Atualmente, estou cursando o segundo ano de fisioterapia, porém, esse nem sempre foi o meu desejo. Eu venho de uma família predominantemente formada por militares — tios e primos no exército e uma prima na aeronáutica.
O maior exemplo e incentivador do meu sonho de seguir carreira militar sempre foi o meu pai que, por alguns anos, atuou como policial militar na cidade de Pouso Alegre, Minas Gerais. E, mesmo após a sua saída da corporação, sempre o tive como guia. As suas histórias faziam os meus olhos brilharem; e aprendi que ser policial é fazer o bem ao desconhecido, salvar vidas, ajudar ao próximo sem esperar nada em troca. Então, era esse o meu sonho.
O primeiro passo
Aos 18 anos, fiz a primeira prova do concurso e foi um desastre! Acertei apenas 15 questões de um total de 60. Após algumas tentativas sem êxito e sem entender o porquê, decidi então cursar algum nível superior. Então, matriculei-me em administração, mas sempre visando a carreira militar, pois, com a faculdade, poderia realizar o concurso da Polícia Mineira, por isso, nunca parei de estudar e continuei me dedicando ao curso preparatório para concursos. Entretanto, o resultado era sempre negativo e não entendia o motivo de não conseguir.
A resposta de Deus
Essa perda despertou em mim um sentimento ruim, de maldade e de vingança. Eu pedi a Deus que me aprovasse no concurso da polícia, mas não mais para fazer o bem. O resultado? Não fui aprovado e abandonei a faculdade. Com o passar do tempo, entendi que somente a Deus cabe a justiça e que a vingança não me levaria a lugar nenhum.
Com essa reflexão, o desejo de fazer o bem voltou e continuei a tentar ingressar na polícia. E, no decorrer do tempo, eu conheci a fisioterapia e me encantei, afinal, era tudo o que sempre quis: ajudar as pessoas por meio das minhas mãos, que são as minhas ferramentas de trabalho capazes de mudar vidas.
Esse faculdade me trouxe o ponto de partida para o meu recomeço, pois, em setembro de 2002, fui chamado para ser voluntário na tenda dos peregrinos em Aparecida e fui. E, mesmo com medo, acolhi pessoas do Brasil todo, algumas conhecidas e a maioria, talvez, eu nunca mais as veria. Foram cinco dias de trabalho intenso, madrugada adentro, porém, ao final, em silêncio, eu me sentei ao chão e consegui sorrir porque sabia que Deus me dava a Sua resposta diante a minha frustração. E meu coração estava onde deveria estar: me doando pelo outro e, por isso, entendi que a fisioterapia é o meu futuro.
Gustavo Moretti, 26 anos, Lorena – SP
Fonte: https://formacao.cancaonova.com/vocacao/profissao/como-recomecar-diante-uma-frustacao/
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