1 de dezembro de 2024

Chamados a uma vida santa

Chamados a uma vida santa

Chamados a uma vida santa tendo em vista que, toda vocação tem como alicerce o amor de Deus, que é  o fundamento e a origem de todas as vocações. Esse amor veio  até nós e se manifestou através de Jesus, ou seja, o Amor veio ao mundo de  forma humana para nos revelar o céu, para nos ensinar a caminhar na presença de Deus. O Senhor, que se aproximou de nós por amor, anseia que o amemos de todo nosso coração.

Chamados a uma vida santa

Crédito: FatCamera / GettyImages

Convite à santidade!

O amor de Deus por nós nos faz um convite: viver  em estado de gratidão. Ser grato é a melhor forma de viver uma vida segundo o desejo de seu amor por nós, e caminharmos em santidade, onde a forma como eu vivo, o que sou, e as escolhas que faço, dizem a quem pertenço. Onde minhas ações demonstram se caminho na luz ou não, se com a minha vida desejo corresponder ao Senhor e ao seu amor por mim.

Nas Sagradas Escrituras, o próprio Cristo nos exorta a corresponder a esse amor, vivendo em santidade:

"Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito." (Mt 5,48)

Esse caminho é uma vida reta, na presença de Deus, em louvor e gratuidade em todas as realidades que vivemos na nossa peregrinação aqui na Terra.

Jesus é o nosso  modelo de santidade!

Chamados a uma vida santa, temos um grande modelo a seguir, Jesus. Ele, como Deus, desce até nós, e se torna semelhante a nós, com um desejo: nos redimir e salvar. Ele se despoja de si mesmo por amor a mim e a você, sendo humilde, simples, verdadeiro, disposto a fazer a  vontade do Pai.

Ele é um verdadeiro exemplo de vocação fundamentada no amor, e, assim, todos nós somos  chamados a cultivar "o mesmo sentimento de Cristo Jesus, que implica viver como Ele viveu, amando o próximo, respeitando Seus limites e indicando o caminho a seguir, sendo verdadeiro e nos ensinado a buscar as coisas do Alto, nossa morada eterna.

Chamados a buscar uma vida santa!

O amor por Deus nos inspira a desejar escutar Sua voz e a atender ao Seu chamado para a santidade, que é o caminho para a salvação. Que possamos caminhar atentos em Sua direção, direção essa que encontramos quando  buscamos os sacramentos, vida de oração e intimidade com Sua Palavra.

Tudo isso nos impulsiona a ser pessoas melhores, convida-nos amar o nosso próximo e  ser sinal de gratidão, de santidade nesse mundo.

Renilson Gois
Comunidade Canção Nova


Fonte: https://mensagem.cancaonova.com/mensagem-do-dia/chamados-a-uma-vida-santa/

Construir com o coração: a chave para uma sociedade de amor e compaixão

A sociedade atual e os perigos do individualismo

A sociedade contemporânea, que supervaloriza os meios tecnológicos, neste tempo onde muito se fala sobre "inteligência artificial", corre o risco de desconsiderar que seus rumos são decisivamente determinados por valores que habitam no coração humano. A Carta Encíclica do Papa Francisco sobre o amor humano e divino do coração de Jesus sublinha a importância do coração em todos os processos sociais.

Construir com o coração: a chave para uma sociedade de amor e compaixão

Crédito: andreswd / GettyImages

Por isso, há de se aprender sempre mais sobre o coração – sua força singular na configuração de vínculos essenciais ao impulsionamento do humanismo integral que pode salvar o planeta, dar novos rumos à civilização e revestir de sentido o cotidiano de cada pessoa. Sem a força que vem do coração, não é possível superar os riscos do individualismo, que leva à grave fragmentação social, destruindo vínculos altruístas e construtivos, enquanto agrava o caos na civilização, acentuando disputas motivadas pela mesquinhez humana.

Sintoma do individualismo, o narcisismo crescente na contemporaneidade cria um autoisolamento a partir da desconsideração pelo semelhante. Incapacita, pois, o ser humano para as relações saudáveis, tornando a sociedade "um campo de batalha". Prejudica uma essencial experiência: o aproximar-se de Deus. Sem essa experiência fundamental para cada pessoa, são multiplicadas realidades confusas. A dificuldade para acolher Deus sinaliza que o ser humano não está conseguindo fazer, do seu próprio coração, uma "casa de hóspedes", ensina o Papa Francisco, citando o filósofo Heidegger.

O coração é o núcleo da transformação da sociedade

O coração é núcleo essencial para cada pessoa se autovalorizar, e também se abrir ao encontro com o semelhante. Sem esse núcleo, perde-se a condição para unificar e harmonizar a própria história, que passa a ser vivida como narrativas fragmentadas, incapazes de dar sentido ao próprio viver. Sem esse sentido, a vida se torna um "peso", as dificuldades são encaradas como pesadelo insuportável. É preciso cuidar deste núcleo, o coração, criado para o amor, onde habita a sabedoria para o ser humano amar e ser amado.

Compreende-se que o mundo, tão carente de mudanças, pode alcançar suas almejadas transformações a partir da força que vem do coração. Afirma o Papa Francisco: "Valorizar o coração tem consequências sociais, porque os desequilíbrios da atualidade se radicam no coração humano. Não se busca, com esse entendimento, afirmar que o coração humano é a única solução para tudo, pois a humanidade não é autossuficiente – precisa de Deus."

Nesse sentido, a Carta Encíclica do Papa Francisco ressalta que o coração de Cristo precisa ser fonte referencial da experiência humana. Cristo é o "coração do mundo", fonte de lições perenes a respeito da compaixão– caminho de resgate desta terra ferida, na qual Ele quis habitar. Contam a grandeza de gestos e a competência espiritual para partilhar palavras de amor, seguindo o exemplo de Jesus.

O Coração de Cristo é o modelo para um mundo ferido

O coração humano tem, então, um modelo: um coração que ama, o Coração de Jesus. Um modelo que ensina cada pessoa a constituir a própria identidade sem se esvaziar e sem perder rumos, mantendo-se, ao mesmo tempo, aberto ao semelhante. Uma proximidade que liberta, a exemplo do encontro de Jesus com a Samaritana, que a possibilitou conquistar dignidade e sentido para a sua própria vida. Ou o encontro, em uma noite escura, do Mestre com Nicodemos, que tinha medo de ser visto perto de Jesus. A maestria de Cristo se revela também no seu modo de acolher sem preconceitos, conforme ensina a narrativa em que o Mestre, sem se envergonhar, permite que uma prostituta lhe lave os pés. Jesus, com as suas atitudes, mostra que, a partir do coração, feridas são curadas e o ser humano se recompõe.


O encontro com Cristo representa possibilidade efetiva de se conquistar um coração capaz de hospedar o bem e a verdade. A presença de Jesus, com o seu coração, constitui força transformadora que abre caminhos e ilumina os horizontes da humanidade. Do coração de Cristo, brotam palavras vivas com força de convocação e com indicações que conduzem o ser humano ao que é melhor para a sua existência. Jesus ensina que quem cultiva um coração semelhante ao Seu capacita-se para conquistar a paz e não perder o rumo da própria vida.

Aprender com Cristo a sabedoria do coração

O ser humano, a exemplo de Cristo, precisa semear palavras cheias de sentimentos com uma força de reconfiguração. Muitos poderão considerar essa meta como um simples discurso religioso, mas, afirma o Papa Francisco, trata-se de itinerário decisivo para se alcançar vida nova, bem vivida.

Aprender com o coração de Cristo é investimento que alicerça a interioridade humana, abrindo horizontes para se conquistar inteireza moral e espiritual, humana e cidadã. Possibilita alcançar a grandeza de um amor humano capaz de reconfigurar a sociedade, decisivamente contribuindo para superar graves problemas. Com o aprendizado das lições vindas do coração de Jesus, descortina-se o sentido do encontro com o semelhante e com o diálogo, condições essenciais à construção de uma civilização justa e solidária.

O coração é o centro gerador da unidade de cada pessoa. Muitas ciências e saberes podem ajudar na conquista de um coração habilitado para configurar essa unidade, mas é essencial buscar aprender as lições vindas do coração de Jesus. Assim, investe-se para livrar o próprio coração de ódios, de sentimentos nascidos de disputas, qualificando-o para ajudar a humanidade a descobrir o caminho do amor, tecendo a cultura da paz.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/construir-com-o-coracao-a-chave-para-uma-sociedade-de-amor-e-compaixao/

A Importância da humildade na vida cristã

Conhecendo a si mesmo através da humildade

Pode-se definir a humildade da seguinte forma: "Uma virtude sobrenatural que, pelo conhecimento que nos dá de nós mesmos, nos inclina a nos estimarmos em nosso justo valor e a buscarmos o abatimento e o desprezo" (Cf. Compêndio de Teologia Ascética e Mística, n. 1127). Por ser uma virtude sobrenatural, pratiquemos qualquer exercício humano, não é algo de origem humana, é Deus quem nos dá. E isso acontece quando a pessoa está em Estado de Graça; nessa ocasião, ela recebe todo o cortejo das virtudes sobrenaturais. Enquanto recebe as virtudes sobrenaturais, aí sim, deve procurar conhecê-la e praticá-la com a ajuda da Graça Atual.

A Importância da humildade na vida cristã

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Por meio da humildade, conhecemos a nós mesmos como quem olha para um espelho límpido e enxerga a própria alma. Enxergamos tudo o que há de bom em nós, mas ao invés de nos orgulharmos e exaltarmos essas qualidades, reconhecemos que o autor de todas as coisas boas é o próprio Deus e não seríamos capazes de um único ato bom se não fosse a graça dele.

Percebemos as inúmeras imperfeições que carregamos, os atos maus que cometemos, o quanto precisamos melhorar em diversos aspectos, e assumimos nossa máxima culpa em todas essas coisas. O orgulhoso, por sua vez, enxerga os atos bons e diz: "Eu tenho mérito, eu fiz tal coisa, se não fosse eu…". Percebe-se um abismo entre a maneira de pensar e se comportar do homem humilde e o homem orgulhoso, este último sempre fará referência a si, aos seus feitos e pouco fará juízo de suas ações.

Elogio à humildade

A Sagrada Escritura é repleta de ensinamentos e, quanto à virtude da humildade, diz o seguinte: "Revesti-vos todos de humildade no relacionamento mútuo, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes. Humilhai-vos, pois, sob a poderosa mão de Deus, para que, na hora oportuna, Ele vos exalte" (cf. I Pd 5,5-6); também diz: "Todo aquele que se humilhar será exaltado" (cf. Mt 23,12).

Há uma ordem para sermos humildes e uma promessa direta para aqueles que entram nesta forma. Deus dará a sua graça e exaltará os humildes. Contudo, não confunda essa exaltação com o modelo que temos neste mundo. A exaltação de que a Palavra nos fala é o acesso ao Reino dos Céus. Se não formos humildes, não acessaremos o Reino dos Céus: "Se não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus" (Mt 18,3).

Pelo exercício dessa virtude, podemos combater com mais força o demônio, que é orgulhoso e nos ataca para devorar.  Combatemos as tentações da carne porque nos conhecemos melhor e desconfiamos de nós mesmos. Combatemos o mundo porque vivemos com mais intensidade a metanoia, a mudança de vida proposta pelo Evangelho.

A humildade e o acesso ao Reino dos Céus

Não há vida de oração sem humildade. O próprio Catecismo afirma o seguinte: "A humildade é o fundamento da oração […] A humildade é a disposição necessária para receber gratuitamente o dom da oração: o homem é um mendigo de Deus" (cf. CIC 2559). Inclusive, muitos santos recomendam que se faça um ato de humildade logo no início da oração, e que depois, durante a oração, se repita este ato de humildade quantas vezes for necessário.

A humildade nos assemelha a Nosso Senhor Jesus Cristo, que "despojou-se, assumindo a forma de escravo e tornando-se semelhante ao ser humano, humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte de cruz!" (cf. Fl 2,7-8). Cristo é o nosso modelo, não temos outro caminho senão por Ele, conforme está escrito: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida" (cf. Jo 14,6). Essa é uma enorme graça, um presente que Deus nos deixou, ao se encarnar e viver o que é próprio desta vida, exceto o pecado, Ele passou por diversos desafios e humilhações. E assim, Cristo santificou a vida comum dos homens.

Portanto, quando vivemos o comum desta vida, em Estado de Graça, imbuídos da humildade e todas as outras virtudes, caminhamos na esteira da santificação. Quando nos humilham, nos julgam, desdenham a nossa pregação, quando somos preteridos, perseguidos, caluniados, escorraçados, achincalhados, traídos, abandonados e mortos; podemos dizer: estamos na via humilhante do Senhor. Não deveríamos exultar por tamanho presente? Porém, não exultamos porque ainda em nossa alma impera o verme do orgulho e do amor próprio desordenado.

Humildade: base da vida espiritual

Sem a humildade, fundamento da vida espiritual, todo edifício não permanece de pé, tudo desaba. Mas quando entendemos a importância desta virtude e o quanto devemos exercitá-la no dia a dia, descobrimos uma chave que nos dá acesso a um tesouro. Esta é a graça reservada aos pequeninos, àqueles que se apresentam diante de Deus, como o publicano que se pôs a rezar do seguinte modo: "O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem se atrevia a levantar os olhos ao céu, mas batia no
peito, dizendo: Meu Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador!" (cf. Lc 18, 13).

A parábola termina dizendo que este homem voltou para casa justificado. Não há dúvida, somos pecadores e não merecemos tamanha graça, só nos resta o caminho dos pequeninos, a humildade.

Jonathan Ferreira
Missionário Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/a-importancia-da-humildade-na-vida-crista/