O Senhor nos aponta a vivência da humildade
Meus caros, contextualizando-nos com a Palavra do Senhor: "Nestes dias, que são os últimos" (Hb 1,2), podemos compreender melhor o que Jesus vem falar aos discípulos desse nosso tempo. Os quais são chamados a cultivar características fundamentais que remetem ao estilo de vida e missão do próprio Mestre, Salvador e Senhor.
Percebermos, na revelação de Jesus, a verdade que liberta! Palavra que tem o poder de nos salvar de toda e qualquer ilusão. Tem o poder de nos salvar do triunfalismo e "joios semeados", constantemente, no campo deste mundo. E, já sabemos quem é o grande e mau semeador de todas as espécies de vícios.
Voltando ao Bom Semeador, a Palavra nos releva, de diferentes formas, que Ele nos quer participantes ativos de Sua evangelização, sempre antiga e nova. E, também, perseverantes em todas as circunstâncias, inclusive nas mais exigentes que podem se apresentar a qualquer momento do nosso dia. Isso não significa que temos a capacidade de nos proteger completamente, ou seja, nos autossalvarmos. Pelo contrário, o Senhor nos aponta a vivência da humildade que precisa nos ajudar a nos percebermos "como ovelhas no meio de lobos".
Não há verdadeiro discípulo sem um relacionamento com o Pai
Como pensarmos em tranquilidade diante de um Evangelho tão dramático em várias partes? Jesus não aponta as hostilidades que acompanham e seguem os discípulos verdadeiros nos espaços religiosos, familiares e sociais? É verdade! Mas, com o assemelhar-se radical a Cristo, vem a certeza da presença e salvação experimentada por aquele ou aquela que viveu o nome e por Ele sofreu. "Vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas, quem perseverar até o fim, esse será salvo."
Por isso, não há verdadeiro discípulo sem um relacionamento crescente e crente com o Pai, pelo Filho (Mediador) e no Espírito Santo. Com Deus desejaremos, cada vez mais, as pastagens eternas da Casa do Pai; e deixaremos o Bom Pastor nos conduzir numa vida de Igreja peregrina. Assim, teremos a certeza de que temos a nossa disposição e, em nós, a Água Viva do Espírito. Ela nos reconforta e inspira: "Então, naquele momento, vos será indicado o que deveis dizer. Com efeito, não sereis vós que havereis de falar, mas sim o Espírito do vosso Pai é que falará através de vós".
O mundo novo virá!
Tempos atrás, ouvindo um bispo ameaçado de morte, ele testemunhava sobre a perseguição do pensamento de morte por assassinato. Falava do quanto que o Espírito Santo não o deixava se angustiar perante essa possibilidade. Pelo contrário, dizia que, se isso acontecer, seria o dia mais feliz de sua vida, pois o seu ministério sacerdotal estará completo. Porque o Bom Pastor dá a vida pelas Suas ovelhas!
Sinceramente, ao ouvi-lo, não desejei que isso acontecesse por meio de sua morte! Mas quem sou eu? No entanto, perante as exigências do Evangelho, do testemunho de muitos, ao longo da história da Igreja e na vida do próprio Jesus, não vejo um cristão em santidade que não admita essa possibilidade. Quem não se abre a um futuro e possível dom do martírio, possivelmente, no hoje, se fechará ao desejo e ação semelhante a Cristo, Bom Pastor e Bom Semeador.
Então, como nos apresentaremos naquele dia que não tarda? Como Cristo, profética e misteriosamente, anunciou: "Em verdade vos digo, vós não acabareis de percorrer as cidades de Israel, antes que venha o Filho do Homem". O tempo é breve, estamos nos últimos dias! É tempo de ser Igreja no mundo e para o mundo, pois o mundo novo virá!