25 de abril de 2025

Pai, perdoa-lhes!

O grito de dor e de amor

O Filho de Deus crucificado, dirigindo-se ao Pai, a quem obedece amorosa e incondicionalmente, rompe, em um brado, o silêncio dos corações enternecidos pela contemplação de seus sofrimentos. Homem das dores, chagado, ensanguentado, vítima da violência cega que algozes lhe impuseram.

Créditos: Imagem gerada por Inteligência Artificial / CHAT GPT

O grito de Jesus cala a algazarra dos curiosos e dos perversos que acompanhavam os desdobramentos de sua condenação. É grito de dor e de amor, escancarando as portas do coração de Deus pela súplica do Redentor: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem!" Os sofrimentos de Jesus, a sua crucificação, revelam o Seu Amor e a Sua compaixão dedicados à humanidade.

Garantia de resgate e de redenção

Pela cruz, o desígnio do Pai, com a anuência amorosa do Filho Amado, vem a salvação para os que creem em Cristo. Sob o olhar dos místicos, a cruz é a nova arca que carrega os seres humanos de todas as origens, em referência simbólica à arca de Noé, na travessia do dilúvio que impõe ao mundo os horrores da morte. A cruz possibilita essa passagem para a paz eterna.

O sacrifício de Cristo, assim, é garantia de resgate e de redenção. Oportunidade concedida pelo Redentor a todos os que nele creem. Conta o olhar voltado ao mistério de Sua Paixão e Morte, momento singular desta Sexta-feira Santa, pelo rito de sua celebração na ação litúrgica, vivido na mesma hora da morte redentora.

Exemplares nesse olhar são as mulheres que desceram com o Mestre, da Galileia à Judeia, corajosas e coerentes nas lágrimas derramadas. Elas, apesar das violências ameaçadoras, testemunharam, sem medo, que eram discípulas de Jesus, pela disposição física e espiritual de acompanhá-lo onde quer que fosse. Ouvem de Cristo a recomendação para que não chorassem por Ele, mas pelos seus filhos – aqueles que, conforme profetizou Jesus, chegariam a praticar horrores.

A fragilidade humana que leva ao posicionamento ao lado da mentira e os preconceitos que alimentam o ódio

O coração de uma mãe dói quando vê a covardia e a fragilidade de um filho, como aquelas cometidas por Pedro, que não conseguiu responder à simples interrogação curiosa e despretensiosa a respeito de ser ele um dos discípulos do mestre. A mesquinhez que nasce do medo leva Pedro a dizer que não conhece Jesus. Uma fragilidade humana que o leva a negociar a verdade, posicionando-se do lado da mentira, sem força para responder sinceramente àquela gente simples.

Já os poderosos, reduzem o interesse de ver Jesus ao anseio por assistir a um milagre, conforme mostra a conduta de Herodes, de compreensão estreita, que acaba por tratar o Mestre com desdém e zombarias. Outro fraco e sem pulso, que negociou a verdade, é Pôncio Pilatos, cedendo à condenação de Cristo, conivente com a escolha cega e irracional de um homicida e salteador, Barrabás. Uma atitude que comprova os riscos dos preconceitos que alimentam o ódio, ameaçando a razoabilidade nas escolhas que poderiam levar à liberdade.

Inspiradora é a atitude do centurião romano, no exercício de seu ofício e do seu dever, tendo acompanhado, silenciosamente, as cenas da condenação e da crucificação, com um olhar que o leva, embora pagão, a captar a verdade de Cristo. Ele conclui que Jesus é verdadeiramente o Filho de Deus. Uma confissão experimentada como convicção, desenhando o caminho que pode curar as covardias, as discriminações, as indiferenças em relação aos sofrimentos alheios.

Uma humanidade que compromete a sacralidade da dignidade humana

Pode curar ainda a soberba que leva à manipulação da verdade em favor do exercício de poderes que escravizam, justificam privilégios oligárquicos e um estilo de vida que dizima os bens da Criação, impondo à parcela maior da humanidade um viver em regime de escravidão econômica, social, cultural e ambiental. Uma humanidade de gente que não sabe o que faz, convencida de verdades enjauladas na mesquinhez da ganância comprometendo a sacralidade da dignidade humana. Um verdadeiro e perverso deboche, distanciado da humildade consciente daquele malfeitor que repreende seu companheiro de suplício, os dois ao lado de Jesus, no Calvário.

O convite para mergulhar na profundeza do amor de Deus

O humilde malfeitor, na contramão das insolências contra Jesus, compreendeu que a Cruz de Cristo, no centro do Calvário, é altar de redenção. Pede ao verdadeiro sumo-sacerdote, vítima imolada por amor: "Lembra-te de mim quando estiveres no paraíso". De dentro de seu suplício, brotou a lucidez amorosa da presença de Deus, para ouvir, em sequência, a promessa do Redentor: "Hoje mesmo estarás comigo no paraíso". E a prece do crucificado – "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem" – é o convite a cada ser humano a mergulhar na profundeza do amor de Deus para encontrar a fonte inesgotável de alegrias que duram, assimilar valores e posturas que sustentam
qualificada envergadura moral, fazendo com que a conduta humana busque sempre promover a solidariedade e a fraternidade universal.


O silêncio que emoldura a algazarra do mundo contemporâneo, com guerras de todo tipo, é o caminho oferecido pela Sexta-feira da Paixão, para fecundar o deserto da interioridade, encharcando a terra seca dos corações, e fazer florir jardins com a semeadura do amor. Ecoe na condição frágil de cada um a prece do Senhor: "Pai, perdoa-lhes"- oportunidade para se sensibilizar e se reconhecer destinatário da salvação conquistada por Cristo, com a Sua Paixão, Morte e Ressurreição.

É a vida nova pela vitória sobre a morte para que ninguém pereça. Pela amorosa e contemplativa consideração das dores e sofrimentos da humanidade, os que verdadeiramente seguem Jesus tornam-se instrumento para construir um novo tempo, marcado pelos valores do Evangelho. O primeiro passo é reconhecer-se na lista dos que "não sabem o que fazem", humildemente percebendo-se presente na súplica do crucificado – "Pai, perdoa-lhes"!

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/liturgia/grito-de-jesus-na-cruz-redencao-e-esperanca/

23 de abril de 2025

Papa Francisco: um latino-americano que falou ao mundo

A passagem de uma Igreja autorreferencial para uma Igreja de referência na sociedade contemporânea

Pela primeira vez na História, um Latino-Americano é eleito para governar a Igreja Católica Apostólica Romana. No dia 17 de dezembro de 1939, nascia em Buenos Aires, Argentina, o homem que seria, anos mais tarde, o Sucessor de Pedro, Vigário de Cristo. Dados históricos que ganham força ao olharmos para o que significou para o mundo o Hemisfério Sul desde o processo denominado colonização espanhola e portuguesa.

Crédito: Jeffrey Bruno

Lembro-me que, em meados de 2010, eu escutava atento, nas aulas de Teologia Pastoral, a necessidade que a Europa tinha de ser reevangelizada e que isso poderia acontecer através da América Latina, afinal, os desafios pastorais e eclesiológicos que as terras da América possuíam faziam dela um grande laboratório de produção teológica e doutrinal. Haja vista os documentos como Medelín, Puebla e Aparecida, que trouxeram para a Igreja reflexões necessárias para que ela pudesse enfrentar momentos difíceis e páginas dolorosas de sua história mais recente.

Pensamentos, escritos, produções, encontros e reuniões que proporcionaram à sociedade uma Igreja presente na América Latina, filha legítima do Concílio Vaticano II que trazia como pano de fundo o desejo da Igreja em diálogo com o mundo. Foi um homem inserido neste contexto que os Cardeais, reunidos em Conclave no ano de 2013, elegeram para suceder o pontificado de Bento XVI.

"Vós sabeis que o dever do Conclave era dar um Bispo a Roma. Parece que os meus irmãos cardeais tenham ido buscá-lo quase ao fim do mundo… Eis-me aqui!" Com essa frase, em seu primeiro discurso ao mundo, Francisco demonstra a consciência de um momento novo para História da Igreja. Em minha análise, um momento no qual a sociedade e a Igreja queriam ouvir a América Latina. Por isso foram "buscá-lo" tão longe.

O que tinha a América Latina para dizer?

"E, agora, iniciamos este caminho, Bispo e povo…" – A importância do caminhar junto. A Igreja protagonizada pelo Papa Francisco tinha o desejo de romper com as distâncias estabelecidas pelas burocracias hierárquicas. Bem por isso pedia ele que padres, bispos pudessem ser pastores com o cheiro das ovelhas. Uma Igreja viva e renovada, dia a dia, pelos desafios a ela impostos.

Sem medo de enfrentá-los, sem medo de estar nas "periferias humanas", ainda como ele mesmo expressou: "Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças" – uma compreensão de que a Instituição não podia ser autorreferencial, mas jamais deveria deixar de ser a referência. Era isso que a América Latina tinha a dizer ao mundo, partindo das experiências humanas mais sensíveis vivenciadas em cada realidade de carência ou de riqueza presente nas terras das Américas.

Não poucas vezes, ouvi de padres italianos: "Somente daqui alguns anos a Igreja entenderá Francisco" – tão logo se vê, Francisco não foi apenas um homem latino-americano que chegou ao mais alto grau de hierarquia de uma instituição universal, mas, na pessoa dele está catalisada uma Igreja que é escola para o mundo.


Não é mais sobre as contatações das navegações de outrora que fez o Ocidente conhecer as terras do hemisfério sul, e, por um momento, pensar que poderia dominá-lo, mas é sobre o que aprendemos juntos.

Para mim é claro que toda a proposta de Diálogo com o mundo, presente na vida e no pontificado de Francisco, era a síntese de uma relação milenar da Igreja com a Sociedade. Ele foi um marco, que referencia a passagem de uma Igreja que dialoga com o mundo, para uma Igreja que se apresenta, novamente, tal como nos primórdios do cristianismo, uma opção ao mundo.

Opção de quê? De convergência em meio tantas divergências; de escuta em meio a tantos que desejam impor suas vozes; de silêncio em meio aos barulhos causados pelos ruídos da avalanche de informações e fake news; de paz em meio a tantas guerras.

Os últimos dias do Papa Francisco foram vividos com a intensidade de um pastor atento, sua voz já cansada, seu modo despojado em que apareceu em uma visita na basílica vaticana há alguns dias, seu desejo de estar no meio do povo, de tocar as crianças, era um ecoar apostólico daquele "combati o bom combate… guardei a fé".

Referências:
CONFERÊNCIA GERAL DO EPISCOPADO LATINO-AMERICANO. Documento conclusivo de Medellín. Medellín: CELAM, 1968. Disponível em: https://www.celam.org/documentos/Documento_Conclusivo_Medellin.pdf
CONFERÊNCIA GERAL DO EPISCOPADO LATINO-AMERICANO. Documento conclusivo de Puebla. Puebla: CELAM, 1979. Disponível em: https://www.celam.org/doc_conferencias/Documento_Conclusivo_Puebla.pdf
CONFERÊNCIA GERAL DO EPISCOPADO LATINO-AMERICANO. Aparecida Document: V General Conference of the Latin American and Caribbean Bishops. Aparecida: CELAM, 2007.  Disponível em: https://www.celam.org/aparecida/Ingles.pdf
IGREJA CATÓLICA. Concílio Vaticano II: Documentos. Vaticano: Santa Sé, [s.d.]. Disponível em: https://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/index_po.htm.
FRANCISCO, Papa. Bênção Urbi et Orbi. Vaticano: Santa Sé, 2013. Disponível em:
https://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2013/march/documents/papa-francesco_20130313_benedizione-urbi-et-orbi.html
FRANCISCO, Papa. Bênção Urbi et Orbi. Vaticano: Santa Sé, 2013. Disponível em:
https://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2013/march/documents/papa-francesco_20130313_benedizione-urbi-et-orbi.html
FRANCISCO, Papa. Santa Missa Crismal. Vaticano: Santa Sé, 2013. Disponível em: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/homilies/2013/documents/papa-francesco_20130328_messa-crismale.html
FRANCISCO, Papa. Evangelii Gaudium: Exortação Apostólica sobre o anúncio do Evangelho no
mundo atual. Vaticano: Santa Sé, 2013. Disponível em:
https://www.vatican.va/content/francesco/pt/apost_exhortations/documents/papa-francesco_esortazione-ap_20131124_evangelii-gaudium.html

Padre Robson Caramano
Padre da Diocese de São Carlos, Mestre em Linguagens, Mídia e Arte pela PUC Campinas e aluno do Programa de Mestrado em Filosofia com Especialização em Filosofia Prática da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Coordenação do Departamento de Comunicação do Pontifício Colégio Pio Brasileiro


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/papa-francisco-um-latino-americano-que-falou-ao-mundo/

22 de abril de 2025

Os olhos que falam!

Cuidar dos pequenos, um chamado de fé

A espiritualidade católica enfatiza a proteção das crianças como um dever sagrado, reconhecendo sinais de sofrimento silencioso como "olhos que comunicam" – expressões apagadas que podem indicar um pedido de socorro. A fé católica, fundamentada na dignidade humana e na proteção dos vulneráveis, oferece uma perspectiva crucial para entender e combater o abuso infantil, uma realidade sombria que contradiz o ideal de uma infância protegida e amorosa. A tradição católica considera a proteção das crianças uma responsabilidade coletiva, convocando os fiéis a estarem atentos aos sinais de sofrimento e a agirem em defesa da integridade física, emocional e espiritual dos pequenos.

Créditos: Imagem gerada por Inteligência Artificial / CHAT GPT

Identificar o abuso infantil é desafiador porque crianças, frequentemente, não conseguem expressar verbalmente seu sofrimento, exigindo vigilância constante de todos ao seu redor quanto a sinais físicos (hematomas inexplicáveis, lesões, queimaduras, dores persistentes, distúrbios de sono e alimentação), comportamentais (mudanças bruscas de humor, agressividade ou retraimento, medos específicos, regressão comportamental, dificuldade de concentração, isolamento social, comportamentos sexuais inapropriados) e emocionais (ansiedade, depressão, baixa autoestima, culpa, vergonha, alterações de humor, choro excessivo, pesadelos). Embora a presença desses sinais não confirme definitivamente o abuso, eles servem como alerta para uma observação mais atenta e possível intervenção profissional.


Ver com os olhos de Cristo, cuidar e proteger

Na perspectiva católica, identificar sinais de abuso infantil transcende a simples vigilância, constituindo um ato de amor cristão e cumprimento do mandamento de cuidar do próximo. Essa abordagem espiritual nos convida a "enxergar com os olhos de Cristo", reconhecendo a vulnerabilidade das crianças e respondendo com empatia e ação concreta, reminiscente da parábola do Bom Samaritano (Lucas 10,25-37), que nos ensina a não ignorar o sofrimento alheio. A Igreja Católica enfatiza sua responsabilidade na proteção infantil, promovendo educação e conscientização sobre abuso em todos os níveis da comunidade, enquanto a espiritualidade cristã nos chama a criar ambientes seguros onde as crianças se sintam amadas, respeitadas e encorajadas a se expressar quando em sofrimento. Práticas como oração, meditação bíblica e participação nos sacramentos podem aguçar nossa sensibilidade ao sofrimento dos outros e fortalecer nossa coragem para defender os mais vulneráveis.

Os "olhos que falam" das crianças abusadas clamam por nossa atenção e ação concreta; a tradição católica nos convoca a ir além da simples observação, desenvolvendo uma escuta atenta e um olhar compassivo capaz de identificar sinais de sofrimento. Nossa fé deve nos impulsionar a sermos agentes de cura e proteção, construindo comunidades onde a dignidade infantil seja respeitada e o amor divino se manifeste através de nosso cuidado e justiça, permitindo que as vozes silenciadas das crianças encontrem eco em nossa resposta protetora.

Alex Garcia Costa
CRP 06/108306
Psicólogo e Filosofo
Especialista em Neuropsicologia, Avaliação Psicológica Clínica, Direito Canônico para Vida
Religiosa e Estudante de Sexualidade Humana.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/os-olhos-que-falam/

20 de abril de 2025

Da morte à vida : Cristo ressuscitou!

No coração da vida cristã

Estamos mergulhados no coração de nossa vida cristã. Não somos apenas religiosos, mas muito mais: somos cristãos, discípulos de Jesus Cristo, morto e ressuscitado para a nossa vida e salvação. Nestes dias, que já são pascais, proclamamos com toda a disposição: "Cristo morreu, Cristo ressuscitou, Cristo é o Senhor, Cristo há de voltar! Vem, ó Senhor!" E desejamos seguir os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo para chegar, mais uma vez, à alegria de sua Ressurreição gloriosa!

Créditos: Imagem Gerada por Inteligência Artificial / CHAT GPT

"Quando chegou a hora, Jesus pôs-se à mesa com os apóstolos e disse: 'Desejei ardentemente comer convosco esta ceia pascal, antes de padecer. Pois eu vos digo que não mais a comerei, até que ela se realize no Reino de Deus'" (Lc 22,14-16). Na Quinta-feira Santa, ao cair da tarde, começamos a Páscoa. É a Páscoa da Ceia! Tornamos presente o acontecimento com o qual o Senhor instituiu o memorial permanente de sua entrega. Corpo entregue e Sangue derramado, a dinâmica do amor definitivo que nos é dado cada vez que comungamos!


A ceia do Senhor e o mandamento do amor

É o aniversário da Ceia Eucarística, celebrada desde a sua instituição até o fim dos tempos. Em cada momento, em algum lugar da terra, "Isto é o meu Corpo, entregue por vós" e "Este é o Cálice do meu Sangue, da nova e eterna Aliança" são palavras ditas por um Sacerdote, e são a realização do Mistério que sustenta a feliz esperança no coração da Igreja e de cada fiel. E o fazemos na alegria de receber o mandamento novo do Amor recíproco, tornando-o real e positivamente provocante no gesto do Lava-pés, para ouvir da boca do Senhor: "Entendeis o que eu vos fiz? Vós me chamais de Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque sou. Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais assim como eu fiz para vós" (Jo 13,12-14).

A Páscoa da Cruz é celebrada, na Sexta-feira Santa, não como um dia de trevas e tristeza, mas da infinita coragem e eterno amor com o qual o Senhor nos amou. De fato, "antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a sua hora, hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim" (Jo 13,1). É a Páscoa que nos mergulha no amor maior de Deus, que entrega seu Filho por amor de todos os homens e mulheres de todos os tempos, oferecendo-lhes o resgaste de todos os pecados.

Nós a celebramos com uma Liturgia bastante original, que começa com grande silêncio e prossegue com a proclamação da Palavra de Deus, culminando com a Leitura da Paixão segundo São João. Depois, fazemos as orações universais, abrindo coração e vozes a todas as necessidades da humanidade, cravando-as no lenho da Cruz. Em seguida, a adoração da Cruz é um gesto carinhoso e humano, com o qual valorizamos a figura do Crucificado, também presente em nossos lares. Tudo culmina com a Sagrada Comunhão, pois o Senhor morreu uma só vez, sua morte foi gloriosa, Ele ressuscitou e está presente entre nós! Alegremo-nos, pois estamos na Páscoa!

Sábado Santo: tempo de espera

A Igreja, em sua sabedoria, convida todos os fiéis a se recolherem em meditação e oração durante o Sábado Santo. É tempo propício para ajuntar, em nossa cabeça e em nosso coração, todos os ensinamentos e as práticas de vida experimentadas na Quaresma. Na Sexta-feira Santa e neste Sábado, não se celebra a Eucaristia, para completar a vivência do Mistério Pascal na grande Vigília, em cada Paróquia e Comunidade. No Sábado, é bom tomar conhecimento de que tudo o que se celebra conduz à Renovação dos Compromissos Batismais, pelo que cada pessoa de nossas famílias deve providenciar uma vela, a ser acesa no Círio Pascal na Vigília, que é a mãe de todas as celebrações da Igreja.

A Páscoa da Ressurreição é celebrada de sábado para domingo, na Vigília Pascal na Noite Santa, estendendo-se por todo o Domingo da Páscoa. A Liturgia da Luz começa com a entronização do Círio Pascal, símbolo do Cristo, Luz do Mundo, no qual serão acesas as velas dos fiéis, e que presidirá o espaço litúrgico até o Pentecostes, que se conclui com belíssima Proclamação da Páscoa, rica da memória da expectativa e realização do Mistério Pascal. Depois, característica de uma Vigília, a imensa riqueza da Liturgia da Palavra de Deus, que nos conduz pela História da Salvação, até chegar ao acontecimento da Ressurreição.

Renovação na Páscoa: vivendo o batismo e a Eucaristia

Assim chegamos ao Rito do Batismo, com a bênção da água, a celebração dos Sacramentos da Iniciação Cristã dos Catecúmenos preparados em cada Paróquia, e a renovação dos Compromissos Batismais. "Banhados em Cristo. somos uma nova criatura, as coisas antigas já se passaram. somos nascidos de novo!" A Igreja celebra estes ritos como uma grande homenagem ao que aconteceu com todos nós, mergulhados em Cristo, para sermos novas criaturas, ao sermos batizados. Com toda a riqueza de ensinamentos e graças recebidas, aproximamo-nos então do Altar, para a Liturgia Eucarística, ponto auge da Grande Vigília!

Esta é a Páscoa, que traz consigo consequências importantes para nossa vida cristã e o testemunho a que somos chamados. Primeiro, a vida nova recebida no Batismo, na Crisma e na Eucaristia, há de resplandecer em nossa vida, deixando que o Cristo Ressuscitado vença em nós todas as marcas do homem velho, para sermos pessoas renovadas plenamente. Havemos de sair da Vigília Pascal com o sorriso nos lábios, o amor no coração, a caridade a ser vivida e o amor à Igreja, Casa da Vida Cristã. Tendo participado da Páscoa, dela nascem os nossos compromissos de dar testemunho de Cristo, com criatividade, coragem e a prontidão para edificar o Reino de Deus nos ambientes em que vivemos, sem dar desculpas, que sabemos tantas vezes serem esfarrapadas.

E o lugar privilegiado para amadurecer a vida recebida e celebrada na Páscoa é a Comunidade Cristã, valorizando, de modo especial, o Domingo, nossa Páscoa semanal. Ressoe entre nós uma afirmação dos primeiros séculos da Igreja. Em Abitene, uma pequena localidade na atual Tunísia, 49 fiéis foram surpreendidos num domingo, enquanto celebravam a Eucaristia, desafiando as proibições imperiais.

Presos e levados para Cartago para serem interrogados, foi significativa a resposta dada por um cristão ao procônsul que lhe perguntava por que motivo violaram a ordem do imperador. Respondeu: "Sem o domingo não podemos viver". Depois de atrozes torturas, os 49 mártires foram mortos. O Domingo, nossa Páscoa semanal, será o espaço para renovarmos nossos propósitos e compromissos assumidos na grande Solenidade Pascal.

Mortos ao pecado, vivos para Deus, alegres na esperança! Esta seja a nossa Páscoa! Feliz Páscoa para todos!

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/biblia/da-morte-vida-cristo-ressuscitou/

A Páscoa e o seu real sentido

Uma grande festa cristã

Páscoa (do hebraico Pessach) significa passagem. É uma grande festa cristã para nós, é a maior e a mais importante festa. Reunimo-nos como povo de Deus para celebrarmos a Ressurreição de Jesus Cristo, Sua vitória sobre a morte e Sua passagem transformadora em nossa vida.

Créditos: Imagem gerada por Inteligência Artificial / CHAT GPT

O Tempo Pascal compreende cinquenta dias a partir do domingo da Ressurreição até o domingo de Pentecostes, vividos e celebrados com grande júbilo, como se fosse um só e único dia festivo, como um grande domingo. A Páscoa é o centro do Ano Litúrgico e de toda a vida da Igreja. Celebrá-la é celebrar a obra da redenção humana e da glorificação de Deus que Cristo realizou quando, morrendo, destruiu a morte; e, ressuscitando, renovou a nossa vida.

A bela intenção que foi se perdendo

Foi com a intenção de celebrar a Páscoa de Cristo que, desde os primórdios do Cristianismo, os cristãos foram organizando esta bela festa. Mas, a partir de muitas propagandas midiáticas e de muitos outros costumes da nossa sociedade, vemos, sem dúvidas, que essa bela intenção foi se perdendo. Para muitos, a Páscoa virou sinônimo de um "feriadão" ao lado de muitos outros feriadões, com o único objetivo de quebrar a monotonia da vida; com intenções e modos que não expressam os reais valores e sentidos da grande festa que é a Páscoa.


Em muitas casas, a Páscoa é vivida de forma paganizada e estragada pelas bebidas e orgias deste mundo, sem um mínimo de senso religioso ou moral; ou como um mero folclore, um mero tempo para viajar, comer chocolates e descansar de suas fadigas. Assim, um tempo que nasceu para construir laços familiares e renovar a nossa sociedade com valores perenes, acaba não atingindo o seu objetivo.

Necessitamos compreender o real sentido da Páscoa

As confraternizações, os alimentos específicos e muitos outros costumes são importantes e nos ajudam a celebrar a Páscoa, mas não podem nos desviar do seu principal e essencial sentido. Hoje, temos uma geração que não entende nada do verdadeiro sentido da Páscoa, mas devemos celebrá-la bem nós que não nos fechamos às suas origens e sabemos que ela é mais do que um "feriadão"; é uma "grande semana" na qual vivenciamos os mistérios da vida de Cristo e os mistérios da nossa própria vida.

Todos nós cristãos devemos, hoje, nos comprometer em nos mantermos fiéis às nossas origens e celebrarmos o sentido original, belo e profundo da nossa maravilhosa festa, que é a celebração da Ressurreição do Senhor. Que nossas boas obras e nossas vozes, em cada canto das nossas cidades, possam levar a alegria do Ressuscitado; sobretudo aos pobres, doentes, distanciados e a todas as pessoas, pois são amadas pelo Pai.

Irradiemos ao nosso redor a esperança e a certeza da presença de Cristo Ressuscitado. Que se encha nosso olhar de luz, como os das mulheres que viram o sepulcro vazio e o Filho de Deus ressuscitado (Mt 28). Que possamos também nós, numa só fé, exclamar como elas: O Senhor Ressuscitou! Aleluia!".

Formação Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/o-sentido-real-da-pascoa/

17 de abril de 2025

Como viver a Semana Santa fazendo uma verdadeira parada para reflexão

Parada para reflexão e reconstrução da espiritualidade

Iniciamos, no Domingo de Ramos, mais uma Semana Santa com a entrada triunfal de Jesus na cidade de Jerusalém. Aí começa uma nova fase na história do povo de Israel, quando todos se voltam para a cena da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.

A Semana Santa deve ser um tempo de recolhimento, interiorização e abertura do coração e da mente para o Deus da vida. Significa fazer uma parada para reflexão e reconstrução da espiritualidade, essencial para o equilíbrio emocional e a segurança no caminho natural da história de vida com mais objetividade e firmeza.

Lembramos, na Semana Santa, que as dificuldades não são para nos fazer desistir

As dificuldades encontradas não são fracasso nem caminho sem saída; elas nos levam a firmar a esperança na luta por uma vida sem obstáculos intransponíveis. Foi o que aconteceu com Cristo, no trajeto da Paixão, culminando com Sua morte na cruz. Em todo o caminho, Ele passou por diversos atos de humilhação.

A estrada da cruz foi uma perfeita revelação da identidade de Jesus. Ele teve de enfrentar os atos de infidelidade e rebeldia do povo que estava sendo infiel ao projeto de Deus, inclusive sendo crucificado entre malfeitores. Jesus partilha da mesma sorte e dos mesmos sofrimentos dos assassinos e ladrões de sua época.

Créditos: Foto gerada por Inteligência Artificial / CHAT GPT


Associar ao sofrimento de Cristo

Na Semana Santa, devemos associar ao sofrimento de Cristo o mesmo que acontece com tantas famílias e pessoas violentadas em nosso tempo. Podemos dizer da violência armada, dos trágicos acidentes de trânsito, das doenças que causam morte, do surto da dengue, dos vícios que ceifam muita gente etc.

Jesus foi açoitado, esbofeteado, teve a barba arrancada, foi insultado e cuspido. O detalhe principal é que nenhum sofrimento O fez desistir de Sua missão nem ter atitude de vingança. Ele deixou claro que o perdão é mais forte que a vingança.

Devemos aprender com Ele e olhar a vida de forma positiva, sabendo que seu destino é projetado para a eternidade em Deus.

Dom Paulo M. Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/semana-santa/reflexao-e-espiritualidade-na-semana-santa/

16 de abril de 2025

Como viver bem a Semana Santa

A semana maior da Igreja 

Por meio da Sagrada Liturgia1, cada batizado é convidado a viver configurando-se à vida de Jesus Cristo. Para tanto, a Igreja ajuda-nos a percorrer esse caminho de assimilação da existência cristã propondo-nos a dinâmica do Ano Litúrgico2, cujo ápice é o Tríduo Pascal, que celebra os mistérios centrais de nossa fé: o Senhor crucificado, sepultado e ressuscitado.

Créditos cancaonova.com

Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor

A Igreja "recorda a entrada do Cristo Senhor em Jerusalém para consumar seu mistério pascal"3. Na procissão de ramos, experimentamos nossa condição de peregrinos, caminhantes para a eternidade. Participar dessa procissão nos predispõe a caminhar juntos, manifestando nossa alegria em sermos discípulos de Jesus. Na segunda parte da celebração – a Missa –, faz-se memória da Paixão de Cristo, de Seu ato de amor, Sua entrega para nossa salvação.

Quinta-feira da Ceia do Senhor

Comumente chamada de Missa do Lava-pés por ser um dos elementos dessa celebração – ainda que não seja o mais importante. Neste dia, a Igreja celebra "a instituição da Sagrada Eucaristia e da ordem sacerdotal, bem como o mandato do Senhor sobre a caridade fraterna"4 . É dia de agradecermos pelo dom da Eucaristia – presença real do Senhor que nos alimenta nas estradas da vida; pelo sacerdócio ministerial – recordando-nos de todos aqueles a quem o Senhor chamou para uma vocação específica de entrega e serviço; e de nos empenharmos à caridade concreta em favor dos mais fragilizados.


Sexta-feira da Paixão do Senhor

Neste dia, a Igreja celebra a Paixão e Morte de Cristo. A celebração é marcada pelo despojamento e silêncio. Após as leituras da Palavra de Deus, procede-se com a Adoração da Cruz – em que reconhecemos o infinito amor do Senhor pela humanidade, seguida da distribuição da sagrada Comunhão. A Igreja, esposa de Cristo, une-se ao seu Senhor, medita Suas dores, chora Sua morte. Este é um dia de jejum, de abstinência, de cultivar o silêncio e de refletir sobre nossa resposta de amor a Deus.

1 Cf. Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium sobre a Sagrada Liturgia, n. 2.
2 Cf. Sacrosanctum Concilium, n. 102.
3 Missal Romano, 3ª edição típica para o Brasil, Edições CNBB, 2023, p. 216.
4 Missal Romano, 3ª edição típica para o Brasil, Edições CNBB, 2023, p. 246.

Sábado Santo

Durante este dia, "a Igreja permanece junto do sepulcro do Senhor, meditando na Sua Paixão e Morte, bem como a Sua descida à mansão dos mortos (1Pd 3,19), e esperando a Sua Ressurreição, em oração e jejum"5.

Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor

A celebração do Domingo de Páscoa começa na noite de Sábado com a "Vigília Pascal na noite santa". É antiquíssima a tradição dessa vigília, que remonta aos primeiros séculos, aguardando o dia da gloriosa Ressurreição do Senhor. Essa celebração é realizada em quatro partes: a primeira, com o lucernário e a proclamação da Páscoa. Na segunda parte, iluminada pela Páscoa de seu Senhor, "a santa Igreja medita as maravilhas que o Senhor Deus realizou desde o início para seu povo que confia em sua palavra e sua promessa"; na terceira, a Igreja celebra ou recorda a vida nova no Batismo. Por fim, na quarta parte da celebração, os cristãos são convidados "à mesa que o Senhor preparou para o seu povo: o memorial de sua morte e ressurreição, até que Ele venha"6. É dia de rejubilarmos pelas maravilhas que o Senhor realizou para nos salvar, pelo Batismo que recebemos e pelo convite que nos faz, ao banquete eucarístico.

Com a celebração do dia da Páscoa, a Igreja, resplandecente de alegria, proclama: Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos.

Conclusão

A Semana Santa é um convite profundo à vivência dos mistérios centrais da nossa fé. Ao longo desses dias, a Igreja nos oferece, por meio da Sagrada Liturgia, um caminho para refletir sobre o amor incondicional de Deus e nos desafia a viver de maneira mais plena o nosso compromisso com Ele e com o próximo. Que, ao participar desses momentos de graça, renovemos nossa fé, fortalecendo nossa esperança e vivendo de forma concreta o mandamento do amor-comunhão. Abençoada Semana Santa!

Pe. Técio Andrade Lima 
Presbítero do Clero da Arquidiocese de Vitória da Conquista, doutorando em Sacra Liturgia no Pontifício Instituto Litúrgico do Pontifício Ateneu Santo Anselmo em Roma.

5 Missal Romano, 3ª edição típica para o Brasil, Edições CNBB, 2023, p. 272.
6 Missal Romano, 3ª edição típica para o Brasil, Edições CNBB, 2023, p. 274.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/biblia/como-viver-bem-semana-santa-2/

15 de abril de 2025

Semana Santa, a semana das semanas

A semana maior

Se você é católico, com certeza conhece a expressão "Semana Santa". Mas você sabia que ela também é chamada de "A Semana Maior"? Ela é maior não somente porque, ao invés de ter sete dias, contém oito – sendo dois domingos, mas, sobretudo, porque ela celebra o coração do mistério de nossa salvação.

Ela é uma semana de grande importância para toda a humanidade, o centro da história e, ao mesmo tempo, o seu fim, já que ela aponta e conduz ao fim da nossa caminhada na Terra, a nós que desejamos a vida eterna.

Essa salvação se realiza na Páscoa de Cristo, que, passando pelo sofrimento e pela morte, entra na vida nova da Ressurreição. Em Jesus, o Filho de Deus, a humanidade tem acesso à Páscoa eterna. Nesse sentido, São Paulo nos diz que "nós somos cidadãos dos céus. É de lá que, ansiosamente, esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará nosso mísero corpo, tornando-o semelhante ao seu corpo glorioso, em virtude do poder que tem de sujeitar a si toda criatura" (Fl 3,20-21).

Todos os anos, a Igreja nos oferece esse tempo forte e de muitas graças, considerado o ápice do ano litúrgico, que começa no Domingo de Ramos e segue até o Domingo de Páscoa.

A liturgia nos convida então a acompanhar Jesus passo a passo, desde a Sua chegada em Jerusalém até o Seu encontro, ressuscitado, com os discípulos, passando pela colina do Gólgota onde foi crucificado. Toda essa trajetória alimenta nossa fé e nos ajuda a compreender e a experimentar o grande amor de Deus por nós.

Créditos: Imagem gerada por Inteligência Artificial / CHAT GPT

A Semana Santa contém vários eventos de grande importância para nós:

– O Domingo de Ramos, com a entrada triunfal de Jesus na cidade santa de Jerusalém.

– O Tríduo Pascal (três dias):

  • Quinta-feira Santa: Jesus lava os pés dos apóstolos e institui a Eucaristia e o sacerdócio.
  • Sexta-feira Santa: Jesus sofre e entrega Sua vida por amor a nós.
  • Sábado Santo: O corpo do Senhor está no túmulo. Dia de silêncio. Nenhuma celebração é feita durante o dia.

– A grande Vigília Pascal: acontece no sábado à noite para celebrar a Ressurreição de Jesus. Em seguida, no domingo, continuamos a celebrar, com grande júbilo, a presença viva de nosso Senhor.

O Catecismo da Igreja diz: "A Páscoa não é simplesmente uma festa entre outras: é a «festa das festas»,  a «solenidade das solenidades», tal como a Eucaristia é o sacramento dos sacramentos (o grande sacramento). […] O mistério da ressurreição, em que Cristo aniquilou a morte, penetra no nosso velho tempo com a sua poderosa energia, até que tudo Lhe seja submetido" (§1169).


Um convite para você!

Participar das celebrações litúrgicas propostas pela Igreja é de grande importância para que possamos reviver esses eventos como se estivéssemos ao lado de Jesus em Jerusalém. Elas despertam em nós sentimentos de compaixão, de contrição e de reparação, além de nos dar forças para carregarmos a nossa cruz, ajudar-nos a viver na esperança e entrar na alegria da ressurreição e da vida eterna.

Deixo então um convite: aproveitemos o quanto for possível de tudo o que é proposto nesse tempo em nossas paróquias, comunidades e movimentos. O ideal é que seja de forma presencial.

Consagre um tempo maior à oração e à meditação dos mistérios que celebramos, leia as passagens bíblicas correspondentes ou os textos litúrgicos do dia. Podemos achar que já os conhecemos, mas a Palavra sempre traz uma luz nova para nossos caminhos.

Que Deus os abençoe e lhes conceda a graça de uma abençoada Semana Santa!

Equipe de Formação Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/semana-santa/semana-maior-significado/

14 de abril de 2025

Esta é a Grande Semana! Tempo de graça e conversão

A vida humana encontra sentido em Cristo

A Sagrada Escritura, confirmada pela experiência dos séculos, ensina à família humana que o progresso, grande bem para o homem, traz também consigo uma enorme tentação. De fato, quando a hierarquia de valores é alterada e o bem e o mal se misturam, os indivíduos e os grupos consideram somente seus próprios interesses e não o dos outros.

Por esse motivo, o mundo deixa de ser o lugar da verdadeira fraternidade, enquanto o aumento do poder da humanidade ameaça destruir o próprio gênero humano. Se alguém pergunta como pode ser vencida essa miserável situação, os cristãos afirmam que todas as atividades humanas, quotidianamente postas em perigo pelo orgulho do homem e o amor desordenado de si mesmo, precisam ser purificadas e levadas à perfeição por meio da cruz e ressurreição de Cristo. Redimido por Cristo e tornado nova criatura no Espírito Santo, o homem pode e deve amar as coisas criadas pelo próprio Deus. Com efeito, recebe-as de Deus; olha-as e respeita-as como dons vindos das mãos de Deus" (Gaudium et Spes 37).

O acontecimento primordial da fé cristã é o Mistério Pascal de Jesus Cristo em sua Morte e Ressurreição. Acreditamos, com toda força de nossa alma, que a vida humana encontra sentido justamente em Cristo. N'Ele, todas as esperanças podem se realizar e todos os esforços pelo bem e pela verdade chegam a porto seguro.

Quando professamos a fé, temos a certeza de que Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida para todos. Cabe-nos respeitar as pessoas que têm outras convicções religiosas e existenciais. Mas não nos é lícito omitir-nos na proclamação da verdade da fé.

Créditos: Imagem gerada por Inteligência Artificial / CHAT GPT

A Semana é Santa e é grande por causa do mistério de Cristo

Em torno da Ressurreição de Cristo, toda a prática religiosa cristã se organizou no correr dos séculos. O dia dos dias é o domingo, pois Jesus venceu a morte, o pecado e a dor no primeiro dia da semana. Assim, para os cristãos, essa realidade supera os ciclos naturais. Ainda que dias, noites, meses e anos sejam vividos por nós junto com as outras pessoas. Vivemos entre dois polos de tensão, "dependurados" na certeza da Ressurreição e na volta do Senhor, no fim dos tempos, quando Deus for tudo em todos. Por isso, a Igreja clama com confiança: "Anunciamos, Senhor, a vossa Morte, proclamamos a vossa Ressurreição! Vinde, Senhor Jesus!".

Do domingo veio a semana cristã. Dele se ampliaram os horizontes celebrativos, para que o mistério de Cristo se faça sempre presente e atual. Do dia da Ressurreição veio a Páscoa anual, celebrada com toda solenidade. Os mistérios da vida de Cristo vieram, pouco a pouco, a ser comemorados. Sempre com a Santa Missa, presença e renovação do Sacrifício do Calvário. Tudo marcado pela abundante proclamação da Palavra de Deus.

As pessoas que escolheram seguir Jesus Cristo e o fizeram com radicalidade, que nós chamamos de santos e santas, são recordadas no dia de sua Páscoa pessoal na morte. Isso levou a Igreja a celebrar, também com a Santa Missa, seus exemplos e sua intercessão orante pelos que caminham rumo à pátria definitiva.

Nosso calendário é chamado "litúrgico", porque se organiza em torno do único mistério, Jesus Cristo, nosso Salvador, que morreu e ressuscitou para nos salvar. A cada ano, retornamos apenas às mesmas celebrações. Mas nos encontramos crescidos e mais amadurecidos na fé, para testemunhá-la mais ainda.

O gosto pelas celebrações da Igreja

Este deve ser o programa de vida do cristão. Entende-se, assim, porque nossas famílias incutiram em nós o gosto pelas celebrações da Igreja. Batismo, Primeira Comunhão, Crisma, Matrimônio marcam esse ritmo. Ainda se acrescentam as devoções das famílias ou as festas de padroeiros, Círios, Coroações, Novenas, Procissões. Parecemos agradavelmente teimosos, sem permitir que outras realidades nos engulam de vez! Olho assim para a realidade amazônica, mas quero ver mais longe. Sabendo que em todos os quadrantes há cristãos assim dispostos a manter viva, não só a fé, mas também uma sadia influência na cultura do tempo em que vivemos.

Entretanto, nosso calendário católico oferece ao mundo uma semana especial. Estamos às suas portas, chamada santa por causa do Senhor que se faz presente com intensidade, suscitando a conversão aos valores do Evangelho. Chegue a todos o convite da Igreja Católica para a grande missão chamada Semana Santa!

Esta semana é grande, porque a Palavra de Deus é oferecida com abundância. A Semana é Santa e é grande por causa do mistério de Cristo celebrado na Liturgia a partir do Domingo de Ramos, para chegar ao Tríduo Pascal, de Quinta-feira Santa, ao cair da tarde, até Domingo de Páscoa, tendo seu ponto mais alto na Vigília Pascal na Noite Santa.

Chamado ao seguimento de Jesus

Não dá para sermos espectadores. Tudo o que acontece é em vista de nossa vida cristã e de nossa salvação. Quando foi publicado o cartaz da Campanha da Fraternidade de 2015, a figura do Papa Francisco, realizando o Lava-pés na Semana Santa, deixou uma forte impressão em todo o país. O rito não tem nada de teatral, nem mesmo de gestos do passado. É extremamente atual e provocante! E a Sexta-feira Santa traz consigo o chamado ao seguimento de Jesus, para conduzir-nos depois à Páscoa, celebrada em seu coração, da Vigília Pascal para o Domingo.


Alegria da salvação

O que dizer dos grandes sermões pronunciados na Semana Santa? Em nossa Belém, o Sermão das Três Horas da Agonia, com as Sete Palavras de Jesus na Cruz, na Sexta-feira Santa, abre ouvidos e corações a cada ano. Pelas ruas, a Via-sacra, o Sermão do Encontro, o descendimento da cruz, tudo se torna anúncio, resposta de fé e vida nova para todos. Além das celebrações litúrgicas e dos grande sermões, os acontecimentos pascais são também encenados com capricho por uma infinidade de grupos. A Paixão de Cristo é o episódio da história da humanidade mais representada em peças teatrais. Quanta gente já encontrou emoção e conversão assistindo, nas praças públicas, a esses espetáculos!

Permaneça em nós, na grande Semana, o apelo de Santo Atanásio, que vale como convite: "É muito belo passar de uma para outra festa, de uma oração para outra, de uma solenidade para outra solenidade. Aproxima-se o tempo que nos traz um novo início e o anúncio da santa Páscoa, na qual o Senhor foi imolado. O Deus que, desde o princípio, instituiu essa festa para nós, concede-nos a graça de celebrá-la cada ano. Ele que, para nossa salvação, entregou à morte seu próprio Filho. Pelo mesmo motivo nos proporciona essa santa solenidade que não tem igual no decurso do ano. Essa festa nos sustenta no meio das aflições. Por ela, Deus nos concede a alegria da salvação e nos faz amigos uns dos outros. É este um milagre de sua bondade: congrega nesta festa os que estão longe e reúne na unidade da fé os que, porventura, se encontram fisicamente afastados" (Das Cartas pascais de Santo Atanásio, bispo).



Dom Alberto Taveira Corrêa

Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém – PA.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/semana-santa/semana-santa-misterio-pascal-conversao-fe/

13 de abril de 2025

Domingo de Ramos e da Paixão: Caminho de entrega e esperança

Ramos, cruz e esperança

Ramos, flores, aclamações e gritos de hosana. Desde a entrada de Jesus em Jerusalém, a procissão não se interrompeu. Continuaremos a dizer-lhe que é bem acolhido e, ao mesmo tempo, clamamos pela sua vinda no fim dos tempos. Em Jerusalém, assim como no correr dos séculos, depois dos vivas vem a Cruz, para chegar à Ressurreição. Vivemos bem dependurados nos polos do mistério de nossa vida e salvação: "Cristo morreu! Cristo ressuscitou! Cristo é o Senhor! Jesus Cristo há de voltar! Vem, ó Senhor!" Cada Semana Santa nos faz acompanhar os dias que antecederam a Páscoa e viver com o Senhor o drama e a trama dos acontecimentos, deixando-nos envolver por eles, sabendo que estão presentes no ano inteiro, nas celebrações litúrgicas, sobretudo na Santa Missa.

De fato, na Eucaristia, tudo isso é colocado à nossa disposição, para que se multipliquem os frutos da Salvação. O Domingo de Ramos nos faz acolher Jesus, recebendo-o nos vários ambientes de nossa vida, nas famílias, nas Comunidades de Fé e na Sociedade. Neste ano, queremos acolher Jesus em nossa belíssima realidade amazônica. Ao elevar nossos ramos, desejamos proclamar que tudo o que Deus fez é muito bom e bonito! Bendita a Campanha da Fraternidade, que nos dá o sadio olhar de otimismo, proclamando fortemente que "Deus não fez a morte, nem se alegra com a perdição dos vivos. Ele criou todas as coisas para existirem, e as criaturas do orbe terrestre são saudáveis: nelas não há nenhum veneno mortal, e não é o mundo dos mortos que reina sobre a terra, pois a justiça é imortal" (Sb 1,13-15). Ao acolher Jesus, comprometamo-nos a gostar de nossa terra, admirar a natureza e aprender a tarefa do cuidado com tudo o que Deus pôs à nossa disposição.

Créditos: Imagem gerada por Inteligência Artificial / CHAT GPT

Com Jesus, restaurar a beleza do mundo

Entretanto, quando percorremos nossas cidades, observamos justamente a trágica realidade da falta do cuidado. Há o lixo pelas ruas, a falta de seriedade no tratamento dos resíduos. O relaxamento de todos nós quanto à atenção aos espaços destinados à vida e dignidade das pessoas. Queremos convidar Jesus a vir conosco, ensinando-nos a valorizar a natureza. Dele ouvimos recomendação: "Olhai os pássaros do céu: não semeiam, não colhem nem guardam em celeiros. No entanto, o vosso Pai celeste os alimenta. Será que vós não valeis mais do que eles? Quem de vós pode, com sua preocupação, acrescentar um só dia à duração de sua vida? E por que ficar tão preocupados com a roupa? Olhai como crescem os lírios do campo. Não trabalham, nem fiam. No entanto, eu vos digo, nem Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um só dentre eles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje está aí e amanhã é lançada ao forno, não fará ele muito mais por vós, gente fraca de fé? (Mt 6,26-30).

Peçamos ao Senhor que caminhe conosco, como operários da limpeza pública, para fazer o nosso mundo mais digno e bonito. Entretanto, sabemos que, na raiz de tudo, está o pecado, que perturba e compromete a criação de Deus. Ousamos pedir a Jesus que saia conosco pelas ruas, como um Divino Lixeiro, e nós todos trabalhando com ele, ele que pagou pelos nossos pecados, lixo infinito por ele absorvido, para entregar nas mãos infinitas da Misericórdia Divina o que temos de mais feio, nossos pecados! Misericórdia, Senhor! Aquele que é bendito nos dá as mãos para entrarmos juntos nas casas de nossas famílias. Desejamos dizer que ele é bendito, sabendo que nele está a força e o poder para sanar os problemas que vivemos em nossas casas.

Ajudar o próximo

Queremos também nos unir às famílias que cuidam com amor de pessoas enfermas. Com ele, queremos visitar as famílias em crise, os casais à beira da separação. Permita o Senhor que o tomemos pelas mãos para entrar nos espaços em que as pessoas se sentem solitárias e deprimidas. Só o Senhor pode ser companhia adequada de cada um dos filhos e filhas de Deus! Pedimos a Jesus que nos revista da caridade para servir e partilhar os nossos bens com aqueles que estão na miséria, dando o rosto da fraternidade a todas as nossas Paróquias e Comunidades.

Desejamos percorrer nossos ambientes mais desafiadores e problemáticos. Com Jesus que entra em nossa cidade, queremos ser família e teto para quem não tem onde morar e a quem falta todo tipo de apoio. Que o Senhor encontre espaços através de sua Igreja e de todos nós, cristãos, para chegar ao coração e à vida dos que são viciados.


A fé que nos sustenta na caminhada

Agora, damos a palavra às crianças, para que elas nos provoquem e aprendamos a dizer "hosana". Sim, com elas agradeçamos por todas as pessoas que se sentiram acolhidas em nossas Comunidades. E nos alegramos porque as vozes de nossas crianças não se calaram, e continuam cantando: "Bendito o Rei, que vem em nome do Senhor! Paz no Céu e glória nas alturas" (Lc19,38).

Damos graças pelos irmãos e irmãs que silenciosamente realizam o serviço da caridade por todos os cantos. Neles, queremos agradecer a Deus por todas as pessoas, sejam quais forem suas idades e condições sociais que, desde a Páscoa passada, encontraram Jesus e a Igreja. Fazemos festa pelas Comunidades de Igreja que cresceram e podem acolher mais pessoas nas celebrações pascais. Seja Deus louvado pelas famílias, cujas casas acolhem a Palavra de Deus e a Oração. Louvamos ao Senhor porque muitos jovens de nossa Arquidiocese acolheram o chamado vocacional e se dispõem a oferecer sua vida pelo anúncio do Reino de Deus. Com a candura das crianças desejamos olhar para o bem que é feito e experimentar o otimismo da fé, que nos sustenta na caminhada.

Ao celebrar a Liturgia do Domingo de Ramos e da Paixão, entendemos que a força da Páscoa já ilumina nossos passos: "Hoje, iniciamos, com toda a Igreja, a celebração do mistério pascal de nosso Senhor, sua morte e ressurreição. Para consumá-lo, Cristo entrou em Jerusalém, sua cidade. Por isso celebrando com fé e piedade a memória desta entrada, sigamos os passos de nosso Salvador para que, associados pela graça à sua cruz, participemos também de sua ressureição e sua vida". (cf. Liturgia do Domingo de Ramos).

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/liturgia/domingo-de-ramos-e-misericordia/

O que importa na sua música, é a mensagem

"Deixa a vida me levar"

A vida sem música não dá! Então, deixa a vida me levar, vida leva eu!

Créditos: cancaonova.com

De autoria de Serginho Meriti e Eri do Cais, essa música popular brasileira fez muito sucesso quando foi lançada, em 2002, tornando-se de tal modo um marco na carreira do cantor Zeca Pagodinho, que ele acabou tomando a música como seu próprio propósito de vida, uma filosofia que foi e ainda é abraçada por toda uma geração, praticamente um hino dos brasileiros, especialmente por conta do refrão, que dá origem ao nome da música:

Deixa a vida me levar, vida leva eu!

Se você já teve a curiosidade de prestar atenção nas estrofes da letra, vai observar que ela traz um recado de alguém que é grato a Deus e feliz com aquilo que tem, na simplicidade, podendo até ser considerada uma oração sincera, digna de louvor.

Veja só:

Eu já passei por quase tudo nessa vida
Em matéria de guarida, espero ainda a minha vez
Confesso que sou de origem pobre
Mas meu coração é nobre, foi assim que Deus me fez
Deixa a vida me levar (vida, leva eu)
Sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu.
Só posso levantar as mãos pro céu
Agradecer e ser fiel ao destino que Deus me deu
Se não tenho tudo que preciso
Com o que tenho, vivo
De mansinho lá vou eu
Se a coisa não sai do jeito que eu quero
Também não me desespero
O negócio é deixar rolar
E aos trancos e barrancos, lá vou eu
E sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu
Deixa a vida me levar (vida, leva eu)
Sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu

A  influência da música

Mas o que pegou mesmo e fez todo o sucesso, intencionalmente ou não por parte dos autores e do cantor, não foram as estrofes simples e até dignas, mas sim o refrão, um sedutor convite ao menos avisado, também conhecido como inocente, a levar uma vida descompromissada, longe das obrigações, sem muita disciplina, sem vínculos e, infelizmente, sem limites. Uma postura bem distante dos princípios cristãos, que são bem exigentes e demandam muito esforço, compromisso, disciplina e tudo mais para serem vividos. Essas pessoas sem Deus tendem a colocar sua confiança nos outros e em suas ideias, e, quando decepcionadas, tendem a desanimar e ficam sujeitas a esse tipo de mensagem sedutora.


Esse fato, isto é, a influência massificante de uma simples música na maneira de viver de tanta gente, precisa ser muito bem estudado por cada um de nós, mas de modo todo especial por quem já esteja ou tenha intenção de atuar como ministro de música dentro da nossa amada Igreja. É preciso refletir e perceber que, muitas vezes, o que fica depois de cada canção é a mensagem. E a mensagem que vai ficar no coração das pessoas pode estar no refrão ou nas estrofes das músicas que você apresentou, mas pode também estar na forma como você ministrou, de que modo você rezou com a música. Tudo é absorvido intensamente e profundamente pela sua audiência, como uma esponja absorve a água. Nada passa desapercebido, e como no exemplo trazido, pode comunicar uma filosofia, um convite sedutor que nunca esteve nos seus objetivos.

Portanto, é preciso atenção, vigilância, um forte senso de responsabilidade e compromisso com a mensagem. Seu talento é precioso demais para Deus e precisa ser usado com muito critério, para não se desviar daquilo que Deus quer para você e sua música. Seja exigente consigo mesmo, não somente com a qualidade harmônica ou outros atributos da sua música. Você é o que você canta e como você canta.

Não, não deixe a vida te levar, não deixe a fama te levar. Não deixe!

 

Vinícius Adamo
Missionário Aliança da Comunidade Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/deixa-a-vida-me-levar/

12 de abril de 2025

Bipolaridade e suicídio: entendendo os riscos e a importância do apoio

O tema de hoje é um assunto delicado: a bipolaridade e sua relação com o suicídio. Este transtorno apresenta um dos maiores índices de risco de morte autoinfligida. Na depressão unipolar grave, a taxa de suicídio é de 20%. Já na bipolaridade, esse número salta para 40% a 50%. No Brasil, 4,2 milhões de pessoas sofrem com o transtorno, incluindo um número significativo de jovens.

Desvendando a bipolaridade: sintomas, diagnóstico e a busca por bem-estar

Para compreender a seriedade da bipolaridade, é crucial desfazer preconceitos e evitar generalizações. Comentários como "essa pessoa irritada é bipolar" são inapropriados e estigmatizantes. O indivíduo pode, de fato, ter o transtorno e necessitar de apoio, mas também pode estar enfrentando outras dificuldades.

Identificando os sintomas da bipolaridade

Oscilações de humor intensas

Como identificar os sintomas? Primeiramente, é importante ressaltar que a bipolaridade tem origem hereditária, transmitindo-se através das gerações. A oscilação de humor é um sintoma característico, mas não se limita à irritabilidade passageira. Durante a fase maníaca, o cérebro entra em estado de hiperativação, resultando em insônia, fala acelerada e fluxo incessante de pensamentos. A pessoa pode oscilar entre euforia e apatia profunda em questão de dias.

Compulsões e impulsividade

Compulsões também são comuns. Não se trata de meros gastos impulsivos, mas de um descontrole financeiro que pode levar à ruína. O alcoolismo, jogos, pornografia e drogas são algumas das compulsões que podem se manifestar. A hipersexualidade, muitas vezes negligenciada, também pode ser um sintoma, levando a comportamentos promíscuos.

Starry Night
Crédito: Pintura de Vincent Van Gogh/ Domínio Público

O diagnóstico e a importância do histórico familiar

Nem todos os indivíduos com bipolaridade apresentam todos os sintomas. O diagnóstico, por vezes, é complexo. Há casos em que pacientes diagnosticados com depressão respondem melhor a estabilizadores de humor, medicamentos comumente utilizados no tratamento da bipolaridade. Isso evidencia a importância de uma anamnese completa, incluindo histórico familiar, para um diagnóstico preciso.

Casos clínicos: a complexidade do diagnóstico

Compartilho o caso de uma paciente com depressão severa, sem resposta a antidepressivos. Após iniciar terapia e obter melhora em seus pensamentos, seu corpo permanecia apático. Encaminhada a um psiquiatra, a medicação foi ajustada, incluindo estabilizadores de humor, e em uma semana ela apresentou melhora significativa. Após questionar o psiquiatra sobre a ausência de episódios maníacos, ele explicou que algumas pessoas com depressão respondem bem a esse tipo de medicação, reforçando a complexidade do diagnóstico. Em outro caso, durante uma anamnese, o psiquiatra investigou o histórico familiar de uma paciente, identificando tentativas de suicídio entre seus parentes. A paciente mencionou que seu irmão havia apresentado um comportamento "estranho" por alguns dias, o que poderia ter sido um episódio maníaco não diagnosticado. Com o tratamento adequado, ela também apresentou melhora rápida.

O risco de suicídio na bipolaridade: atenção e prevenção

O risco de suicídio é um tema complexo e merece atenção. Pensamentos suicidas podem surgir em momentos de desespero, mas a persistência desses pensamentos, a idealização de métodos e datas para o ato, indicam um risco elevado. Nesses casos, o encaminhamento para internação e o acompanhamento psiquiátrico são essenciais. Eticamente, profissionais de saúde devem quebrar o sigilo em situações de risco iminente. Familiares e amigos também devem buscar ajuda profissional se a pessoa expressar ideações suicidas. Redes de apoio, incluindo profissionais de saúde mental, familiares, amigos e apoio espiritual, são fundamentais. Ninguém, sozinho, é capaz de evitar um suicídio. Grave isso: o risco é real e requer intervenção profissional.

Voltando à bipolaridade, o maior risco de suicídio não ocorre durante a fase depressiva, mas sim durante a melhora. A oscilação de humor e a alteração da química cerebral podem gerar impulsos de morte. Compartilho o caso de uma paciente atendida na África, com risco de suicídio. Diante da dificuldade de acesso a tratamento adequado, ela foi transferida para o Canadá. Durante o processo de avaliação, que no Canadá envolve uma etapa prévia com clínico geral, a paciente apresentou melhora e relatou estar se sentindo útil e participativa. Alertei a equipe sobre o risco iminente de suicídio nessa fase. No dia seguinte, a paciente tentou se jogar de uma ponte, mas foi impedida pela polícia.

O perigo da melhora aparente

Casos Clínicos: O risco na fase de melhora

Outro caso marcante foi o de uma jovem, filha de uma amiga, que demonstrava alegria e entusiasmo. Após um dia aparentemente normal, ela se jogou do 10º andar. Sua carta de despedida, com três páginas, evidenciava a alteração em sua escrita, indicando a instabilidade emocional que culminou no ato.

A esperança no tratamento

Por fim, apresento informações recentes sobre o lítio, considerado a principal droga para reduzir o risco de suicídio. Estudos indicam que o lítio reduz em 64% os pensamentos suicidas em pacientes com depressão unipolar grave e em 87% em pacientes com bipolaridade. O lítio, comumente usado no tratamento da depressão bipolar, tem demonstrado eficácia também em outros tipos de depressão. Essa informação é crucial, e reforça a importância de consultar um psiquiatra, o especialista para o diagnóstico e tratamento adequados.

 

ADRIANA POTEXKI, nascida em Curitiba (PR), filha de pais cristãos e família com várias vocações religiosas, sempre vinculada a pastorais na igreja e, desde jovem, membro do Movimento dos Focolares. Mãe do Lucas Miguel, adolescente de 14 anos que adora aventura e é DJ católico. Com formação em Psicologia, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), é terapeuta certificada pelo EMDR Institute e Brainspotting. Participou de diversos programas de TV e rádio, inclusive como apresentadora do programa "Psicologia e Arte" e "Psicologia e Espiritualidade". Autora do livro "Cura dos Sentimentos – em mim e no mundo", (Editora Paulinas), "A cura dos Sentimentos nos Pequeninos – Papai e Mamãe brigaram" e "Vencendo os traumas que nos prendem – descubra os primeiros passos para recomeçar" (Editora Canção Nova). É palestrante internacional, psicóloga clínica e colunista do Formação Canção Nova.

Transcrito e adaptado por Jonatas Passos


Adriana Katia Potexki

ADRIANA POTEXKI, nascida em Curitiba (PR), filha de pais cristãos e família com várias vocações religiosas, sempre vinculada a pastorais na igreja e desde jovem membro do Movimento dos Focolares. Mãe do Lucas Miguel, adolescente de 14 anos que adora aventura e é DJ católico.
Com formação em Psicologia, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), é terapeuta certificada pelo EMDR Institute e Brainspotting. Participou de diversos programas de TV e rádio, inclusive como apresentadora do programa "Psicologia e Arte" e "Psicologia e Espiritualidade".
Autora do livro "Cura dos Sentimentos – em mim e no mundo", (Editora Paulinas), "A cura dos Sentimentos nos Pequeninos – Papai e Mamãe brigaram" e "Vencendo os traumas que nos prendem – descubra os primeiros passos para recomeçar" (Editora Canção Nova)
É palestrante internacional, psicóloga clínica e colunista do Formação Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/bipolaridade-e-suicidio/

11 de abril de 2025

Desmistificando a bipolaridade

Bipolaridade: sintomas, diagnóstico e a importância do apoio

Para além dos estereótipos: entendendo a complexidade do transtorno

A bipolaridade é um assunto sério, um transtorno que apresenta alto risco de suicídio. Para se ter uma ideia, na depressão unipolar grave, a taxa é de 20%. Já na bipolaridade, esse número sobe para 40% a 50%. Além disso, 4,2 milhões de brasileiros sofrem desse transtorno, incluindo muitos jovens.

Para compreender a profundidade e a complexidade dessa condição, convido você a deixar de lado preconceitos e estereótipos. Comentários como "essa mulher irritada só pode ser bipolar!" ou "esse adolescente nervoso, com certeza, é bipolar!" são inadequados. Talvez a pessoa tenha o transtorno e precise de acolhimento, mas também pode estar enfrentando dificuldades específicas, como problemas conjugais ou os desafios da adolescência.

Identificando os sintomas: um guia prático

Como identificar os sintomas? Primeiro, é essencial entender que a bipolaridade não é uma questão de comportamento ou moda; é uma condição hereditária, transmitida ao longo das gerações. Alguém pode pensar: "Minha mãe não era bipolar, mas eu sou". No entanto, talvez ela nunca tenha sido diagnosticada corretamente e tenha sido considerada apenas depressiva. Quantas vezes ouvimos que alguém "sofreu de depressão a vida inteira"? Será que era realmente depressão ou um diagnóstico equivocado?

A oscilação de humor: muito além da irritação

Um sintoma comum é a oscilação de humor, mas não se trata de simples irritação passageira. Durante a fase de mania, o cérebro fica hiperativado, levando a noites sem sono, fala acelerada e pensamentos incessantes. A pessoa pode estar eufórica um dia e, no seguinte, não conseguir sair da cama. Essa mudança brusca é um dos sinais mais marcantes.

Starry Night
Crédito: Pintura de Vincent Van Gogh/ Domínio Público

Compulsões e seus perigos

Compulsões também são frequentes. Não falamos de pequenas compras impulsivas, mas de gastos descontrolados que levam a dívidas graves. Pessoas em fase maníaca podem perder tudo. O alcoolismo é outro fator relevante, pois muitos alcoólatras podem estar mascarando um transtorno bipolar. Há também compulsões por jogos, pornografia e drogas.

A hipersexualidade é um sintoma pouco discutido. Algumas pessoas desenvolvem um comportamento sexual impulsivo, chegando à promiscuidade. Isso pode ser um sinal do transtorno e merece atenção.

Diagnóstico: a busca pela precisão

Nem todas as pessoas com o transtorno apresentam todos os sintomas. Lembro de uma paciente diagnosticada com depressão severa, sem resposta a antidepressivos. Após tratamento terapêutico, seus pensamentos melhoraram, mas seu corpo continuava apático. Encaminhei-a a um psiquiatra, que retirou os antidepressivos e introduziu estabilizadores de humor. Em sete dias, ela apresentou uma melhora impressionante.

Conversei com o médico sobre o caso, pois ela nunca havia tido episódios maníacos. Ele explicou que algumas pessoas, inicialmente diagnosticadas com depressão, respondem melhor a estabilizadores de humor. Isso reforça a necessidade de diagnósticos mais precisos.


Nem todos os sintomas se manifestam em todos os casos

A bipolaridade, muitas vezes, passa despercebida, sendo confundida com depressão. Em uma anamnese, um médico investigou o histórico familiar de uma paciente e identificou tentativas de suicídio na família. Durante a conversa, ela mencionou que um irmão "ficou estranho" por alguns dias, o que pode ter sido um episódio bipolar não diagnosticado. Após iniciar o tratamento adequado, a paciente melhorou rapidamente.

Esse é um tema amplo; a conscientização e o conhecimento são as melhores ferramentas para oferecer apoio a quem precisa.

ADRIANA POTEXKI, nascida em Curitiba (PR), filha de pais cristãos e família com várias vocações religiosas, sempre vinculada a pastorais na igreja e, desde jovem, membro do Movimento dos Focolares. Mãe do Lucas Miguel, adolescente de 14 anos que adora aventura e é DJ católico. Com formação em Psicologia, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), é terapeuta certificada pelo EMDR Institute e Brainspotting. Participou de diversos programas de TV e rádio, inclusive como apresentadora do programa "Psicologia e Arte" e "Psicologia e Espiritualidade". Autora do livro "Cura dos Sentimentos – em mim e no mundo", (Editora Paulinas), "A cura dos Sentimentos nos Pequeninos – Papai e Mamãe brigaram" e "Vencendo os traumas que nos prendem – descubra os primeiros passos para recomeçar" (Editora Canção Nova). É palestrante internacional, psicóloga clínica e colunista do Formação Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/bipolaridade-sintomas-diagnostico-e-acolhimento/

10 de abril de 2025

Adoração que cura: quando olhar para Cristo é o caminho

Olhar para Cristo é buscá-Lo nos sacramentos da Igreja, é adorá-Lo no Santíssimo Sacramento, é buscá-Lo na Palavra

"Quando viu Pedro e João entrarem no templo, o homem pediu uma esmola. Pedro, com João, olhou bem para ele e disse: 'Olha para nós!' O homem ficou olhando para eles esperando receber alguma coisa. Pedro então disse: 'Não tenho ouro nem prata, mas o que eu tenho eu te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda!' E tomando-o pela mão direita, Pedro o levantou" (At 3,3-7).

Ao olhar para o coxo, Pedro lhe diz: "Olha para nós!". O Senhor está olhando para cada um de nós e nos dizendo: "Olhe para mim!".

Créditos: cancaonova.com

Precisamos saber aonde ir

Para nos levantarmos, precisamos estar com os olhos fixos no Senhor. Ninguém consegue subir na vida se não tiver uma meta, um objetivo bem delineado. Se não soubermos para onde ir, não chegaremos a lugar nenhum. Se não olharmos fixamente para Jesus e enxergarmos um Deus compassivo, amoroso, poderoso, que está ao nosso lado, não conseguiremos nos erguer diante das quedas.

As pessoas permanecem caídas, porque ficam olhando para o chão, para os seus problemas, para os "arranhões", para seu próprio umbigo. Quando não temos a capacidade de mudar o foco da nossa vida, não conseguimos transformá-la.

Vários jovens me procuram para ajudá-los em algumas situações pelas quais estão passando. Certa vez, uma garota trouxe-me o caso do rompimento do seu namoro, que a machucou muito. Ela não soube reagir diante dessa perda, não conseguia se alimentar, entrou em depressão, perdeu peso, continuou ligando pra ele, enviando e-mail etc., ou seja, ela ainda não se desvinculara da situação, e por não conseguir se desprender, não conseguiu a cura e continuou prostrada no chão.

O que poderia dizer para essa jovem e para tantos outros que vivem situações semelhantes? "Você precisa mudar o foco da sua vida. Afaste-se de tudo o que lembra o seu namoro, ponha, diante dos seus olhos, outras atividades".

Mudar o foco

Não podemos ficar olhando o erro cometido e chorando por ele, pois isso não vai adiantar nada. O pecado que você cometeu deve ser superado, você não pode mais ficar remoendo o erro, curtindo a dor e a infelicidade, pois "a tristeza mata muitos e não traz proveito algum" (Eclo 30,25). É preciso mudar o foco, olhar em outra direção.

Caso você esteja vivendo em um "beco sem saída", no qual, mesmo olhando para frente, para trás, para os lados, nada consegue enxergar. Hoje, você é convidado a olhar para cima. Quando Pedro disse "olhe para nós", ele quis dizer para aquele coxo: "olhe para o alto, para cima, para o Céu, para o lugar de onde vem o socorro". "Levanto os olhos para os montes: de onde me virá auxílio? Meu auxílio vem do Senhor, que fez o céu e a terra" (Sl 121,1-2).

Depois de nos tentar e de nos fazer cair no pecado, o demônio tem o prazer de nos acusar e de nos fazer remoer o nosso erro. Ele quer que fiquemos como os porcos, que vivem olhando para baixo, lambuzados na lama. Basta! Hoje, é o dia em que ouvimos o convite ou mesmo a ordem do próprio Jesus: "Olhe para mim!".


Fixar o olhar no Senhor

Acredite, meu irmão, você que está caído, que se sente fraco, olhe para Jesus. Quantas vezes, durante minha caminhada, quando me senti pequeno, fraco, medíocre, com vontade de desistir, de "chutar o pau da barraca", fui até a capela e, ali, fiquei olhando para o Senhor dizendo: "Ajuda-me! Ajuda-me!". Esse é o momento de olhar para o alto, de fixar o olhar no Senhor.

Se não tivermos a capacidade de olhar para o nosso Deus, não conseguiremos nos levantar de verdade. Olhar para Jesus é reconhecer que Ele é o nosso sustento, nossa fortaleza, nosso Deus e Senhor. Olhar para Cristo é buscá-Lo nos sacramentos da Igreja, é adorá-Lo no Santíssimo Sacramento, é buscá-Lo na Palavra. Essas são as formas de olhar para o Senhor nos dias de hoje.

O Senhor nos diz: "Olhe para mim". Pedro diz: "Olha para nós!". Olhe para a Igreja, para os seus irmãos, para a comunidade cristã. Você não está só! E não pode viver o levantar-se sozinho. É preciso olhar ao seu redor e enxergar e discernir os verdadeiros irmãos em Cristo, amigos pela fé que o ajudarão a se levantar.

Equipe de Formação Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/olhar-para-cristo-para-se-levantar/