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24 de novembro de 2022

A Igreja Doméstica e os primeiros templos cristãos


Domus Ecclesiae Romana (Ilustração/Reprodução

O Cristão é a morada de Deus, a sua pessoa é o templo em que, pela graça do Batismo, a Santíssima Trindade habita. Nos primeiros 300 anos de sua existência, a Igreja foi perseguida e não pôde erigir templos. A Eucaristia era celebrada nas casas dos cristãos, que se tornavam verdadeiras Domus Ecclesiae – a Igreja Doméstica. Todos tinham consciência de que eram pedras vivas da Igreja.

De fato, São Pedro comentou: "Do mesmo modo vocês também, como pedras vivas, vão entrando na construção do templo espiritual, e formando um sacerdócio santo, destinado a oferecer sacrifícios espirituais que Deus aceita por meio de Jesus Cristo" (1Pd 2,5) e São Paulo Acrescentou: "Aquele que se une ao Senhor, forma com Ele um só espírito (…) ou vocês não sabem que o seu corpo é templo do Espírito Santo, que está em vocês e lhes foi dado por Deus?" (1Cor 6,17-19).

Domus Ecclesiae de S. Pedro – Cafarnaum (séc. IV)

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Outros locais comumente escolhidos para a celebração eucarística dos primeiros cristãos foram as catacumbas. E foi sob a terra que surgiram as primeiras expressões artísticas dos cristãos. A imagem mais antiga de Nossa Senhora de que se tem notícia foi pintada na catacumba de Priscila. Os cristãos tinham tanta fé na Ressurreição que, segundo o padre Marko Rupnik: "começaram lá mesmo onde o mundo desmoronou: no fracasso, na fraqueza, na morte", "pois se Cristo não ressuscitou é vã a nossa fé" (1Cor 15,13).

Catacumba de Priscila

As primeiras Basílicas

Após três décadas de perseguições, com o Edito de Milão, em 313, o Imperador Constantino concedeu tolerância religiosa a todos os cristãos. Por sua ordem, foram construídas as Basílicas do Santo Sepulcro, do Santo Calvário e a de Belém, onde Jesus nasceu. 

Em Roma, o imperador ornamentou a Basílica de Latrão e construiu a primeira Basílica de São Pedro, sobre o túmulo do príncipe dos Apóstolos, na colina do Vaticano. Em suas gêneses, as basílicas romanas eram edifícios multifuncionais, que poderiam albergar áreas públicas, políticas, comerciais e sociais. Eram espaços de reunião destinados a assembleias cívicas, funcionando muitas vezes como tribunais ou espaços comerciais (para leilões). Elas eram os edifícios centrais e indispensáveis em qualquer cidade importante. Nelas, o Imperador se manifestava ao povo, ensinava e julgava. O atrium era o lugar da recepção. Esses edifícios, desse modo, se tornaram a construção romana mais adequada ao culto cristão.

Catedral de Monreale, Sicília – Itália

O estilo Romântico

Esse gênero é chamado assim porque teológica e plasticamente expressa bem o sentido católico. É a arte da unidade europeia. Na arquitetura, é uma continuidade das basílicas e, como nelas, não há janelas; se existem, estão fechadas com pedras de alabastro, deixando entrar somente a luz humilde que não fere a retina, símbolo do Espírito Santo. Há pequenas seteiras para ventilação. 

A construção em estilo Romântico é reforçada por sua solidez em pedra e muitas formas redondas e quadradas, com ou sem campanários (torres), significando a Jerusalém Celeste que se visualiza sobretudo no seu interior ou a fortaleza, o próprio Senhor que protege o seu povo. Essas igrejas estão sempre com o pórtico voltado para o oriente, pois "a salvação vem do oriente" (cf. Ez 43,1-5). É um estilo plenamente simbólico. Seus pórticos e capitéis são bíblias de pedra com esculturas sacras em que apenas um simples detalhe poderia originar uma tese de mestrado.

A Catedral de Pisa com o seu Batistério circular e sua torre inclinada foi concluída em 1092.

O Gótico

"Godo" é uma palavra nórdica que quer dizer "pinheiro". Não quer só dizer elevação, mas uma floresta de pinheiros, lugar do obscuro, do Sagrado. As igrejas góticas são, assim, imensas e altíssimas Basílicas onde se desenvolvem os arcos ogivais. 

Com suas torres esguias e pontiagudas, suas paredes mais finas e leves dão lugar a imensos vitrais de temas religiosos. A luz do sol filtrada pela Palavra Divina nas figuras dos vitrais refletirá sobre os fiéis como símbolo da graça. Charles Péguy, escritor e poeta francês do início do século XX, converteu-se na Catedral de Chartres. A Bíblia Pauperum se manifesta nas muitas estátuas em pedra, sendo algumas mais humanizadas. Em algumas das Catedrais góticas, cabiam a toda a população da cidade, tal como está dito na obra "A Cidade de Deus" de Santo Agostinho.

Catedral de Chartres – França



Fonte: https://comshalom.org/a-igreja-domestica-e-os-primeiros-templos-cristaos/ 


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