Queridos leitores, mais uma vez convido vocês a adentrarem na profundidade do mistério da devoção ao Sangue Precioso de Jesus. Dessa vez, vamos ao ponto mais inicial de sua revelação.
Claro que, ao recordar o seu Sangue, nos remete a memória a crucifixão d'Ele, contudo a devoção deve ser pensada em toda a obra do mistério de salvação. Toda a existência de Jesus diz de sua humanidade, sofrimento e redenção. Mas, é importante notar de modo especial o mistério Pascal, ou seja, Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor.
A angústia de Jesus no Horto das Oliveiras
Pouco lembrada, mas a primeira grande maneira de meditar a Paixão de Jesus é por meio de sua experiência no Horto das Oliveiras. Ali, o Senhor viveu grande terror como ressalta o evangelista Marcos: "A minha alma está numa tristeza mortal" (Mc 14,34). Essa evidência vai se intensificando de modo sobrenatural, pois Jesus adentrava em todo o sofrimento que viveria. Mas, principalmente em toda a dor das ofensas cometidas contra o Pai, dos pecados realizados por cada um de nós. "Ele carregou sobre si as nossas culpas" (Is 53, 4-5), e por isso "caiu por terra" (Mc 14, 35) para orar. Toda a dor do mundo e de todos os tempos estava sobre Ele naquele momento, ali Ele assumiria a sua missão mais difícil e assim mais angustiante.
Diante de tamanho sofrimento e angústia, o evangelista Lucas relata o detalhe essencial: "Cheio de angústia, orava com mais insistência, e seu suor tornou-se como espessas gotas de sangue que caíam por terra" (Lc 22,44). O Sangue precioso de Jesus começa a ser derramado por nós. As vestes de Jesus foram encharcadas daquele suor misturado em sangue. Toda a sua roupa banhada de angústia e pavor expressas fisicamente em sangue. De tamanha quantidade, Lucas diz que caíram por terra, banharam a terra que estava debaixo de Jesus. Tamanho mistério de Amor!
Ele demostrou seu amor e veracidade de sua existência
O Sangue derramado é o sinal da vida sendo entregue, da vida sendo ofertada. Assim como no Antigo Testamento se ofertava o Sangue de animais, Jesus ali estava se ofertando em prol dos nossos pecados e para a remissão deles diante do Pai. Imagine quanta dor Ele viveu naquele momento para fazer suar sangue… No entanto, Ele poderia esquivar-se da dor recordando a glória celeste, porém, escolheu sentir o auge que um homem poderia suportar. Para além da normalidade humana, a fim de demonstrar seu amor e a veracidade de sua existência na carne, encarnado.
Diante de todo esse mistério, só podemos recorrer ao seu Sangue com gratidão e devoção. Com toda a certeza de que tudo o que Ele viveu é em vão! É sim uma torrente de graças derramadas. Que o meu e o teu coração sejam banhados por essa Sangue que lavou a terra do Horto das Oliveiras. Desse Sangue precioso que encharcou a túnica de Jesus, que ele também nos encharque, molhe e lave toda a nossa existência! Que Deus, nosso Pai, nos inspire a pôr em prática esses ensinamentos.
Rafael Vitto
Rafael Vitto, seminarista CN. Graduado em Filosofia e estudante de Teologia. Atuante na paróquia São Sebastião em Cachoeira Paulista.
Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/o-suor-de-sangue-e-a-angustia-de-jesus/
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