30 de junho de 2021

Rezar em línguas é avançar na fé


O remédio para a tentação de parar de rezar e para tantas outras questões é a fé. Se – e apenas "se" – permitirmos, os problemas e as dificuldades poderão abalar a nossa paz e ameaçar-nos com a sombra da derrota.

Pedras esperam por você durante todo o trajeto. Chute-as para fora do caminho se forem pequenas; sente-se sobre elas e espere, se forem grandes, até que se manifeste o auxílio divino e lhe sejam multiplicadas as forças da alma para removê-las.

A tentação não esqueceu você, nem cansou de arquitetar planos e de realizar investidas para o enganar, seduzir e destruir. Ela tenta vencê-lo pelo cansaço, colocando uma armadilha em cada esquina da sua vida. É importante parar um pouco, fazer os cálculos e verificar se você continua operante e em condições de travar combate. Note se há forças e armas corretas para lutar. Veja como está a sua .

Rezar em línguas é avançar na fé

Foto ilustrativa: Delmaine Donson by Getty Images

A importância de rezar em línguas

A fé é aquela carta na manga, a arma secreta guardada para o momento-chave. Ao utilizar esse trunfo no momento exato, qualquer um pode chegar à vitória. Basta querer. Não importa o tamanho do problema, nem a força do seu mal, desde que se tenha a coragem de expor o coração e mantê-lo no alto, bem acima da dúvida, diante dos olhos de Deus. É como rezamos na missa: "Corações ao alto!".

A fé pode mudar nossa vida em qualquer momento, já que o Senhor é poderoso para transformar  qualquer derrota na mais esperada vitória. A fé anula a força do inimigo. Quando o diabo encontra uma pessoa que crê, ele dá um passo para trás antes de bater em retirada.

Quem crê não recua: avança sempre, na certeza de que Deus está no controle de tudo. Rezar em línguas é avançar na fé. Se não acreditarmos que Deus nos ama e está agindo em nosso favor, se não acreditarmos que Jesus vive e derrama o seu Espírito Santo sobre nosso coração com todos os seus dons, será que teremos coragem de pronunciar esses gemidos inefáveis? A oração em línguas pode parecer loucura para os homens cultos deste mundo, mas é sabedoria para Deus.


O que são esses gemidos inefáveis?

"Considerei a aflição do meu povo […], ouvi os seus gemidos e desci para livrá-los" (At 7, 34).

Há momentos em que não conseguimos dizer com palavras o que sentimos. Quando a dor é muito grande ou a alegria é imensa, não encontramos um modo adequado de expressar o que se passa em nossa alma. Então, acabamos por chorar, cantar, gritar, rir, gemer, para o coração não explodir.

Deus sempre vê quando choramos e quando o coração se rasga num gemido. Ele se apressa em socorrer, porque não se compraz com nossa perda e nosso sofrimento. Deus não quer ver a nossa ruína: após a tempestade, ele manda a bonança; depois das lágrimas e dos gemidos, ele derrama a alegria (cf. Tb 3,22). Muitas vezes, as lágrimas são um verdadeiro dom de Deus, por se tratar de lágrimas de penitência, de contrição, de arrependimento. Às vezes, são lágrimas de uma emoção que demonstra profundo amor por Deus e pelos irmãos; nesse caso, são também uma linguagem que vai além das palavras e, nesse sentido, se parecem com o falar ou com o orar em línguas.

O dom de línguas nasceu com a Igreja e da promessa de Jesus: "Estes milagres acompanharão os que crerem […] falarão novas línguas" (Mc 16,17). Por volta do século IV, São João Crisóstomo pensava que certos carismas, apesar de terem sido úteis no começo da Igreja, já não eram necessários, razão pela qual haviam desaparecido. O fato, porém, é que os dons extraordinários do Espírito Santo, os carismas, nunca cessaram totalmente. Os testemunhos são raros, talvez por fazerem parte da oração íntima de muitos santos, mas eles existem.

Santa Teresa d'Ávila, quando escreve sobre a alma que recebe graças extraordinárias de Deus, afirma: "Dizem-se muitas palavras em louvor de Deus, sem ordem, e, se o próprio Senhor não as ordena, pelo menos o entendimento de nada vale aqui. Quisera a alma erguer a voz em louvores; esta que não cabe em si, num delicioso desassossego. […] Oh! Valha-me Deus, como fica uma alma quando está assim! Toda ela quisera ser línguas para louvar o Senhor. Diz mil desatinos santos […]" (Livro da Vida, cap. 16).

Se por um lado o nosso coração tem um gemido que Deus não deixa de ouvir, por outro o Espírito Santo tem os seus próprios gemidos com os quais intercede por nós. Aquele que falou ao coração dos profetas fala, hoje, ao nosso coração: "Porei minhas palavras em sua boca" (Dt 18,18). Se Deus é por nós, quem será contra nós?

Em nossa fraqueza, apenas gememos, mas gememos pelo poder de Deus. E o Senhor que nos ouve responde: "Por causa da aflição dos humildes e dos gemidos dos pobres, levantar-me-ei para lhes
dar a salvação que desejam" (Sl 11,6). Se você tem sofrido e confiado em Deus, uma coisa é certa: Ele
vai atender você!

Trecho extraído do livro "A oração em línguas", de Márcio Mendes



Márcio Mendes

Nascido em Brasília, em 1974, Márcio Mendes é casado e pai de dois filhos. Ex-cadete da Academia da Força Área Brasileira, Mendes é missionário da Comunidade Canção Nova, desde 1994, onde atua em áreas ligadas à comunicação. Teólogo, é autor de vários livros publicados pela Editora Canção Nova, dentre eles '30 minutos para mudar o seu dia', um poderoso instrumento de Deus na vida de centenas de milhares de pessoas.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/rezar-em-linguas-e-avancar-na-fe/


28 de junho de 2021

O cérebro pode nos enganar


Se fôssemos contar a história de nossa vida, muitos seriam os fatos relatados, mas nosso cérebro pode criar armadilhas e esconder cenas, principalmente diante de situações que nos fizeram sofrer. Se isso acontece, a realidade é distorcida e ficamos só com o que queremos ver.

O quanto nossas feridas podem bloquear memórias positivas do nosso cérebro? A resposta para essa pergunta é: podem bloquear muito e, em muitos casos, tudo.

Vários estudos da neurociência têm mostrado o quanto nossas dores emocionais e nossos traumas causam também modificações no funcionamento do nosso cérebro. São como feridas, o que nos faz compreender melhor o próprio significado da palavra trauma. Em grego, ela quer dizer exatamente isso: ferida.

O cérebro pode nos enganar

Foto ilustrativa: Prostock-Studio by Getty Images

Como o cérebro funciona

Em meu livro 'A cura dos sentimentos em mim e no mundo', explico que um trauma é uma experiência armazenada no cérebro de maneira inadequada, uma "forma errada da memória". Se pedirmos a um paciente que recorde de uma situação que o fez sofrer e, ao mesmo tempo, monitorarmos o funcionamento cerebral por meio de ressonância magnética funcional, observaremos que há maior atividade no hemisfério direito do cérebro; em contrapartida, parte do córtex pré-frontal fica sem ativação.

Considerando que o lado direito do cérebro é nosso cérebro emocional, e o córtex pré-frontal é o cérebro racional, poderíamos pensar que, diante de um trauma ou da lembrança de um trauma, ficamos "burros"; não pensamos, apenas sentimos.

Outros estudos sobre depressão, por exemplo, pontuam alterações no córtex orbitofrontal lateral, que atua no sistema de recompensa, gerando uma sensação de perda e decepção constante. Essa região também é responsável pelo senso de si mesmo, que interfere diretamente na autoestima – logo, uma pessoa, mesmo sendo muito bonita, não se vê assim. Esse é apenas um exemplo, a partir do qual podemos constatar que uma pessoa deprimida não vê a verdade sobre si mesma.

Imagine, então, o quanto o trauma pode cegar a visão que temos da pessoa que nos machucou! E se não somos  sequer capazes de enxergar a verdade sobre nós mesmos, tampouco veremos a verdade sobre o outro. Passamos a viver uma grande mentira, pois o cérebro traumatizado bloqueia as memórias positivas. Sim! O cérebro é capaz de esconder as memórias positivas e ficar "agarrado" apenas à memória traumática.

Diante da dor, você pode pensar que seu pai é um monstro, mas será que é essa a verdade? Como saber?

Nossa criança interior tem respostas

Gosto muito do filme de animação Divertida Mente (Inside out, 2015). Os responsáveis pelo roteiro entendem de emoção, de Psicologia e de como isso funciona no nosso  cérebro. Nesse filme, Riley, uma menina alegre de onze anos, enfrenta reviravoltas em sua vida quando sua família precisa deixar sua pequena cidade natal para viver em São Francisco. O roteiro do filme mostra, de uma forma lúdica, porém, muito assertiva, como nosso cérebro lida com as diferentes emoções. A personagem Alegria, que vive dentro do cérebro de Riley, tenta fazer de tudo para a menina reagir, mas a Raiva e, principalmente, a Tristeza aos poucos entram em ação no cérebro da menina. Na medida em que as emoções negativas ganham força, as lembranças positivas – representadas por esferas de memória – vão perdendo o brilho, desbotando e, por fim, se escondendo no fundo do cérebro.

É assim também na vida real. Temos a capacidade de esconder memórias positivas e potencializar somente as negativas. Assim, conseguimos "esquecer" de tudo o que era bom.

Por exemplo, digamos que você tenha um problema com seu pai ou com seu cônjuge. Se você está com raiva, ou magoado com a situação, quando olha para essa pessoa, enxerga apenas as memórias negativas, esquecendo-se, portanto, das passagens positivas. Passa-se, assim, a ver aquela pessoa pela metade, pois ninguém é só mau. E a verdade de sua história se transforma em uma mentira, pois foi contaminada pelas cenas negativas. Assim, você recorda apenas as coisas ruins que essa pessoa lhe fez, confundindo sua própria verdade e pensando que aquela pessoa é somente má. Nosso cérebro pode, muito facilmente, nos enganar.

Como conseguirei olhar para essa pessoa com amor novamente? Quando eu conseguir trazer de volta à superfície as memórias positivas que estavam bloqueadas no cérebro.


Relato

Lembro-me de um jovem que, na primeira sessão terapêutica, falava de seu pai com muita mágoa e raiva. Citou  várias cenas em que ele estava bêbado. Dizia que o pai era um fraco, que quem dava conta de tudo era a mãe, que ele fora ausente na criação dos filhos; enfim, um "zé-ninguém".

Leia, na carta que ele escreveu, as consequências desse relacionamento:

Andei por caminhos que não queria andar, caminhos que julgava serem corretos. Tentei preencher o vazio com vazio. Sou muito julgado pelas coisas que faço, pela maneira como vivo minha vida, por ser uma pessoa complicada, de difícil convivência, até mesmo o mau tratamento com as pessoas que mais amo…

Só que é muito difícil para as pessoas entenderem a minha pessoa, porque nunca ninguém se interessou em saber o que se passa em meu coração. Hoje, neste momento, resolvi colocar isso para fora. Sou uma pessoa que se sente muito solitária; mesmo  estando rodeado de pessoas, me sinto muito sozinho. Assim, me fechei em meu mundo. Queria cada vez mais me fechar nesse mundinho e não contar com ninguém pra nada, pois sinto que tudo é muito artificial.

Se teve uma pessoa que me entendia, que se preocupava comigo, era minha namorada, que acabou por terminar comigo. Era ela quem supria minhas necessidades e superava minhas expectativas… Nunca ninguém me perguntou se sofri com essa história, com essa separação. Quantas vezes me pegava sozinho, chorando a falta de um grande amor.

Às vezes acho que, para minha vida andar, dependo de alguma coisa que está guardada dentro de um cofre, mas a chave e o segredo foram enterrados junto com meu pai no dia em que ele morreu.

Mas eu tenho uma companheira que nunca se afastou de mim, e nem eu sei se seria capaz de me afastar dela. Ela me entende sem fazer nenhum esforço, faz-me sentir outra pessoa, me dá forças para  prosseguir, me deixa mais esperto em relação a tudo. Me sinto até mais inteligente quando estou com ela. E o melhor, ela nunca me questiona, nem me julga, nem me dá tapa na cara. Pena que não é sempre que ela pode estar comigo, pois há muita gente que a odeia. Acham que ela só me faz sofrer, mas pelo contrário: é ela que me  faz feliz, mesmo que de mentira. Minha companheira é a maconha.

Talvez, ao ler esse relato, possamos errar ao julgar o pai como culpado de tudo. Essa é a história que o filho conta, mas isso não significa que ela seja verdadeira. No meio de uma sessão, quando ele menos esperava, o cérebro dele, ao ser desbloqueado com o uso de técnicas, recordou-se de uma vez em que o pai, que havia bebido na noite anterior, acorda, vai à cozinha em direção ao filho – que na época tinha apenas dois anos de idade – e a mãe, com muita raiva, diz: "Que papelão! Que vergonha, o que você fez ontem…".

Nesse momento, em vez de aceitar o colo que seu pai queria dar, o menino se vira de costas para ele, rejeitando-o, e vai em direção ao colo da mãe.

Sentir-se inteiro

Esse jovem, ao recordar dessa cena, começa a chorar compulsivamente, reconhecendo que quem não amou naquele momento foi ele. O pai buscava amá-lo. Dali adiante, inúmeras lembranças positivas, antes "enterradas", vieram à tona. Havia muito mais lembranças positivas do que negativas. Esse pai era bom; porém, rejeitado por todos daquela família, morreu muito jovem e sozinho.

Foi muito sofrido para esse paciente ver a realidade, mas era a metade que lhe faltava para que pudesse sentir-se inteiro. Assim, não precisa mais das drogas para tapar o vazio. Ele passa a acolher todas as coisas positivas que vinham desse pai, e que antes ele rejeitava. Agora ele se sente inteiro, e não precisa mais das drogas para preencher a metade que lhe faltava.

E quanto à sua história de dor? É plenamente verdadeira?

Trecho extraído do livro "Vencendo Os Traumas que nos Prendem", de Adriana Potexki.



Adriana Potexki

Adriana Potexki é escritora e autora dos livros 'A cura dos sentimentos em mim e no mundo' e 'A cura dos sentimentos nos pequeninos'. Com formação em Psicologia, ela é terapeuta certificada pelo EMDR Institute, palestrante internacional e blogueira do site 'Sempre Família', do Grupo GRPCom. Autora do livro "Vencendo os traumas que nos prendem" , pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/o-cerebro-pode-nos-enganar/


25 de junho de 2021

Aprenda a reconhecer os pequenos milagres


Esses dias, deparei-me com a passagem do Evangelho de João, capítulo 11, que narra a Ressurreição de Lázaro, e fiquei encantada com o que ela despertou em mim. Diz a Palavra que Jesus era amigo de Lázaro e de suas irmãs Marta e Maria, mas, ao ser avisado da doença do amigo, demorou-se ainda dois dias no mesmo lugar em vez de ir socorrê-lo. Compreendi, nesse fato, que Jesus não se deixava levar pelos sentimentos, mas tinha como meta fazer a vontade do Pai, a qual, pelo visto, naquele momento, era que Ele continuasse pregando o Evangelho em Jerusalém por mais dois dias. Como a viagem até Betânia era longa, chegou à casa do amigo quatro dias depois de seu sepultamento. Aos olhos humanos, um quadro angustiante, não acha? Marta chorando de um lado, Maria do outro, e a casa cheia de judeus que tinham vindo apresentar condolências à família. Era uma situação tão crítica, que diz a Palavra: "Jesus pôs-se a chorar". Diga-se de passagem, é a única vez que a Bíblia narra o choro de Jesus.

Bom, mas aí vem o mais importante, como o próprio Jesus declarou: "… esta enfermidade tem por finalidade a glória de Deus. Por ela será glorificado o filho de Deus" (Jo 11,4).

Aprenda a reconhecer os pequenos milagres

Foto Ilustrativa: by Getty Images /zeynep boğoçlu

Realmente foi o que aconteceu: a morte e a ressurreição de Lázaro glorificou tanto a Deus, que despertou ainda mais a ira dos fariseus, que procuraram, a partir disso, matar não somente Jesus, mas também Lázaro, por causa do número de pessoas que, atraídos por sua vida nova, vinham ao seu encontro e acabavam seguindo seu Mestre e amigo. Imagina o quanto a amizade entre Jesus, Lázaro, Marta e Maria deve ter crescido depois desse fato! Foi, sem dúvida, um dos maiores milagres narrados na Bíblia.

Valorize os pequenos milagres da sua vida

Agora, uno minha reflexão à do padre Léo, quando ele nos chama a atenção, em seu livro 'Experienciai Milagres', para percebermos e valorizarmos os milagres que acontecem todos os dias, mas não os valorizamos; às vezes, nem os percebemos. É, realmente, oportuno nos perguntarmos: "Será que alguma coisa só é milagre quando vem precedida de uma desgraça? Será que só valorizamos a saúde depois que aparece a doença? Se andar depois de se ter ficado paralítico é um milagre, por que não consideramos um milagre o fato de podermos andar, pular e correr todos os dias?".

Parece que é até natural ao homem valorizar mais as coisas e as pessoas depois que as perde. Geralmente, os momentos de maior elogios e boa fama são concedidos às pessoas depois de sua morte. Isso não faz sentido. Uma simples flor dada com carinho em vida vale mais que grandes coroas de flores enviadas durante o velório.


Deus está presente

Com isso tudo, Deus me chama a atenção para eu valorizar, hoje, a vida que tenho, a saúde, o trabalho, as pessoas que, de uma forma ou outra, são parte de minha história. Costumo sempre dizer para as pessoas o que elas representam para mim, mas pretendo investir mais nisso!

Se você quiser, faça o mesmo. Não espere acontecer uma tragédia para perceber o milagre que está ao seu lado. Valorize cada ação, cada fato, cada pessoa. Valorize sua vida, pois ela é o maior milagre de Deus. E como Jesus disse a Lázaro, ouso dizer-lhe, hoje, em nome de Jesus: "Vem para fora!". Feliz vida nova!



Dijanira Silva

Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN. Às sextas-feiras, está à frente do programa "Florescer", que apresenta às 18h30 na TV Canção Nova. É colunista desde 2000 do portal cancaonova.com. Também é autora de livros publicados pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/aprenda-a-reconhecer-os-pequenos-milagres/


23 de junho de 2021

A oração perpétua do coração


Caro leitor, um dos versículos mais inspiradores das Sagradas Escrituras pode ser encontrado no livro dos cânticos do rei Salomão (Cântico dos Cânticos). Eis a passagem: "Eu dormia, mas meu coração velava" (Ct 5,2).

Que versículo estupendo! Ele nos apresenta a grande alegria e vigilância que podem existir em um coração que ama apaixonadamente e que, por sua vez, aguarda expectante a presença do amado que se aproxima. Qualquer pequeno barulho na fechadura da porta, o mais ínfimo movimento no ponteiro do relógio que parece estar mais lento e, é claro, aquele especial e tão desejado perfume que se apresenta no ar antes mesmo da chegada do amado, despertam naquele que ama a mais solene expectativa. Somente um coração enamorado sabe o que isso significa.

A oração perpétua do coração

Foto Ilustrativa: by Getty Images / YakobchukOlena

O nosso coração é casa do Senhor

A linguagem é romantizada, porém, a mensagem é de uma agudeza impressionante! Neste maravilhoso cenário, o amor abrasado da amada pode ser comparado à nossa oração; a casa em que ela se encontra à espera do amado é o nosso coração; a amada somos cada um de nós, e o amado é o próprio Deus.

Santo Afonso Maria de Ligório na sua obra "A Verdadeira Esposa de Cristo" afirma que "o primeiro meio para amar a Jesus Cristo é a oração". Ela, segundo o santo, é a "ditosa fornalha em que a alma se abrasa do divino amor". Assim, quem não cessa de rezar jamais terá extinguida a chama do amor por Deus em seu interior. Ela será uma permanente companhia daquele que reza.

Você sabe reconhecer a voz de Deus?

A casa, como já foi mencionado, é o nosso coração. Do seu interior deve ressoar uma voz tranquila e perpétua. Essa voz jamais deve cessar. Quando o amado estiver passando pela casa, ele a ouvirá e, ao reconhecer a voz suave de sua amada, quererá entrar para vê-la.


Esta mesma voz, por outro lado, afugenta os ladrões porque denota a presença de alguém bem desperto dentro da casa. Um dos padres antigos já nos alertou que quando ladrões se aproximam de uma casa para arrombá-la e roubá-la, mas ouvem alguém falar do lado de dentro, não tentam entrar. Da mesma forma, quando nossos inimigos tentam invadir a alma e possuí-la, ficam à espreita, mas têm medo de entrar quando ouvem aquela prece que vem lá do seu interior. A prece denota presença, uma sublime presença.

A oração é o caminho

Quem reza sem cessar, ainda que o corpo passe pelo descanso e pelo sono, experimenta um coração em constante estado de vigília. Velar implica uma contínua lembrança de Deus em todo tempo e em qualquer situação. Lembrar-se de Deus ao longo do dia, em meio às tristezas e alegrias, torna-O perto, muito perto. Recordar-se de Deus também é oração e quem muito reza, muito ama; e quem muito ama jamais abandona a oração.

Sejamos, portanto, sempre vigilantes, e jamais deixemos morrer a prece interior, mesmo que silenciosa.

Deus abençoe você e até a próxima!



Gleidson Carvalho

Gleidson de Souza Carvalho é natural de Valença (RJ), mas viveu parte de sua vida em Piraúba (MG). Hoje, ele é missionário da Comunidade Canção Nova, candidato às ordens sacras, licenciado em Filosofia e bacharelando em Teologia, ambos pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP). Atua no Departamento de Internet da Canção Nova, na Liturgia do Santuário do Pai das Misericórdias e nos Confessionários. Apresenta, com os demais seminaristas, o "Terço em Família" pela Rádio Canção Nova AM. (Instagram: @cngleidson)


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/oracao-perpetua-coracao/


21 de junho de 2021

A gente só precisa de coisas simples para ser feliz


Você já se deu conta de que só precisamos de coisas simples para ser feliz? Por muitas vezes, achamos que para sermos felizes precisamos que aconteçam coisas grandiosas, extraordinárias, que se realizem todos os nossos maiores sonhos. Mas tenho compreendido e aprendido que são coisas simples que têm a capacidade de trazer a felicidade para a nossa vida.

Um sorriso de uma criança ou um abraço de uma pessoa querida, um olhar de um amigo, a paz que vem na oração, uma gargalhada inesperada, a companhia de uma pessoa amada, a consciência tranquila, a alegria de ter feito o bem ao outro, o sol que aquece nosso rosto no inverno, o vento que refresca no verão, a beleza ou cheiro da rosa, uma mensagem de uma pessoa querida.

A gente só precisa de coisas simples para ser feliz

Foto Ilustrativa: by Getty Images / Dmytro Buianskyi

Precisamos treinar nosso olhar para sermos felizes?

São coisas tão simples, tão cotidianas, que é preciso treinar o olhar, o coração para ver a beleza dessas coisas simples, e não permitir que elas passem despercebidas na correria do nosso dia a dia.

Quando treinamos o nosso coração a ver o Belo, que é o próprio Deus, nas coisas simples, descobrimos que a felicidade está ao nosso lado sempre, que não precisamos correr atrás dela, só precisamos abrir nossos braços, olhos, coração e abraçá-la.




Regiane Calixto

Regiane Calixto é natural de Caxambu (MG). Membro da Comunidade Canção Nova, desde o ano de 2009, a missionária é graduada em Ciência da Computação e pós-graduada em Gestão de Veículos de Comunicação. Encontrou na tecnologia e na comunicação um grande meio para levar às pessoas o Evangelho vivo e vivido. Instagram: @regianecn


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/gente-precisa-de-coisas-simples-para-ser-feliz/


18 de junho de 2021

É preciso saber diferenciar liberdade de libertinagem


A maior aspiração do ser humano é a liberdade seguida de felicidade. E isso é consequência natural de termos sido criados à imagem e semelhança de Deus (cf. Gen 1,26), para participar de sua vida bem-aventurada. Deus pôs em nós uma sede infinita, a fim de que somente n'Ele ela pudesse ser saciada.

Santo Agostinho (354-430), depois de buscar a felicidade nos prazeres do mundo, na retórica e oratória, no maniqueísmo e em tantas outras estripulias, somente saciou seu coração quando encontrou o Evangelho. Mais adiante, lamentou ter demorado tanto para ter descoberto a verdadeira fonte da felicidade: "Ó Jesus Cristo, amável Senhor, por que, em toda a minha vida amei, por que desejei outra coisa senão Vós?".

O Criador não quis para nós uma felicidade pequena, essa que se encontra entre as coisas do mundo: o prazer dos sentidos, o delírio das riquezas ou o fascínio do poder e do prestígio. Tudo isso é ilusão porque o que está abaixo de nós não pode satisfazer nossa alma. Isso é muito pouco para nós! Deus quis que a nossa felicidade fosse muito maior, quis que nossa felicidade fosse Ele próprio. Esse é um grande ato de amor do Pai para conosco. O Pai sempre quer o melhor para o filho.

É preciso saber diferenciar liberdade de libertinagem

Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Liberdade ou libertinagem?

É preciso distinguir entre liberdade e libertinagem, entre ser livre e ser libertino. Liberdade, sem compromisso com a verdade e com a responsabilidade, torna-se libertinagem; e essa jamais poderá gerar felicidade, já que vai desembocar no pecado. E "o salário do pecado é a morte" (Rom 6,23).

Ser livre não é fazer tudo o que se quer. Não! Muitas vezes, isso é loucura. A verdade é o trilho da verdadeira liberdade, e essa, sem verdade, é loucura. Será liberdade assegurar que dois mais dois são cinco? Será liberdade desrespeitar o manual do seu aparelho de TV e, em vez de ligá-lo em uma tomada de 127 volts, como alerta o manual, você teimar em ligá-lo em outra de 220 volts?

Será liberdade, por exemplo, usar drogas para se sentir livre, mesmo destruindo a vida?

Da mesma forma, será liberdade usar o sexo sem o compromisso do casamento apenas por prazer, mesmo sabendo que ele poderá gerar uma gravidez despreparada, um aborto, um adultério? Não! Tudo isso não é liberdade, mas sim loucura!

A liberdade é alicerçada na responsabilidade

Liberdade não pode ser confundida com libertinagem. Posso dar socos no ar à vontade, mas sem atingir o nariz do meu irmão. Pregar a liberdade de expressão, sem respeitar os direitos dos outros, equivale à perversão intelectual e a volta à barbárie.

A liberdade de expressão não dá o direito a alguém de ofender ou ridicularizar o pai ou a mãe dos outros. Defender a liberdade absoluta de expressão é, muitas vezes, uma forma de corporativismo doentio, de uma mídia, às vezes, mal formada, sem princípios éticos, que mascara a truculência e o arbítrio, e se esconde atrás de uma interpretação maldosa da lei.

A liberdade, que faz a felicidade, é alicerçada na verdade e na responsabilidade. Fora disso é loucura, libertinagem, irresponsabilidade, é pecado que vai gerar a dor, sofrimento e lágrimas. Não queira experimentá-la. É muito melhor aprender com o erro dos outros. Abra os olhos e tenha coragem de ver!

Ser livre ou ser libertino?

Experimente, hoje, dar a um jovem tudo o que ele quiser: dinheiro à vontade, prazer até não poder mais, curtição de toda natureza, e você verá que a sua fome de felicidade continuará insaciada. Não fosse isso verdade, não teríamos tantos jovens de famílias ricas, mas delinquentes, envolvidos com drogas, crimes etc. Por outro lado, vá a um mosteiro e pergunte a um monge, que abdicou de todos os prazeres do corpo e do espírito, para abraçar somente a Deus, se lhe falta algo para ser feliz. A resposta será não! Nada lhe falta para ser feliz.


A liberdade só atinge a perfeição quando está ordenada para Deus, seu bem último. Quanto mais praticar o bem e a virtude, tanto mais livre a pessoa será. Enquanto as paixões nos dominarem, não seremos livres nem felizes. Enquanto o espírito do homem for escravo da sua carne e da sua sensibilidade, esse ainda não será livre, e ainda viverá se arrastando pela vida.

"Não vos conformeis com este mundo"

No tempo de Carnaval, parece que se oficializou a prática do pecado, a liberação de todo vício e de todos os mais baixos instintos. Pobre criatura humana ferida pelo pecado original! Mergulha na lama mais fétida, achando que sairá dela perfumada.

O pior de tudo é quando as autoridades constituídas, que deveriam primar pelo bom senso, pelo pudor, equilíbrio entre outros, agem ao contrário disso e fomentam a imoralidade e a depravação, distribuindo fartamente a camisinha e a pílula do dia seguinte, para que haja "sexo seguro".

O cristão que vive segundo a lei de Cristo sabe que tudo isso é mau e aumenta o sofrimento e a escravidão da pessoa; por isso, não compactua com essa situação.

"Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito" (Rm 12,2).



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/e-preciso-saber-diferenciar-liberdade-e-libertinagem/


16 de junho de 2021

A vocação nasce do encontro


Por que Saulo (Paulo) perseguia a Igreja? Pergunta que nos interroga, sensibiliza e abre uma grande lacuna. Por que Deus escolheu um perseguidor? Tanta gente boa! Contudo, vamos conhecer primeiro Saulo para podermos entender o porquê da pergunta. Saulo, natural de Tarso da Cilícia, filho da tribo de Benjamim, a mesma do rei David, era filho de comerciantes ricos, cidadão romano, ligado à seita dos fariseus, aluno do glorioso rabino Gamaliel, zeloso defensor da Torá. Ele era fariseu, filho de fariseu.

Israelita orgulhoso, alma de fogo e coração íntegro, ainda jovem, era conhecido apenas por seu nome judeu de Saulo. Impulsionado pelo entusiasmo impetuoso da mocidade, abrasado em ânsias de proselitismo próprio do judeu, julgou que tinha missão religiosa para cumprir: combater o Cristianismo até destruí-lo. Por considerá-lo uma traição ao Judaísmo, perseguia os seguidores de Cristo porque eles tinham abandonado a lei mosaica para seguir um tal de Jesus, sobre o qual um monte de fanáticos cristãos pregavam e diziam ter ressuscitado dos mortos.

Ele, como um bom judeu, intelectual e fiel à lei, precisava fazer alguma coisa para acabar com aqueles que estavam destruindo o Judaísmo. Quando Paulo se dirigia pelo caminho a Damasco, seu coração estava cheio de agressividade contra os cristãos, não porque fosse um homem mau, mas por ser fiel às tradições nas quais havia sido formado. Estava cheio de agressividade, pois se sentia ameaçado por essa nova fé que se opunha às suas tradições mais caras. Era pelo amor de Deus que perseguia os inovadores.

A vocação nasce do encontro

Foto llustrativa: Anastasiia Stiahailo by Getty Images

A experiência do encontro entre Paulo e Cristo

Um belo exemplo de experiência de Deus é a do Apóstolo Paulo. O que lhe acontece no caminho de Damasco foi certamente uma experiência de ponta, marcante e indelével. Esse foi um momento muito importante em sua vida. Mas ele esteve certamente também intensamente unido ao Cristo durante todos os anos seguintes de sua vida e não apenas nesse momento particular.

Essa experiência era para Paulo, unicamente para ele. Naquele momento, Jesus o queria, o Senhor se apossou da vida dele, mas sem tirar sua liberdade. Então, Paulo passou a pertencer unicamente a seu Senhor, pelo qual foi convocado. Agora, sua vida se resumia à obediência ao seu Senhor.

Deus foi absolutamente livre no chamado de Paulo, nada foi lhe imposto, sendo ele livre para dar uma resposta responsável ao Altíssimo. O Senhor, quando o chamou, pôs em seu coração a capacidade de resposta, não o amarrou nem o obrigou a nada, mas lhe deu condições de decidir e corresponder ao dom recebido. Deus abriu-se a Paulo em uma condição de diálogo, algo pessoal e íntimo.

O chamado é iniciativa do Pai e a resposta precisa ser livre

O apóstolo dos gentios passou por uma transformação histórica e interior, tornou-se uma nova criatura, porque Deus lhe concedeu o dom da fé e da esperança. Por intermédio de Cristo, ele recebeu de Deus a vida nova.

O chamado é uma pura iniciativa do Pai. Ele, quando vocaciona alguém, já tem um projeto para a vida de quem responde o 'sim', não como uma predestinação, mas como uma resposta de amor. Ninguém veio do ocaso, nem para ficar solto no mundo; todos viemos para livremente dar uma resposta ao projeto de Deus único e irrepetível. Dizer 'sim' é tornar-se um canal de graça para os outros e para o mundo. Nesse sentido, participamos do plano do Pai.


Seguimento de Cristo

O seguimento a Deus é apenas uma "gratidão" espiritual. Acima de tudo, foi Ele quem possibilitou ao homem participar da existência que pertence somente a Ele.

Seguir o Senhor deve ser a expressão máxima da alegria de todo ser humano; deve exalar o perfume de Cristo. Toda vocação deve tornar-se atraente, deve provocar nas pessoas um encontro com Deus, transformar o mundo e os corações.

Por isso, uma vez vivendo e experimentando o amor vocacional, o chamado de Deus não deve ser vivido de forma frustrante, deixando a vocação tornar-se velha; esta deve ser sempre nova, apresentar a cada dia a novidade do Espírito Santo. Os outros precisam ficar fascinados com o efeito da graça na vida de quem é consagrado ao Senhor. É preciso comunicar a vida para os homens que somente Cristo pode dar.


 


Padre Reinaldo Cazumbá

Sacerdote membro da Canção Nova, estudante de psicologia, atua no Instituto Teológico Bento XVI e também exerce a função de diretor espiritual dos futuros sacerdotes da comunidade. Autor de livros publicados pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/vocacao/vida-religiosa/a-vocacao-nasce-do-encontro/


14 de junho de 2021

Você já parou e pensou que essa batalha não é sua?


Assistindo às Crônicas de Nárnia, uma fala de Aslam me chamou a atenção: "Esperem! Essa batalha é de Pedro!". Bem ali, naquela cena, pude compreender que na minha vida também acontece assim. Por mais que o Senhor me ame, existem batalhas, confrontos, lutas e situações que Ele não resolverá por mim. E, algumas vezes, Ele também ordenará àqueles que me são caros, próximos e me conhecem a ESPERAR. Esperar que eu responda, que eu reaja, que eu enfrente os monstros e as realidades que eu mesma criei.

Como é bom tocar nessa ação de Deus que, muitas vezes, passa pela passividade, pela espera, pela presença que simplesmente contempla a minha ação. Fruto de um amor infinito, que não me cobra, que me espera porque me ama! Mas, sobretudo, que acredita em mim, que sabe que eu sou capaz e, por isso, não me poupa.

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Foto Ilustrativa: Chalabala by Getty Images

Lute e enfrente as suas batalhas diárias

Sim, muitas vezes, vi as exigências de Deus para comigo como um caminho rigoroso; hoje, compreendi que não é por dureza que Ele me submete, e sim pela largueza do Seu olhar que me enxerga como eu ainda não me vejo. "Essa batalha é de Pedro!", e essa batalha também é minha, porque o Senhor jamais fará por mim o que eu sou capaz de fazer; Ele não me infantiliza nem me quer paralisada!! Ele acredita em mim! Ele me encoraja, me lança, me leva para o meio do combate e me espera.


Sem luta não há vitória

Tudo isso porque me quer madura, livre e cada vez mais refletindo a imagem do "Homem Perfeito". Tenho aprendido que: sem luta não há vitória; sem confrontos é impossível tocar na superação, pois, sem medo ninguém se torna corajoso.

Hoje, o Senhor me dá a graça de entender que estou na arena da vida, diante de grandes confrontos nos quais só eu posso lutar. Ele não me abandona! Ele está comigo e espera meu tempo! E, por amor, me deixa lutar! Então, que eu lute, que eu não perca tempo; que eu não cresça em estatura, mas no abandono em Deus e na graça de ser eu mesma.



Marcela Cunha

Marcela Martins da Cunha, natural da Cidade de Edéia – GO, é missionária da Comunidade Canção Nova desde 2013. A missionária formou-se em Fisioterapia pela PUC – GO em 2004; é Mestra em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela UFG (Universidade Federal de Goiás), pós-graduada em Saúde da Família (UFG) e em Gestão da Comunicação pela Faculdade Canção Nova (FCN). Atualmente, atua na gestão do Posto Médico Padre Pio e na missão RVJ. Tem a escrita como uma forma de comunicar o Cristo vivo e vivido em sua vida.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/voce-ja-parou-e-pensou-que-essa-batalha-nao-e-sua/


11 de junho de 2021

A glória do Coração de Jesus


Provavelmente, você conheça algo sobre as aparições de Jesus à irmã Margarida Maria, proclamada santa pela Igreja, no dia 13 de maio de 1920, pelo papa Bento XV. Essas aparições aconteceram entre 1673 a 1675, no convento da Visitação da cidade de Paray-le-Monial, na França.

Há muito o que se dizer, mas gostaria de expor um dos aspectos revelados por Jesus à religiosa, que é conhecida como a "apóstola do Coração de Jesus". Ela nos conta o que aconteceu durante uma aparição na 1ª sexta-feira de 1674: "Uma vez, entre outras, quando estava o Santíssimo exposto, depois de ter-me sentido retirada de dentro de mim mesma, com um recolhimento muito grande de todos os meus sentidos e minhas potências. Jesus Cristo, meu doce Mestre, apareceu-me todo radiante de glória com as cinco chagas, brilhantes como cinco sóis. Sua sagrada humanidade lançava chamas de todos os lados, mas sobretudo de seu peito sagrado peito, que parecia uma fornalha. Abrindo-o, mostrou-me seu amantíssimo e amabilíssimo Coração, que era a fonte viva daquelas chamas. Foi então que Ele me revelou as maravilhas inexplicáveis de seu puro amor, e o excesso a que chegara em amar os homens, de quem não recebia senão ingratidões e friezas." Jesus lhe disse: "Se você acreditar, você verá o poder do meu coração!".

A glória do coração de Jesus

Foto ilustrativa: jemastock by Getty Images

O Sagrado Coração de Jesus

O Coração de Jesus é apresentado como um trono de chamas. Esta é a imagem de sua realeza. Assim como Jesus fez com Santa Margarida, Ele quer mostrar seu poder e sua glória a cada um de nós.

Ao falarmos de Jesus, utilizamos com frequência as palavras rei e glória. Todos os anos, na festa de Cristo Rei, temos uma explicação ou uma meditação sobre a realeza de Jesus. Mas e quanto à sua glória? Essa glória que está tão presente na Bíblia, em nossos cânticos, em nossa liturgia… Poucas são as homilias sobre esse assunto!

Ao celebrarmos o Natal, lemos esta passagem onde o anjo anuncia o nascimento do Menino Deus aos pastores: "Um anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor refulgiu ao redor deles" (Lc 2,9). Em seguida: " uma multidão do exército celeste, louvava a Deus e dizia: Glória a Deus no alto dos céus" (Lc 2,14).

O que significa "glória"?

Na Bíblia, a palavra "glória" é a tradução para o português da palavra hebraica "kavod" e da palavra grega "doxa".

No hebraico, "kavod" significa "o peso": a glória de Deus é o "peso de Deus", isto é, a totalidade da "pessoa", seu peso na existência, sua importância e influência. É o brilho de sua força divina e real. Quando dizemos: "fulano é uma pessoa de peso!", não falamos dos seus quilos, mas de sua importância ou de sua influência.

Essa noção é bem diferente do termo grego "doxa", que significa "parecer", "julgar", "estimar". Uma palavra que nos grupos filosóficos antigos tinha o sentido de "opinião", ou seja, de um julgamento que podemos ter sobre as pessoas e sobre os eventos.

Contudo, quando o termo "doxa" começou a ser utilizado no Novo Testamento, ele perdeu seu valor antigo de "opinião" e ganhou um significado religioso completamente diferente, passando a designar a esplêndida majestade divina.


Esses dois termos, em duas línguas diferentes, se complementam em seus significados e nos ajudam a entender o que rezamos: a glória de Deus é uma forma de falar de sua presença tão importante em nosso meio, uma presença transformadora.

Em seus escritos, santa Margarida-Maria afirma que "[Jesus] deseja que, santificando-nos, o glorifiquemos".

Há um movimento descendente: a glória de Deus que se manifesta às criaturas… Mas há também um movimento ascendente: pois as criaturas dão glória a Deus! "Dar glória a Deus" é reconhecer que a Ele devemos honrar e dar graças acima de tudo. Glorificar ao Senhor significa também refletir, como um espelho, sua glória em nossa própria vida, por meio de nossas palavras e nosso comportamento. Dar glória a Deus é, portanto, sinônimo de conversão: a melhor maneira de glorificá-lo é desejar profundamente ser como Deus. É um caminho difícil, mas não impossível.

Devoção ao Sagrado Coração de Jesus

Jesus encoraja Margarida-Maria e nos encoraja: "Não tenha medo, minha filha. Eu reinarei apesar dos meus inimigos e daqueles que desejam se opor a Mim". Para responder ao desejo do Coração de Jesus, a religiosa respondeu: "Para mim, basta que Ele reine."

Como santa Margarida-Maria, precisamos estar convencidos de que a devoção ao Coração de Jesus destrói o império de satanás e estabelece o reino do amor verdadeiro.

Oremos

"Senhor Jesus, Rei dos reis, com Santa Margarida-Maria, queremos dizer-Te mais uma vez: "reina em nós"! Abrimos as portas para que possas entrar em nossos corações e aí fazer tua morada. Coloca tua luz em nós, expulsa todas as trevas – manifesta tua glória! Que nossa vida te glorifique. Que o Império do Mal seja arruinado e que Teu reino de amor seja estabelecido e dure para sempre. Amém."

Viva o Coração de Jesus!



Padre André Favoretti

Natural de Vitória – ES, foi ordenado sacerdote dia 25/06/2017, na diocese de Fréjus-Toulon, onde atua como missionário. Antes de ser padre, concluiu uma licenciatura em Geografia (UFES), foi professor e fez uma pós-graduação em filosofia (UFOP).


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/devocao/a-gloria-do-coracao-de-jesus/


9 de junho de 2021

Pandemia e comportamento humano: há um antes e depois?


Após um ano de uma mudança intensa em nossas vidas com o início da pandemia, temos observado comportamentos dos mais variados no cotidiano. Do estresse continuado, passando pelos lutos ainda não elaborados, a mudança de vida radical para muitos, as perdas de várias naturezas e o isolamento social têm trazido fatores importantes e de grande impacto no comportamento humano.

Em países onde se inicia o desconfinamento, como em Portugal, que passou por regras mais rígidas e um fechamento por completo das cidades, observa-se em parte da população sinais e sintomas característicos da ansiedade, bem como medos acentuados e muitos destes sinais são advindos de um tempo que, para muitos, trouxe sofrimentos intensos. Isso também ocorre em várias partes do mundo. Conversando com pessoas que vivem em outros locais, muitos relatam angústia, medo e tristeza constante.

Pandemia e comportamento humano: há um antes e depois?

Foto ilustrativa: valentinrussanov by Getty Images

Os impactos da pandemia nas pessoas

Públicos distintos vivem quadros emocionais específicos. As mulheres têm apresentado um impacto psíquico significativo, uma vez que boa parte delas também carrega consigo a responsabilidade das aulas on-line, do trabalho, do sustento da casa, muitas vezes, e de uma série de condições sociais

Podemos pensar efetivamente que as pessoas mudaram ou mudarão após tudo isso? Será que existem reações momentâneas ou, de fato, este momento trará uma mudança de comportamento?

Estamos numa fase onde várias pesquisas acerca das reações e dos comportamentos na população têm sido realizadas, mas até o momento sabemos que os níveis de estresse pelas incertezas têm se mostrado cada vez mais presentes, bem como uma debilidade na saúde emocional, no aumento expressivo nos casos de depressão e ansiedade.

Além disso, fica mais evidente, infelizmente, o agravamento dos casos de violência doméstica das mais diversas naturezas. Dos lutos que ainda serão elaborados às perdas de várias naturezas, temos vivido adaptações a cada dia e, na verdade, temos mais dificuldade de adaptação ao novo, especialmente se este novo ocorrer com frequência.

Como tem vivido os dias de pandemia?

Refletindo sobre o tema, noto que esta expectativa sobre um novo comportamento das pessoas pode ser ampliado se pensarmos: como eu tenho visto a vida a partir da experiência vivida neste tempo de pandemia? Mais do que esperar que o mundo mude e as pessoas mudem, posso pensar: como eu tenho vivido? O que tenho valorizado ou deixado de valorizar?

Portanto, mais do que esperar novo modelo de vida e comportamento, podemos pensar nos seguintes pontos:

– Tenho valorizado a vida que tenho?

– Qual meu olhar frente a vida e a morte, uma vez que tocamos efetivamente na fragilidade da vida, ou seja, como é importante viver bem a cada tempo, visto que somos tão frágeis.


– Quais padrões de consumo eu tenho? Realmente preciso de tudo o que compro e guardo? Tenho acumulado desnecessariamente, comprado demais, acumulado dívidas sem necessidade?

– Vivo para trabalhar ou trabalho para viver? Como tenho conduzido minha vida profissional, o equilíbrio no trabalho e minhas escolhas? Tenho vivido bem meu trabalho, seja ele qual for?

– Como tenho conduzido meus relacionamentos familiares, profissionais, de amizade, de afeto? Tenho levado a vida com rancores e egoísmos excessivos?

– Como tenho alimentado minha vida intelectual? O que tenho consumido nas mídias, nas redes sociais, no aprendizado? Tenho usado boas fontes? Tenho me preocupado com meu desenvolvimento pessoal e profissional?

– Tenho lidado com a vida de forma realista ou ainda de forma imatura frente às dificuldades? Procuro soluções mágicas e fáceis ou tolero a busca por aquilo que realmente vai me ajudar?

– Penso realmente no coletivo ou tenho vivido uma vida egoísta e autocentrada, que não leva em conta o outro, o meio ambiente, as pessoas ao redor?

Avalia a sua postura frente a pandemia

Estes e outros pontos são formas de ver e rever nossa vida. Mais do que esperar que o outro tenha um novo comportamento e uma nova atitude, um bom começo é revermos as atitudes que eu temos frente a este momento de vida.

Diferente daquilo que muitos pensam, não podemos afirmar que a totalidade das pessoas adotará novas posturas, mas comece por você a pensar em como que poderá ter um novo comportamento frente à vida.



Elaine Ribeiro dos Santos

Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica pela USP – Universidade de São Paulo, atuando nas cidade de São Paulo  e Cachoeira Paulista. Neuropsicóloga e Psicóloga Organizacional, é colaboradora da Comunidade Canção Nova.



7 de junho de 2021

A fé nos coloca em ação


Existe em cada um de nós a capacidade de crer. Em nosso batismo, o Senhor não somente nos faz filhos, mas infunde em nós dons e virtudes que nos tornam capazes de viver como filhos. Dentre as virtudes com as quais o próprio Deus, como Pai bondoso, presenteia-nos está a fé. É ela que desperta em nós uma profunda inquietude e uma busca pela verdade que, dia a dia, encaminha-nos para o encontro com Cristo.

A fé nos propõe uma jornada, coloca-nos neste caminho de profunda união com Cristo. Contudo, a estrada é pessoal, construída a cada dia. A partir dela, somos convidados a dar passos em caminhos que ainda não foram trilhados. É assim que ela cresce, desenvolve-se, frutifica e forma em nós a criatura nova. Com ela somos convidados a começar, todos os dias, como um novo Kairos, um tempo de graça.

A fé nos coloca em ação

Foto ilustrativa: RyanJLane by Getty Images

A fé nos move a fazer o bem

A fé nos coloca em ação sempre: move-nos a fazer o bem e, assim, conduz-nos a Deus, o puro bem. O que, muitas vezes, esquecemos é que para adentrar nessa estrada não é suficiente conhecermos as nossas fraquezas, limites e impotência. Muito mais que isso, é preciso reconhecer o poder de Deus, sua força e seu amor que, todos os dias, nos salva, perdoa-nos, levanta-nos e ensina-nos a recomeçar. Muito mais do que saber quem somos, é preciso saber quem Ele é. É assim que compreendemos que Ele, verdade e puro bem, é também eterno amor que nunca nos deixa caminhar sozinhos e continua a nos conduzir. O que precisamos é tirar os nossos olhos de nós e voltar para Aquele que jamais deixou de nos olhar, e assim seguir o caminho na certeza de que Ele nos olha sempre.

Crescer na fé só é possível quando, reconhecendo nossa pequenez, somos capazes de deixar que a grandeza de Deus aconteça em nós. Somos convidados a trilhar o caminho de João Batista: "Que Ele cresça, e eu diminua!". E o que é diminuir senão render-nos a Deus e adorá-Lo, reconhecendo que tudo o que não podemos Ele é capaz de realizar. É assim que todas as realidades que vivemos são santificadas. Isso porque não estamos mais sós.


Seguimos acreditando que o Deus que habita em nós age em nós estando cada dia mais perto de ocupar o lugar que, desde sempre, pertenceu a Ele: o centro da nossa vida!



Marcela Cunha

Marcela Martins da Cunha, natural da Cidade de Edéia – GO, é missionária da Comunidade Canção Nova desde 2013. A missionária formou-se em Fisioterapia pela PUC – GO em 2004; é Mestra em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela UFG (Universidade Federal de Goiás), pós-graduada em Saúde da Família (UFG) e em Gestão da Comunicação pela Faculdade Canção Nova (FCN). Atualmente, atua na gestão do Posto Médico Padre Pio e na missão RVJ. Tem a escrita como uma forma de comunicar o Cristo vivo e vivido em sua vida.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/a-fe-nos-coloca-em-acao/


2 de junho de 2021

Sonhos e planos de Deus para uma mulher


Sempre ouvi dizer que quem sonha muito fica cada vez mais inteligente por alargar sua alma com criatividade e esperança. Os sonhos são muito significativos, não somente no processo de autoconhecimento do ser humano, por carregarem símbolos importantes para o entendimento do nosso processo de amadurecimento, como também por ser esse lugar tão importante da alma, onde projetamos a vida bem acordados, regando cada um desses sonhos com esforço, dedicação e muito suor.

É preciso esperança e alegria para sonhar! Uma alma triste não sonha, pois os sonhos nos obrigam a avaliar a vida, a projetar os passos e também a fazer perguntas importantes a nós mesmos, perguntas que são fruto da certeza de que tudo pode ser ainda melhor. Quem sonha não se conforma, mas se transforma.

Como mulher, não sei se tenho sonhado "certo", nem sequer sei se existe uma "fórmula de êxito" para sonhar bem. Algumas mulheres que conheço, por medo do fracasso, nem sequer se atrevem a imaginar uma vida melhor. Já não sonham. Elas se conformam e seguem a vida assim, tornando-se feias e amargas. A feiura é decorrente da falta de brilho no olhar. E o segredo do bem sonhar não é o êxito em si, mas a transformação da alma que está a caminho de uma promessa.

Sonhos e planos de Deus para uma mulher

Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

"Se os sonhos de uma mulher dependem de dinheiro, é porque são muito baratos"

O que consigo perceber, nos passos do meu caminhar, é que sonhar me aproxima muito de Deus e me faz ser movida pela esperança. Sonhar também me faz correr riscos que, sem Deus e sozinha, jamais teria a coragem de os enfrentar. Sonhar é bom, mas sonhar com Deus me faz muito mais forte! Sonhar com Deus faz toda a diferença! Implica docilidade aos sinais da vida e, ao mesmo tempo, o assumir real e concreto de todas as habilidades que conquistei na vida e que me foram dadas e abençoadas por Deus.

Quem sonha acordado não economiza esforço, e seu alimento principal é a fidelidade, pois os sonhos dignos de um coração de mulher não se realizam da noite para o dia. Os sonhos de uma mulher de fé são como um castelo a ser construído com cada pedra que ela encontra em sua caminhada. Nesse processo, nenhuma pedra pode ser desperdiçada. Nenhum sofrimento é vão quando decidimos perseguir um sonho vivido com Deus. Uma estrada sem obstáculos é como uma comida sem tempero, um rosto sem sorriso, uma estrada sem caminhantes.

Providência divina

Em alguns momentos, reconheço, com humildade, que vejo pedras no meu caminho, mas algumas delas fui eu mesma que as coloquei ao minar meus sonhos pela desesperança, pela murmuração e pela falta de fé e disciplina. Em outros momentos, as pedras que encontro fazem parte das circunstâncias da minha vida, e nelas a Providência Divina também se revela. Nos "nãos" que recebo, leio os sinais da vontade de Deus. É preciso docilidade na negação e também resiliência pelo tempo que for preciso, até que chegue o momento certo de cada coisa. E quando esse momento chega, nada segura a mão poderosa de Deus no destino esperançoso de uma mulher orante. Se ela ora, ela entende isso claramente e aceita tudo, pois sabe que ali o Senhor se revelou e a direcionou em seus sonhos mais secretos, ainda que demorem a se concretizar.

Meus sonhos de mulher têm asas, e vejo que muitos deles estão se realizando. Já não estão instalados nas coisas a conquistar, nos projetos a serem desenvolvidos, nos lugares a conhecer, mas no meu jeito de viver e na mulher que desejo ser a cada dia. Os sonhos que povoam meu coração de mulher são específicos, raros, únicos. Já dizia um grande amigo que "se os sonhos de uma mulher dependem de dinheiro, é porque são muito baratos", porque o maior deles é interior: ser uma mulher nova e que se conquista a si mesma a cada dia!

Coragem de sonhar

Por isso pergunto a você, diante das pedras do seu caminho ou das montanhas que você ainda tem de enfrentar: quais são os sonhos mais nobres que poderiam povoar o seu coração de mulher?

Ter coragem de sonhar e documentar os meus sonhos, assumi-los e lutar por eles, é o convite que ouço em meu interior feminino. Esse é o sonho da minha vida: ser uma mulher melhor a cada minuto que se passa.


Olhar adiante

Não tenha medo de ser ridicularizada por ser uma mulher sonhadora ou mesmo por ter um grande projeto na vida. Guarde essa frase de Santa Teresa em seu coração feminino: "Deus me faz desejar tudo o que Ele sempre quis me dar". Faça como a Palavra de Deus nos convida em Habacuc 2: olhe adiante, tenha uma visão do seu futuro, assuma o seu presente e perdoe a si mesma e a tantos pelo seu passado; escreva cada um dos seus sonhos, os mais secretos do seu coração, da sua alma feminina e documente-os! Não tenha medo da sua idade, das suas circunstâncias ou mesmo do seu pouco tempo. Apenas acredite que Deus a vê e Ele mesmo a convida. Espere e, se demorar, não desista!

Quando uma mulher sonha sozinha, ela pode ser muito decepcionada. Ao passo que, ao orar e sonhar com Deus, ela será muito surpreendida, pois ela será movida por uma esperança cega. Quando uma mulher, realmente, confia em Deus, ela está sendo preparada para ouvir tanto um "sim" como um "não". E seja numa resposta positiva ou seja negativa diante de um sonho documentado com esperança, ela será feliz por confiar sua vida inteiramente a Deus.

Sonhando, uma mulher de fé é movida pela esperança; e sendo movida pela esperança, ela fica muito mais bonita, pois essa é a verdadeira beleza: ter uma alma cheia de esperança que se esparrama pelo rosto.



Ziza Fernandes

Ziza é cantora, compositora, musicoterapeuta, professora e mosaicista. Estudou piano por 12 anos no Conservatório Santa Cecília, Maringá – PR, aperfeiçoando-se com o professor Paulo Giovanini, na Universidade Estadual de Maringá.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/series/coracao-de-mulher/sonhos-e-planos-de-deus-para-uma-mulher/