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29 de abril de 2024

O que define a dimensão da autenticação do dom pessoal?


Em que consiste a autenticação? É como gravar, marcar de forma definitiva, indelével o que as percepções trouxeram. Existe diferença entre reconhecer e autenticar.

O reconhecimento se dará quando, após cada prática de vida, percebemos os sentimentos, efeitos e causas que se fazem em nós.

Já autenticar é detectar, nas várias experiências de reconhecimento, características que se repetem e verificar de qual característica da nossa humanidade provêm tais traços.

Os dons pessoais

Descobrindo a sua origem é que chegaremos à conclusão dos atributos que estão intrínsecos em nós; a partir daí, tomaremos como particular identidade, assumiremos de si os dons específicos que temos.

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Por exemplo: se uma pessoa gosta de manifestar seu carinho pelas pessoas às quais tem apreço sempre com um presente ou amar com gesto concreto e material, poderá identificar que seu perfil é o de ser provedora. É essa sua personalidade que o impulsiona a proceder em presentear. Por meio do gosto por presentear, que é apenas uma característica do dom, ela poderá chegar à conclusão de que tem um perfil de provedor autenticado em si.

Outro detalhe é que ninguém nunca alcançará a verdadeira autenticação de si julgando ter algo ruim em sua natureza, pois fomos criados todos no bem, tudo em nós tem uma estrutura originariamente vinda da bondade. "E viu (Deus) que tudo era muito bom" (Gn 1,31). São Tomás de Aquino diz que "o homem, ao seguir qualquer desejo natural, tende à semelhança divina, pois todo bem naturalmente desejado é uma certa semelhança com a bondade divina".

Ainda citando São Tomás de Aquino, ele diz: "O pecado é desviar-se da reta apropriação de um bem". Isso significa que todas as nossas faculdades humanas, em princípio, foram criadas no bem, mas se algo em nós é inclinado ao mal, é porque estamos lidando com um traço da nossa personalidade criado para o bem, que, porém, durante a história pessoal, foi habituado na forma de pecado e não de virtude.

Facilidade em comunicação

Um exemplo disso: uma pessoa que tem uma grande habilidade de comunicar-se pode canalizar esse dom para levar a Boa Nova, e então ela desenvolve-a com técnicas de oratória, estudando conteúdos diversos, especializando-se na Sagrada Escritura, ou essa pessoa pode se estagnar, direcionar essa força para a atitude de fofoca, na maledicência e no boato.

Enquanto o indivíduo atribuir à sua natureza algo que seja ruim, ele não chegará à autenticação do dom pessoal, pois os pecados e erros, mesmo os constantes, são condições adquiridas no percurso de vida, e não traços intrínsecos no ser. Essas fragilidades até dão uma pista da grandiosa característica que a pessoa tem, mas, de modo algum, é sua mais profunda realidade.

Ato conjugal é o dom do amor

E o que está na essência do ato conjugal e, ao mesmo tempo, no âmago do ser humano? Qual característica é entranhada, primeiramente, na pessoa e manifesta a sublimação do indivíduo em suas ações e, consequentemente, também na união sexual, como expressão nobre de si? É o dom do amor. "Deus criou o homem por amor, também o chamou para o amor, vocação fundamental e inata de todo ser humano. Pois o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, que é amor" (CIC, 1604). Portanto, o sexo, sendo entrega do todo do indivíduo, deve estar sempre íntimo e permanentemente ligado ao dom do amor.

Como a pessoa poderá, através da vida ativa sexual com seu cônjuge, autenticar sua identidade mais profunda? Somente por meio do amor. Se o indivíduo se entrega no ato conjugal com amor e por amor, conseguirá identificar em si a capacidade do bem, e só assim alcançará uma boa impressão de si mesmo.

Pela grandiosa força que a união íntima exerce em nós, o marco da presença de amor em nossa alma e coração será de igual modo muito poderoso, confirmando e atualizando tal natureza. Além de tal efeito, a cada união íntima, promove-se o desejo de crescer no amor, numa doação cada vez maior, que se traduz nos outros momentos de romantismo, mas também no cotidiano, em ocasiões em que um necessita ser amparado pelo outro.


Vida sexual

A boa vivência conjugal, incluindo a dimensão sexual, conforme os desígnios do Senhor, dentro da graça, no sacramento do matrimônio, vai convencendo a pessoa de que ela é capaz de produzir o amor e o bem, e de que essas duas virtudes estão impregnadas em seu ser, por isso se faz natural a pessoa acreditar nela mesma em outros âmbitos de sua humanidade. Isso autentica o dom do amor na alma do indivíduo. O lar, a atmosfera que circunda o casal acabam sendo um ambiente regido pelo dom do amor.

Nisso, concluímos que só por atitudes de amor a pessoa pode se reconhecer, e pelo mesmo amor que existe em sua mais pura essência, o indivíduo pode autenticar sua impressão de si como algo real a seu respeito.

E sua dimensão sexual tem uma forte representatividade em sua estrutura humana. Numa relação sexual, quanto mais se busca o bem do cônjuge, quanto maior for a entrega em expressar o melhor de si, não em desempenho, mas em afeto, melhor será esse momento.

A consciência da vida sexual

Por isso mesmo que o sexo tende a não ser canal de tamanha virtude quando praticado por um falso amor ou por pura paixão, quando ainda não é um comprometimento de vidas em totalidade, portanto, lícito só dentro do sacramento do matrimônio.

Sem essa consciência da importância do amor e de que na vida afetiva a pessoa deve se doar por amor, este indivíduo vai se acostumando e impregnando em si outras impressões de si mesmo. Passa a acreditar que seu prazer é sua felicidade, embora, nos momentos de solidão e tristeza, não encontre sentido e busque novamente as satisfações de momento. Não acreditará que no compromisso definitivo existe preenchimento existencial e vai, aos poucos, aliciando seu coração a paixões circunstanciais. Vai esmorecendo, arrefecendo dentro de si o dom do amor.

Notemos que, em tudo que relatamos sobre o ato conjugal, se consumado com amor, edifica os cônjuges, tanto nas dimensões da pessoa para consigo mesma quanto no conhecimento do outro e, ainda, no bom êxito do relacionamento.

O afastamento da essência

Já a busca do prazer como forma de bem próprio, por si só, não eleva a pessoa à sua totalidade, mas a afasta de sua essência e a fragmenta, e como já relatamos antes, em algum momento, esse afastamento do amor será sentido na forma de falta de sentido existencial. Ou seja, na não autenticação de seus valores, a pessoa verá se repetir suas características deturpadas. E se consumado com sentimentos negativos de raiva, indignação ou qualquer tipo de violência, o ato sexual, igualmente, alimentará tais sentimentos.

Contudo, neste modelo que estamos apresentando, em que os esposos entendem a união íntima como dádiva da benevolência existente desde sempre em si mesmos e que é transmitida ao cônjuge, concluímos que a união íntima do casal, de forma alguma, deve estar destituída ou isolada de uma vivência plena e satisfatória de outras práticas de amor e cumplicidade. Veja que, na "Teologia do Corpo", São João Paulo II cita: "o homem e a mulher, unindo-se entre si (no ato conjugal)", ou seja, apesar de se tratar da união íntima dos esposos, o saudoso Papa refere-se à "união" de uma unidade que deve acontecer em tudo na vida.

Quanto mais amarmos, mais donos de nós mesmos seremos, num reconhecimento e autenticação do que em nossa natureza temos de mais elevado. Só o amor confirma e autentica a pessoa.

Trecho extraído do livro "Ato Conjugal – Beleza e transcendência"


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/vida-sexual/o-que-define-a-dimensao-da-autenticacao-do-dom-pessoal/


22 de abril de 2024

Filáucia: conheça a mãe de todas as doenças espirituais


É próprio do homem amar, como é próprio da luz iluminar. Essa verdade ressoa em nossos corações como algo evidente e, ao mesmo tempo, difícil de acreditar. Ao ouvi-la, sentimos um forte apelo para alçar voo na arriscada aventura de amar. Dentro de nós – melhor ainda, diante dos nossos olhos –, encontramos a evidência patente de nossa fragilidade: uma espécie de força que nos leva a chafurdar na lama. A grandeza de nosso chamado contrasta clamorosamente com a miséria de nossa situação.

Desde os séculos mais remotos, a humanidade perplexa percebe essas duas tendências contraditórias, mas não consegue as explicar. Nós, cristãos, no entanto, aprendemos a origem dessa contradição por meio da única realidade que poderia esclarecê-la: a Revelação.

A Revelação nos ensina: o homem é bom, mas está mal, ou seja, o homem não é uma doença, mas está doente. E seu estado de doença espiritual requer uma cura.

Qual seria então a primeira consequência deste estado doentio? Qual é a mãe de todas as nossas doenças espirituais? Segundo os Santos Padres, especialmente São Máximo o Confessor (580-662), na raiz de todos os pecados está uma doença espiritual chamada filáucia.

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Significado da palavra filáucia

De origem grega (philía + autós), a palavra filáucia designa o amor que uma pessoa tem por si mesma, o amor-próprio. A definição etimológica, no entanto, não é suficiente. Ao afirmarmos que a filáucia é sinônimo de amor-próprio, algumas pessoas poderiam ser induzidas a pensar erroneamente que se trata, necessariamente, de uma espécie de egoísmo, mas não é assim.

O significado originário da palavra filáucia é positivo e trata-se de uma virtude. O amor-próprio não é uma invenção
malévola do demônio ou do homem pecador. É isso mesmo: o amor-próprio foi criado por Deus e pertence à natureza sadia do homem, como Deus a sonhou.

Por isso, não é de se espantar que o próprio Jesus (cf. Mt 22,37-39), depois de apresentar o mandamento de amar a Deus sobre todas as coisas (cf. Dt 6,5), faça questão de acrescentar o preceito de amar ao próximo tendo como medida o amor por si mesmo: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Lv 19,18).

Ora, Nosso Senhor não canonizaria o egoísmo. É verdade que existe uma forma doentia de a pessoa amar a si mesma e é a respeito deste amor desordenado que trataremos neste capítulo. Antes de falarmos da doença do egoísmo, porém, precisamos reconhecer que existe uma forma sadia de o homem se amar.

Filáucia virtuosa

Como então funcionaria o coração de um homem sadio? Como é possível ter um amor-próprio adequado e belo?Antes de tudo, o que se deve constatar é que o amor de si não é o primeiro passo. Se pensarmos em nossa história pessoal, com sinceridade e profundidade, concordaremos com São João: antes de qualquer amor surgir em nosso coração, nós fomos amados (cf. 1Jo 4,10). Deus nos amou primeiro e o nosso amor será sempre uma resposta, um segundo passo. Disso se compreende por que, no coração de um homem sadio, não pode faltar essa resposta. O amor a Deus não é apenas uma das tantas qualidades do coração do homem: é a primeira e mais importante de todas as qualidades, pois é a primeira verdade que Deus revela a nosso respeito. Santo Agostinho (354-430) nos recorda que o ser do homem foi feito para responder ao amor de Deus, quando diz: "Senhor, fizestes-nos para vós e o nosso coração está inquieto, enquanto não repousar em vós".

Por isso, amar a Deus não é um luxo, um acessório dispensável, mas a realização de nosso próprio ser. Assim como é natural que uma videira dê fruto ou que uma abelha produza mel, é natural que um homem saudável ame a Deus. O primeiro mandamento – "amar a Deus sobre todas as coisas […]" – não é uma exigência de um Deus ciumento e caprichoso. É o conselho de um Pai amoroso que nos ensina o caminho da felicidade.

A consequência é lógica: se amarmos a Deus de todo o nosso coração, estaremos, de modo indireto, amando a nós mesmos, visto que não é possível uma pessoa amar a si mesma e odiar a fonte do seu próprio ser. Seria um contra-senso; uma atitude semelhante a meter a enxada nos próprios pés, ou cortar o galho sobre o qual se está sentado. Ao amar a Deus, a pessoa demonstra que ama a si mesma.

Filáucia doente

A partir desse quadro positivo, compreendemos o que há de errado conosco, uma vez que a doença é sempre a desordem de algo positivo, ou seja, uma disfunção do organismo saudável. É muito importante, ao longo de todo esse livro, nunca perdermos de vista o fato de que a doença é sempre uma perversão da saúde. Por trás do pecado sempre existe uma realidade positiva, um dom de Deus, que está sendo usado de forma prejudicial e destruidora. O mal é sempre a perversão de um bem.

O diabo não tem o poder de criar. Ele sabe apenas arremedar o Deus Criador, e, ao perverter as coisas criadas, como uma espécie de "macaco de Deus", imita grotescamente as obras de Nosso Senhor. O egoísmo, a filáucia doentia, é um arremedo da filáucia virtuosa.


O livro do Gênesis nos recorda que, por sedução da serpente, o homem começa a amar a si mesmo de forma desordenada. "Sereis como Deus" – promete o pai da mentira. E a partir do momento em que o homem se deixa enganar por esta falsa promessa, ele entra numa rivalidade invejosa com Deus, como se Ele fosse um inimigo, o obstáculo para sua felicidade. Movido por este amor-próprio equivocado, o homem se revolta contra sua própria fonte. Começa a tratar Deus como seu inimigo e dele se esconde por trás dos arbustos (cf. Gn 3,8).

São Máximo descreve a forma como a filáucia doentia afetou nossos primeiros pais. O homem volta suas costas para Deus, para sua luz, e mergulha na matéria em busca de uma felicidade sem Deus. O primeiro pai, Adão, cego por não ter dirigido o olhar para a luz divina com o olho da alma, afundando as duas mãos na lama da matéria, nas trevas de sua ignorância, voltou-se completamente para as coisas sensíveis e a elas se dedicou inteiramente.

Trecho extraído do livro "Um olhar que cura", de padre Paulo Ricardo.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/doutrina/filaucia-conheca-mae-de-todas-doencas-espirituais/


15 de abril de 2024

Libertação dos jovens pelo Preciosíssimo Sangue de Jesus


Nossos filhos precisam muito de libertação, nossos jovens precisam do poder do Sangue do Nosso Senhor de Jesus Cristo.

Por isso eu expulso agora:

Todo espírito maligno que ataca covardemente os nossos jovens, trazendo-lhes o desespero. Todo espírito que os faz acreditar que não vão conseguir um bom casamento, que não encontrarão companheiro. Todo espírito que lança sobre os nossos jovens a solidão, a angústia, a tristeza, o desespero e o desânimo.

Sim, em nome de Jesus, eu expulso todo espírito maligno que leva a desesperança ao coração dos nossos jovens, levando-os a se entregarem à luxúria, à devassidão e uma sexualidade desregrada.

Com autoridade de sacerdote, eu proclamo: não tende mais poder algum de atormentar estes jovens, eu os expulso e ordeno que não retorne mais.

Sim, eu proclamo que o Sangue de Jesus tem poder sobre estas regiões diabólicas, o Sangue de Jesus as repele, expulsa-as e as põe longe dos nossos jovens.

Jovem, você venceu o maligno porque acreditou em Cristo Jesus, porque entregou a sua vida ao Senhor!

Créditos: Delmaine Donson por GettyImages.

Reze comigo para a libertação dos jovens:

Eu venci o maligno no poder do Sangue de Jesus. Venci o mundo e vou vencer o pecado, porque acredito que coloquei minha confiança em Jesus. O que está em mim é maior do que aquele que está no mundo.

Eu, agora, peço ao Senhor que venha derramar o Seu Sangue sobre todos esses jovens, fortaleça-os no Seu Sangue contra todo ataque do inimigo, contra toda mentira e falsidade. Sim, Senhor! Defende-os, guarda-os, protege-os com Seu sangue precioso. Amém.

Sim! Aniquilamos todo o orgulho que se levanta contra Deus, que se levanta contra Cristo e contra Suas leis, contra o Seu reino, e reduzimos a obediência a Cristo, pois só Jesus Cristo é o Senhor. Amém!

Diga mais uma vez:

O Sangue de Jesus está sobre mim, está sobre a minha família e sobre a minha casa. O Sangue de Jesus tem o poder sobre todo o mal e sobre todo espírito maligno.

Em nome de Jesus e pelo poder do Seu Sangue, eu me coloco aos pés da Cruz de Jesus e clamo o Seu Sangue sobre a minha família.

Em nome de Jesus, sejam expulsos todos os espíritos enganosos que atingem o nosso coração, com desavenças, com desunião, com inimizades e vinganças. Em nome de Jesus, que toda essa caterva diabólica, a partir dos seus principados, permaneçam adversários e vencidos no Poder do nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Eu proclamo a vitória de Jesus sobre todo mal. Sim, a vitória é de Jesus. Amém!



Padre Alexsandro de Lima Freitas

Biografia

Padre Alexsandro de Lima Freitas é Brasileiro, nasceu no dia 20/10/1986, em Natal, RN. É Membro da Associação Internacional Privada de Fieis – Comunidade Canção Nova, desde 2006 no modo de compromisso do Núcleo.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/oracao/libertacao-dos-jovens-pelo-preciosissimo-sangue-de-jesus/


12 de abril de 2024

Reflita: O que vale a pena ser postado nas redes sociais?


É interessante pensar que a vida, há 30 anos, acontecia normalmente sem redes sociais, internet e tantas outras realidades virtuais, não é verdade? Pois a relação de dependência ficou tão grande com esse meio, que seria impossível pensar a vida sem esses recursos. Pois então, é possível e saudável ter uma vida off-line. Não que tenhamos que nos desligar do mundo virtual, muito menos que ele seja algo ruim; pelo contrário, se você está lendo este texto, neste momento, é por causa dessa realidade tão importante dos nossos tempos.

A questão é apenas o equilíbrio das coisas. Todos já sabem o quão viciante é para o cérebro esse mundo virtual, por isso não irei falar sobre esse tema aqui, afinal de contas, você já o sabe. O que quero tratar com você, leitor, neste momento, é conduzi-lo a uma reflexão sobre a sua relação com o mundo virtual e as plataformas tecnológicas. Qual lugar as redes sociais ocupam em sua vida? Com que frequência você entra no aplicativo de relacionamento só para olhar se alguém postou algo novo ou se alguém curtiu sua postagem? Quanto tempo do seu dia você passa assistindo a pequenos ou longos vídeos, saltando de plataforma em plataforma, cada uma com um discurso diferente, seja ele para distrair e relaxar ou para estudar e aprender algo novo?

Valorize sua vida off-line

Se for parar para pensar, sempre encontraremos uma desculpa que justifique a postagem ou o tempo gasto no mundo virtual, porém, segue uma nova pergunta: Quanto tempo você tem gastado na vida de verdade? Você se lembra da última vez que saiu com os amigos, que foi a um parque, andou de bicicleta ou foi a uma cachoeira, fazenda, sentiu o ar tocando a sua pele? Qual foi a última vez que foi ao cinema, assistiu a um filme em família ou com os amigos sem ter o celular em mãos?

Créditos: Ivan Pantic / GettyImagens / cancaonova.com

Você se lembra do toque do abraço dado e recebido? Da lágrima que enxugou do amigo, namorado, noivo, esposo ou filho? Do consolo que recebeu ou deu diante de uma frustração vivida? Qual foi a última vez que fez uma refeição completa sem ter o celular na mão ou apoiado na mesa, ao lado do prato? Qual foi a última conversa que você teve e estava inteiro naquela conversa, sem dividir a atenção com o celular? Qual foi a última vez que saiu de casa sem o celular e não surtou por causa disso?

Enfim, quero convidá-lo a uma vida saudável e equilibrada. Sei que, como muitos, você deseja estar ativo na redes, mas qual seria o ponto de equilíbrio? O que postar? Quando postar? Essas duas perguntas precisam caminhar juntas de duas outras: Para quem estou postando? O que estou procurando com essa postagem? Todo tipo de postagem tem um objetivo: ser uma revista de fofoca digital que precisa ficar exibindo o que tenho ou gostaria de ter, criando um mundo de fantasias, ou tem o objetivo de ensinar, educar um público, colocando informações que irão agregar na vida de qualquer um que ler, assistir ao vídeo ou aquilo que a internet se tornou: um grande comércio.

Respeito on-line

Sendo assim, você precisa saber em qual lugar você está para saber o que postar, quando postar, qual a frequência de o fazer e o tempo que vai gastar para estar ali. Agora que encontrou o seu lugar e sabe como deve se comportar, lembre-se de uma coisa: existe uma ética que precisa ser vivida e respeitada no mundo virtual, não é porque é virtual que posso falar o que quero e mostrar o que quero. Haverá fotos de lugares em que você estará, como na casa de uma amiga, e talvez ela não se sinta confortável em você postar, afinal de contas, é a casa dela e pode querer manter a discrição daquele momento com você.


Então, não seja indelicado, mostrando algo que irá gerar desconforto. E tem o óbvio, mas que precisa ser lembrado, que são os comentários desnecessários, agressivos, cheios de mágoa, cujo único objetivo é atacar o outro. Lembre-se!

Esse problema é seu! A mágoa é sua! A chateação ou o ressentimento foi com você, e ninguém precisa saber que o seu coração está ferido ou que você não sabe lidar com aquela situação ou pessoa. A maior exposição não é para quem é atacado, mas para quem ataca com as palavras ou nos vídeos, pois revela muito mais dela. O que era dito ou visto, na vida real, muitas vezes ficou apenas na memória daqueles que estão envolvidos na situação, porém, o que fica 30 segundos na internet, por mais que seja removido, fica marcado para sempre.

Aline Rodrigues
Psicóloga e Missionária da Canção Nova


10 de abril de 2024

A Ressurreição de Jesus é o cerne da Boa Nova anunciada por Seus discípulos


O Catecismo dedica algumas boas páginas para nos fazer mergulhar nesse rico tesouro de nossa fé.  Veja o que diz a Igreja.

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Boa notícia! O efeito emocional de uma notícia costuma ser proporcional ao que é noticiado, bem como o grau de anseio que ela se propõe a suprir. A primeira grande boa nova relatada nos evangelhos, foi o anúncio do anjo de Deus a Nossa Senhora, sobre a encarnação de Jesus Cristo (cf. Lc 1,31-38). Tudo o que o Filho de Deus realizou em Sua vida pública teve como prelúdio o anúncio do anjo e o sim generoso de Sua Mãe.  Porém, como Deus nunca deixa de surpreender, o evento da Ressurreição foi outra grande manifestação de Seu poder salvador. O Catecismo dedica, então, algumas boas páginas para nos fazer mergulhar nesse rico tesouro de nossa fé.  Veja o que diz a Igreja: 

"'Nós vos anunciamos a Boa-Nova de que a promessa feita aos nossos pais, a cumpriu Deus para nós, seus filhos, ao ressuscitar Jesus' (At 13,32-33). A ressurreição de Jesus é a verdade culminante da nossa fé em Cristo, acreditada e vivida como verdade central pela primeira comunidade cristã, transmitida como fundamental pela Tradição, estabelecida pelos documentos do Novo Testamento, pregada como parte essencial do mistério pascal, ao mesmo tempo que a cruz: 'Cristo ressuscitou dos mortos. Pela sua morte venceu a morte, e aos mortos deu a vida'" (CIC 638).

Testemunhas da Ressurreição

Uma das grandes testemunhas dessa boa notícia foi São Paulo, o apóstolo dos gentios. Em seus discursos orais ou escritos, não se cansava de declarar que anunciava Cristo crucificado. Noticia essa que para os judeus era um escândalo, para os pagãos uma grande loucura, mas tanto um povo, quanto outro, ao realizar a experiência com o mistério da Ressurreição, poderiam constatar que esse Cristo é poder de Deus e sabedoria de Deus (cf. 1Cor 15,12-20). 

Nas narrativas em torno do evento da Ressurreição, uma imagem que está sempre presente é a do túmulo vazio: "Ali, os discípulos são alvos de uma grande e fundamental interrogação, feita por um enviado de Deus: 'Porque procuram entre os mortos Aquele que está vivo? Ele não está mais aqui; ressuscitou' (Lc 24,5-6)." O Catecismo continua então dizendo:  

"A ressurreição de Cristo não foi um regresso à vida terrena, como no caso das ressurreições que Ele tinha realizado antes da Páscoa: a filha de Jairo, o jovem de Naim e Lázaro. Esses fatos eram acontecimentos milagrosos, mas as pessoas miraculadas reencontravam, pelo poder de Jesus, uma vida terrena 'normal': em dado momento, voltariam a morrer. A ressurreição de Cristo é essencialmente diferente. No seu corpo ressuscitado, Ele passa do estado de morte a uma outra vida, para além do tempo e do espaço. O corpo de Cristo é, na ressurreição, cheio do poder do Espírito Santo; participa da vida divina no estado da sua glória, de tal modo que São Paulo pode dizer de Cristo que Ele é o 'homem celeste'" (CIC 646). 

A Ressurreição nos aponta o céu

A Ressurreição de Cristo tem apelo transcendente, nos aponta o céu. Foi algo tão extraordinário, que nenhum evangelista tentou descrevê-la em pormenores. É algo que experimentamos e que nos transforma e purifica, mesmo não conseguindo ser explicada:  

"Quanto ao Filho, Ele opera a sua própria ressurreição em virtude do seu poder divino. Jesus anuncia que o Filho do Homem deverá sofrer muito, e depois ressuscitar (no sentido ativo da palavra). Aliás, é d'Ele esta afirmação explícita: 'Eu dou a minha vida para retomá-la […] Tenho o poder de a dar e o poder de a retomar' (Jo 10,17-18). 'Nós cremos que Jesus morreu e depois ressuscitou' (1Ts 4,14)" (CIC 649). 

Essa compreensão madura da Igreja foi resultante da experiência dos primeiros discípulos, entre eles, o grande apóstolo Paulo: "'Se Cristo não ressuscitou, então a nossa pregação é vã e também é vã a vossa fé' (1Cor 15,14). A ressurreição constitui, antes de mais, a confirmação de tudo quanto Cristo em pessoa fez e ensinou. Todas as verdades, mesmo as mais inacessíveis ao espírito humano, encontram a sua justificação se, ressuscitando, Cristo deu a prova definitiva, que tinha prometido, da sua autoridade divina" (CIC 651).  

Que essa bendita notícia esteja sempre em nossos lábios e coração. De modo que sejamos testemunhas da Ressurreição para os homens de nosso tempo!


Fonte: https://comshalom.org/a-ressurreicao-de-jesus-e-o-cerne-da-boa-nova-anunciada-por-seus-discipulos/


8 de abril de 2024

Entenda a temperança, virtude para combater o pecado da gula


Nessa semana, vamos tratar da quarta virtude cardeal, a temperança. Trata-se de uma virtude moral sobrenatural, que modera a atração para o prazer sensível, sobretudo para os prazeres do gosto e do tato, e o contém nos limites da honestidade.

O seu objetivo é moderar todo prazer sensível, sobretudo o que anda anexo às duas grandes funções da vida orgânica: o comer e beber, que conservam a vida do indivíduo, e os atos que tem por fim a conservação da espécie. E, precisamente, porque o prazer é atraente e nos arrasta facilmente para além dos justos limites, a temperança leva-nos à mortificação, ainda mesmo em certas coisas permitidas, a fim de que a razão prevaleça sobre a paixão.

A gula é um mal

A gula é o amor desordenado dos prazeres da mesa, da bebida ou da comida. A desordem consiste em procurar o prazer do alimento, por si mesmo, considerando-o explícita ou implicitamente como um fim. Ou em procurar com excesso, sem respeitar as regras que dita a sobriedade, algumas vezes, até com prejuízo da saúde.

Créditos: bymuratdeniz / GettyImagens / cancaonova.com

Existem quatro modos de queda pela gula:

O primeiro seria comer antes de sentir necessidade, fora das horas marcadas para as refeições, e isso sem motivo legítimo, só para satisfazer a vontade de comer, que é diferente da fome.

O segundo modo é buscar iguarias esquisitas ou preparadas com demasiado apuro, para gozar delas. É um modo de comer sem necessidade, para satisfazer o prazer, ou até mesmo um vício.

A terceira forma de pecado pela gula é ultrapassar os limites do apetite ou da necessidade, enfartar-se de comida ou bebida com risco de arruinar a saúde.

Por fim, o quarto modo seria o de comer com avidez, com sofreguidão, quase sem mastigar, com tanta rapidez, que o corpo não tem tempo de indicar a saciedade, somente pelo prazer de estar comendo.

Quais são os prejuízos da gula?

Para determinar com precisão os males da gula importa fazer uma distinção.

A) A gula é falta grave: quando resulta em excessos, tais que nos torna incapazes, por longo tempo, de cumprir os nossos deveres de estado ou obedecer às leis divinas ou eclesiásticas; por exemplo, quando prejudica a saúde, quando dá origem a despesas loucas, que põem em risco os interesses da família, quando leva a faltar as leis da abstinência ou do jejum.

Pode ser grave também quando ela abre portas de intemperanças, tais como a incontinência dos olhos e dos ouvidos, que criam o interesse em notícias pecaminosas; incontinência nos pensamentos, que busca prazeres nas recordações maliciosas; e quando cria maus pensamentos eróticos, leva o coração a aspirar afeições carnais, que arrastam a vontade em busca de prazeres nos sentidos.


A intemperança da mesa leva à intemperança da língua: comentamos os segredos que havíamos prometido guardar, morais, profissionais, onde expomos colegas, amigos, familiares à maledicência.

Outros males que a gula traz para a vida

Quando a gula abre as portas para as faltas contra a justiça e a caridade: maledicência, calúnia, detração que se comenta com uma liberdade maligna;

E quando gera faltas contra a prudência: tomam-se compromissos que não serão possíveis guardar sem ofender as leis morais.

B) A gula não passa de falta venial, quando alguém come demais, mas sem cair em excessos graves, sem se expor a infringir qualquer preceito importante.

C) Sob o aspecto da perfeição, a gula é um obstáculo sério: deixa-nos moles para fazer mortificações, cedendo aos prazeres carnais, os quais, pouco a pouco, vão nos conduzir aos prazeres de pecado grave; no beber excessivo, leva-nos à dissipação, alegria excessiva, brincadeiras de mau gosto, falta de recato e modéstia, abrindo assim a alma à ação do demônio.

Como vencer a gula?

Para lutar contra a gula é preciso ter, no coração, que o prazer não é o fim, senão um meio, e, sendo assim, deve ser subordinado à reta razão iluminada pela fé.

Com intenção reta e sobrenatural, que nos faz perceber que não fomos feitos para nos lançar por sobre os alimentos como um animal, irracionalmente, mas sim com humildade, percebendo que em nosso estado decaído e miserável, não seríamos dignos de ter o pão de cada dia, mas, ainda assim, o Senhor nos ajuda. Que nos alimentemos para dar glórias a Deus e para nos pormos a trabalho.

Com essa pureza de intenção, poderemos guardar a sobriedade ou a justa medida. Se comemos somente para cumprir nossos deveres de estado, vamos evitar assim todo o excesso que pode nos prejudicar a saúde. Se comemos para viver, comamos então para sadiamente viver. Devemos nos levantar da mesa com a sensação de leveza e vigor, seguindo sempre as orientações médicas particulares.

Ao buscar a sobriedade, temos mais força para as práticas de mortificação, pois estas nos ajudam a desembaraçar o espírito da servidão dos sentidos, dando-lhes mais liberdade para a oração e para o estudo, e evitam-se muitas tentações perigosas.

Faça mortificações

Outra excelente prática é a de fazer pequenas mortificações em cada refeição, abstendo-se de comer algo apetitoso ou forçando-se a comer algo que não goste. As almas boas animam essas mortificações com um motivo de caridade. Deixam um pouquinho para os pobres, sempre o mais apetitoso e, por conseguinte, para Jesus, que vive nos pobres.

Entre as mortificações mais úteis, ressaltamos a que se referem às bebidas alcoólicas. Em si, o uso moderado do álcool ou dos licores espirituosos (vinho, bebidas alcoólicas à base de frutas) não é pecaminoso. Abster-se dessas bebidas, por espírito de mortificação ou para dar bom exemplo é indubitavelmente digníssimo de elogio. Por isso, muitos que são exemplos de espiritualidade deixam de usá-los para levar outros a não usar álcool também.

Há casos em que é preciso a abstinência devido à propensão hereditária, como também os casos de alcoolismo inveterados.

Nossa jornada ainda não acabou. Temos outras virtudes ligadas à temperança, que vamos tratar uma a uma.

Roger de Carvalho –  missionário da Comunidade Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/series/virtudes-morais-cardeais/entenda-a-temperanca-virtude-para-combater-o-pecado-da-gula/


5 de abril de 2024

Aborto e perdão: seis pontos importantes para compreendê-los


Uma breve reflexão para aprofundar a escolha de Francisco na Carta Apostólica Misericordia et misera. 

1 – Aborto e perdão, o que diz Papa Francisco

Na Carta Apostólica, n.12, afirma: "concedo, a partir de agora, a todos os sacerdotes, em virtude do seu ministério, a faculdade de absolver a todas as pessoas que incorreram no pecado do aborto. Quero reiterar, com todas as minhas forças, que o aborto é um grave pecado, porque põe fim a uma vida inocente; mas, com igual força, posso e devo afirmar que não existe nenhum pecado que a misericórdia de Deus não possa alcançar nem destruir, quando encontra um coração arrependido, que pede para se reconciliar com o Pai".

2 – O que é o aborto voluntário

João Paulo II, na Evangelium Vitae, o define: "a morte deliberada e direta, independentemente da forma como venha realizada, de um ser humano na fase inicial da sua existência, que vai da concepção ao nascimento, uma enorme ameaça contra a vida, não apenas dos simples indivíduos, mas também de toda a civilização". Trata-se, em todo caso, de uma intervenção que coloca fim à gravidez suprindo o feto.

Créditos: Créditos: YakobchukOlena / GettyImagens / cancaonova.com

3 – O que diz a lei da Igreja

O Código de Direito Canônico (1398) recita: "Quem procurar o aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententiae". Trata-se, isto é, de uma pena extrema que desencadeia de modo automático, sem que haja a necessidade de uma sentença específica. A Igreja sempre admitiu a possibilidade do perdão a quem está sinceramente arrependido, mas era necessária a autorização do bispo (cânon 969) ou de um sacerdote por ele delegado. Papa Francisco, no início do Ano Jubilar, havia concedido a todos os sacerdotes a possibilidade de absolver do pecado de aborto. Com a carta Misericordia et misera, ele estende essa possibilidade de modo permanente.

4 – O que diz o Magistério

Muitas são as pronúncias de condenação. Desde o primeiro século, a Igreja expressou-se contra o aborto provocado. O aborto direto permanece gravemente contrário à lei moral: "Tu não matarás, mediante o aborto, o fruto do seio; e não farás perecer a criança já nascida" (Didaché, 2,2). "Deus, Senhor da vida, confiou aos homens, para que estes desempenhassem dum modo digno dos mesmos homens, o nobre encargo de conservar a vida. Esta deve, pois, ser salvaguardada, com extrema solicitude, desde o primeiro momento da concepção; o aborto e o infanticídio são crimes abomináveis" (Concílio Vaticano II, Gaudium et spes, 51).


Não há nenhuma relação entre a excomunhão, que diz respeito à vida espiritual da pessoa, e a gravidade do pecado. O aborto é um pecado mortal como outros, mas o fato de ser cometido pela própria mãe contra um filho inocente, induziu a Igreja a colocar o agravante da excomunhão (que diz respeito à pessoa e não ao pecado). Um chamado, portanto, para que a mulher e aqueles que com ela cometeram o aborto (médicos e familiares), decidam iniciar um caminho de penitência e conversão.

6 – O que mudou com a decisão do Papa Francisco

É facilitado o caminho de conversão daqueles que se mancharam com essa gravíssima culpa. O fato de que todos os sacerdotes tenham agora, em modo permanente, a possibilidade de acolher e absolver essas pessoas, favorece também uma tomada de consciência mais viva do problema e poderá levar a uma preparação e uma formação mais adequada dos confessores, como é desejo do Papa ("a fim de que a ninguém falte jamais o sinal sacramental da reconciliação através do perdão da Igreja").

O texto é do jornalista italiano Luciano Moia, publicado no site Avvenire, em 22-11-2016. A tradução é de Rodrigo Luiz dos Santos. 



Rodrigo Luiz dos Santos

Missionário na Canção Nova, Rodrigo Luiz formou-se em Jornalismo pela Faculdade Canção Nova. É casado com Adelita Stoebel, também missionária na mesma comunidade. Autor de livros publicados pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/bioetica/aborto/aborto-e-perdao-seis-pontos-importantes-para-compreende-los/


3 de abril de 2024

A História e Oração de Nossa Senhora Aparecida


A origem e história de Nossa Senhora Aparecida

A História e Oração de Nossa Senhora Aparecida
A origem e história de Nossa Senhora Aparecida

Nossa Senhora Aparecida é uma figura muito importante na cultura e na religião brasileira. Ela é considerada a padroeira do Brasil e sua história remonta ao século XVIII. A devoção a Nossa Senhora Aparecida é tão forte que milhões de fiéis visitam anualmente o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, localizado na cidade de Aparecida, no estado de São Paulo.

A História de Nossa Senhora Aparecida começa em 1717, quando três pescadores – Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso – estavam pescando no Rio Paraíba do Sul. Eles estavam tendo uma pescaria muito ruim, até que, de repente, encontraram uma imagem de Nossa Senhora da Conceição sem a cabeça. Eles jogaram a rede novamente e encontraram a cabeça da imagem. A partir desse momento, a pesca melhorou significativamente.

Os pescadores levaram a imagem para suas casas e começaram a rezar para ela. Logo, as pessoas da região começaram a ouvir falar da imagem milagrosa e começaram a visitá-la. A devoção a Nossa Senhora Aparecida cresceu rapidamente e, em 1734, foi construída uma capela para abrigar a imagem.

Ao longo dos anos, a devoção a Nossa Senhora Aparecida se espalhou por todo o Brasil. Em 1930, o Papa Pio XI proclamou Nossa Senhora Aparecida como a padroeira do Brasil. Desde então, o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida se tornou um dos maiores destinos de peregrinação do mundo, recebendo milhões de fiéis todos os anos.

A oração a Nossa Senhora Aparecida é uma parte importante da devoção a ela. A oração mais conhecida é a Oração de Nossa Senhora Aparecida:

"Ó incomparável Senhora da Conceição Aparecida, Mãe de Deus, Rainha dos Anjos, Advogada dos pecadores, Refúgio e Consolação dos aflitos e atribulados, Virgem Santíssima, cheia de poder e bondade, lançai sobre nós um olhar favorável, para que sejamos socorridos em todas as necessidades.

Lembrai-vos, clementíssima Mãe Aparecida, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à vossa proteção, implorado a vossa assistência e reclamado o vosso socorro, fosse por Vós desamparado.

Animados com esta confiança, a Vós recorremos. Tomamo-nos de Vós para sempre como nossa Mãe, nossa protetora, consolação e guia, esperança e luz na hora da morte.

Livrai-nos de tudo o que possa ofender-Vos e ao vosso Santíssimo Filho, Jesus. Preservai-nos de todos os perigos da alma e do corpo; dirigi-nos em todos os assuntos espirituais e temporais. Livrai-nos da tentação do demônio, para que, trilhando o caminho da virtude, possamos um dia ver-Vos e amar-Vos na eterna glória, por todos os séculos dos séculos. Amém."

Essa oração é recitada por milhões de fiéis todos os dias, pedindo a intercessão de Nossa Senhora Aparecida em suas vidas. A devoção a ela é uma forma de buscar conforto, proteção e orientação espiritual.

Nossa Senhora Aparecida é uma figura muito amada e respeitada no Brasil. Sua história e devoção são passadas de geração em geração, fortalecendo a fé e a devoção dos brasileiros. O Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida é um lugar de encontro e devoção, onde os fiéis podem expressar sua devoção e gratidão a Nossa Senhora.

Em resumo, A História de Nossa Senhora Aparecida remonta ao século XVIII, quando sua imagem foi encontrada por pescadores no Rio Paraíba do Sul. A devoção a ela cresceu rapidamente e ela se tornou a padroeira do Brasil. A oração a Nossa Senhora Aparecida é uma parte importante da devoção a ela, oferecendo conforto e orientação espiritual aos fiéis. A história e a devoção a Nossa Senhora Aparecida são uma parte essencial da cultura e da religião brasileira.

A devoção e importância da imagem de Nossa Senhora Aparecida

A devoção a Nossa Senhora Aparecida é uma das mais antigas e populares do Brasil. A história dessa devoção remonta ao século XVIII, quando três pescadores encontraram uma imagem da Virgem Maria nas águas do Rio Paraíba do Sul. Desde então, a imagem de Nossa Senhora Aparecida se tornou um símbolo de fé e esperança para milhões de brasileiros.

A importância dessa imagem vai além do aspecto religioso. Ela representa a união do povo brasileiro em torno de uma figura materna que acolhe e protege. A devoção a Nossa Senhora Aparecida transcende as diferenças sociais, econômicas e culturais, unindo pessoas de todas as classes e regiões do país.

A história da imagem de Nossa Senhora Aparecida é cercada de mistério e milagres. Após ser encontrada pelos pescadores, a imagem foi levada para a casa de um deles, onde começaram a acontecer diversos prodígios. Pessoas que sofriam de doenças foram curadas, problemas foram resolvidos e graças foram alcançadas. A notícia desses milagres se espalhou rapidamente, atraindo cada vez mais fiéis para venerar a imagem.

A devoção a Nossa Senhora Aparecida se consolidou ainda mais quando a imagem foi levada para a cidade de Aparecida, onde foi construída uma basílica em sua homenagem. A Basílica de Nossa Senhora Aparecida se tornou um dos maiores centros de peregrinação do mundo, recebendo milhões de fiéis todos os anos.

A oração a Nossa Senhora Aparecida é uma prática comum entre os devotos. Através da oração, os fiéis expressam sua devoção e pedem a intercessão da Virgem Maria em suas vidas. A oração a Nossa Senhora Aparecida é uma forma de buscar conforto espiritual, proteção e orientação em momentos difíceis.

A oração mais conhecida e recitada pelos devotos de Nossa Senhora Aparecida é a Ave Maria. Essa oração é uma forma de louvar e honrar a Virgem Maria, reconhecendo sua importância como mãe de Jesus e protetora dos fiéis. A Ave Maria é uma oração simples, mas poderosa, que fortalece a fé e traz paz ao coração daqueles que a recitam.

Além da Ave Maria, existem outras orações específicas dedicadas a Nossa Senhora Aparecida. Uma delas é a Oração a Nossa Senhora Aparecida, que pede a intercessão da Virgem Maria em diversas áreas da vida, como saúde, trabalho, família e proteção contra o mal. Essa oração é uma forma de se conectar com Nossa Senhora Aparecida e confiar em sua ajuda e proteção.

A devoção a Nossa Senhora Aparecida é uma parte importante da cultura brasileira. A imagem da Virgem Maria é venerada em todo o país, seja em pequenas capelas nas cidades ou na grandiosa Basílica de Aparecida. A devoção a Nossa Senhora Aparecida transcende gerações, sendo transmitida de pais para filhos, fortalecendo a fé e a esperança em dias melhores.

Em resumo, a devoção e importância da imagem de Nossa Senhora Aparecida são fundamentais para a cultura e religiosidade do povo brasileiro. A história dessa devoção, repleta de milagres e graças alcançadas, fortalece a fé dos fiéis e os aproxima da Virgem Maria. A oração a Nossa Senhora Aparecida é uma forma de expressar essa devoção e buscar a intercessão da Virgem Maria em suas vidas. Que a imagem de Nossa Senhora Aparecida continue a ser um símbolo de fé e esperança para todos os brasileiros.

A oração e intercessão de Nossa Senhora Aparecida na vida dos fiéis

A oração e intercessão de Nossa Senhora Aparecida na vida dos fiéis

Nossa Senhora Aparecida é uma figura muito importante na fé católica. Ela é considerada a padroeira do Brasil e sua história remonta ao século XVIII. A devoção a Nossa Senhora Aparecida é muito forte e sua intercessão é buscada por milhões de fiéis em todo o país.

A História de Nossa Senhora Aparecida começa em 1717, quando três pescadores encontraram uma imagem da Virgem Maria nas águas do Rio Paraíba, em São Paulo. A imagem estava quebrada, mas eles a recolheram e, a partir daquele momento, começaram a experimentar uma série de milagres e graças em suas vidas.

A notícia sobre a imagem se espalhou rapidamente e as pessoas começaram a visitar o local onde ela foi encontrada. A devoção a Nossa Senhora Aparecida cresceu cada vez mais e, em 1930, ela foi proclamada a padroeira do Brasil pelo Papa Pio XI.

Desde então, milhões de fiéis têm buscado a intercessão de Nossa Senhora Aparecida em suas vidas. Acredita-se que ela seja capaz de ouvir as orações e interceder junto a Deus em favor daqueles que a invocam com fé.

Muitos relatos de milagres e graças alcançadas através da intercessão de Nossa Senhora Aparecida são contados pelos fiéis. Pessoas que estavam doentes e se curaram, famílias que foram restauradas, problemas financeiros que foram resolvidos – esses são apenas alguns exemplos dos muitos testemunhos de fé relacionados à padroeira do Brasil.

A oração a Nossa Senhora Aparecida é uma prática comum entre os católicos. Muitos fiéis recorrem a ela em momentos de dificuldade, buscando conforto e orientação. A oração mais conhecida é a Ave Maria, que é rezada em honra à Virgem Maria.

Além da Ave Maria, existem outras orações específicas dedicadas a Nossa Senhora Aparecida. Uma delas é a Oração a Nossa Senhora Aparecida, que pede a intercessão da padroeira do Brasil em várias áreas da vida, como saúde, família e trabalho.

Outra oração muito popular é a Novena de Nossa Senhora Aparecida. A novena consiste em rezar durante nove dias consecutivos, pedindo a intercessão de Nossa Senhora Aparecida em uma intenção específica. Muitos fiéis relatam que, ao fazer a novena, receberam graças e milagres em suas vidas.

A devoção a Nossa Senhora Aparecida também é celebrada em uma grande festa anual, que acontece no dia 12 de outubro. Milhares de fiéis se reúnem na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida do Norte, para celebrar a padroeira do Brasil.

Durante a festa, são realizadas missas, procissões e momentos de oração. É um momento de grande devoção e fé, onde os fiéis expressam sua gratidão e amor por Nossa Senhora Aparecida.

Em resumo, a história e a oração de Nossa Senhora Aparecida desempenham um papel fundamental na vida dos fiéis católicos. Sua intercessão é buscada por milhões de pessoas em todo o Brasil, que acreditam em seu poder de ouvir as orações e interceder junto a Deus. A devoção a Nossa Senhora Aparecida é uma expressão de fé e amor, que traz conforto e esperança aos corações dos fiéis.


Fonte: https://cantinhodocatolico.com.br/a-historia-de-nossa-senhora-aparecida-a-histor/


2 de abril de 2024

Qual a consequência da mentira no nosso cérebro?


Por definição, a mentira é o ato de mentir; de enganar, falsidade, fraude. O mentiroso é considerado o sujeito que possui o hábito de mentir.

Quando nos deparamos com uma criança mentindo, entendemos como um processo natural de tentativa de manipulação da realidade, em que a fantasia da criação se faz presente com uma maior intensidade em busca da satisfação de seus desejos. Cabem aos pais e responsáveis corrigir, orientar, amparar e apresentar a necessidade de aprender a lidar com a realidade; mesmo que não seja a desejada. Assim, evita-se que esse "pequeno ser humano"  possa entender que: se a realidade não for agradável, ele pode recorrer à mentira.

Usar o cérebro para imaginar histórias ajuda a aumentar a criatividade, mas é importante fazer isso com cautela. "Brincar" de mentir é saudável, só não pode ultrapassar as barreiras e acreditar naquilo que não existe de verdade. O bom e velho "faz de conta" tem a sua devida importância para o desenvolvimento. Porém, um faz de conta em que a fantasia é transparente para todas as partes envolvidas; evitando-se, assim, a ideia de enganar alguém.

Créditos: Rawpixel by GettyImages/cancaonova.com

Todo mundo mente?

Profissionais de diferentes áreas concordam que todo mundo mente, distorce e apresenta a verdade favorecendo um ponto de vista que lhe seja mais interessante. Atitude concebida como necessária para a manutenção das relações sociais, amparada na expressão "não dá para falar tudo que pensa o tempo todo". Isso diz mais sobre o omitir julgamentos e pensamentos, a fim de evitar magoar o outro.

Essa busca de poupar o outro das decepções decepciona mais ainda, pois o mentiroso se torna uma pessoa indigna de confiança, desse modo, resulta no distanciamento e fim das relações.

Fisiologicamente falando, os lóbulos frontais são os grandes responsáveis pela manipulação dos pensamentos que representam uma importante aquisição neurobiológica da espécie humana. É nesta região que a decisão de omitir um fato, criar uma história ou mentir acontece. Essa mesma região também é responsável pelo nosso senso crítico, o famoso "juízo", ou bom senso.

O risco para o mentiroso

A mentira exige mais do cérebro do que apenas o relato dos fatos. Para mentir, uma pessoa deve, primeiro, omitir a verdade, em seguida, elaborar uma fala alternativa convincente para o outro, ao mesmo tempo que se preocupa em esconder os sinais físicos do nervosismo. Ou seja, é um processo que implica em um maior uso dos recursos cognitivos do que quando se diz a verdade.


Quando uma pessoa percebe que obteve êxito em seu empenho em mentir e conseguiu conduzir o entendimento da outra pessoa, corre-se o risco de sentir-se desafiada a praticar mentiras mais elaboradas. O risco, que o mentiroso corre, de ser desmascarado torna-se atrativo, pois é envolvido pela adrenalina e encanto por superar mais um obstáculo, o que o faz mais ousado nas próximas mentiras.

O mentiroso pode enfrentar uma patologia: a mitomania, que tem como principal característica a tendência incontrolável de contar mentiras, desde pequenos detalhes até histórias fantasiosas. No caso do mitômano, as mentiras não são para "levar vantagem" ou "enganar", muitas vezes, podem esconder doenças psíquicas ou traços de uma personalidade fragilizada que precisa de ajuda especializada.

Comportamentos prejudiciais

Para a psicóloga Daniela Faertes, especialista em terapia cognitiva e mudança de comportamentos prejudiciais, os casos normalmente começam com mentiras menores — que a princípio soaria como se a pessoa tivesse necessidade de chamar atenção ou que remetesse a maior aceitação dentro de um grupo —, até que a quantidade delas  crescerá, a ponto do mentiroso começar a se perder nas próprias narrativas, sem mensurar mais este alcance.

Os mitômanos podem mentir para se beneficiar de alguma forma, mas, algumas vezes, pelo mau hábito em si, as histórias inventadas são contadas naturalmente, sobre assuntos triviais do cotidiano. Mas o fato ainda pode se agravar, quando os temas criados são mais complexos e a repercussão disso é maior.

Uma característica comum dos mitômanos é a necessidade de ter atenção, reconhecimento e, principalmente, admiração. As fantasias contadas tendem a ser para elevá-los de alguma forma. Por isso, está diretamente relacionada aos indivíduos com baixa autoestima. Mas há outras classificações de mitômanos.

Em todos os casos, necessitam de acompanhamento profissional para tratar o vício na mentira.

Psicóloga Karina Maria da Luz


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/qual-a-consequencia-da-mentira-no-nosso-cerebro/


1 de abril de 2024

Via crucis, uma jornada de Amor


Via crucis, uma jornada de Amor

Via crucis, uma jornada de Amor foi o que veio ao meu coração diante do que Deus na sua providência me proporciona viver.

Via crucis, uma jornada de Amor

Em uma tarde tranquila, sob a luz suave do crepúsculo que banha carinhosamente cada canto da casa dos meus pais, começa a uma nova história, uma narrativa que transcende o tempo, entrelaçando a sagrada Via Crucis com a jornada terrena que Deus me chama viver.

Recordo a Palavra de Jesus que a Via Crucis faz parte dos que livremente o segue: "Jesus disse aos discípulos: 'Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga." (Mt 16,24).

Via crucis, uma jornada de Amor se dá nos acontecimentos da nossa vida cotidiana, e como uma família universal, e filhos amados de Deus, embora vivemos realidades diferentes, fazemos a mesma jornada.

São inúmeros os que vivem a via Crucis e talvez ainda não perceberam que percorrem esse caminho.

Desde que cheguei a casa dos meus pais me dedico todos os dias ao cuidado deles, pois o meu pai foi acometido pelo Alzheimer, e a minha mãe empenhada no cuidado dele e da casa se encontra cansada pois sempre teve a saúde frágil.

Via crucis, não é uma história de tristeza e lamentação, e se olharmos com fé, vemos que é uma via profunda e inesgotável de amor, e se a acolhemos nos torna pessoas resilientes, pois o Amor de Cristo fortalece e nos purifica nos momentos de provação.

Neste cenário, cada estação da Via Crucis se desdobra não apenas como um capítulo da Paixão de Cristo, mas como um espelho das etapas que vivi com o meu pai, minha mãe, minhas irmãs e que reflete um caminho repleto de sacrifícios que culmina na esperança. A via crucis tem uma beleza singular que só o verdadeiro amor é capaz de revelar.

Uma viagem para dentro de si mesmo

Via crucis, uma jornada de Amor nos remete a uma viagem para dentro de si mesmo, onde o fim não é o destino, mas o caminhar lado a lado, de mãos dadas, de corações unidos contra todas as adversidades que surgem.

À medida que sigo por esta jornada, sou convidado a contemplar não só os desafios impostos pela doença do meu pai, mas ver a presença de Deus em todos eles, também nos momentos de ternura, de silêncio, de Irecê, de oferecimento, das pequenas vitórias que são lições de vida que emergem das profundezas da alma.

Em cada queda do meu pai, é preciso um gesto particular de cuidado, uma palavra de conforto, levanta-lo para seguir em frente, motiva-lo na confiança para vencer os medos, é um ato de amor incondicional, de uma força que vem a tona quando disponho sair de mim e me entregar ao cuidado do outro com todo o meu ser.

Convido você, a embarcar comigo nessa viagem da Via crucis, uma jornada de Amor.

Permita-se ser tocado por esta história de fé, esperança e amor. Que ela lhe inspire a encontrar beleza e significado nos atos mais simples de cuidado e compaixão, e que, ao final desta caminhada, possamos todos nós refletir sobre as muitas formas que o amor pode se manifestar, mesmo nas circunstâncias mais desafiadoras da vida.

Rezar a via crucis na enfermidade

Ao chegar na casa dos meus pais para oferecer a minha colaboração efetiva no cuidado do meu pai, fui surpreendido!

Ja com alzheimer em estado crescente contei a ele que ficaria por um tempo, então me disse :

"você viverá a sua via crucis"

Não compreendi a sua fala, mas a guardei no coração. E nesta semana santa faz todo o sentido o que ele me disse.

Então me veio o desejo de partilhar com vocês o que nas madrugadas não dormidas Deus foi me falando ao coração e fui escrevendo está via sacra na vida diante dá enfermidade e te convido a rezar com ela:

**I Estação: Jesus é condenado à morte**

Como Jesus, que enfrenta uma sentença injusta, o diagnóstico do Alzheimer marca o início de uma jornada árdua. A aceitação desta nova realidade vem carregada de temores e incertezas, mas também da determinação em cuidar e amar. A morte não tem a palavra final.

**II Estação: Jesus carrega a sua cruz**

A responsabilidade de contribuir no cuidado de meu Pai com Alzheimer pode ser comparada ao peso da cruz. É um caminho repleto de desafios diários, onde cada passo exige força, paciência e resiliência, e Jesus está conosco para ajudar a carregá-la!

**III Estação: Jesus cai pela primeira vez**

Assim como Jesus, enfrentamos quedas. Elas podem ser quedas físicas, espirituais ou psicológicas. Cada uma delas nos ensina a importância de se levantar e seguir adiante, apesar dos desafios. Jesus é a nossa força e nos levanta!

**IV Estação: Jesus encontra sua mãe**

No momento delicado do enfermo, o apoio particular da família é fundamental, a minha mãe mesmo frágil foi presença incansável honrando o seu matrimônio, na alegria e dor, na saúde e na doença, juntos em família para suportar o meu pai mas suas necessidades dando a ele carinho e amor. Assim foi Maria, que ofereceu consolo e amor a Jesus.

**V Estação: Simão de Cirene ajuda Jesus a carregar a cruz**

Ninguém pode cuidar de alguém sozinho. A família e profissionais de saúde são Simões no caminho, dividindo o peso e oferecendo ajuda e consolo. Jesus não nos deixa sós, se preciso for nos envia os seus anjos para nós ajudar

**VI Estação: Verônica enxuga o rosto de Jesus**

Os pequenos gestos de cuidado e carinho, enxugar o rosto e após o banho, trocar as fraldas, dar de comer e arrumar a cama, é expressão de amor e dedicação. O mais simples ato é manifestação de amor, e como Verônica somos chamados a fazê-lo.

**VII Estação: Jesus cai pela segunda vez**

As recaídas são comuns na jornada do Alzheimer, a lucidez se altera com períodos de confusão, exigindo de quem cuida maior paciência e compreensão.

Jesus cai para nós levantar na caminhada.

**VIII Estação: Jesus consola as mulheres de Jerusalém**

Mesmo em sua dor, Jesus oferece consolo. Da mesma forma, nas muitas noites sem dormir e na exaustão, é preciso oferecer palavras de conforto e esperança ao meu pai, lembrando-o do amor que nos une. O amor de Jesus nos faz transcender.

**IX Estação: Jesus cai pela terceira vez**

As dificuldades podem parecer insuperáveis, mas a força para continuar vem do amor e da fé. A terceira queda reforça a necessidade de aceitar ajuda externa e reconhecer os próprios limites. A queda é um sinal de fragilidade humana e que sozinhos nada podemos.

**X Estação: Jesus é despojado de suas vestes**

A perda de independência e privacidade pode ser uma das partes mais difíceis do Alzheimer. Como filho, busco respeitar a dignidade de meu pai, ajudando-o com delicadeza e respeito. O enfermo como Jesus é exposto e é desvestido de si mesmo, abandonando-se nas mãos dos que cuidam.

**XI Estação: Jesus é pregado na cruz**

Os momentos de agonia, tanto física quanto emocional, são inevitáveis. Participamos do sofrimento de ver meu pai lutar contra a doença, compartilhando cada dor e cada lágrima, as vezes não nos reconhecendo, se debatendo. Uma via sacra que percorremos unindo-nos aos sofrimentos de Cristo

**XII Estação: Jesus morre na cruz**

O avanço do Alzheimer pode levar a perdas significativas, simbolizando uma forma de morte. Muitas vezes penso que estou a despedir-me lentamente do meu pai, e me recordo de tantos momentos marcantes que vivemos. Compreendo que preciso honrar a sua vida e continuar o seu legado. Jesus até o fim foi fiel ao Pai, dando sua vida morrendo na cruz.

**XIII Estação: Jesus é retirado da cruz**

Retirar alguém da cruz nem sempre será poupá-la do sofrimento, ou da morte, mas aceitar o ciclo da vida, com suas dores e despedidas. Porém em todos momentos vividos Jesus jamais nos deixa , Ele está presente.

**XIV Estação: Jesus é sepultado**

Cada jornada da vida tem o seu fim. É tempo de profunda reflexão de como vivemos. Fazer memórias dos acontecimentos é reviver com gratidão a oportunidade que nos foi dada de estar com os nossos, e elas permanecerão para sempre, pois o amor é eterno e nem mesmo a separação física poderá apagar. O importante é o que fica no interior, da graça de poder participar da vida do meu pai no ápice da sua fragilidade humana que culminará para todos o retorno à pátria definitiva.

**XV Estação: A ressurreição de Jesus**

Para nós cristãos a vida terrena tem um fim, pois o céu é o nosso lugar, e haverá sempre o Domingo, o dia da ressurreição. Cremos na ressurreição dos mortos e na vida eterna onde um dia todos contemplaremos a face de Deus.

Essa é a nossa esperança, a ressurreição!


giba

Gilberto Leandro Maia Brasileiro nasceu em 03/07/1973 em São Paulo SP – Missionária da Canção Nova a 24 anos casado com Nilza Maia e atualmente eles estão na Missão de Roma Itália


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/semana-santa/via-crucis-uma-jornada-de-amor/