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31 de outubro de 2019

Você conhece a origem da festa de Halloween?

A Festa de Halloween, de origem celta, tem sua inspiração no druidismo ou na religião dos sacerdotes celtas, que muito marcaram o pensamento dos povos da Irlanda, Escócia e regiões da Inglaterra. Supunha-se que os mortos vinham à Terra visitar seus familiares na noite de 31 e outubro para 1º de novembro. Em consequência disso, homens e mulheres se vestiam com trajes fantasiosos, a fim de não serem reconhecidos e arrebatados pelos visitantes do além.

A essas concepções, associava-se o festival de fim do ano celta, celebrado no dia 31 de outubro, com presentes e orgias. Esse fundo de ideias e práticas pagãs foi, tanto quanto possível, cristianizado pela Igreja, que instituiu a Festa de Todos os Santos a 1º de novembro, e a comemoração de Finados em 2 de novembro. Ainda hoje, o Halloween é festejado nos Estados Unidos, levado para lá pelos imigrantes irlandeses. Todavia, muitos abusos são registrados em tais celebrações.

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Foto Ilustrativa: fotostorm by Getty Images

No Brasil, a Festa de Halloween toma o caráter de um pequeno carnaval, em que as crianças trajam suas fantasias e recebem presentes. O apreço dessa celebração, em alguns lugares, decorre da onda neopagã, que tem invadido a civilização ocidental. Na tarde do dia 31 de outubro, celebra-se, em alguns lugares, a vigília da Festa de Halloween (Allhallowseven). Muitas pessoas, um tanto estupefatas, perguntam-se: "Que festa é essa?".

Halloween: o apreço dessa celebração, em alguns lugares, decorre da onda neopagã

À primeira vista, quem considera a Festa de Halloween, como é celebrada no Brasil, dirá que é uma comemoração folclórica, popular e inofensiva: as crianças se vestem de fantasias (quase carnavalescas) e põem seus sapatos à porta da residência dos vizinhos, para que estes lhes deem presentes. Há, porém, quem levante suspeitas sobre o significado de tais celebrações; suspeitas, aliás, justificadas, dada a origem do Halloween.

Com efeito, a Festa de Halloween tem seu berço entre os povos celtas. Esses vieram da Ásia para o Continente Europeu nos séculos anteriores a Cristo e se fixaram, principalmente, na Gália, na Irlanda, com os druidas como guardiões das tradições religiosas de sua gente, que tinham conhecimentos de astronomia, medicina e direito. Os druidas exerciam as funções de juízes e líderes, dotados de "dons proféticos" ou da capacidade de prever o futuro. Acreditavam na imortalidade da alma e de metempsicose ou na migração das almas dos falecidos. Eles foram um fator de unidade do mundo celta, por isso foram combatidos pelos romanos, que conquistaram a Gália e as Ilhas Britânicas.

Como surgiu o Halloween?

De modo especial, os celtas valorizavam a noite de 31 de outubro para 1º de novembro. Isso por dois motivos:

1) O ano celta terminava em 31/10, dia do olho de Samhain. Tal dia era celebrado com ritos religiosos e agrários. Nessa ocasião, comiam-se alimentos especiais como nozes e maçãs, e preparavam-se os alimentos para o inverno.

2) Na noite de 31 de outubro para 1º de novembro, julgava-se que os mortos desciam do além para a terra, a fim de visitar seus familiares à procura de calor e bom ânimo frente ao frio do inverno que se aproximava.

Dessa maneira, Samhain assinalava o fim de um ano e o começo de outro, juntamente com o festival dos mortos. A celebração respectiva implicava todo um folclore típico. Os homens e as mulheres vestiam trajes fantasiosos, a fim de se dissimilarem e não serem arrebatados pelos espíritos dos falecidos para o além. Por estarem começando novo ano, desejavam uns aos outros plena felicidade.


Havia magos que procuravam saber "profeticamente" quem haveria de se casar e quem haveria de morrer no próximo ano; tentavam adivinhar também quais as melhores oportunidades de êxito em seus empreendimentos. Ao lado desse aspecto festivo, havia o apavorante: julgava-se que as bruxas, as fadas e os gnomos lançavam o terror no povo; eram tidos como seres de um mundo superior, que roubavam crianças, destruíam colheitas e matavam o gado.

Dentro desse quadro de festa e pavor, os homens acendiam lanternas no topo das colinas sob o olhar de Samhain; o fogo luminoso podia servir para guiar os espíritos até a casa dos familiares, como também para matar ou afugentar as bruxas.

Tais são os elementos dos quais dependem a festa moderna de Halloween. Além desses dados de origem céltica, julga-se que o Halloween traz também resquício da festa romana da colheita dita "Pomona"; resquícios, porém, muito mais pálidos do que os de origem celta.

Por que a Igreja instituiu a Festa de Todos os Santos

O Cristianismo, ao penetrar nas regiões da Gália e das Ilhas Britânicas, encontrou aí a celebração pagã mencionada. A Igreja procurou eliminar os elementos mitológicos do festival. Assim, o dia 1º de novembro foi "cristianizado". Com efeito, o Papa Gregório III (731-741) escolheu a data de 1º de novembro para celebrar a festa da consagração de uma capela na basílica de São Pedro em honra de Todos os Santos. Em 834, o Papa Gregório IV estendeu a festa à Igreja inteira; dessa maneira, procurava-se dar um sentido cristão à celebração, da vinda dos espíritos dos falecidos praticada pelo druidismo.

A cristianização foi corroborada pelo fato de que, em 908, Santo Odilon, abade de Cluny (França), começou a celebrar a memória de todos os fiéis defuntos aos 2 de novembro. Os cristãos tentaram assim neutralizar os efeitos dos antigos ritos pagãos.

Todavia, não foi possível aos cristãos retirar todo o resquício mitológico. Na Idade Média, dava-se grande importância às bruxas, que eram tidas como agentes do demônio; como se dizia, esses desciam sobre as bruxas em "sabbaths", quando havia banquetes e orgias. Um dos mais importantes "sabbaths" era, precisamente, o dia da noite de 31 de outubro; supunha-se que as bruxas iam a esses bacanais voando em cabo de vassoura, acompanhadas de gatos pretos.

Nos Estados Unidos, a Festa de Halloween foi introduzida pelos imigrantes irlandeses a partir de 1840; e tem sido celebrada com vandalismo e danos para muitas famílias. No Brasil, também há redutos de Halloween, com fantasias e presentes para as crianças. Tal festividade tem caráter ambíguo, fomentado pela onda de paganismo renascente.

Fonte: Revista "PERGUNTE E RESPONDEREMOS"


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/voce-conhece-origem-da-festa-de-halloween/

28 de outubro de 2019

Como posso fazer para tirar força de minha fraqueza

"Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte" (2 Cor 12,10). Esse versículo parece uma grande contradição paulina.

Como posso tirar força de minha fraqueza? Como posso, diante de minha impotência, ser potente? Isso só é possível dentro da perspectiva de alguém que se reconhece necessitado de Deus. Alguém que, como Paulo, sabe que sem a ação do Espírito Santo não é possível fazer nada.

Como posso fazer para tirar força de minha fraqueza

Foto Ilustrativa: Daniel Mafra/cancaonova.com

Quem era Paulo de Tarso? Onde buscou forças para vencer suas fraquezas?

Paulo era um cara muito estudado, de inteligência ímpar, mas sabia que sua humanidade possuía fraquezas. E como lidava com isso? Somente submetendo tudo a Deus.

Fraco não é aquele que possui fraquezas, mas sim aquele que se rende a elas. Tocar em minhas fraquezas, em meu vazio, é perceber que, quando não tenho mais nada, posso contar com o Tudo de Deus.

Somos humanos, somos gente. Sentimos dor, sentimos sede, sentimo-nos impotentes. Até Jesus, em Sua humanidade, também sentiu dor. E Ele não teve medo de apresentar as fraquezas d'Ele aos amigos e a Deus. No Getsêmani, foi isso que nos foi apresentado de forma clara.

Uma história para ilustrar

Lembro aqui uma história antiga:

Um garoto, de dez anos de idade, decidiu praticar judô, apesar de ter perdido o braço em um terrível acidente de carro. O menino ia muito bem, mas sem entender o porquê, após três meses de treinamento, o mestre havia lhe ensinado somente um movimento. O garoto, então, disse a ele:

– Mestre, não devo aprender mais movimentos?
O mestre respondeu ao menino calmamente e com convicção:
– Esse é, realmente, o único movimento que você sabe, mas também é o único movimento que você precisará saber.


Meses mais tarde, o mestre inscreveu o menino em seu primeiro torneio. O menino ganhou facilmente seus primeiros dois combates e foi para a luta final do torneio. Seu oponente era bem maior, mais forte e mais experiente. O garoto, usando os ensinamentos do mestre, entrou para a luta e, quando teve oportunidade, usou seu movimento para prender o adversário. Foi assim que o garoto ganhou a luta e o torneio. Era campeão.

Mais tarde, em casa, o menino e o mestre reviram cada luta. Então, o menino criou coragem para perguntar o que estava, realmente, em sua mente:

– Mestre, como eu consegui ganhar o torneio somente com um movimento?
– Você ganhou por duas razões – respondeu o mestre. Em primeiro lugar, você dominou um dos golpes mais difíceis do judô. E, em segundo lugar, a única defesa conhecida para esse movimento é o seu oponente agarrar seu braço esquerdo.

Conclusão

A maior fraqueza do menino tinha se transformado em sua maior força. Assim, também nós podemos usar nossa fraqueza para que ela se transforme em nossa força. Não podemos ter medo de deixar o Mestre Jesus trabalhar nossa fraqueza. Ele sabe lidar com nosso "húmus", com aquilo que, aparentemente, é nossa fraqueza, e a transformar em nossa maior riqueza e fortaleza.


 

 


Adriano Gonçalves

Mineiro de Contagem (MG), Adriano Gonçalves dos Santos é membro da Comunidade Canção Nova. Formado em filosofia e Psicologia. Atuou na TV Canção Nova como apresentador do programa Revolução Jesus. Hoje atua no Núcleo de Psicologia que faz parte da Formação Geral da Canção Nova. É autor dos seguintes livros: "Santos de Calça Jeans", "Nasci pra Dar Certo!", "Quero um Amor Maior" e " Agora e Para Sempre: como viver o amor verdadeiro".


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/como-posso-fazer-para-tirar-forca-de-minha-fraqueza/

23 de outubro de 2019

Orçamento familiar: um papo para todos

Quando falamos de orçamento familiar, a melhor situação, nesse caso, é tratar do assunto em família. Em muitas casas, apenas o marido é o responsável por trazer a renda para casa. Em outras, marido e mulher. Mas e os filhos? Onde entram nessa história? Entram exatamente na necessidade de participarem da vida financeira da família, ou seja, desde pequenos, eles podem aprender a poupar, especialmente saberem usar bem o dinheiro.

Alguns passos são importantes para falarmos sobre orçamento familiar

Vamos a eles:

1) A família precisa estar envolvida: saber o que gastar, como gastar, quais as prioridades (quitar o carro, a casa, pagar dívidas pendentes, economizar nos gastos dos passeios, optar por passeios mais baratos e/ou gratuitos ou mesmo privar-se de algumas coisas fazem parte do que chamamos de educação financeira). Ao colocar a família participando, o assunto se torna mais coletivo e compromete a todos em busca de um objetivo comum.

Orçamento familiar: um papo para todos

Foto ilustrativa: andresr by Getty Images

2) O que tenho para pagar? Muitas vezes, as famílias estão com dívidas que são três, quatro ou mais vezes o valor do salário mensal. Logo, há muito mais gastos do que dinheiro para receber. Equilibrar essas despesas é muito importante. Você sabe o que tem para pagar? Tem ideia de quanto gasta no mês? Acha que as suas dívidas estão um pouco exageradas? Coloque tudo no papel. Na internet, você pode encontrar muitos modelos de planilhas ou aplicativos para seu celular, que ajudam você, de forma simples, a controlar tudo isso.

3) Procure eliminar as dívidas: avalie o que tem juros mais altos, se existem contas que podem ser negociadas, procure comprar à vista e pedir desconto (as lojas têm concedido descontos de até 10 ou 12 % quando se opta pelo pagamento à vista, em dinheiro ou cartão de débito). Tem pago apenas o mínimo da fatura do cartão de crédito? Procure fazer um esforço, pois os juros são altíssimos e, quando acumulados, aumentam muito seu débito.

4) Faça uma reserva financeira: faça o propósito de guardar parte do seu salário por mês. Assim, você se previne para situações de risco ou mesmo emergências em saúde ou desemprego.


5) Cuidado com o dinheiro que "escorre pelo ralo": pequenas despesas, presentes, aquele jantar extra, aquela compra que você caracteriza como "eu mereço, porque…" podem desequilibrar seu orçamento. É claro que, podemos ter tais atitudes, mas se já existe um desequilíbrio nas suas contas, vale a pena pensar num presente alternativo, em algo que você sabe fazer ou evitar tais despesas para uma tranquilidade posterior.

6) Não encare isso como um sofrimento: estudos revelam que 15% dos trabalhadores sofrem estresse por problemas na forma de usar seu dinheiro. Logo, se há estresse nessa área, é porque as finanças não foram bem trabalhadas e os problemas tendem a aumentar. Se houver um sacrifício hoje, haverá paz amanhã, e, isso, valerá muito a pena.

Que essas dicas possam ajudar você e sua família. Tenha tranquilidade para falar sobre esse assunto com a sua família. Vamos conversar mais sobre isso?



Elaine Ribeiro dos Santos

Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica pela USP – Universidade de São Paulo, atuando nas cidade de São Paulo  e Cachoeira Paulista. Neuropsicóloga e Psicóloga Organizacional, é colaboradora da Comunidade Canção Nova.


21 de outubro de 2019

Fiquemos atentos aos gestos de amor

Santo Agostinho usa amor e memória praticamente como sinônimos. O amor é memória, porque, antes de tudo, sabe lembrar-se do bem (e do amor) recebido. É a descoberta cheia de gratidão (de reconhecimento), de sentirmos que já somos amados pelo fato de simplesmente existirmos. Memória é amor, vontade de ser nós mesmos com uma história própria. É esforço para encontrar e manter a coerência do existir, aquele fio que liga todos os eventos da vida, reconduzindo-os a um começo que lhes dá sentido e finalidade. Todavia, para fazer esse reconhecimento grato e comovido, é necessário um olhar de amor e benevolência, porque somente esse tipo de atenção pode vislumbrar o bem com gratidão e amor.

Fiquemos atentos aos gestos de amor

Foto ilustrativa: Andréia Britta/cancaonova.com

Busquemos sempre ter o olhar de quem quer ver o bem e o amor nos gestos dos outros

Olhando para a vida de Jesus, enxergamos que Deus não se descuidou em nenhum momento daquela história. Ele, que é Pai, cuida do Filho único d'Ele assim como cuida da sua vida e está presente em cada um dos seus momentos de alegria, tristeza, de medo, carência, de estudo, de vitória. Ele cuida tanto de você que quis a sua salvação. É por isso que Deus deu a você Seu único Filho para te salvar. Foi por você que,na Cruz, Jesus morreu, e morreu para te salvar. Por amor Jesus veio para ser remédio, Jesus veio para você que está fraco, doente e triste.

E quando você vive perto de Deus, ao lado de Jesus e repleto do Espirito Santo, você torna-se remédio para os outros, assim como os amigos que Jesus deixou para serem a presença visível e sensível perto de você.
» Quais são os momentos de sua vida que parecem com os de Jesus, homem pobre?
» Quais são os amigos de Jesus que convivem com você?
» Em que momento você esteve em apuros na sua vida? Identifique como Deus interveio no seu impossível.
» Qual a solução inesperada na sua vida? Identifique como Deus interveio no seu impossível.
» Qual a solução inesperada na sua vida? Ali você tocou nas surpresas, nas delicadezas de Deus com você.


"É o olhar característico do amor que torna a pessoa sensível e atenta para perceber os sinais e demonstrações de afeto, por mais pequenos que sejam ou que aparentemente assim o sejam, que fazem nascer no coração um fundamental sentido de reconhecimento em relação a vida, aos outros, a Deus" (Santo Agostinho).

Cláudia May Philippi – Comunidade Aliança Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/fiquemos-atentos-aos-gestos-de-amor/

18 de outubro de 2019

Antes de mais nada, interceda

De acordo com o Dicionário Conciso de Oxford, a intercessão é "uma oração ou petição feita em nome de outro".

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que "a oração de intercessão consiste numa petição em favor de outrem" (CIC 2647). "A intercessão é uma oração de petição que nos conforma de perto com a oração de Jesus. É Ele o único intercessor junto do Pai em favor de todos os homens, em particular dos pecadores" (CIC 2634). De alguma forma, o entendimento popular sobre intercessão é de que ela é algo previsto para pessoas especializadas, que possuem um dom ou um chamado para a intercessão ou para aqueles diretamente envolvidos no ministério de intercessão.

Muitas das nossas comunidades, ministérios e grupos de oração possuem um ministério de intercessão, além disso, as pessoas que têm esse chamado especial são as designadas com a responsabilidade de interceder. Tenho ouvido líderes e membros envolvidos em outros ministérios normalmente dizerem: "a intercessão não é a minha praia". De acordo com eles, somente algumas pessoas recebem um chamado especial para interceder. A compreensão de São Paulo sobre a intercessão é bem diferente dessa noção popular:

"Acima de tudo, recomendo que se façam preces, orações, súplicas, ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que estão constituídos em autoridade, para que possamos viver uma vida calma e tranquila, com toda a piedade e honestidade" (1Tm 2,1-2).

Antes de mais nada, interceda

Foto ilustrativa: Arquivo CN/cancaonova.com

Intercessão como primeira prioridade

São Paulo coloca a intercessão como primeira prioridade. De acordo com ele, todo mundo é chamado a interceder e
devemos interceder por todos. De modo especial, devemos interceder pelos que estão constituídos em autoridade, para que possamos ter uma vida de paz e piedade. Se levarmos a sério essa exortação, nós logo perceberemos a razão pela qual não estamos sendo capazes de ter uma vida em paz e piedade no tempo presente. Nos sentimos bastante tristes ao ver o declínio da , a perversão, o materialismo e o crescimento da influência dos poderes das trevas ao nosso redor, isso porque falhamos ao não assumirmos a intercessão com a seriedade que ela merece.

Estamos entristecidos com os escândalos em todas as esferas de liderança – política, social, religiosa etc. A questão
é: estamos rezando suficientemente por aqueles constituídos em autoridade em todas essas esferas? Se, hoje, nós ou nossos irmãos e irmãs somos incapazes de "viver uma vida calma e tranquila, com toda a piedade e honestidade", não seria pelo fato de não termos rezado suficientemente "por todos os que estão constituídos em autoridade"?

Podemos estar envolvidos na administração, no trabalho pastoral, na educação, nas obras sociais, na evangelização, nos serviços sociais, no ministério de cura ou nos apostolados das mídias sociais. Seja qual for o ministério que estejamos envolvidos, antes de tudo, somos chamados a interceder. Um certo palestrante sobre intercessão explica assim:

"Todos os ministérios estão ligados ao ministério da intercessão. Imagine um imenso guarda-chuva representando a Igreja. Ele tem aquelas diversas varetas de sustentação do tecido, sendo que cada vareta dessas representa os diferentes ministérios da Igreja, mas a haste central, aquela à qual estão ligadas todas as varetas dele,
é a intercessão. Assim como a haste central estabiliza as varetas e ajuda o guarda-chuva a realizar a sua missão, da mesma forma os intercessores estabilizam a Igreja e permitem que ela realize sua missão de uma forma toda especial. Os intercessores estabilizam os ministérios, pois é a partir da profunda oração de intercessão que as graças de Deus e o poder de Deus fluem para todos os ministérios." Porque a intercessão é a usina de força de todos e de cada ministério no qual estamos envolvidos..

Exemplo de Jesus

Quando se fala de intercessão, nós temos o poderoso exemplo do próprio Jesus. Nos dias de Sua vida mortal, dirigiu preces e súplicas, entre clamores e lágrimas, para Aquele que O podia salvar da morte, e foi atendido pela Sua piedade (Hb 5,7).

O ministério de Jesus começou com os quarenta dias de oração e jejum e continuou a ser encharcado de orações. Antes da escolha dos doze discípulos, Jesus passou uma noite inteira em oração (Lc 6,12-13). Jesus orou por Pedro, para que sua fé não fraquejasse (Lc 22,31-32). Jesus orou por mais trabalhadores (Mt 9,37-38). Ele intercedeu pelo mundo inteiro e, portanto, por cada um de nós (Jo 17,6-26). Jesus redimiu os pecados de toda a humanidade por meio da Sua paixão e morte na cruz (Rm 4,25). Esse foi o maior ato de intercessão de Jesus. Até mesmo na cruz, Jesus orou por seus inimigos (Lc 23,34).


Jesus continua sua intercessão:

Ao nosso Sumo Sacerdote, entretanto, compete ministério tanto mais excelente quanto ele é mediador de uma aliança mais perfeita, selada por melhores promessas (Hb 8,6).

São Paulo nos diz que Jesus, sentado à direita de Deus, está, de fato, intercedendo por nós (Rm 8,34). Isso porque Ele "deseja que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade" (1Tm 2,4).

A intercessão deveria ser o detonador e o primeiro movimento de todas as nossas iniciativas. O cavalo precisa ser colocado à frente da carroça. O sucesso do nosso ministério vai depender da intensidade com a qual intercedemos por nossos projetos, programas e pelas pessoas que atingimos. São João Paulo II enfatizou o papel da intercessão na eficácia da evangelização: "A oração deveria acompanhar o dia a dia do missionário, de modo que, a proclamação da Palavra seja efetiva por meio da graça de Deus" (Redemptoris Missio 78).

A maior necessidade de hoje é a de intercedermos pela Igreja e pela sua missão no mundo. Sem o crescimento da quantidade de evangelistas, missionários e obreiros cristãos, só veremos a multiplicação do resultado desse trabalho se tratarmos de multiplicar a oração na Igreja. Talvez, não sejam todos capazes de pregar e alcançar o mundo
longínquo evangelizando, mas algo que todos nós podemos fazer é interceder. E essa é a melhor coisa que podemos fazer. A chave para a evangelização do mundo é a sua e a minha oração.

Vamos começar ainda hoje, agora mesmo?

Texto extraído do livro "Intercessão Profética: Resposta aos Sinais dos Tempos", de Cyril John.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/antes-de-mais-nada-interceda/

16 de outubro de 2019

Por que existem bons e maus cristãos na Igreja?

O título deste artigo, que é uma interrogação, um questionamento, convida-nos a uma reflexão sobre a existência de bons e maus cristãos na Igreja, mas também que tipo de cristão eu sou! Em Isaías (55,10-11) lemos:

"Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não voltem sem ter regado a terra, sem a ter fecundado e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece à palavra que minha boca profere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado minha vontade e cumprido sua missão", portanto, como entender que os cristãos ouvem a Palavra de Deus, são batizados, participam do mistério de Cristo, mas ainda existem bons e maus? O que caracteriza ser um bom cristão? Quem se intitula bom cristão? Quem nos responde esses questionamentos é o próprio Cristo por meio de parábolas.

São Mateus, em seus escritos (13,36-43), conta-nos várias parábolas para nos ensinar como é que Deus faz chegar a sua Palavra aos homens e mulheres. A parábola do trigo e do joio, semeados no mesmo campo, alerta-nos para a existência de outro semeador, o maligno, o semeador do mal. Onde Deus semeia o trigo, a semente boa, também satanás semeia o joio, a semente do mal. A parábola retrata uma atitude interessante, ou seja, a ação do semeador do mal se caracteriza por acontecer durante a noite, enquanto os empregados dormem. Semear o mal na presença da Luz, durante o dia, não seria possível; semear a noite retrata uma ação contrária àquela que acontece com a semente boa.

Ainda no Evangelho de Mateus (15,18-19), Jesus afirma: "Ao contrário, aquilo que sai da boca provém do coração, e é isso o que mancha o homem. Porque é do coração que provêm os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as impurezas, os furtos, os falsos testemunhos, as calúnias", ou seja, a maldade provém do coração do homem.

Por que existem bons e maus cristãos na Igreja?

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Qual a resposta para existirem bons e maus cristãos na Igreja?

No mundo, cada cristão terá muitas oportunidades de fazer o mal, mas também terá muitas oportunidades de fazer o bem. Deus nos dá a graça para sermos sempre bons e vencermos o mal. O mal é vencido pela multiplicação de gestos de bondade semeados no mundo. É com bondade, caridade e generosidade que vencemos o mal. A separação entre o que é bom e o que é mau só acontecerá no momento da colheita, isto é, no dia do juízo final (cf. Mc 4,29; Jo 4,35).

Quando chegar o tempo da colheita, o que não poderá acontecer antes, para não arrancar também o trigo, o dono dirá aos ceifeiros que cortem o trigo e o joio, e que os separem: o joio será queimado e o trigo será guardado no celeiro. Essa parábola parece querer responder a uma questão já presente nas primeiras comunidades cristãs: por que existem bons e maus cristãos na Igreja? A resposta é: tanto Deus como satanás semeiam a sua semente.

Deus tolera essa semeadura e o crescimento e a maturação de ambas as sementes para dar aos maus a oportunidade de se converterem. O que irá vencer? Com certeza, aquele que praticarmos. O mal expulsa o "ser humano" do coração e fecha a pessoa, torna-a desumana. Mesmo que o coração seja bom, o mal pode ser nele semeado. Jesus confirma que o mal não vem de Deus, mas do inimigo, que é o diabo, aquele que separa e destrói o humano, na vida pessoal.

Na parábola do semeador (Mt 13,1-23), Jesus insiste no convite e pede aos ouvintes da Palavra que agucem os ouvidos do coração para acolher a "Palavra-semente", semeada por Cristo, por meio do Seu Evangelho para produzir frutos na vida pessoal e no mundo. São Mateus mostra como a dureza de coração é obra do maligno, que peca desde o princípio (cf. 1Jo 2,22; 3,8).

O coração do cristão

O homem favorece a obra do maligno quando não permite à Palavra de Jesus lançar raízes na sua existência, em seu "coração-caminho", "coração-pedra", "coração-espinho". Ao contrário, quem se abre à Palavra de Jesus, faz-se "coração-terra", terra boa, produz abundantes frutos e começa a fazer parte daqueles "bem-aventurados" e "pequeninos" aos quais são revelados os mistérios do Reino (cf. Mt 13,16).

O "coração-terra" que se deixa cultivar, que se abre para acolher a semente, modelo ideal para entender como a Palavra de Deus penetra no coração, é o local que se abre para acolher a chuva que cai de modo fecundante (Is 55,10-11), é onde o Deus-semeador age, regando e deixando marcas fecundas de vida e de graça. O "coração-terra" acolhe a chuva, a Palavra que vem do alto (Is 55,10-11), e oferece condições para a semente crescer e produzir frutos (Mt 13,1-23). É o coração semeado pela Palavra que produz vida e permite à Palavra transformar desertos existenciais em pastagens verdejantes (Sl 64). É o coração do cristão, terreno ideal para o cultivo da semente-Palavra, para o germinar e o deitar raízes, que atinge centros de decisão da vida pessoal e de onde vão sair os frutos bons.

Deus não se cansa de semear, de chamar, de prometer. Se Ele fala de terrenos áridos, pedregosos, é porque sabe que, também eles, podem se tornar "coração-terra", "terra-boa", capaz de magnífica fecundidade. É preciso "voltar": "Voltai!" (Jeremias 3,14), convertei-vos! Estamos cercados pelo amor misericordioso de Deus, que põe todo o interesse em nós, que está sempre pronto a renovar-nos o dom da vida, que não nos retira a possibilidade de sermos seus amigos. Ninguém está incapacitado de se abrir a Sua Palavra.


Qual a condição para ouvir a Palavra de Deus?

Deus criou o ser humano livremente, e entre tantas criaturas que O louvam (as ervas, as flores, os pássaros, as estrelas), colocou em cada pessoa a capacidade para amá-Lo, para corresponder ao Seu amor. Por que muitos não O amam? Por que não fazem o bem? A resposta já foi apresentada na parábola do semeador: há quem esteja disponível, "coração-terra"; e há quem resista à palavra de Jesus, quem se torna "coração-caminho", "coração-pedra", "coração-espinho". Essa atitude interior faz toda a diferença. Há quem se converta e atinja a bem-aventurança, e há quem não se converta, ouvindo sem compreender e vendo sem perceber.

A condição para ouvir a Palavra de Deus é ser "coração-terra". A Palavra é uma realidade viva, eficaz, enviada do céu para produzir frutos em nós e realizar a salvação. A Palavra é capaz de realizar o seu objetivo, tal como a chuva e a neve, que fecundam a terra e lhe dão capacidade de produzir frutos, ou seja, de sermos bons cristãos. A Palavra, realmente eficaz sobre o nosso coração, é aquela que, como a chuva e como a neve, vem do céu, é aquela que sai da boca do próprio Deus e fecunda homens e mulheres. A palavra está plantada dentro de nós, mas ela só irá se manifestar em nossa vida, só irá criar raízes, se formos capazes de escutá-la e deixar que produza frutos em nós e para o mundo.



Padre Mário Marcelo, scj

Mestre em zootecnia pela Universidade Federal de Lavras (MG), padre Mário é também licenciado em Filosofia pela Fundação Educacional de Brusque (SC) e bacharel em Teologia pela PUC-RJ. Mestre em Teologia Prática pelo Centro Universitário Assunção (SP). Doutor em Teologia Moral pela Academia Alfonsiana de Roma/Itália. O sacerdote é autor e assessor na área de Bioética e Teologia Moral; além de professor da Faculdade Dehoniana em Taubaté (SP). Membro da Sociedade Brasileira de Teologia Moral e da Sociedade Brasileira de Bioética.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/por-que-existem-bons-e-maus-cristaos-na-igreja/

14 de outubro de 2019

Como lidar com os apegos?

Não é fácil enfrentar um tempo marcado por propostas estimulantes de consumismo e com requinte de esbanjamento. A questão é tão grave que chega até a provocar desequilíbrio social, complicando a vida de muitas pessoas em condições financeiras desconfortáveis. Há uma insaciável febre de compras induzidas pela força e pertinência da mídia.

Seria saudável se todas as pessoas tivessem o necessário para o próprio consumo, mas com capacidade também para certas renúncias, concretizando uma vida de desapego e capacidade de partilha fraterna. O apego exagerado à determinadas riquezas pode denotar sintoma de injustiça, de incapacidade para viver em comunidade e de enxergar o vazio na vida de muitos outros.

Não encarar o desapego de forma concreta pode levar o rico a ficar cada vez mais rico e o pobre cada vez mais pobre. Com isso, aumenta o fosso existente entre uma classe social e outra, ocasionando uma sociedade que experimenta "na pele" o mundo da violência, do inconformismo e da insegurança. Com isso, sofrem os ricos, os pobres e toda a sociedade com eles.

Como lidar com os apegos?

Foto ilustrativa: malerapaso by Getty Images

Os apegos nos tornam pobres diante de Deus

Existem administradores desonestos e inescrupulosos, agindo de forma escandalosa e injusta com todos. É uma esperteza que clama aos céus, provocando a ameaça e o confronto da justiça. Sabemos que quem pratica o mal, mais cedo ou mais tarde, poderá sofrer as consequências. A injustiça, em muitos casos, é percebida por quem que, às vezes, toma providências.

É importante agir com inteligência diante dos bens que o mundo coloca à nossa disposição. São repugnantes as fraudes que se cometem na administração pública e nos atos privados, deixando transparecer apego à realidades que pertencem a outros. Diz o Mestre Jesus que os filhos das trevas são muito espertos.


O desapego faz as pessoas serem ricas diante de Deus, porque a vida do mundo passa e tudo fica por aí. A grande riqueza é a vida em todas as suas dimensões, na integridade e gratuidade diante da natureza e do Criador. A riqueza pode criar vazio porque ela é passageira.

Dom Paulo Mendes Peixoto, Arcebispo de Uberaba (MG)


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/como-lidar-com-os-apegos/

9 de outubro de 2019

Vivendo a escola de humanidade do cotidiano

Durante o Ano Litúrgico, percorremos as diversas etapas da vida de Cristo e as atualizamos em unidade com a Igreja. Uma boa parte do ano dedica-se ao chamado "Tempo Comum". Denomina-se, assim, para distinguir dos demais momentos do calendário litúrgico.

No ano litúrgico, os tempos fortes de festa, de maior meditação, e os tempos ordinários ou comuns. Nestes últimos, a centralidade continua sendo Cristo Jesus, e somos convidados a valorizar os pequenos acontecimentos do dia a dia.

O Tempo Comum nos leva a valorizar, portanto, o tempo que Deus nos concede, o tempo presente na simplicidade do cotidiano. Podemos contemplar a riqueza dos detalhes, dos momentos mais simples. Como, por exemplo, o raiar de cada novo dia, a beleza da natureza ou o sorriso e espontaneidade de uma criança.

As leituras do Tempo Comum se concentram, em boa parte, na vida pública de Jesus. Uma etapa de sua trajetória terrena em que os homens puderam conhecer o Filho do Homem. O Deus que se encarnou e viveu como eles todas as realidades humanas, exceto o pecado.

Uma escola de humanidade

Antes de conviver com os discípulos, Jesus viveu na maior escola do ordinário da vida humana: a escola de Nazaré, ou seja, a Sagrada Família. Foi ali que aprendeu as tradições do seu povo, a responsabilidade do trabalho, como lidar com o próximo, como rezar e, assim, ia tomando consciência de sua missão.

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Foto: Arquivo Pessoal

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Jesus, Maria e José não tinham anjos realizando o trabalho deles ou os afazeres domésticos. Eram eles mesmos a desempenharem essas funções e, nesse ambiente tão comum e tão íntimo, cresciam nos laços humanos e divinos.

Podemos imaginar Maria fazendo comida e servindo o alimento a José e a Jesus enquanto trabalhavam. Podemos "viajar no tempo" e imaginar quando se preparavam para ir às festas (lembrando que o povo judeu é muito festivo. Diversas são as celebrações durante o ano), quando recebiam visitas em casa, quando cumpriam os preceitos de sua cultura. Podemos imaginar a oração em família, a ternura e o amor entre eles!

Como devia ser acolhedora, apaixonante e feliz aquela atmosfera de humanidade!


Deus chama onde você está

Quando iniciou a sua vida pública, todos puderam tocar, ver, sentir, ouvir e ver o Deus que chamava os discípulos a participarem de sua divindade e de sua missão.

Grande parte de seu ministério público aconteceu na região da Galileia. Neste contexto, enviou os apóstolos dois a dois. Era o movimento de saída, de irem além, em direção àqueles a serem atingidos pelo amor de Deus.

Jesus, partindo da multidão, formou o colégio dos discípulos, os 72, e destes escolheu doze para a sua companhia, doze para enviá-los dois a dois. O número doze faz referência às doze tribos de Israel, que estão na base da constituição do antigo povo de Deus, com o qual fez a aliança no Sinai. Como as doze tribos constituíram o antigo povo de Deus, assim os doze apóstolos foram constituídos por Cristo como base do novo povo de Deus, a Igreja. Os doze foram escolhidos e preparados pelo próprio Cristo para que, unidos a Ele, fossem também pedras de fundação da Igreja, a nova Jerusalém.

E aí está um ponto importante: O Senhor lhes fez um chamado tão especial, de serem fundamentos da Igreja, na cotidianidade. Aconteceram, sim, momentos extraordinários, quando os discípulos viram os milagres e prodígios de Cristo, contudo, o chamado se deu no ordinário e intimidade com o Mestre, quando cada um se encontrou com o Senhor de forma pessoal.

Assim também acontece com você todos os dias. Qual é a sua rotina diária? O que você desempenha? Onde você mora? Com quem convive?

É neste lugar, com essas pessoas e do modo em que você se encontra que Ele lhe chama a cada dia. Ele vai ao seu encontro com as características, personalidade e talentos que você possui. Jesus vai até você no seu ser feminino ou masculino para tocar, agir e falar.

Não se distraia. Preste atenção aos detalhes da sua "escola de humanidade particular". Aprenda com a Sagrada Família a como conciliar a vida de trabalho, familiar, pastoral, social e de oração. Aprenda, assim, com a Sagrada Família, a ser plenamente humano, pois é dessa maneira que tocará na imagem e semelhança de Deus.



Gracielle Reis

Missionária da Comunidade Canção Nova, carioca, jornalista pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e bacharel em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Gracielle já atuou em coberturas jornalísticas nacionais e internacionais, especialmente na Terra Santa. A jornalista tem experiência em rádio, TV e plataformas digitais, além de projetos de evangelização nacionais para a juventude. A missionária também é membro do Grupo de Estudos na Teologia do Corpo da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

Contatos:
Instagram: @graciellereiscn


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/vivendo-a-escola-de-humanidade-do-cotidiano/

7 de outubro de 2019

Deus não diminui por causa do nosso pecado

Hoje, na oração comunitária, fui levada pelo próprio Deus a meditar sobre esta simples verdade: "Deus não diminui por causa das minhas limitações e pecados", Ele continua sendo Deus e o amor  d'Ele continua a se manifestar na minha vida.

Então, o que acontece? Sou eu quem se esconde e foge; sou eu quem desiste e corre do amor de Deus; sou eu quem busca outros meios para não estar na presença d'Ele. Lembra de Adão e Eva? "Quando ouviram o ruído do Senhor Deus, que passeava pelo jardim à brisa da tarde, o homem e a mulher esconderam-se do Senhor Deus no meio das árvores do jardim" (Gn 3, 8).

Hoje, neste mundo, o que não falta são "árvores" para nos esconder de Deus. O medo, o álcool, o fumo, as drogas, o sexo desregrado e fora da benção, as decepções, o roubo, a ganância, a prostituição etc., isso tudo nos faz fugir da nossa verdade, nos aprisiona e nos escraviza.

Deus não diminui por causa do nosso pecado

Foto ilustrativa: Bruno Marques/cancaonova.com

O amor de Deus não diminui por causa das nossas limitações

Mesmo diante de tantas "árvores" que este mundo nos apresenta, eu quero dizer que tudo isso só depende de uma resposta nossa diante das verdades da vida. Só nós podemos responder diferente aos tantos apelos que esse mundo oferece; só nós temos a capacidade de fazer a opção de permanecermos na presença do Senhor e continuarmos ao lado d'Ele, pois o Seu amor não diminui por causa das nossas limitações. Ele continua a amar e esperar por nós!

É isto que Jesus vem nos afirmar: "Permanecei em Mim, e Eu permanecerei em vós. Como um ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto se não permanecerdes em Mim" (Jo 15,4).


A opção sempre será nossa, pois a promessa de Jesus se cumpre a partir da nossa decisão de permanecer, ainda que, muitas vezes, nos custem algumas renúncias. Mas vale muito a pena, porque, a presença de Jesus em nossa vida é sempre cheia de fidelidade.

Deus abençoe você e sua decisão de optar em permanecer, para poder dar frutos.

Cícera Gonçalves


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/deus-nao-diminui-por-causa-nosso-pecado/

3 de outubro de 2019

A cura pela Palavra de Deus

"Jesus reuniu seus doze discípulos. Conferiu-lhes o poder de expulsar os espíritos imundos e curar todo mal e toda enfermidade" (Mt 10,1). Quando Jesus envia Seus discípulos em missão, Ele já lhes confere o poder, porque sabe da importância de um homem curado do corpo e da alma.

A primeira cura que Jesus faz na Bíblia é a libertação de um homem possesso de um demônio. O Senhor ordena que esse demônio se retire daquele homem. Então, o inimigo, imediatamente, obedece a Jesus e vai embora.

A cura pela Palavra de Deus

Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

É pela fé na Palavra do Senhor que a cura chega até nós

Na Bíblia, a segunda cura que Jesus faz – e Ele atribui isso a um milagre – é a cura da sogra de Pedro, que estava com febre. Ao ser curada por Jesus, ela, imediatamente, começa a servir ao Senhor.

Se nós fizermos todo um acompanhamento da vida de Jesus, a última cura que Ele faz é curar o cego que estava no caminho de Jericó, quando o Senhor ia para Jerusalém passar pelo suplício do madeiro da Cruz, onde Ele libertou toda a humanidade escrava do pecado e de satanás.

Cura

Aqui, é importante lembrarmos por que a cura tem de acontecer: Jesus faz questão de associar toda doença, todo mal físico a um demônio. E Ele dirá que, ao ser liberta do demônio, a pessoa também é curada de todo mal físico e de toda a opressão espiritual. É impressionante como Jesus gostava de mostrar, na Bíblia, que a cura é natural quando invocamos o Seu nome. Ela é natural quando temos fé, e é pela fé que somos curados.


A Palavra de Deus também vai nos advertir para que não se pense que alcançaremos alguma coisa sem ter fé (cf. Tg 1,6-7). Então, se você está doente, precisa de um sinal, de um milagre de Deus, é pela fé que isso acontece.

É necessário deixar a vida velha para trás

Quando Bartimeu, no meio do caminho, começa a gritar: "Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim!", o Senhor manda chamar o cego. No meio daquela multidão, o único que enxergou Jesus foi o cego, e isso é um grande sinal de fé. A fé daquele cego foi o que fez com que Jesus o chamasse. O homem deu um salto e deixou a capa. O que significa, aqui, "deixar a capa"? É deixar a vida velha, é deixar a vida de pecado. Bartimeu deixou toda aquela vida de maldições que herdou, já desde o ventre materno, para seguir Jesus. E quando ele chegou diante do Senhor, seus olhos estavam abertos e ele estava curado.

Quando Jesus chega diante daquele paralítico, à beira da piscina de Siloé, pergunta a ele: "O que você precisa?". O paralítico responde: "Estou aqui esperando ser curado, esperando o anjo passar e a onda na água acontecer, para que eu possa mergulhar e ficar curado da minha paralisia". Mas como ele iria pular na piscina se os outros sempre antes que ele entravam naquela água? Então, Jesus diz: "Vai, toma a tua maca. Tu estás curado". Jesus faz questão de curá-lo, porque sabe que, uma pessoa que caminha tem de entender que ela precisa caminhar livre de todo mal físico e espiritual.

 



Ironi Spuldaro

Ironi Spuldaro é Membro do CAE (Comissão de Ação Evangelizadora) da diocese de Guarapuava. Membro do conselho diocesano, estadual e nacional da RCC (Renovação Carismática Católica) movimento do qual participa desde 1987. Ironi exerce o ministério de pregação em todo o Brasil e em outros países, como Argentina, Paraguai, Bolívia, Estados Unidos, Itália, Coréia do Sul, Inglaterra e Suiça. Fundador da Missão Há Poder de Deus, escritor e apresentador do Programa Há Poder de Deus.

Site: www.ironispuldaro.com.br


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-e-libertacao/cura-pela-palavra-de-deus/

1 de outubro de 2019

Você deseja alcançar a felicidade?

Dia após dia eu a vejo nos jornais, nas revistas, na TV, nas ruas. Mas o que tem sido interessante é percebê-la nos rostos, nos olhares, nas atitudes. Em busca da felicidade ou do que acreditamos ser felicidade, nos deparamos com muitas situações difíceis, e vivemos distantes daquilo que seríamos se fôssemos realmente felizes.

E, muitas vezes, até é possível enganar-se e afirmar com veemência, mas sem muita certeza: 'Sou feliz desta forma', ou 'Isso é o que me faz feliz'. E, aqui, eu entro no ponto em que quero chegar. Descobri que não é possível ser feliz sem lutar pela felicidade. E lutar significa que temos de sofrer as pancadas e tropeços do caminho de busca, que temos de, às vezes, parar para avaliar o porquê caímos; o porquê estamos longe do caminho certo; e levantar ainda com mais garra para reiniciar a busca que é constante, mas não infinita! Não, não é infinita! Temos uma garantia de que, um dia, poderemos ser eternamente felizes.

E, agora, chegamos a um ponto de decisão. Eu afirmo para você (antes e mais ainda para mim): felicidade está bem perto de nós o tempo todo, e a linha que nos separa dela é tênue. E o mais importante é que ela está no lugar em que mais temos dificuldade de ir. É dentro de nós que devemos buscá-la. É Deus quem nos concede, mas somos nós quem a retemos.

Você deseja alcançar a felicidade?

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

A verdadeira felicidade

A verdadeira felicidade está escondida atrás dos nossos medos os quais cobrimos com nossas máscaras. Eles nos impedem de enxergarmos as causas da nossa infelicidade, e ficamos na superficialidade das nossas vontades, preferindo pequenos agrados ao invés da felicidade plena. Assim, nos deixamos levar pelos prazeres da vida e nos tornamos egoístas numa busca insaciável por uma felicidade individualista, que só se importa com a felicidade do outro muito tempo depois da nossa satisfação pessoal. E um segundo é muito tempo quando deixamos de amar, quando deixamos de ser bons, quando não pensamos no mal que podemos ter feito com nossas palavras e atitudes para satisfazer ao nosso ego, para nos mostrarmos fortes e superiores.

Paradoxalmente, a verdadeira felicidade está intimamente ligada aos nossos sofrimentos, não pela sua existência, e sim pela forma como lidamos com eles. Se você me perguntar a receita para ser feliz eu vou te dizer: "só em Deus se é feliz"; mas é uma receita difícil. Porém, para ser infeliz é só começar a negar o sofrimento e não tentar tirar dele o bem maior. Entenda: o sofrimento por si não traz a felicidade. Mas é inegável que, quando se aprende e se cresce com o sofrimento, chegamos muito mais perto da felicidade plena. É por isso que admiro os Santos Mártires.


Muitos podem pensar que dar a vida por uma causa, por um ideal é masoquismo; é um querer sofrer. Eu penso que é a verdadeira busca pela felicidade. Desde que esse ideal não custe a vida de mais ninguém e vise somente o bem, sem fundamentalismo! E, se é assim por um ideal, que grande felicidade é dar a vida por alguém e por amor a Deus! Talvez, seja muito difícil para você entender tudo isso, pode ser que você não aceite. O que importa é que você comece a buscar a felicidade onde ela está. Você já sabe como!

Termino citando minha querida amiga Luzia Santiago: "É preciso sofrer sem nunca deixar de amar". E ser feliz, sempre! Amém.

Alexandre Firmino


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/voce-deseja-alcancar-felicidade/