A toda hora, surgem notícias sobre os evangelhos apócrifos. A tradução do Evangelho de Judas, que na verdade já era conhecido de Santo Irineu, por volta do ano 180, nada traz de novo para a Igreja.
Excluídos da Bíblia
Os apócrifos são livros do Antigo e do Novo Testamento que a Igreja rejeitou por não serem inspirados pelo Espírito Santo, e assim não os colocou na Bíblia. A Igreja definiu o cânon da Bíblia (índice) desde o ano 200 com o Cânon de Muratori e outros concílios como o de Cartago III e IV.
Os apócrifos foram excluídos da Bíblia por serem fantasiosos sobre a pessoa de Jesus e outros personagens bíblicos, ou por possuírem heresias, especialmente os evangelhos gnósticos. Esses foram encontrados numa caverna da cidade egípcia de Nag Hammadi em 1945. Alguns levam os nomes dos apóstolos e outros personagens bíblicos, mas não foram escritos por eles.
Livros apócrifos no Antigo Testamento
No Antigo Testamento, temos os seguintes apócrifos: Jubileus; A Vida de Adão e Eva; 1 Henoque; 2 Henoque; Apocalipse de Abraão; Testamento de Abraão; Testamento de Isaac; Testamento de Jacó; Escada de Jacó; José e Asenet; Testamento dos Doze Patriarcas; Assunção de Moisés; Testamento de Jó; Salmos de Salomão; Odes de Salomão; Testamento de Salomão; Apocalipse de Elias; Ascensão de Isaías; Paralipômenos de Jeremias; Apocalipse Siríaco de Baruc; Apocalipse de Sofonias; Apocalipse de Esdras; Apocalipse de Sedrac; 3 Esdras; 4 Esdras; Sibilinos; Pseudo-Filon; 3 Macabeus; 4 Macabeus; Salmos 151-155; Oração de Manasses; Carta de Aristeu; As Dezoito Bênçãos; Ahigar; Vida dos Profetas; Recabitas.
Livros apócrifos no Novo Testamento
Os apócrifos do Novo Testamento são: Evangelho segundo os Hebreus (gnóstico) – fim do séc I.; Proto-Evangelho de Tiago (História do nascimento de Maria); Evangelho do Pseudo Tomé; O Evangelho de Pedro (gnóstico) – meados do séc II.; O Evangelho de Nicodemos; Evangelho dos Ebionitas ou dos Doze Apóstolos – meados do séc II; Evangelho segundo os Egípcios – meados do séc II; Evangelho de André – séc II/III; Evangelho de Filipe – séc II/III; Evangelho de Bartolomeu – séc II/III; Evangelho de Barnabé – séc II/III; O Evangelho de Judas (gnóstico).
Outros Assuntos: O drama de Pilatos; A morte e Assunção de Maria; A Paixão de Jesus; Descida de Jesus aos Infernos; Declaração de José de Arimateia; História de José o carpinteiro. Atos: Atos de Pedro; Atos de Paulo; Atos de André; Atos de João; Atos de Tomé; Atos de Felipe; Atos de Tadeu. Epístolas: Epístolas de Barnabé; Terceira Epístola aos Coríntios – séc II dC; Epístola aos Laodicenses – fim do séc II dC; Carta dos Apóstolos – 180 dC; Correspondência entre Sêneca e São Paulo – séc IV dC. Apocalipses: Apocalipse de Pedro – meados do século II; Apocalipse de Paulo – 380 dC; Sibila Cristã – século III.
Isso mostra que a Igreja foi muito criteriosa na seleção dos livros que formariam a Bíblia, isto é, revelados, Palavra de Deus. Por meio de sua tradição, interpretada pelo Magistério, a Igreja nos deu a Bíblia como a temos hoje. Portanto, sem a autoridade da Igreja ela não pode ser interpretada, pois não existiria a Bíblia como a temos hoje.
Felipe Aquino
Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino