Páginas

22 de fevereiro de 2019

O que é e quais os sintomas da síndrome do pânico?

A síndrome do pânico é marcada por ataques de pânico frequentes e que se repetem sem aviso

Maria tem 52 anos de idade e trabalha como secretária do lar em uma casa de família há mais de dez anos. Ela sempre toma o mesmo ônibus, no mesmo local e no mesmo horário. Um dia, após uma contrariedade em casa, ao se dirigir para o ponto de ônibus, começou a sentir um medo intenso, começou a tremer, a suar, a ter dores no peito e dificuldade para respirar. Na primeira vez em que teve esse quadro, ficou desesperada, a ponto de ir correndo a um Pronto Socorro perto da sua casa, pois achava que estava morrendo. Como teve vários ataques semelhantes nos últimos seis meses, esperou um pouco e, em dez minutos, foi melhorando, até que o ataque passou.

Às vezes, os ataques ocorrem em situações estressantes, como foi o caso da Maria, mas, muitas vezes, eles começam sem nenhum motivo aparente – a pessoa pode até mesmo acordar à noite com um ataque de pânico. Maria começou a ficar com medo de ter outro ataque e, assim, passou a evitar situações que podiam dispará-los, ou mesmo evitar locais onde, na eventualidade de um ataque, não pudesse ser socorrida. Maria, como outras pessoas com síndrome do pânico, começou a evitar lugares fechados, com muita gente, e sempre que tem que estar nesses locais, traça mentalmente rotas de fuga.

O que é e quais os sintomas da síndrome do pânico?

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

O termo "pânico" vem do grego panikon, que deriva do deus mitológico Pã. Segundo a crença dos antigos gregos, esse deus era habitante de bosques e campos e protetor de rebanhos e pastores contra todos os males. Era um ser horrível: da cintura para baixo, era um bode peludo e, da cintura para cima, humano, com enormes chifres. Quando aparecia para os camponeses, sempre de uma forma repentina, ocasionava enorme pavor, surgindo daí o nome pânico, como um terror repentino.

Pã teve um templo erguido na cidade de Atenas, em uma praça denominada Ágora, local do mercado onde se reuniam muitas pessoas. Essa é a origem da palavra agorafobia, inicialmente relacionada ao medo de locais amplos e com muita gente.

Foi somente a partir de 1980 que o transtorno do pânico foi reconhecido como um problema específico de ansiedade. Até aquela época, os ataques de pânico eram considerados principalmente como uma forma de ansiedade que tinha nomes como: neurastenia cardiocirculatória; PiTi ou HY, codinome das crises histéricas reconhecidas nos serviços de emergência.

Atualmente, a patologia é bem definida e o Transtorno do Pânico (TP) caracteriza-se pela ocorrência espontânea e inexplicável de ataques de pânico concomitantes com pelo menos quatro dos seguintes sintomas:

• palpitações, taquicardia ou ritmo cardíaco acelerado;
• sudorese;
• tremores ou abalos;
• sensação de falta de ar ou sufocamento;
• sensação de asfixia;
• dor ou desconforto no peito;
• náuseas ou desconforto abdominal;
• sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio;
• desrealização ou despersonalização;
• medo de perder o controle e enlouquecer;
• medo de morrer;
• parestesias, formigamentos, anestesias;
• calafrios ou ondas de calor.

Despersonalização e desrealização

A despersonalização é uma sensação comum nos estados ansiosos que pode surgir mesmo fora dos ataques de pânico. Caracteriza-se por dar à pessoa uma sensação de não ser ela mesma, como se estivesse saindo de dentro do próprio corpo e observando a si mesma. A desrealização é a sensação de que o mundo ou o ambiente em volta estão diferentes, como se fosse um sonho ou houvesse uma nuvem encobrindo a realidade.

Cerca de um terço das pessoas com transtorno do pânico desenvolvem agorafobia, uma forma extrema de evitação fóbica, o que, na verdade, é o medo de ter medo. Muitas pessoas, por conta da agorafobia, evitam sair de casa, isolando-se socialmente, criando espaço para a ocorrência da depressão, situação muito associada à síndrome do pânico.

A ocorrência de um ataque de pânico é insuficiente para se fazer o diagnóstico da doença. Dez a doze por cento da população geral relatam que, nos últimos doze meses, já sofreram pelo menos um ataque de pânico inesperado, mas somente dois a seis por cento da população geral preenchem todos os quesitos necessários para o diagnóstico do Transtorno do Pânico.

Alguns sintomas do TP são também achados frequentes em doenças do coração, como dor torácica, palpitação, sudorese, sensação de asfixia, sufocação e ondas de calor. Essa sintomatologia quase sempre é responsável pelos pacientes procurarem serviços de emergência em cardiologia durante as suas crises. Daí vem a grande familiaridade dos cardiologistas com essa doença.

Os portadores de pânico costumam ter tendência à preocupação excessiva com problemas do cotidiano, bom nível de criatividade, excessiva necessidade de estar no controle da situação, expectativas altas e pensamento rígido, além de ser competentes e confiáveis.

Frequentemente, esses pacientes têm tendência a subestimar suas necessidades físicas, envolvendo-se demais com suas atividades profissionais, o que ocasiona estresse acentuado. Eles costumam reprimir pensamentos negativos, sendo os mais comuns o orgulho, a irritação e seus conflitos íntimos. Sua maneira de ser os predispõe a situações de grande estresse, levando a um aumento da atividade de determinadas áreas cerebrais e desencadeando um desequilíbrio bioquímico local, com consequente ocorrência de um ataque de pânico.

O transtorno do pânico é marcado por ataques de pânico frequentes e que se repetem sem aviso. Além disso, eles são seguidos por intensa ansiedade antecipatória sobre ter outro ataque ou sobre as consequências de um ataque (por exemplo, perder o controle ou ter um ataque cardíaco).

Causa

O transtorno do pânico tem causas biológicas e psicológicas, conhecendo-se vários genes que podem estar envolvidos na sua gênese, de modo que existe um caráter hereditário dessa doença.

Quem está em risco?

As mulheres são duas vezes mais propensas que os homens a sofrer de transtorno do pânico. O distúrbio geralmente começa durante a adolescência tardia ou início da idade adulta. Ter um parente próximo com transtorno do pânico aumenta o risco de desenvolvê-lo em dez a vinte por cento; ter um gêmeo idêntico com transtorno do pânico aumenta o risco em trinta por cento.

Sintomas da Síndrome do Pânico

• Preocupação persistente em ter outro ataque de pânico ou alterações de comportamento para evitar ter mais ataques.
• Ataques de pânico não ligados a situações particulares e que podem ocorrer inesperadamente.
• Medo súbito ou terror e sensação de catástrofes iminentes.
• Dificuldade de respiração, sudorese, palpitações, mãos frias, sensação de morte iminente.
• Sensação de que vai enlouquecer ou perder o controle de si mesmo.

Trecho extraído do livro "Livre para viver", de Dr. Roque Savioli.



Dr. Roque Savioli

Dr. Roque Marcos Savioli
CRMESP 22.338

Formado pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos em 1974.

Residência Médica em 1975 e 1976 no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, obtendo o título de especialista em Cardiologia, pela Segunda Clínica Médica, Serviço do Prof. Luis Vénere Décourt.

Desde 1977 é integrante do Corpo Clínico do Instituto do Coração do HC-FMUSP , atualmente lotado como Médico Supervisor da Divisão Clínica – Unidade de Cardiogeriatria. Doutor em Medicina pela FMUSP  e integrante da Sociedade Paulista e Brasileira de Cardiologia .

Escritor de vários best sellers no Brasil e no exterior e membro da  Academia Cristã de Letras e do Instituto de Geografia e História do Estado de São Paulo.

Apresentador do prgrama " Mais Saude "na Rede Cancao Nova de Radio (AM)


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/o-que-e-e-quais-os-sintomas-da-sindrome-panico/

17 de fevereiro de 2019

Qual é o passaporte para chegar ao céu?

Para chegar ao céu não basta apenas ter passaporte

Para chegar ao céu precisamos de um passaporte e depois de um visto. O passaporte é o documento para entrar e sair de países, e o passaporte para entrar no céu é acreditar na misericórdia de Deus. Muita gente não acredita no amor d'Ele, que é exagerado e vai além do nosso entendimento.

Qual é o passaporte para chegar ao céu?

Foto ilustrativa: Chalabala by Getty Images

Uma história diz que um homem muito bom chegou ao céu. Ele era um homem de devoção, que tocava no coro da igreja. Por isso, quando ele bateu à porta, já tinha a certeza de que iria para o céu, então, São Pedro lhe disse: "Vamos ver se você, com seus pontos, entra no céu". E aí o jovem disse tudo aquilo que havia feito na Terra que o fez acumular pontos: "Eu ia à Santa Missa todos os domingos, pagava os impostos, lia a Palavra de Deus semanalmente, cantava no coro, fazia caridade". Com tudo que disse, ele completou 14 pontos, mas, para entrar no céu, ele precisava de 1.000 pontos. Então, ele afirmou: "Vou precisar da misericórdia de Deus". Imediatamente, São Pedro disse que ele já havia alcançado os 1.000 pontos, pois ele se reconheceu necessitado da misericórdia divina.

Não temos pontos para nos salvar, mas a misericórdia de Deus nos salva. Acredite em Jesus como sinal do amor de Deus. No Antigo Testamento se as pessoas cumprissem a lei seriam salvas, mas se não a cumprissem, não eram salvas. No Novo Testamento, para ser salvo é preciso acreditar em Cristo, que é a prova do amor de Deus.

Para chegar ao céu, no entanto, não basta apenas ter passaporte, é preciso ter visto, e para ter o visto é preciso responder duas perguntas: "Você foi feliz na Terra? Você fez feliz alguém na terra? Ao menos uma pessoa?".

Para entrar no céu é simples, só depende de você. Quem você faz feliz? Quem sorri com a sua presença?

Imagine-se adentrando no Céu e São Pedro lhe perguntando: "Você tem passaporte? Tem visto?". É proibido estar triste, podemos sofrer, mas é preciso ser feliz mesmo assim. O sinal do cristão não é a tristeza, mas a esperança em meio à provação. Não podemos levar o peso da cruz, mas o poder da cruz.

Ainda é tempo de conseguir o "passaporte" e o "visto" para o céu, aproveite o tempo e os adquira-os sendo feliz neste tempo.

Prado Flores


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/qual-e-o-passaporte-para-chegar-ao-ceu/