A liturgia do domingo de Páscoa nos propõe um trecho maravilhoso do Evangelho de São João (20,1-9) que nos conta: "No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. Então, ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava…"
Provavelmente, você conhece essa piada de Páscoa: "Por que Jesus apareceu ressuscitado pela primeira vez às mulheres?". E, sorrindo, alguém responde: "Para que a notícia se espalhasse mais rapidamente!".
A Páscoa representa a Boa Nova
Sabendo que muitos acusam a Igreja de misógina, é melhor evitar esse tipo de piada. Sobretudo, temos que a evitar, porque essa que é a Grande Notícia, a grande Boa Nova, razão de nossa fé cristã, é a missão de todos os cristãos: temos que dizer ao mundo que Cristo está vivo, que Ele venceu a morte e as trevas.
São Paulo nos diz que se Cristo não ressuscitou dos mortos, a nossa fé é vã (cf. 1 Cor 15,14). Devo acrescentar: se Ele não ressuscitou, todos podemos ficar em casa, fechar todas as igrejas, parar de orar e de exercer a caridade. Quanto a mim, pego minha mala e vou para casa, certo de que perdi meu tempo.
Mas não! Cristo ressuscitou! E já que Cristo está vivo, tudo muda, pois o encontro com Jesus Ressuscitado é transformador: Ele nos coloca de pé, faz-nos avançar e crescer na caridade. Ele nos torna "melhores": mais humanos, mais espirituais, mais fortes, mais corajosos, vitoriosos.
Encontro que transforma corações
Essa é a experiência de Maria Madalena, dos apóstolos e de bilhões de pessoas ao longo da história. Esse encontro não cessa de transformar os corações em todo o mundo.
Ao ler isso que escrevo, talvez algumas pessoas pensem que essa realidade é grandiosa demais e impossível. Ou que isso pode ser verdade, mas que é preciso já estar bem "avançado" na fé para fazer esse encontro com o Ressuscitado.
Se alguém se sente o pior e indigno de Jesus: bem-vindo! Ele veio para os pobres, para os enfermos e para os pecadores… Ou seja, para nós!
Oração
A grande oração que os convido a fazer no dia da Páscoa é seguinte: "Senhor, quebra cadeias!".
Quando ressuscitou, Jesus destruiu as portas da morte que mantinham a humanidade cativa nas trevas: nenhuma cadeia pôde resistir à sua luz poderosa!
Ainda hoje, vamos pedir a Ele que venha ao nosso encontro:
– Senhor, quebra as cadeias do ódio: o diabo, o grande perdedor, semeia em nós a xenofobia, a intolerância e o racismo; inspira-nos o perdão e a amar até o fim.
– Senhor, quebra as cadeias da falta de confiança: diante das provações da vida, especialmente da traição, da doença e da velhice, a tristeza instala-se e pode cegar-nos. Sem esperança, aguardamos apenas o pior: sentimos que nossa vida nada mais é do que ansiedade e desconfiança dos outros e de Deus. Que Cristo ressuscitado nos dê esperança e gosto pela vida e pela Eternidade.
– Senhor, quebra as cadeias do medo: porque, num contexto de epidemia, guerras e ataques, no qual é nítido o aumento significativo da violência, o medo nos paralisa e nos impede de sermos testemunhas da Luz de Cristo: paramos de lutar pelo Bem e nos escondemos! Que o Senhor nos dê força e coragem.
Por tantas outras razões: "Senhor Jesus, ressuscitado e vitorioso, quebra as cadeias do mal!".
Feliz Páscoa. Feliz vida nova!
Padre André Favoretti
Natural de Vitória – ES, foi ordenado sacerdote dia 25/06/2017, na diocese de Fréjus-Toulon, onde atua como missionário. Antes de ser padre, concluiu uma licenciatura em Geografia (UFES), foi professor e fez uma pós-graduação em filosofia (UFOP).
Fonte: https://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/pascoa/pascoa-jesus-esta-vivo-e-tudo-muda/
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