensagem revelada. Está claro, porém, que a fé será sempre o princípio dinamizador da vida do cristão na Igreja.
* * *
No diálogo ecumênico os interlocutores protestantes colocam a pergunta "Religião salva?", pergunta à qual dão resposta negativa. Esta atitude merece consideração.
1. O problema
Eis a mensagem enviada a PR via internet:
"As palavras de Tiago, irmão do Senhor, líder espiritual da Igreja primitiva em Jerusalém, martirizado pelos judeus no ano 62, nos ensinam o que é religião:
A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai é esta: 'visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se não contaminado do mundo' (Tg 1, 27).
Vemos, então, que o coração da verdadeira religião não se manifesta na institucionalização de dogmas, credos ou ritos, mas na prática cotidiana do amor, porque Deus é amor e a sua lei é o amor. Como ensinou Jesus Cristo, nosso Salvador, a lei de Deus se resume a:
Religião, portanto, é algo pessoal, algo que se desenvolve em duas dimensões: uma dimensão humana, terrena, na qual movidos por amor ao próximo e compaixão pelos necessitados, nós os auxiliamos em suas 'tribulações' (na sociedade judaica da época, por exemplo, os órfãos e viúvas eram os necessitados); a outra dimensão é a espiritual, em que nos relacionamos diretamente com o Deus e Pai, guardando-nos daquilo que este mundo tem a nos oferecer e que pode levar à corrupção do caráter e contaminação da alma. Coisas, enfim, que nos macularão e nos afastarão de Deus.

'Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e amarás o teu próximo como a ti mesmo' (Lc 10, 27).
Porque Deus é único, e cada um de nós somos seres únicos, o que Ele espera de nós é que, por meio de Jesus Cristo, a cada dia vivamos esta religião pura e sem mácula".
Dizem outros: a Religião é um conjunto de crenças, leis e práticas codificadas, aptas a atrofiar a fé, suscitando a impressão de que a pessoa religiosa pode obter efeitos mágicos.
Em nossos dias é o protestantismo neopentecostal que professa tais idéias, tendo em vista esvaziar os conceitos de Igreja e magistério da Igreja em favor da tese do livre exame da Bíblia: a cada crente se confere o direito de configurar o Cristianismo a seu modo, já que "Religião-lgreja" não salva.
Perguntamos:
2. Que dizer?
Proporemos seis observações a respeito:
1)  Sem dúvida, a fé é o dínamo da vida espiritual; é a fonte de toda prática religiosa. Cf. Rm 1,17: "o justo vive da fé".
2)  O princípio "Somente a fé" acarreta o risco do subjetivismo religioso alimentado pela prática do livre exame da Bíblia; assim vai-se dilacerando cada vez mais o patrimônio da fé ou da Revelação Divina, como acontece nas comunidades dos Mórmons e das Testemunhas de Jeová.
3)  Para conter o subjetivismo esvaziador, faz-se necessária uma instância objetiva, que paire acima dos subjetivismos ou dos "achismos (eu acho que...)" que é a Igreja com seu magistério assistido pelo Espírito Santo; cf. Jo 14, 25s. A Igreja é Mãe e Mestra, que tem a promessa da infalibilidade em matéria de fé e de Moral.
4)  Mais: o Cristianismo não é simplesmente uma escola, na qual o mestre dá as suas aulas e vai embora. Cristo não é somente um Mestre martirizado; é um tronco de videira, da qual nós somos os ramos (cf. Jo 15,1-5); é Cabeça de um Corpo, do qual somos os membros cf. 1Cor 12, 12-20. Ele continua vivo e atuante na Terra mediante os sacramentos: o Sacramento da Igreja, que prolonga o Sacramento da Encarnação e que se estende a cada cristão através dos sete sacramentos da Liturgia. Em outros termos: Deus se dá aos homens não de maneira meramente privada e individualista, mas mediante sinais, que são a humanidade de Jesus, o Corpo de Cristo que é a Igreja, e os sete sinais sacramentais (água, pão, vinho, gestos, palavras), que perfazem o que se chama uma instituição. Esta é indispensável para que haja ordem numa sociedade.
5)   Está claro que somente Jesus Cristo salva, mas Ele quer salvar mediante a Igreja, da qual Ele é Cabeça, Igreja que professa o seu Credo, tem seu Código de Moral e seus ritos sagrados... Este conjunto institucional não sufoca a fé, mas a preserva contra o subjetivismo deteriorante.
6)   Para preencher seu papel de instrumento da salvação, a Religião ou a religiosidade do cristão há de ser esclarecida e consolidada mediante a leitura e o estudo, preservando-a de cair na superstição e no sincretismo. Cada fiel católico saberá avaliar as modalidades de aprofundamento da fé de que precisa.
Eis em que termos se pode dizer que, se a Religião não salva, Ela é ao menos indispensável instrumento de salvação.

Dom Estêvão Bettencourt

24 de fevereiro de 2014

O ato de fé pode não significar nada

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O demônio também professa a fé em Jesus

Nesses dias, participando de um curso com os bispos, no Rio de Janeiro – aliás, foi uma belíssima experiência de reflexão e partilha –, fui tomado por um pensamento que me deixou preocupado.

Foi meditando o texto do evangelista Marcos, quando narra o endemoninhado dizendo: “Vendo Jesus de longe, o endemoninhado correu, caiu de joelhos diante dele, e gritou bem alto: Que tens a ver comigo, Jesus, Filho do Deus altíssimo? Eu te conjuro por Deus, não me atormentes! Com efeito Jesus lhe dizia: Espírito impuro, sai deste homem”! (Mc 5,6-8).

Chamou-me à atenção, porque o demônio acredita, tem fé. Reconhece o Filho de Deus e conjura por Ele. Por que, então, ele faz isso e continua fazendo o mal, atormentando as pessoas? Por que faz um ato de fé e nada muda em sua vida? Nunca muda de caminho, está sempre na contramão da história?

Fiquei pensando e me veio um certo temor. O demônio reconhece Jesus, professa a fé n'Ele, mas não O segue e continua sempre pela própria estrada.

Jamais será diferente, porque sabe quem é Jesus: o Filho de Deus. Mas a sua convicção não interfere no seu modo de agir. É fácil professar a fé, o complicado é deixar essa fé transformar o modo de agir e pensar. Por isso o maligno continuará sempre maligno, porque a fé não tem nada a ver com a vida concreta. A diferença está na fé que me faz, verdadeiramente, ser discípulo de Jesus; caso contrário, eu fico parecendo o demônio, que acredita, faz um ato de fé, mas continua sendo o rei da maldade e do pecado. Vive fazendo de conta que não acredita em Deus.

Confesso que essa reflexão me causou um certo temor e me fez repensar o meu seguimento, enquanto escolhido para a vinha do Senhor e chamado a colaborar com ela.

Entendi melhor a expressão de Jesus: “O único pecado que não tem perdão é o pecado contra o Espírito Santo”. Esse é o pecado, professar com os lábios e negar com as atitudes, ou seja, não deixar Deus agir em nós, porque é Ele que vem ao nosso encontro.

Não fomos nós que amamos Deus, foi Ele quem nos amou primeiro. Negar a iniciativa do Senhor, fechar-se em si mesmo, colocando-se no lugar de Deus, é negar toda e qualquer ação do Espírito Santo. Esse é o pecado que não tem perdão.

Não que Deus não perdoe, mas porque não acreditamos no perdão. Como o Papa Francisco repetiu várias vezes: “Deus não se cansa de perdoar, nós é que nos cansamos de pedir perdão”. O caminho de seguimento a Jesus é um caminho de perdas e ganhos. Perco o meu "jeitão" de ser e aceito o "jeitão" do Mestre e Senhor da minha vida. Serei discípulo se for capaz de assumir a disciplina do Mestre. Não basta dizer "eu creio", porque a fé sem obras é morta.

No caminho do seguimento do Senhor, ser astuto como a serpente e simples como a pomba são atitudes primordiais para não cairmos na tentação do demônio. É como nós rezamos sempre no Pai-Nosso: "não nos deixeis cair na tentação". A tentação é exatamente a incoerência do nosso falar e do nosso ser.

Somente quem está em Deus é uma criatura nova, ou seja, renovada, disposta ao seguimento de Jesus como verdadeiro discípulo. Não tenho dúvidas de que o demônio existe; também não duvido de que ele nunca para de trabalhar, principalmente, para nos fazer professar a fé e viver como se Deus não existisse. Orar sempre, professar sempre, viver sempre na luz da fé; assim, nada será inútil; a vida terá outro sentido.

Que Deus abençoe a nossa semana!

 

17 de fevereiro de 2014

Não desista de viver a bondade

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Deus nos dando a direção para vencermos os obstáculos

Certa vez, disse para uma amiga: "Não desista de viver a bondade!" Passaram-se anos e, há poucos dias, ela me disse: "Nunca mais me esqueci de suas palavras, e tenho me deixado conduzir por elas, as quais permanecem como eco em minha memória".

A princípio, fiquei somente surpresa por ela ter se recordado tão vivamente do conselho, mas, depois, percebi que era mais que isso. Em suas palavras, percebi o Senhor atualizando o recado também para minha vida.

Em um mundo no qual se coloca em evidência aquilo que não é bom, se não estivermos alicerçados em princípios de fé e esperança, correremos o risco de nos deixar levar pela maldade e agir pela força dos argumentos da razão, desistindo facilmente de ser bons.

Hoje, resolvi ampliar a partilha na intenção de que ela chegue ao seu coração, porque acredito no poder da bondade. Posso dizer, por experiência própria: o amor é mais forte que o poder do mal. Existe uma fábula atribuída a Esopo que pode ilustrar essa partilha, e eu a apresento aqui: "Conta-se que o sol e o vento discutiam sobre qual dos dois era mais forte. O vento disse: 'Provarei que sou o mais forte. Vê aquela mulher que vem lá embaixo com um lenço azul no pescoço? Aposto como posso fazer com que ela tire o lenço mais depressa do que você'.

O sol aceitou a aposta e recolheu-se atrás de uma nuvem. O vento começou a soprar até quase se tornar um furacão, mas quanto mais ele soprava, mais a mulher segurava o lenço junto a si. Finalmente, o vento acalmou-se e desistiu de soprar. Então, o sol saiu de trás da nuvem e sorriu bondosamente para a mulher. Com esse gesto, ela imediatamente esfregou o rosto e tirou o lenço do pescoço. O sol disse, então, ao vento: 'Lembre-se disso: a gentileza e a bondade são sempre mais fortes que a fúria e a força'".

Acredito que, com essa narrativa, Deus está nos dando a direção para vencermos os obstáculos de nossa vida. Não com a força, não com a fúria, mas com a gentileza, com o sorriso, com a bondade e a paciência, com o amor e o perdão. É assim que venceremos!


Não sei em qual etapa da vida você se encontra nem quais são os desafios que tem enfrentado, mas acredito que Jesus, o "Homem bom por excelência", pode e quer o ajudar a dar uma resposta diferente, fazendo opção pela bondade.

A Palavra do Senhor diz: "Não pela força nem pela violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos [...]" (Zacarias 4,1-10). E o Espírito de Deus nos conduz somente àquilo que é bom, justo e nobre.
 
Que tenhamos coragem e disposição para expressar a bondade que está em nós e chegar a muitos corações a partir da nossa decisão e da coragem de sermos um pouco melhores a cada dia. Eu estou tentando. E você?

Busquemos, juntos, neste dia, dar a vitória à bondade. A força dessa virtude, passando por nossos pequenos gestos, pode fazer grande diferença.


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Dijanira Silva
dijanira@geracaophn.com

Dijanira Silva, missionária da Comunidade Canção Nova, atualmente reside na missão de São Paulo. Apŕesentadora da Rádio CN América (SP).


Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=13446#.UwH0O0cuUSU

14 de fevereiro de 2014

Onde estão as pessoas iluminadas?

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O mundo está carente de pessoas que brilham

Que pena ver, todos os dias, pessoas que vivem obscuras e perdidas nas próprias trevas, deixando-se vencer pela escuridão, imaginando ter encontrado a luz. No dia a dia, misturam-se luzes e trevas, ambas se confundem. Os bons costumes, o respeito, o carinho, a atenção, a honra, a dignidade, tudo isso aparece misturado com falta de respeito, de pudor, de libertinagem, de falsidade e de negação dos verdadeiros valores.

Lamentavelmente, os mais variados meios de comunicação têm se pautado por uma enxurrada de comportamentos escandalosos levando nossa juventude para o relaxamento e a degradação humana e religiosa. Convence muito mais uma cena, uma palavra, um gesto de alguém na telinha ou de um amigo no Facebook do que uma vida de doação e exemplos.

Devo reconhecer que também existem pessoas iluminadas que se destacam em qualquer lugar que chegam. O olhar alegre, as atitudes que encantam, as palavras que tocam fundo, a palavra certa para a pessoa certa.

São pessoas que tratam todos com o mesmo respeito, que têm um coração aberto e acolhedor sempre, que buscam o bem do outro antes do próprio. Pessoas iluminadas por valores humanos e cristãos, que nunca se deixam vencer pela atração da moda, do consumo, do ódio, da vingança, das coisas efêmeras do cotidiano. Como precisamos destas pessoas que não só tem luz própria, mas que buscam a fonte da verdadeira Luz!

O mundo está carente de pessoas que brilham e iluminam pelo seu ser e estar no mundo. Poderia dizer que o mundo está gritando de fome e sede de anjos, não no céu, mas aqui na terra. Anjos de carne e osso, transmitindo otimismo, garra, entusiasmo, gosto de viver, amor e atenção, sem medo de enfrentar os desafios que o maligno semeia, dia e noite, no coração, principalmente dos jovens.

Existem estes anjos, talvez o nos que falte seja enxergar e reconhecer esses exemplos. Como seria diferente se tivéssemos a coragem de imitá-los. Tenho a certeza de que o mundo seria melhor. É mais fácil imitar as futilidades, seguir a correnteza dos maus costumes, do modismo sem controle, do liberalismo, do “tanto faz como tanto fez”.

Infelizmente, as maiores vítimas disso tudo são os jovens e os adolescentes, quando não crianças de colo. Que tristeza ver crianças e adolescentes mandando nos pais! Pais que perderam toda a autoridade diante dos filhos, filhos matando os pais, e estes sem saber o que fazer com os filhos. Já passou a hora de acordar e verificar quais valores estamos transmitindo desde o ventre materno. Que exemplos estão sendo dados aos filhos, netos, sobrinhos desde a infância? O que estamos fazendo para a formação do caráter e do sentido de viver em sociedade? É preciso verificar o quanto antes o que contribui com a internalização dos verdadeiros valores e não com o que contribui na formação de adultos vazios, sem personalidade, sem pudor, sem sentimento, sem perder a dimensão sobrenatural da vida.

"Obrigado, Senhor, por ter colocado na minha vida tantas pessoas iluminadas, de têmpera firme, de personalidade decidida, de educação invejável, de fé inquebrantável! Afasta de mim os tolos, os falsos, os mal-humorados, os aproveitadores, os donos da verdade. Peço a Tua luz, Senhor, para que jamais deixes de iluminar a todos que encontrar pelo caminho da vida."

Uma abençoada e iluminada semana para você e sua família!



12 de fevereiro de 2014

Humanização nas Empresas

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Vivenciar as relações no ambiente de trabalho

Empresas buscam produtividade, e a capacidade de produção está associada ao esforço oferecido por cada funcionário. Empresas crescem à medida que seus colaboradores também crescem interiormente. Quanto menor for a capacidade de crescimento interior de cada um, tanto menor será sua produtividade.

Como a espiritualidade cristã pode ajudar as companhias a serem locais de alta produtividade gerada a partir da humanização? Jesus Cristo conhecia Seus discípulos, Ele sabia o nome de cada um, conhecia as histórias de vida deles. Trilhou um caminho fazendo deles não funcionários do Reino de Deus, mas amigos que poderiam difundir, para outros cantos da Terra, a mensagem de amor que Ele anunciava.

Claro que, em uma empresa de grande porte, essa realidade de conhecer cada colaborador é praticamente impossível de ser aplicada no dia a dia. Mas grandes empresas possuem equipes responsáveis por seus diversos setores. Por isso, o primeiro passo é que o empresário conheça aqueles que estão em contato direto com ele. Essa rede de conhecimento deve ser criada na base e estender-se de modo mais amplo aos diversos setores da companhia, a fim de saber quem está ao seu lado, suas dificuldades, seus limites e suas potencialidades. Conhecer os dons de cada um que com ele convive diretamente é o primeiro passo para uma equipe de base, na qual o crescimento é prioridade a ser buscada e não meta a ser imposta.

Conhecer aqueles que colaboram para o bom andamento da empresa é fundamental para que a ideia principal desse conhecimento interpessoal chegue a todos. Esta rede de amor não é impossível de ser realizada; no entanto, ela só funcionará se for vivenciada por todos aqueles que acreditam na verdade de seus princípios.

Uma rede de amor, na qual o conhecer e a acolhida são eficazes, é fruto de um processo nascido na verdade dos sentimentos de quem busca um jeito novo de vivenciar as relações no ambiente de trabalho. Ao buscar apenas o resultado financeiro, essa rede terminará, mais cedo ou mais, no fracasso.

O projeto inicial deve nascer da convicção de que as relações entre empresário e colaboradores seja fruto de um processo que busque, em primeiro lugar, superar as divisões existentes na empresa onde os funcionários não mais sejam vistos apenas como meros executores de funções, e passem a ser vistos e conhecidos como pessoas. Para o crescimento de uma empresa, o empresário terá de ter consciência de que ele, primeiro, deverá buscar o crescimento interior. Não há como exigir mudanças se antes elas não acontecerem, verdadeiramente, em sua própria vida.

 

 

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Padre Flávio Sobreiro

Padre Flávio Sobreiro Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP. Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre - MG. Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Cambuí-MG). Padre da Arquidiocese de Pouso Alegre - MG.
www.facebook.com/peflaviosobreiro
www.padreflaviosobreiro.com


Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=13444