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8 de agosto de 2022

O que nos afasta do amor a Deus?

O amor a Deus, ou virtude teologal da caridade, é o hábito que dá forma e estrutura todas as outras virtudes teologais e morais. De fato, vimos que: sem a fé não é possível surgir a esperança e que é essa quem gera a caridade, ou amor a Deus e ao próximo, por causa de Deus. No entanto, à medida que a caridade se desenvolve, ela gera uma fé mais madura e forte e também uma esperança mais profunda.

Santo Tomás de Aquino explica que a caridade gera uma fé e uma esperança informadas, ou seja, colocadas numa nova forma, num novo modelo que as modifica.

Se a caridade é a mais preciosa de todas as virtudes, como vimos no artigo anterior, ela também é a mais frágil. Assim, uma virtude da caridade madura "tudo suporta" (1Cor 13,7), mas ela pode ser minada, descontinuada e suprida rapidamente.

Créditos: ArtistGNDphotography by Getty Images/cancaonova.com

Hábito de caridade

Desse modo, para ser forte, a caridade é um hábito que precisa ser reforçado continuamente direcionando toda a nossa vida para Deus. Ela é a virtude que permite seguirmos os mais importantes mandamentos: "Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo" (Mt 22,37). Inversamente, não vivendo essa dinâmica em todas as situações, nós a estamos fragilizando.

Uma imperfeição, ou seja, não se portar ou fazer algo por total amor a Deus já é uma agressão à virtude da caridade. O que, diremos, então dos pecados? É da própria definição do pecado (erro, tropeço) ser uma falha. Essa falha é, em primeiro lugar, ao amor e reverência amorosa que devemos a Deus. Está na essência do pecado substituir a vontade e condução amorosa de Deus pela própria vontade do homem.

Nas grandes e pequenas coisas, o homem se torna deus de si mesmo, fazendo sua própria vontade. Vontade que contraria a lei ou o conselho de Deus. Dessa nova decisão, que, às vezes, também se torna um hábito, o grau de conhecimento sobre o que se está fazendo, da liberdade com que se faz e da perfeição da advertência sobre o estar fazendo é que diferencia os pecados mortais dos pecados veniais.


Pecados Veniais

Como o próprio nome revela, os pecados veniais abalam a capacidade de amar a Deus, pois, ao cometê-los, o ser humano, como que se autodesculpa ao pecar (vênia = licença). Embora menos graves, os pecados veniais ferem a caridade para com Deus e para com o próximo por causa de Deus.

Aquilo que verdadeiramente destrói a virtude da caridade são os pecados mortais. De qualquer natureza que seja, a violação provocada pelo pecado mortal é um grave atentado à virtude da caridade. Como este tipo de pecado acaba com a união com Deus, é verdadeiramente impossível manter a verdadeira virtude teologal da caridade.

Pecados Mortais

A consequência do pecado mortal é, desse modo, devastadora para as virtudes teologais. Além de destruir a caridade, desinforma a esperança e a , reduzindo-as ao estado de pré-aquisição da virtude da caridade.

Será necessário renascer pela graça e pelo perdão na confissão. A imagem de renascimento é, portanto, bem adequada. Trata-se de um começar de novo. Esse início repete a sequência dada, até aqui, nesta série Virtudes Teologais: Deus infunde uma fé incipiente (ou informada), que se desenvolve e provoca a esperança (também ainda informada). Essa esperança desenvolverá a caridade e a virtude da caridade dará forma ou informará a esperança e a fé.

Se as virtudes teologais são as principais virtudes do ser humano, como vimos anteriormente, percebe-se por que o pecado mortal é tão nocivo: ele quebra o vínculo com Deus, nossa possibilidade de salvação, e se volta constantemente à nossa vida num processo pecado-conversão contínuo, impede a aquisição e progresso nas virtudes.

No próximo artigo, veremos como é possível fazer com que a virtude da caridade cresça cada vez mais, trazendo consigo a própria santidade de vida.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/series/virtudes-teologais/o-que-nos-afasta-amor-deus/

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