A oração consiste em estabelecer uma relação pessoal com Deus, é deixar-se amar por Ele e responder ao seu amor. É permanecer um tempo com o Senhor, em um encontro com Ele, escutando e falando.
"Rezar não consiste em pensar muito, mas em amar muito", dizia Santa Teresa D'Ávila. Rezar – ou orar – não é pensar em Deus, mas descansar nosso coração Nele: não passa pelas inclinações do intelecto, mas pelas do coração. Todo mundo pode rezar: batizado ou não, leigo ou religioso, basta apenas abrir o coração ao Senhor e acolhê-lo!
A vida de oração é, antes de tudo, um dom, uma graça dada por Deus. Não é "fazer sua oração" como se fizéssemos um dever, mas acolher o dom que nos é dado de podermos nos dirigir a Deus como nosso Pai, de nos dirigir a Jesus como nosso irmão, nosso amigo. A oração é uma ação gratuita: ninguém nos obriga a rezar.
Rezar é encontrar alguém e se deixar encontrar por ele, em uma relação que não passa pela inteligência, mas pelo coração. A chama que habita esse encontro consiste em crer, esperar e amar. A oração do coração é também chamada de oração teologal, porque Deus nos dá três virtudes, chamadas teologais, por meio dela, para cultivarmos em toda nossa vida, a fim de avançar no caminho da fé e da oração. São capacidades que Ele nos dá para esperá-lo: são elas a fé, a esperança e o amor.
A fé consiste em confiar no Senhor, acreditar em um Deus maior do que nosso intelecto consegue compreender. Ter esperança é aguardar – as grandes coisas se desenvolvem com o tempo. A esperança também está enraizada na fé – "Senhor, eu creio em tuas promessas, tu me darás muito". Enfim, o amor, a caridade, a maior dentre essas virtudes, que também é dependente das outras duas. Santa Teresa D'Ávila utiliza a palavra "amizade" para designar nossa relação com Deus – todo encontro de amizade é um encontro de amor. Há, então, uma mudança, uma comunhão com o outro, por menor que seja nossa abertura de coração.
Os frutos da oração
A oração muda os corações dos homens e produz numerosos frutos, os quais são raramente imediatos e nem sempre da forma esperada, mas quanto mais temos a coragem de doar nosso tempo a Deus, mais nós veremos esses frutos a longo prazo em todos os setores da nossa vida.
O primeiro e mais belo fruto da oração é a caridade. Jesus Cristo salvou o mundo, não pelo seu poder, mas pelo humilde amor, que se abaixa até encontrar aquele a ser salvo. A oração conduz à imitação de Jesus Cristo e nos abre ao amor. Quando rezamos, caminhamos com Jesus e procuramos imitá-lo.
Numerosos frutos vêm, por conseguinte:
- Uma paz profunda no íntimo do nosso coração;
- Uma verdadeira alegria que ilumina a nossa volta, independente das tempestades exteriores;
- Um outro modo de trabalhar, mais confiante, sabendo que Deus está conosco;
- Um olhar diferente sobre o outro, cheio de amor e de respeito;
- Uma nova forma de reagir às provações cotidianas, reler nossos desafios, edificar projetos;
- Uma análise da vida, dos obstáculos de nossa caminhada;
- Um olhar mais lúcido e mais profundo sobre o mundo.
A oração permite que foquemos novamente no que é essencial e a não ficarmos presos à superfície das coisas. Ela nos convida a não viver mais fora dos nossos corações, mas a ganhar em interiorização e, assim, em sabedoria, em profundidade e em autoconhecimento.
Fonte: https://arquidiocesedebelem.com.br/o-que-e-oracao-2/
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